Bryconops alburnóides Kner, 1858. (Piaba)

Bryconops alburnoides Kner, 1858.

CP 5,2 cm

Nome(s) popular(es):

Piaba, piabinha.

Tamanho

Até 6,5 cm de comprimento padrão.

Alimentação

Principalmente insetos terrestres e aquáticos.

Nome Xavante:

Pe’adzarébewatsi.

Dimorfismo sexual secundário

Nas espécies B. cf. giacopinni e B. cf. melanurus, os machos maduros apresentam ganchos nas nadadeiras anal e pélvicas, i.e., as nadadeiras tornam-se ásperas. Ainda que não se tenha coletado indivíduos com esse dimorfismo, supõe-se que B. alburnoides também apresente tal característica em épocas de reprodução.

Usos e importância da espécie

Pode ser consumida como alimento, elo importante na cadeia alimentar dos ambientes onde vive.

Descrição da espécie

Corpo comprido, estreito; osso maxilar muito longo, sua borda anterior forma um ângulo quase reto com a borda do pré-maxilar, curva-se abruptamente para trás e segue em linha aproximadamente paralela à do osso pré-maxilar; boca terminal, com duas séries de dentes multicúspides no pré-maxilar e uma série no dentário; quatro a seis dentes na série interna do pré-maxilar; linha lateral completa, 42-46 escamas; nadadeira dorsal amarelada (o que a diferencia facilmente de B. cf. giacopinni e B. cf melanurus); nadadeira caudal nua. Base da caudal com mancha negra que se estende até a extremidade dos raios caudais medianos; lobo superior da caudal amarelado (o que também a distingue prontamente de B. cf. giacopinni e B. cf. melanurus). Espécie frequente em riacho do PESA, afluente do rio das Mortes.

Referência:

Venere, Paulo Cesar; Garutti, Valdener.Peixes do Cerrado-Parque Estadual da Serra Azul-Rio Araguaia, MT. São Carlos: RiMa Editora, FAPEMAT, 2011.p.89.

Astyanax xavante Garutti & Venere, 2009.(Piabinha)

Astyanax xavante Garitti & Venere, 2009.

CP 4,7 cm

Nome(s) popular(es):

Piaba, piabinha.

Tamanho

Até 6,3 cm de comprimento padrão.

Alimentação

Principalmente fragmentos de folhas, flores, frutos e sementes, insetos aquáticos e terrestres e larvas de insetos aquáticos.

Nome Xavante:

Pe’auptabi

Dimorfismo sexual secundário

Sem traços óbvios; as fêmeas atingem maior porte que os machos.

Usos e importância da espécie

Potencial para aquariofilia; elo importante na cadeia alimentar dos ambientes onde vive.

Descrição da espécie

Corpo alto e comprimido lateralmente, recoberto por escamas ciclóides; boca terminal, com duas séries de dentes multicúspides no pré-maxilar e uma série no dentário; cinco dentes na série interna do pré-maxilar; linha lateral completa, 34 a 37 escamas (48 a 52 em A. elachylepis e Astyanax sp.1); 23 a 26 raios na nadadeira anal (26 a 35 em A. asuncionensis, 29 a 34 em Astyanax sp.1); nadadeira caudal nua. Mancha umeral vertical difusa ( horizontalmente ovalada em A. argyrimarginatus, A. asuncionensis e Astyanax sp.2); mancha negra nos raios caudais medianos. Espécie abundante no córrego Avoadeira, a montante da cachoeira Pé da Serra.

Referência:

Venere, Paulo Cesar; Garutti, Valdener.Peixes do Cerrado-Parque Estadual da Serra Azul-Rio Araguaia, MT. São Carlos: RiMa Editora, FAPEMAT, 2011.p.88.

Mergulhão

Nome da espécie, autor e ano

Nome(s) popular(es)

Mergulhão Caçador, Peca Parra.

História Natural

Ave aquática relativamente comum que pode ser encontrada em diversos corpos de água doce de diversos biomas, especialmente aqueles com superfície aberta e vegetação aquática nas margens. Se mantém a maior parte do tempo flutuando sobre a água ou descansando próximo a ela. Se alimenta de peixes, sapos e girinos, crustáceos, insetos (besouros, libélulas, percevejos) adultos ou em estado larval, e até cobras aquáticas. Caça fazendo mergulhos que podem durar até 40 segundos, mas também pode pegar as presas sobre a vegetação aquática ou no ar. Pode ser predado pelo Jacurutu e pelo Falcão Peregrino. Faz volumosos ninhos flutuantes sobre a vegetação aquática, com gravetos, capim e juncos, onde põe de 4 a 6 ovos esbranquiçados. Em áreas tropicais pode se reproduzir o ano todo, mas principalmente entre setembro e dezembro.

Descrição

Mede entre 30 e 38 cm. Possui coloração geral cinzenta escura uniforme, com topo da cabeça e dorso mais escuros e um anel branco ao redor do olho. Fora da estação reprodutiva apresenta tons pardos e mais claros, com garganta esbranquiçada. Na estação reprodutiva, a garganta fica preta e surge uma faixa vertical preta marcante no meio do bico branco azulado, bem característica.

Distribuição

Possui ampla distribuição pelas Américas, ocorrendo do extremo sudoeste do Canadá ao sul da Argentina, incluindo as ilhas caribenhas, o Havaí e as ilhas Galápagos. No Brasil é mais abundante nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, ocorrendo em todos os estados destas e do Centro-Oeste. Na região Norte é escasso, podendo ser encontrado em algumas regiões de RR, AP e PA.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), e suas populações se mostram estáveis (IUCN).

Referências

BirdLife International 2016. Podilymbus podiceps. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22696574A93571798. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22696574A93571798.en. Downloaded on 09 November 2019.

 

Fjeldsa, J. The Grebes. Oxford University Press, Oxford, New York. 2004.

 

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Llimona, F., del Hoyo, J., Christie, D.A., Jutglar, F. & Kirwan, G.M. (2019). Pied-billed Grebe (Podilymbus podiceps). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/52482 on 9 November 2019).

 

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Caraúna

Plegadis chihi (Vieillot, 1817)

Nome(s) popular(es)

Caraúna.

História Natural

Ave associada a ambientes alagados, pode ser encontrada próxima a corpos de água doce, como rios, lagoas, pântanos e brejos, inclusive campos de plantio irrigado, como de arroz. É típica dos Pampas, Pantanal, Chacos Bolivianos e outras áreas úmidas, e ocorre no Cerrado principalmente nas regiões próximas a esses biomas, em campos alagados, veredas, matas de galeria e matas ciliares. Vive em bandos e se reúne às margens de rios e lagos. Se alimenta pela água rasa, capturando vermes, aranhas, insetos aquáticos, peixes, moluscos e crustáceos. Se reproduz em colônias, juntamente com outras aves aquáticas, e pode fazer seu ninho em árvores e arbustos, com galhos e ramos, ou no chão com junco, capim e plantas aquáticas, onde põe de 3 a 4 ovos azul esverdeados. O casal choca os ovos e cuida dos filhotes juntos. Seus ovos e filhotes podem ser predados pelo Socó Dorminhoco, Jacurutu, gaviões (família Accipitridae) e Guaxinins.

Descrição

Mede entre 46 e 66 cm de comprimento. Possui uma coloração marrom avermelhado escuro, com tons metálicos roxos e esverdeados na cabeça, pescoço, e principalmente no dorso e na asa, que é bem esverdeada. Seu bico é longo e curvo, de cor pálida rosada, e as patas são cinza rosado. Seu olho é vermelho, e durante a estação reprodutiva apresenta a pele da face nua e vermelha, com uma linha branca rodeando a face.

Distribuição

Possui duas regiões de ocorrência, uma na América do Norte, indo do México ao Canadá, e outra na América do Sul, estando presente no Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Argentina e Chile, a oeste dos Andes. No Brasil ocorre principalmente nos estados do Sul, além de SP, MS, sul de MG e de MT.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerada ameaçada (ICMBio e IUCN), e suas populações parecem estar aumentando (IUCN).

Referências

BirdLife International 2016. Plegadis chihi. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22697426A93613243. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22697426A93613243.en. Downloaded on 10 December 2019.

 

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Wikiaves. (2018). Caraúna. 2018. Recuperado em 10 de dezembro, 2019, de https://www.wikiaves.com.br/wiki/carauna

Jacu de Barriga Castanha

Nome da espécie, autor e ano

Nome(s) popular(es)

Jacu de Barriga Castanha.

História Natural

Ave florestal rara e arredia, semi-endêmica (exclusiva) ao Cerrado, com algumas populações ocorrendo também no Pantanal. Pode ser encontrada em florestas alagadas, matas de galeria, matas secas e cerradões. Prefere matas densas, com muitas trepadeiras e copas fechadas. Ainda se sabe pouco sobre seu comportamento e ecologia. Costuma se manter nos estratos mais altos da mata, mas pode descer ao chão para buscar comida. Aparentemente herbívoro, se alimenta de frutos e flores, como as dos Ipês, da Tarumã e de cipós. Provavelmente se reproduz entre outubro e novembro.

Descrição

Mede entre 67 e 75 cm. Possui uma porção de pele nua flácida na garganta, de cor vermelho vivo, olho vermelho, sobrancelha clara, rosto cinza escuro. Pescoço e dorso marrom escuro com estrias brancas pelas bordas das penas. Peito, ventre e coxas acanelados, de um castanho mais avermelhado do que o do Jacupemba, e com estrias brancas mais destacadas que as deste.

Distribuição

Sua ocorrência é restrita ao Brasil central, sendo uma espécie endêmica (exclusiva) ao Brasil. Ocorre nos estados do MT, MS, GO, DF, MG e TO.

Conservação

Vulnerável: é considerado vulnerável (ICMBio e IUCN), com uma população máxima de 1700 indivíduos, que vem diminuindo. Suas principais ameaças e pressões são a caça, a destruição e degradação do Cerrado e a conversão de seu habitat. 

Referências

BirdLife International 2016. Penelope ochrogaster. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22678395A92772232. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22678395A92772232.en. Downloaded on 16 October 2019.

 

Chestnut-bellied Guan (Penelope ochrogaster), In Neotropical Birds Online (T. S. Schulenberg, Editor). Cornell Lab of Ornithology, Ithaca, NY, USA. retrieved from Neotropical Birds Online: https://neotropical.birds.cornell.edu/Species-Account/nb/species/chbgua1

 

del Hoyo, J. & Kirwan, G.M. (2019). Chestnut-bellied Guan (Penelope ochrogaster). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/53293 on 16 October 2019).

 

Frisch, J. D. & Frisch, C. D. Aves Brasileiras e as Plantas que as Atraem. 3ª Edição, 2005, 480 pg. Ilustrado e Colorido. Editora Dalgas Ecotec – Ecologia Técnica Ltda. São Paulo – SP, Brasil.

 

Gwynne, J. A., Ridgely, R. S., Argel, M., & Tudor, G. (2010). Guia Aves do Brasil: Pantanal e Cerrado. São Paulo: Horizonte.

 

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: ICMBio. 4162 p.

 

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume III – Aves. In: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. (Org.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: ICMBio. 709p. 

 

Silva, J. M. C. da (1995). Birds of the cerrado region, South America. Steenstrupia, 21(1), 69-92.


Wikiaves. Jacu-de-barriga-castanha. 2018. Disponível em: <https://www.wikiaves.com.br/wiki/jacu-de-barriga-castanha> Acesso em: 16 out. 2019.

Gavião Asa de Telha

Parabuteo unicinctus (Temminck, 1824)

Nome(s) popular(es)

Gavião Asa de Telha, Gavião de Asa Castanha.

História Natural

Gavião incomum típico de áreas abertas, habita campos, savanas, áreas de várzea e manguezais, além de pastagens, plantações e regiões áridas ou desérticas. Pode ser visto em matas próximas a campos. Também tem se tornado mais comum em áreas urbanas. É mais abundante na América do Norte. No Cerrado pode ser encontrado principalmente nos campos limpos, campos sujos, campos úmidos, cerrados ralos e cerrados típicos. Costuma planar alto, e se empoleira em árvores baixas. É uma ave bastante sociável, podendo ser visto planando, empoleirado ou caçando em pares ou grupos. Ao contrário da maioria dos outros gaviões (família Accipitridae), que possuem hábitos mais solitários, pode viver e até se reproduzir coletivamente, em grupos de até 7 indivíduos, porém esses hábitos variam de acordo com a região. Se alimenta principalmente de roedores, outros pequenos mamíferos, e aves, como o Quero Quero, a Maracanã Pequena, pombas (família Columbidae), codornas (família Tinamidae) e garças (família Ardeidae). Ocasionalmente também pode se alimentar de lagartos, grandes insetos e até morcegos. Caça dando rasantes rápidos pela vegetação rasteira para capturar suas presas, e pode planar alto sobre os campos para localizá-las. É um caçador astuto, e nas regiões onde vive de forma mais social pode usar diversas estratégias de caça em grupo, como ataques aéreos sucessivos, investidas simultâneas de várias direções ou até emboscadas, onde um indivíduo no solo espanta uma presa escondida enquanto o restante do grupo aguarda ao redor para atacar, dividindo a caça após capturá-la. Esse hábito de caçar em grupo o permite conseguir presas mais ágeis e difíceis, como lebres. Faz seus ninhos com gravetos no alto das árvores, pondo de 2 a 4 ovos.

Descrição

Mede entre 48 e 56 cm de comprimento. Sua coloração é castanho escuro, com uma larga mancha castanha avermelhada acima das asas, na região dos ombros, que se estende até a área interna delas. Suas coxas também são castanho avermelhado. Sua cauda é relativamente longa, com base e ponta brancas e uma larga faixa preta no meio. Seu olho é castanho, com a região entre ele e a base do bico amarelas, assim como as patas. A ponta de seu bico é cinza, com a extremidade negra.

Distribuição

Sua ocorrência é dispersa pelas Américas, com manchas distintas de distribuição. Ocorre no sudoeste dos Estados Unidos, México e norte da América Central. Na América do Sul está presente no extremo norte (Colômbia e Venezuela) e extremo oeste (Equador, Peru e Chile), assim como na porção central desta, abrangendo Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil. No Brasil está presente principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste, também ocorrendo no Centro-Oeste e Sul.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), e parece estar se adaptando gradativamente à urbanização e ao desmatamento, graça a sua preferência por áreas mais abertas.

Referências

BirdLife International. 2016. Parabuteo unicinctus. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22695838A93529685. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22695838A93529685.en. Downloaded on 27 June 2020.

 

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Figueroa, R. A., & González-Acuña, D. (2006). Prey of the Harris’s Hawk (Parabuteo unicinctus) in a suburban area of southern Chile. Journal of Raptor Research, 40(2), 164-168.

 

Gwynne, J. A., Ridgely, R. S., Argel, M., & Tudor, G. (2010). Guia Aves do Brasil: Pantanal e Cerrado. São Paulo: Horizonte.

 

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: ICMBio. 4162 p.

 

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Ortega-Álvarez, R. & Calderón-Parra, R. (2014) Hunting the unexpected: Harris’s Hawks (Parabuteo unicinctus) preying on bats in a Neotropical megacity. Revista Brasileira de Ornitologia, 22(3), 297-299.

 

Santander, F. J., Alvarado, S. A., Ramírez, P. A., & Figueroa, R. A. (2011). Prey of Harris’ Hawks (Parabuteo unicinctus) during autumn and winter in a coastal area of central Chile.. The Southwestern Naturalist, 40(2), 417-422.

 

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Aracuã do Pantanal

Ortalis canicollis (Wagler, 1830)

Nome(s) popular(es)

Aracuã do Pantanal, Charata, Aranquã, Araquã.

História Natural

É uma ave florestal comum, típica do Pantanal e outros biomas alagados, como os chacos Bolivianos. No Cerrado, ocorre nas áreas de transição e próximas ao Pantanal, e está associado a matas ciliares, matas de galeria, matas secas, veredas e cerradões. Vocaliza bastante, fazendo duetos com seu canto alto e áspero. Pode ser visto em bandos de até 30 indivíduos. Se mantém na copa das árvores, podendo descer ocasionalmente ao chão para buscar alimento. Onívoro, se alimenta principalmente de frutos, como os do Jenipapo, além de flores (como as dos Ipês), folhas, sementes e insetos, notoriamente lagartas. É um importante dispersor de sementes. Pode ser predado pelo Gavião Relógio. Se reproduz na estação chuvosa, entre outubro e fevereiro, fazendo ninhos no alto de árvores entre folhagens densas, usando gravetos e cipós. Põe cerca de 4 ovos, de cor alaranjada ou creme escuro.

Descrição

Mede entre 50 e 56 cm. Possui a pele da garganta nua e vermelha vivo, e a pele ao redor do olho também nua e avermelhada. Sua coloração geral é de um pardo escuro, acinzentado ou oliváceo, mais escuro na cabeça, dorso e cauda. O peito e barriga são pardo cinzento claro, com a porção traseira inferior da barriga castanho avermelhado.

Distribuição

Sua ocorrência está localizada na porção central da América do Sul, indo do norte da Argentina à Bolívia, incluindo também o Paraguai. No Brasil, ocorre basicamente nos estados do MT e MS.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), porém suas populações vêm diminuindo (IUCN).

Referências

BirdLife International 2016. Ortalis canicollis. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22678328A92768145. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22678328A92768145.en. Downloaded on 16 October 2019.

 

Carrara, L. A., et al. Nidificação do gavião-relógio Micrastur semitorquatus (Aves: Falconidae) no Pantanal Mato-grossense: dados biométricos, dieta dos ninhegos e disputa com araras. Revista Brasileira de Ornitologia 15(1): 85-93, 2007.

 

Caziani, S. M. & Protomastro, J. J. Diet of the Chaco Chachalaca. The Wilson Bulletin 106(4): 640-648, 1994.

 

Chaco Chachalaca (Ortalis canicollis), In Neotropical Birds Online (T. S. Schulenberg, Editor). Cornell Lab of Ornithology, Ithaca, NY, USA. retrieved from Neotropical Birds Online: https://neotropical.birds.cornell.edu/Species-Account/nb/species/chacha1

 

del Hoyo, J. & Kirwan, G.M. (2019). Chaco Chachalaca (Ortalis canicollis). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/53275 on 16 October 2019).

 

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: ICMBio. 4162 p.

 

Regusa-Netto, J. Ecologia alimentar do Aracuã-do-Pantanal (Ortalis canicollis) em uma floresta ripária no Pantanal Sul. Brazilian Journal of Biology 75(1): 49-57, 2015.

 

Silva, J. M. C. da (1995). Birds of the cerrado region, South America. Steenstrupia, 21(1), 69-92.


Wikiaves. Aracuã-do-pantanal. 2018. Disponível em: <https://www.wikiaves.com.br/wiki/aracua-do-pantanal> Acesso em: 16 out. 2019.

Uru

Odontophorus capueira (Gmelin,1789)

Nome(s) popular(es)

Uru, Uru Capoeira, Capoeira, Uru do Nordeste, Piruinha, Perdiz Uru.

História Natural

Ave rasteira localmente comum em florestas subtropicais do leste do Brasil, típica da Mata Atlântica, habitando o solo de matas densas ou de crescimento secundário. No Cerrado, pode ocorrer em matas de galeria, matas ciliares e matas secas próximas da Mata Atlântica ou em áreas de transição entre os dois biomas. Se alimenta principalmente de sementes, coquinhos e frutos caídos no chão, como os do Açaí (Euterpe edulis), Caruru-de-Cacho (Phytolacca decandra) e os pinhões da Araucária (Araucaria angustifolia), mas provavelmente também pode ingerir insetos. Podem ser predados pelo Gavião Relógio e o Gavião de Penacho. São aves sociais e territoriais, que vivem em bandos familiares de até 15 indivíduos e que defendem territórios. Cantam principalmente em duetos pela manhã, e costumam dormir no mesmo poleiro. Fazem ninhos no solo ou em pequenas cavidades, forrados com folhas secas e gravetos, onde põem cerca de cinco ovos. Podem aproveitar buracos escavados por Tatus para fazer seu ninho.

Descrição

Mede entre 24 e 29 cm. Possui pele nua laranja vivo ao redor do olho, com sobrancelha laranja claro que se estende até a nuca e topete marrom, que pode estar abaixado. Garganta, pescoço, peito e barriga cinzas, com o dorso marrom marcado com estrias claras e manchas escuras. O bico é curto, robusto e escuro, e as patas são cinzentas.

Distribuição

É encontrado principalmente na porção leste do Brasil, ocorrendo do CE ao norte do RS, presente também em MG, no extremo sul do GO e leste e sul do MS, além do sudeste do Paraguai e extremo nordeste da Argentina.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), mas suas populações mostram sinais de declínio (IUCN). Apesar disso, uma subespécie exclusiva do Nordeste brasileiro, Odontophorus capueira plumbeicollis, está classificada como criticamente ameaçada (ICMBio), com sua população atual estimada em no máximo 250 indivíduos e estando presente apenas na PA e CE, sendo a caça e perda de habitat extensivas suas principais ameaças.

Referências

BirdLife International 2016. Odontophorus capueira. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22679635A92822247. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22679635A92822247.en. Downloaded on 09 November 2019.

 

Carroll, J.P. & Kirwan, G.M. (2019). Spot-winged Wood-quail (Odontophorus capueira). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/53351 on 9 November 2019).

 

Frisch, J. D. & Frisch, C. D. AVES BRASILEIRAS e as Plantas que as Atraem. 3ª Edição, 2005, 480 pg. Ilustrado e Colorido. Editora Dalgas Ecotec – Ecologia Técnica Ltda. São Paulo – SP, Brasil.

 

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Marreca de Bico Roxo

Nomonyx dominicus (Linnaeus, 1766)

Nome(s) popular(es)

Marreca de Bico Roxo, Marreca Rã (RS), Marreca Tururu, Marrequinha.

História Natural

Ave aquática comum em brejos e lagoas cobertas com vegetação aquática abundante, no Cerrado pode ser encontrada em corpos d’água e campos alagados. É uma ave sociável, ocorrendo aos pares ou em grupos de até 20 indivíduos. Herbívoro, mergulha e nada para se alimentar de raízes e folhas de plantas aquáticas, além de sementes e gramíneas. Se reproduz em boa parte do ano, de outubro a agosto, fazendo ninhos na vegetação próxima ao corpo d’água, usando penas para forrá-lo. Os ovos são brancos. O macho auxilia pouco na incubação e cuidado dos filhotes.

Descrição

Pato pequeno que mede entre 30 e 36 cm. Machos e fêmeas são diferentes, mas ambos possuem caudas pretas, com penas pontudas e eretas. O macho possui bico azulado com ponta preta, face e testa pretas, nuca, pescoço e peito castanho avermelhado, com dorso e laterais castanhos com manchas pretas. A fêmea tem cor mais pálida, principalmente no rosto e garganta, com bico cinza escuro e duas faixas pretas bem distintas no rosto, uma abaixo e outra na altura do olho, além do topo da cabeça também escuro. O resto do corpo é marrom amarelado, com padrões barrados escuros, principalmente no dorso.

Distribuição

Sua distribuição é ampla nas Américas, ocorrendo desde o extremo sul dos Estados Unidos e as ilhas caribenhas até o nordeste da Argentina. No Brasil está presente em praticamente todos os estados, sendo menos abundante na região amazônica.

Conservação

Pouco preocupante: é considerado não ameaçado (ICMBio e IUCN), porém suas populações vêm diminuindo (IUCN).

Referências

BirdLife International 2016. Nomonyx dominicus. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22679789A92830407. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22679789A92830407.en. Downloaded on 16 October 2019.

 

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