Tachã

Chauna torquata (Oken, 1816)

Nome(s) popular(es)

Tachã, Inhuma Poca, Chajá, Anhuma do Pantanal, Tarrã (RS), Tachã do Sul.

História Natural

São aves típicas de ecossistemas alagados, como brejos e lagos, sendo nativa do Pantanal, dos Pampas e dos Chacos Bolivianos. No Cerrado, pode ser vista em veredas, campos úmidos, e ocasionalmente matas de galeria próximos a esses biomas. É onívora, porém se alimenta principalmente de matéria vegetal, como sementes, folhas, raízes e brotos de plantas aquáticas, além de moluscos e insetos. Pode ser predada pela Sucuri. Sua vocalização é um chamado alto que pode ser ouvido à distância, usado para avisar sua presença ou a de intrusos. É monogâmica e territorialista durante a estação reprodutiva, fazendo grandes ninhos com folhas emaranhadas sobre a vegetação acima da água.

Descrição

Mede cerca de 85 cm. É uma ave corpulenta, com patas grandes e cabeça desproporcionalmente pequena, bico pequeno, de coloração cinza e região ao redor do olho nua (sem penas) e vermelha. Possui esporões nas asas.

Distribuição

Sua distribuição se estende do norte da Bolívia e extremo leste do Peru ao centro da Argentina, abrangendo o Paraguai, Uruguai, e os estados de RO, MT, MS, SP, e os estados do Sul do Brasil, principalmente o RS.

Conservação

Pouco preocupante: é considerada não ameaçada (ICMBio e IUCN), com populações estáveis.

Referências

BirdLife International 2016. Chauna torquata. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22679729A92826769. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22679729A92826769.en. Downloaded on 28 September 2019.

 

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Marreca de Coleira

Callonetta leucophrys (Vieillot, 1816)

Nome(s) popular(es)

Marreca de Coleira.

História Natural

É uma ave aquática de populações um tanto escassas, típica de florestas e campos alagados, lagoas e brejos. Ocorrem geralmente aos pares ou em grupos pequenos de até 8 indivíduos, e pode se empoleirar em árvores para descansar. Se alimenta de matéria vegetal, como sementes, gramíneas, grãos, raízes e brotos de plantas aquáticas, assim como alguns crustáceos, insetos e vermes. Faz ninhos sobre a vegetação aquática.

Descrição

Mede entre 35 e 38 cm. O macho possui bico cinza azulado, patas vermelhas, face parda acinzentada com faixa escura indo do topo da cabeça até a nuca, pescoço e peito rosados com pontos pretos, barriga e laterais cinzas, dorso castanho avermelhado, rabo preto com mancha lateral branca. Fêmea de coloração parda acinzentada, com sobrancelha branca, topo da cabeça e dorso mais escuros, asa preta com mancha branca e patas rosa claro.

Distribuição

Sua ocorrência se estende do nordeste da Argentina à Bolívia, incluindo Paraguai e Uruguai. No Brasil, ocorre principalmente no Sul, mas pode encontrar-se também em SP, MS e no sul do MT e de MG.

Conservação

 Pouco preocupante: é considerado como não ameaçado (ICMBio e IUCN), e suas populações se mostram estáveis (IUCN).

Referências

BirdLife International 2018. Amazonetta brasiliensis. The IUCN Red List of Threatened Species 2018: e.T22680115A130025891. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-2.RLTS.T22680115A130025891.en. Downloaded on 01 October 2019.

 

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Gavião Papa Gafanhoto

Buteo swainsoni Bonaparte, 1838

Nome(s) popular(es)

Gavião Papa Gafanhoto.

História Natural

O Gavião Papa Gafanhoto é uma ave migratória originária da América do Norte. Pode ser visto no Brasil de passagem, especialmente entre os meses de setembro e novembro, e março e abril, quando estão indo e voltando, respectivamente, se deslocando entre suas áreas de invernagem nos Pampas argentinos e suas áreas de reprodução, nas pradarias e planícies dos Estados Unidos e Canadá. É um gavião (família Accipitridae) típico de áreas abertas, podendo utilizar os cerrados típicos, cerrados ralos, campos sujos e campos limpos do Cerrado, e também se adapta bem a pastos e plantações. Durante a migração se reúne em grupos gigantescos, podendo ser visto voando em impressionantes grupos de dezenas ou até centenas de milhares. Sua migração é a segunda maior dentre os rapinantes, chegando a mais de 10.000 km em cada percurso, atrás apenas da migração das populações árticas do Falcão Peregrino. Quando não está voando, pode ser visto descansando no solo, e quando está migrando quase não se alimenta. Sua dieta é especializada em insetos, especialmente gafanhotos e grilos, mas também pode caçar roedores, répteis, outras aves e morcegos, principalmente durante a reprodução, quando tende a caçar mais vertebrados do que insetos para alimentar seus filhotes. Faz seus ninhos nas pradarias norte-americanas, com gravetos e galhos secos, sobre árvores ou em rochas no solo, pondo de 2 a 3 ovos.

Descrição

Mede entre 48 e 56 cm de comprimento. Sua coloração é altamente variável, mas no geral possui a cabeça e as costas marrom escuro, peito castanho contrastante com a garganta e barriga brancas. Sua cauda é cinzenta finamente barrada, com uma barra preta mais larga próxima da ponta. Suas asas por baixo possuem a área central clara e as penas de voo escuras, mais negras nas pontas, e são compridas e um tanto pontudas. Suas patas e a base de seu bico são amarelas.

Distribuição

Sua distribuição é ampla pelas Américas, e varia de acordo com a época do ano, pois é uma espécie migratória. Ocorre na porção ocidental da América do Norte, e na chegada do inverno no hemisfério norte migra pela América Central e do Sul até a Argentina. No Brasil, passa pelo oeste do país, e alguns indivíduos errantes, principalmente juvenis, podem ser vistos no Sul e Sudeste.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), porém estudos indicam que suas populações podem estar sendo afetadas pelo uso de pesticidas.

Referências

Bechard, M. (1981). DDT and hexachlorobenzene residues in southeastern Washington Swainson’s Hawks (Buteo swainsoni). Bulletin of environmental contamination and toxicology, 26(1), 248-253.

 

Bechard, M. J., C. S. Houston, J. H. Saransola, and A. S. England (2020). Swainson’s Hawk (Buteo swainsoni), version 1.0. In Birds of the World (A. F. Poole, Editor). Cornell Lab of Ornithology, Ithaca, NY, USA. https://doi.org/10.2173/bow.swahaw.01

 

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Gavião de Rabo Curto

Buteo brachyurus (Vieillot, 1816)

Nome(s) popular(es)

Gavião de Cauda Curta, Gavião de Rabo Curto.

História Natural

O Gavião de Cauda Curta é um gavião relativamente comum, típico de matas, mas que pode ser visto em savanas, manguezais, áreas abertas permeadas por árvores, ou até regiões urbanas arborizadas, sendo um tanto adaptável às alterações humanas. No Cerrado, habita matas de galeria, matas secas e cerradões. Costuma planar alto e por bastante tempo, aproveitando as correntes térmicas das horas mais quentes das manhãs, muitas vezes junto a urubus (família Cathartidae), e tende a se empoleirar oculto entre a folhagem da copa das árvores. Caçador habilidoso, se alimenta principalmente de aves, porém também pode caçar roedores, lagartos, anfíbios e insetos. É um dos gaviões mais ágeis de seu gênero, com um comportamento de caça especializado para capturar aves. Plana alto ou passa voando próximo da mata em busca de presas, mergulhando rapidamente em sua direção ao localizá-la, com as asas fechadas como costumam fazer os falcões (família Falconidae). Assim, costuma capturar aves empoleiradas nas árvores e arbustos, mas também pode fazer perseguições aéreas ou pegar suas presas no chão. Pode, inclusive, caçar outros rapinantes e presas relativamente grandes, como o Gavião Miúdo, o Quiriquiri e o Inhambu Chororó. Faz seu ninho no alto das árvores, com gravetos e galhos secos, onde põe cerca de 2 ovos. O macho fica responsável por trazer comida ao ninho durante a maior parte da reprodução, e o filhote mais velho pode eliminar o mais novo, para diminuir a competição por comida. Durante a época do acasalamento o macho faz exibições em voos circulares seguidos de mergulhos, acompanhados de vocalizações, um assobio fino e longo.

Descrição

Mede de 35 a 45 cm de comprimento. Sua coloração é bem uniforme, branca nas partes ventrais, da garganta à barriga e interior das asas, e preta nas partes dorsais, da cabeça e laterais da face às costas e parte superior das asas, com uma pequena mancha branca acima do bico. Suas asas por baixo possuem as bordas pretas, e sua cauda é bastante barrada, com 3 a 4 faixas pretas e brancas alternadas. Suas patas e a base de seu bico são amarelas. Possui, porém, dois tipos de coloração, com indivíduos de plumagem padrão (preta por cima e branca por baixo) e alguns mais escassos de padrão escuro, totalmente negros no ventre. Em voo pode se assemelhar ao Gavião de Rabo Branco, este porém é maior, com apenas uma barra preta na cauda e de garganta escura. Ao contrário do que seu nome sugere, sua cauda não é curta comparada à de outros gaviões (família Accipitridae).

Distribuição

Possui uma ampla distribuição pelas Américas, ocorrendo desde o extremo sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, incluindo a América Central e todos os países da América do Sul, com exceção do Chile e do Uruguai. No Brasil está presente em todo o território.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), e suas populações parecem estar aumentando (IUCN), possivelmente por sua facilidade em se adaptar a regiões urbanas.

Referências

Bierregaard, R.O., Jr & Kirwan, G.M. (2013). Short-tailed Hawk (Buteo brachyurus). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.) (2013). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona.

 

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Socó Boi Baio

Botaurus pinnatus (Wagler, 1829

Nome(s) popular(es)

Socó Boi Baio, Socó Grande.

História Natural

Ave associada a ambientes aquáticos, ocorre em pântanos, brejos e banhados de água doce. No Cerrado pode ser visto em veredas e campos úmidos. É uma espécie rara ou incomum, com uma coloração que a ajuda a se camuflar no capinzal e comportamento arredio e cauteloso. Ao ser aproximado, tende a se agachar e manter o pescoço esticado com o bico voltado para cima, ficando apenas com a cabeça visível, de forma a parecer com um graveto ou se misturar entre os juncos enquanto ainda pode observar o invasor, e pode até mesmo balançar de leve a cabeça para simular o movimento do vento sobre o capim. Caça aguardando a presa se denunciar pacientemente, ficando parado por longos períodos de tempo, e se alimenta de peixes, insetos, vermes, crustáceos, sapos, cobras e até mesmo pequenos jacarés. Se reproduz na estação das chuvas, fazendo um ninho com capim e junco sobre a vegetação rasteira próxima ou sobre a água, pondo dois ou três ovos claros, chocados apenas pela fêmea. Ambos os pais alimentam os filhotes.

Descrição

Mede entre 63,5 e 76 cm de comprimento. Coloração de padrão barrado, com estrias castanho escuro sobre um amarelo palha. Possui o dorso também estriado, porém mais escuro. Garganta e barriga brancas, com pescoço e peito brancos com estrias castanhas. Patas, íris e bico amarelos, com este último escuro por cima.

Distribuição

Ocorrência dispersa pelas Américas Central e do Sul, presente no sul do México, Colômbia, Venezuela, Guianas, Suriname, Equador, Argentina, Paraguai e Uruguai. No Brasil ocorre de forma local em praticamente todos os estados.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN).

Referências

Andrade, E. B., et al. Predation on Leptodactylus macrosternum (Anura: Leptodactylidae) by Botaurus pinnatus (Pelecaniformes: Ardeidae) in Northeastern Brazil. Herpetology Notes 6: 201-202, 2013.


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Gavião Miúdo

Accipiter striatus Vieillot, 1808

Nome(s) popular(es)

Gavião Miúdo, Tauató Miúdo, Gaviãozinho.

História Natural

Rapinante típico de formações florestais, no Brasil é encontrado principalmente na Mata Atlântica. Apesar de não ser muito raro, seu comportamento discreto o torna difícil de avistar. Fica à vontade em regiões montanhosas e florestas de pinheiros, inclusive não nativos, e pode ser visto sobrevoando campos e áreas abertas, além de centros urbanos, ou até mesmo frequentando áreas arborizadas em cidades. No Cerrado pode ser visto nas matas de galeria e matas ciliares. Ave astuta e habilidosa, é um predador voraz de aves, possuindo dedos longos propícios para capturar suas presas ágeis. Costuma ficar empoleirado, oculto na copa das árvores, até observar uma presa, partindo então para uma rápida investida. Pode caçar pombas (família Columbidae), andorinhas (família Hirundinidae), tiranídeos (família Tyrannidae) e muitas outras aves menores. Indivíduos jovens já foram vistos brincando de perseguição entre si, e com outras aves como alvo, comportamento que ajuda a praticar a técnica de caça. Faz seu ninho com gravetos na copa das árvores, pondo entre 3 e 5 ovos. A fêmea fica responsável pela incubação enquanto o macho traz alimento para ela e os filhotes.

Descrição

Mede entre 25 e 30 cm de comprimento, sendo que as fêmeas são bem maiores. Possui o topo da cabeça, nuca e laterais do pescoço cinza escuros, assim como as costas e dorso das asas. O peito e a barriga são brancos com um fino padrão barrado ruivo, e as penas da coxa, laterais da cabeça e do corpo possuem essa mesma cor ferrugínea, bem característico da espécie. A cauda é negra com três barras esbranquiçadas por baixo. Seu olho, base do bico e patas são amarelos.

Distribuição

Possui ampla distribuição pelas Américas, ocorrendo na maior parte da América do Norte e Central. Na América do Sul está presente principalmente no Brasil, Paraguai, sul da Bolívia, Uruguai e norte da Argentina, além de se encontrar também próximo aos Andes, da Venezuela à Bolívia. No Brasil é encontrado em todas as regiões, exceto no Norte.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), e suas populações podem estar aumentando (IUCN). Por se sentir à vontade em áreas de reflorestamento por pinheiros não nativos, é menos vulnerável à perda de habitat natural que outros gaviões da América do Sul.

Referências

Bildstein, K. L., K. D. Meyer, C. M. White, J. S. Marks, and G. M. Kirwan (2020). Sharp-shinned Hawk (Accipiter striatus), version 1.0. In Birds of the World (S. M. Billerman, B. K. Keeney, P. G. Rodewald, and T. S. Schulenberg, Editors). Cornell Lab of Ornithology, Ithaca, NY, USA. https://doi.org/10.2173/bow.shshaw.01

 

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Águia Serrana

Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819)

Nome(s) popular(es)

Águia Serrana, Águia Chilena, Águia Moura, Gavião Pé de Serra (Nordeste).

História Natural

A Águia Serrana é uma águia imponente e robusta. Relativamente incomum, é típica de regiões abertas e montanhosas, habitando os campos e savanas em áreas de altitude, relevos acidentados e proximidades de morros. Está associada a esses ambientes pois faz seus ninhos em paredões rochosos, onde seus filhotes ficam mais seguros de predadores. No Cerrado pode ser vista em campos limpos, campos sujos, cerrados típicos, cerrados rupestres e veredas. Costuma planar bastante, próxima de paredões e por sobre as áreas abertas. Também pode ser vista sobrevoando áreas urbanas, ou pousada em pedras, cercas, postes na beira de estradas, até mesmo no chão. Caçadora forte e generalista, se alimenta de pequenos mamíferos, outras aves, cobras e lagartos. Pode predar o Quero Quero, a Avoante, e até animais de porte um pouco maior, como o Tapiti. Sobrevoa os campos e vegetações abertas a aproximadamente 50 m do solo enquanto vasculha a área em busca de presas potenciais, mergulhando numa investida veloz ao avistar uma. Pode se alimentar de carniça eventualmente, e se adaptou bem a consumir presas introduzidas, como o Pombo Doméstico e o Coelho Europeu, ajudando a controlar as populações desses animais. Faz seus ninhos volumosos com galhos secos em escarpas rochosas, pondo de 1 a 3 ovos, e costumam utilizar o mesmo ninho por muitos anos. A fêmea se responsabiliza pela incubação e cuidado dos filhotes, enquanto o macho traz alimento. Quando está reproduzindo fica bastante territorialista, defendendo a área do ninho contra outros gaviões, e até pessoas, com agressividade.

Descrição

Mede entre 62 e 68 cm de comprimento. Sua coloração é cinza escuro nas costas, acima das asas, e da cabeça e garganta ao peito, onde o cinza é mais negro e forma um colar bem característico, contrastante com a barriga e demais partes ventrais brancas. Suas asas são largas e compridas, com região interna branca e penas de voos cinza escuro. Sua cauda é cinza escuro e relativamente curta, se ressaltando pouco do contorno das asas quando vista em voo. O menor comprimento e o padrão da coloração da cauda, assim como a maior extensão do colar cinza no peito, ajudam a diferenciá-la do Gavião de Rabo Branco.

Distribuição

Ocorre na América do Sul, com a distribuição se estendendo pela Cordilheira dos Andes, da Venezuela ao sul da Argentina, e incluindo a Bolívia, o Paraguai, o Brasil e o Uruguai. No Brasil está presente em todas as regiões exceto no Norte.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerada ameaçada (ICMBio e IUCN), e suas populações parecem estar estáveis (IUCN). É provável que sua preferência por locais elevados e de difícil acesso, somada a sua adaptação a presas introduzidas, venham contribuindo na manutenção de suas populações.

Referências

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Parque das Garças

Parque das Garças

Local: Parque das Garças, Lago Norte-DF

 

Descrição do local: Paraíso para praticantes de stand-up paddle, caiaque e remo, é considerado a “ponta de picolé” da região, devido ao tipo de terreno. Muitos visitantes também costumam levar cães para passear, pois o local é um grande campo limpo, porém não há infraestrutura de banheiros.

 

Como chegar: St. de Habitações Individuais Norte QL 15 casa 18 – Lago Norte, Brasília – DF, 71535-295.

 

Dicas: É aberto 24 horas.

 

Fonte: http://brasilia.deboa.com/assunto/parque-das-garcas

Agroecologia em Rede no Bico do Papagaio

Agroecologia em Rede no Bico do Papagaio

 

“Agroecologia em Rede no Bico do Papagaio” nos apresenta a história de Dona Emília, que é quebradeira de coco, agricultora familiar, mãe e avó. No vídeo, Emília fala sobre a autonomia das mulheres por meio do trabalho, geração de renda e sua produção agroecológica no Assentamento Sete Barracas, em São Miguel do Tocantins (TO). Dona Emília é muito atuante nos movimentos sociais do Bico do Papagaio, ela chegou à região em 1971 e permanece até hoje. A experiência que ela compartilha é a da horta agroecológica, mas principalmente da autonomia das mulheres por meio do trabalho, da geração de renda e independência financeira. A #horta​ é uma fonte de renda e de alimentação saudável na mesa, pois Dona Emília cultiva suas plantas livres de agrotóxicos. Para ela, trabalhar lhe deu um fôlego novo. “Quando eu comecei a trabalhar, ter meu próprio dinheiro, eu renasci”, afirma Emília.

 

A produção é uma iniciativa da APA-TO em parceria com a Rede Bico Agroecológico. 

Astyanax sp.2. (Piaba).

Astyanax sp.2.

CP 8,4 cm

Nome(s) popular(es):

Piaba.

Tamanho

Até 8,6 cm de comprimento padrão.

Alimentação

Principalmente fragmentos de folhas, flores, frutos e sementes, insetos aquáticos e de peixes.

Nome Xavante:

Pe’aumrãtãhi.

Dimorfismo sexual secundário

Os machos maduros apresentam ganchos nas nadadeiras anal e pélvicas, i.e., as nadadeiras tornam-se ásperas; é carater transitório.

Usos e importância da espécie

Consumida com alimento; potencial para aquarioofilia; elo importante na cadeia alimentar dos ambeintes onde vive.

Descrição da espécie

Corpo relativamente alto e comprimido lateralmente, prateado, recoberto por escamas ciclóides, boca terminal, com duas séries de dentes multicúspides no pré-maxilar e uma série no dentário; cinco dentes na série interna do pré-maxilar; linha lateral completa, 35-39 escamas (42-46 em A. argyrimarginatus; 48-52 em A. elachylepis Astyanax sp.1), 23-29 raios na nadadeira anal (26-35 em A. asuncionensis); naddeira caudal nua. Conspícua mancha umeral negra horizontalmente ovalada (nas demais espécies do gênero aqui tratadas é vertical, exceto em A. argyrimarginatus A. asuncionensis), duas barras verticais marrons na região umeral; mancha negra no pedúnculo caudal estendida à extremidade dos raios caudais medianos, cromatóforos espalhados na escama (o que a diferencia facilemente de A. asuncionensis); nadadeiras pélvicas, dorsal e caudal algo avermelhadas. Espécie frequente e abundante nos riachos e córregos do PESA.

Referência:

Venere, Paulo Cesar; Garutti, Valdener.Peixes do Cerrado-Parque Estadual da Serra Azul-Rio Araguaia, MT. São Carlos: RiMa Editora, FAPEMAT, 2011.p.87.