Poptella compressa (Günther, 1864).(Piaba)

Poptella compressa (Günther, 1864).

CP 5 cm

Nome(s) popular(es):

Piaba.

Tamanho

Até 6,8 mm de comprimento padrão.

Alimentação

Principalmente insetos e sementes.

Nome Xavante:

Pe’atetere.

Dimorfismo sexual secundário

Os machos maduros apresentam ganchos na nadadeira anal, i.e., as nadadeiras tornam-se ásperas, é carater transitório.

Usos e importância da espécie

Elo importante na cadeia alimentar dos ambientes onde vive.

Descrição da espécie

Corpo ovalado muito alto (50,6 a 61,7 % do comprimento padrão), muito comprimido, recoberto por escamas ciclóides; espinho pré-dorsal; boca terminal; pré-maxilar com duas séries de dentes, a externa 4 dentes, interna 5; linha lateral completa, 35-36 escamas; 28 a 34 raios ramificados na anal; caudal recoberta por pequenas escamas. Corpo prateado, uniforme, faixa prateada no flanco Espécie pouco freqüente nos riachos e córregos do PESA, mas abundante nos cursos inferiores em períodos de águas altas.

Referência:

Venere, Paulo Cesar; Garutti, Valdener.Peixes do Cerrado-Parque Estadual da Serra Azul-Rio Araguaia, MT. São Carlos: RiMa Editora, FAPEMAT, 2011.p.76.

Phenacogaster sp

Phenacogaster sp.

CP 3,1 cm

Nome(s) popular(es):

Piaba, piabinha.

Tamanho

até 5,1 cm de comprimento padrão.

Alimentação

Omnívoros, principalmente insetos e pedaços de folhas e frutos.

Nome Xavante:


Pe’a po’redza’õnõ.

Dimorfismo sexual secundário

Material insuficiente para exames deste caráter. 

Usos e importância da espécie

Potencial para aquariofilia; elo importante na cadeia alimentar dos ambientes onde se encontra. 

Descrição da espécie

Corpo com perfil dorsal moderadamente elevado, revestido por escamas pequenas, ciclóides; pseudotímpano presente; boca terminal; fileira única de dentes no dentário e duas séries no pré-maxilar; maxilar com muitos dentes; origem da anal atrás da origem da dorsal; linha lateral completa, 37-39 escamas; Mancha umeral negra mais ou menos arredondada mais próxima do pseudotímpano do que da origem da nadadeira dorsal; mácula grande no pedúnculo caudal e na base da caudal, estendida até a extremidade dos raios caudais medianos; lobos da calda, anal, dorsal, e adiposa avermelhados. Espécies poucos frequentes em riachos e córregos do PESA e comum, mas não abundante, nas lagoas marginais.

Referência:

Venere, Paulo Cesar; Garutti, Valdener. Peixes do Cerrado-Parque Estadual da Serra Azul-Rio Araguaia, MT. São Carlos: RiMa Editora, FAPEMAT, 2011.p.74.

 

Roeboides microlepis (Reinhardt, 1851)

Roeboides microlepis (Reinhardt, 1851).

CP 8,1 cm

Nome(s) popular(es):

Piaba bocuda.

Tamanho

Até 16,7 cm de comprimento padrão.

Alimentação

Lepidófaga. i.e., comedora de escamas, que retira de outros peixes.

Nome Xavante:

Pe’atöire.

Dimorfismo sexual secundário

Não detectado no material amostrado e, aparentemente não existe.

Usos e importância da espécie

Consumida como alimento; potencial para a aquariofilia; elo importante na cadeia alimentar de peixes maiores.

Descrição da espécie

Corpo com perfil dorsal moderadamente elevado, com gibosidade, comprimido; escamas pequenas, ciclóides; origem da anal à frente da origem da dorsal; boca terminal; fenda bucal oblíqua, grande, sem dentes no palato; dentes nas maxilas e dentes localizados fora da boca; linha lateral completa, 66-99 escamas, anal longa, 42-55 raios. Crpo prateado; mácula umeral negra algo trapezional. Espécie pouco frequente nos riachos e córregos do PESA, mas comum nas lagoas marginais.

Referência:

Venere, Paulo Cesar; Garutti, Valdener.Peixes do Cerrado-Parque Estadual da Serra Azul-Rio Araguaia, MT. São Carlos: RiMa Editora, FAPEMAT, 2011.p.75.

Caminho de Cora Coralina

Caminho de Cora Coralina

O Caminho de Cora Coralina é uma trilha de 300 quilômetros que liga Corumbá à cidade de Goiás, passando pelos municípios de Cocalzinho de Goiás, Pirenópolis São Francisco de Goiás, Jaraguá, Itaguari e Itaberaí, além de oito povoados.

O Certificado do Peregrino está disponível nas versões digital e física. O Passaporte do Peregrino foi lançado em 2019 e identifica o viajante que percorre o Caminho de Cora Coralina, a pé ou de bicicleta. É um registro exclusivo da experiência do viajante pela única trilha de poesias do mundo. O excursionista que apresentar o documento preenchido pelos associados dos lugares por onde passou, ao final da jornada será contemplado com o Certificado oficial.

 

Regras do passaporte:

– O passaporte deverá ser carimbado nos pontos de carimbo informados no site.
– Para recebimento do certificado de conclusão é necessário ter ao menos:
1 carimbo por cidade
1 carimbo por povoado
1 carimbo do Museu Casa de Cora Coralina

– A retirada do certificado será apenas por meio digital conforme instruções no site.
– Passaportes não preenchidos e/ou assinados não serão certificados.

O passaporte é individual e é cobrado uma taxa de manutenção: R$35,00.

 

 

Para a definição do traçado tomou-se como principais fontes documentais o relato de viagem “A Jornada a Goiás de Luís da Cunha Menezes, desde Salvador, em 1778”, quando este veio empossar-se no Governo da Capitania de Goiás; os livros “Viagem à Província de Goiás” e “Viagem ao Interior do Brasil” dos naturalistas Auguste de Saint’Hilaire e Johan Emanuel Pohl respectivamente, que passaram por esses caminhos entre 1818 e 1821; “Viagem às Terras Goyanas”, de Oscar Leal, extraordinário relato escrito nos anos 1880; e o “Relatório Cruls” – Relatório da Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil que explorou, entre 1892 e 1893, uma ampla região do entorno do Distrito Federal para definir a localização da nova Capital do Brasil.

 

Foi, também, de fundamental importância para a definição do traçado as informações obtidas de moradores locais que, em alguns casos, acompanharam a equipe de pesquisa de campo nas expedições exploratórias em busca de locais citados nos documentos, ou em longos bate-papos onde a tradição oral difundia fatos e feitos ocorridos na região.

 

 

 

Cora Coralina – Musa do Cerrado

 

 

Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nasceu a 20 de agosto de 1889, na cidade de Goiás, antiga capital do Estado. Aos 14 anos de idade criou o pseudônimo Cora Coralina, que segundo a autora significa “coração vermelho”. Em 1911 ao lado de seu futuro marido, Cantidio Tolentino de Figueiredo Bretas, deixou para trás família e a sua Goiás natal para viver em São Paulo. Teve 6 filhos e passou 45 anos de sua vida fora. Retorna a antiga Vila Boa em 1956, em busca de suas raízes ancestrais. Publica o seu primeiro livro “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias mais”, aos 76 anos de idade. Mais tarde, dois livros publicados: “Meu Livro de Cordel” e “Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha”. Após sua morte em 10 de abril de 1985, foram lançadas mais 13 obras.

 

Cora Coralina, “professora de existência” na voz de Oswaldino Marques, desafiou o tempo, marcando-o com sua grandeza, sua alma aliada de poeta, vivendo o presente, mas de olho no futuro. Dona de uma das líricas singulares da literatura brasileira, de um estilo reconhecível, absolutamente seu.

 

Cora Coralina é aquela que busca, na intimidade do Ser, o substrato da vida e sensível colhe como matéria poética, as mazelas do mundo os tipos inúteis que vivem à margem da sociedade, colocando-se ao mesmo nível deles. É a porta da terra, do telúrico, do social, é a musa do cerrado.

 

 

“Quando semeio meus versos
não sinto o mundo rolando
perdida no meu sonhar
nos caminhos que tracei”.

 

Museu Casa de Cora Coralina – Goiás – GO

 

 

 

Lançamento do documentário “Fé de Francisca”

Lançamento do documentário "Fé de Francisca"

Com 107 anos, nascida em Chapada dos Guimarães, a Vó Francisca é uma das 55 personalidades homenageadas por meio do edital “Conexão Mestre da Cultura” pelo reconhecido trabalho na cura pela fé e pelas plantas do cerrado-MT.
Selecionado em primeiro lugar, o projeto “Fé de Francisca” foi idealizado pelo fotógrafo e diretor audiovisual Henrique Santian, que acompanha há anos a relevância do trabalho desenvolvido pela vó Francisca na região de Chapada dos Guimarães. Descendente de quilombola e mãe de 12 filhos, além de benzedeira, Francisca foi parteira por boa parte da vida.

Lançamento no dia 21/04/2021.

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Sapajus nigritus (Macaco-prego-preto)

Sapajus nigritus, (Goldfuss, 1809)

Nome(s) popular(es):

Macaco-prego-preto, mico-preto.

Características físicas:

Os Sapajus nigritus possuem o corpo marrom ou cinza muito escuro, sem faixa dorsal evidente. Os membros desses animais são mais escuros que o corpo e as parte ventrais tendem a ser mais avermelhadas. O rosto contrasta com o resto do corpo, pois apresenta as áreas superciliares e as bochechas esbranquiçadas. Quando adultos, esses animais possuem tufos proeminentes que podem ser erguidos ou direcionados para os lados ou para frente. Os machos da espécie são maiores que as fêmeas e medem entre 40 e 56 cm de comprimento, enquanto as fêmeas chegam aos 48 cm. O peso dos macacos-prego-preto varia entre 2,3 a 4,0 kg.

Ecologia:

Os macacos-prego-preto vivem em grupos sociais compostos por 11 a 23 indivíduos, onde a quantidade de fêmeas no grupo é maior do que a de machos. Os machos geralmente se dispersam do grupo natal e as fêmeas são filopátricas. Assim como as demais espécies do gênero, os S. nigritus são flexíveis e adaptáveis a diferentes ambientes e por isso, são amplamente distribuídos. Ocorrem em um grande número de habitats florestais, desde florestas de galeria a áreas de florestas secundárias, sendo tolerantes às alterações ambientais. Apresentam uma dieta composta por uma grande variedade de plantas, frutos, sementes, artrópodes, sapos, ovos e até mesmo pequenos mamíferos. Além disso, esses animais apresentam capacidade manipulativa que lhes permitem utilizar ferramentas para ter acesso a alimentos de difícil acesso como castanhas e larvas.

Distribuição geográfica:

A espécie é endêmica do Brasil, estando presente nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, onde é residente e nativo. Também se encontra nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A espécie é encontrada em região de transição de Cerrado-Mata Atlântica na região da Serra do Espinhaço em Minas Gerais.

Status de conservação e Ameaças:

Quase ameaçada (NT): essa classificação indica que a espécie provavelmente será inserida em alguma categoria de ameaça de extinção da lista vermelha da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) em um futuro próximo. As populações encontram-se em redução populacional próxima aos 30% considerando três gerações, as principais ameaças a espécie se referem à perda e fragmentação de habitat devido à expansão urbana e aumento das matrizes rodoviária e energética, atividades agropecuárias, além dos casos de hibridização, predação por espécie exótica, caça e apanha.

Referências:

Fragaszy, D.M.; VisalberghiI, E. & Fededigan, L. (2004). The Complete Capuchin: The Biology of the Genus Cebus. Cambridge University Press. 356p.

 

Martins, J.N., dos Santos, M., Lynch Alfaro, J., Martins, W.P., Ludwig, G., Melo, F., Miranda, J., Alonso, A.C. & Rímoli, J. (2019). Sapajus nigritus. The IUCN Red List of Threatened Species. Acesso em 28 de janeiro de 2021. Disponível em http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2019-3.RLTS.T136717A70614508.en

 

Martins W. P., Miranda,, J. M. D., Alfaro, J. W. L., Alonso, A. C., Ludwig, G., & Martins, J. N. (2015). Avaliação do Risco de Extinção de Sapajus nigritus nigritus (Goldfuss, 1809) no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio.  Acesso em 28 de janeiro de 2021. Disponível em http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/estado-de-conservacao/7277-mamiferos-sapajus-nigritus-nigritus-macaco-prego.html

Sapajus xanthosternos (Macaco-prego-do-peito-amarelo)

Sapajus xanthosternos, (Wied-Neuwied, 1826)

Nome(s) popular(es):

Macaco-prego-do-peito-amarelo.

Características físicas:

O tamanho total da cabeça e do corpo equivale a 46,5 cm em ambos os sexos, assim como o tamanho da cauda com 87 cm. Já o peso pode variar entre 1,37 a 3,4 Kg nas fêmeas e 1,3 a 4,8 Kg nos machos. Destacam-se pela coloração da região ventral e do peito que geralmente é avermelhada e amarela, porém, diferencia-se de outras espécies do gênero Sapajus por não possuírem tufos aparentes.

Ecologia:

Os Sapajus xanthosternos (macaco-prego-do-peito-amarelo), é uma espécie endêmica ao Brasil que ocorre em Minas Gerais, Bahia e Sergipe. Os grupos dessa espécie podem ser de 9 a 27 indivíduos, apresentando um sistema de acasalamento poligâmico. A dieta desses animais é bastante generalista, sua alimentação é classificada como onívora, dessa forma, devido seu aparelho digestivo, os Sapajus são adaptados a ingerirem diversos alimentos. Portanto, sua dieta é composta por frutas, folhas, sementes, raízes, grãos, ovos de pássaros, insetos e pequenos roedores.

Distribuição geográfica:

É endêmico ao Brasil, ou seja, restrito a essa região geográfica, sendo encontrado na Bahia, Minas Gerais e Sergipe. Ocorrendo em florestas ombrófila densa, submontanha, mangue, florestas semidecídua em áreas de cerrado e caatinga arbórea e arbustiva.

Status de conservação e Ameaças:

Criticamente em Perigo (EN): essa classificação é devido ao exagerado declínio populacional. As ameaças para essa espécie continuam constantes, sendo causadas principalmente pelo Homem, sendo as seguintes: perda, fragmentação, desconexão de habitat, assentamentos rurais, agricultura, pecuária, incêndios e caça (ICMBio).

Referências:

Canale, G. R.; Alonso, A. C.; Martins, W. P. 2015. Avaliação do Risco de Extinção de Sapajus xanthosternos (Wied-Neuwied 1826) no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio.

Sapajus libidinosus (Macaco-prego-amarelo)

Sapajus libidinosus, (Spix, 1823)

Nome(s) popular(es):

Macaco-prego-amarelo; macaco-prego.

Características físicas:

Os tufos ou topete, típicos do gênero, estão localizados na região superior da cabeça e têm coloração negra. O pescoço é envolto de pelos vermelho-alaranjados e possui uma faixa pré-auricular marrom-escuro que separa a parte que cobre a cabeça. Dependendo da região, a coloração do corpo pode variar, mas em geral, é amarelada e os membros possuem coloração escura, tendendo ao preto. A lateral das coxas e a região inferior das costas é marrom-acinzentado. O pincel caudal é negro.

 

A média do peso corporal é de 2,9 kg, sendo que o macho adulto pode chegar a 3,5 kg. O comprimento corporal é de 41,5 cm e o caudal, 43,5 cm.

Ecologia:

O Sapajus libidinosus vive em grupos de aproximadamente dez indivíduos, mas já foram registrados grupos de até 50. Apesar de serem animais arborícolas, frequentemente são vistos andando no solo das florestas. Típico do gênero, o uso de ferramentas é bastante comum e faz desses primatas peculiares, uma vez que essa estratégia é rara entre os primatas Neotropicais. O uso dessas ferramentas proporciona uma variedade de alimentos diferentes que outros primatas não têm acesso, como frutos envoltos por um exocarpo duro (e.g.: coco) e crustáceos. 

 

Sua alimentação é bastante diversa, variando de flores, folhas, sementes, brotos, frutos, ovos de pássaros, insetos até pequenos vertebrados como roedores e calangos.

 

O período de gestação das fêmeas é de aproximadamente 170 dias e nasce somente um filhote por vez. O intervalo médio entre as gestações é de 22 meses e, geralmente, o filhote nasce em épocas de maior abundância de recursos alimentares.

Distribuição geográfica:

Endêmico ao Brasil, o Sapajus libidinosus (macaco-prego-amarelo) habita os estados do Ceará, Bahia, Alagoas, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Tocantins, Paraíba, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e o Distrito Federal. A extensão da área de ocorrência da espécie é estimada em 20.000 km² e seu home range ultrapassa os 2.000 km². Ocupam ambientes com vegetações típicas de Cerrado e Caatinga, de florestas ripárias a formações arbóreas e arbustivas. Também podem ser encontrados em manguezais e não são restritos às florestas primárias.

Status de conservação e Ameaças:

“Pouco preocupante” (LC): de acordo com a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza). Assim como a maioria dos primatas, o táxon em questão sofre com as ameaças das queimadas, agricultura, expansão urbana, pecuária, desmatamento, fragmentação de habitat, caça, epidemias, entre outros. Segundo o IBGE (2012), cerca de 50% das áreas dos biomas Caatinga e Cerrado foram desmatadas, locais onde esta espécie ocupa. Outra ameaça preocupante é o tráfico ilegal desta espécie, visto que o número de espécimes que chegam ao CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres) é bastante elevado.

Referências:

Dos Reis, N. R., Peracchi, A. L., Batista, C. B., & Rosa, G. L. M. (Eds.). (2015). Primatas do Brasil: Guia de campo. TB, Technical Books Editora.

 

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Indicadores de desenvolvimento sustentáveis. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Geociências, Rio de Janeiro. 350p.

 

IUCN/SSC Neotropical Primates Species Assessment Workshop (Red List). (2007). Oficina realizada em novembro de 2007 em Orlando, Florida, Estados Unidos.

 

Fleagle, J. G. (1988). Primate, Adaptation and Evolution. Academic Press. 500p.

 

Fragaszy, D.M.; Visalberghi, E. & Fedigan, L. (2004). The Complete Capuchin: The Biology of the Genus Cebus. Cambridge University Press. 356p.

 

Levacov, D.; Jerusalinsky, L. & Fialho, M.S. (2011). Levantamento dos primatas recebidos em Centros de Triagem e sua relação com o tráfico de animais silvestres no Brasil. A Primatologia no Brasil, 11: 281-305.

 

Machado, R.B.; Ramos Neto, M.B.; Pereira, P.G.P.; Caldas, E.F.; Gonçalves, D.A.; Santos, N.S.; Tabor, K. & Steininger, M. 2002. Estimativas de perda da área do Cerrado brasileiro. Relatório técnico não publicado. Conservação Internacional, Brasília, DF. 23p.

 

Mannu, M. & Ottoni, E.B. (2009). The enhanced tool kit of two groups of wild bearded capuchin monkeys in the Caatinga: tool making, associative use, and secondary tools. American Journal of Primatolology, 71: 242-251.

Sapajus cay (Macaco-prego-de-Azara)

Sapajus cay, (Illiger, 1815)

Nome(s) popular(es):

Macaco-prego-de-Azara; macaco-prego.

Características físicas:

Possui dois, muitas vezes discretos, tufos de pelos (topetes) na parte superior da cabeça com variação de coloração entre o marrom-claro e escuro. Região dorsal, pescoço e primeiro terço das costas mais escuro que o restante do corpo. Os olhos, nariz e boca são cingidos de pelos brancos, enquanto a região da face estendida das orelhas até o queixo possui uma linha lateral escura. A parte superior dos braços, coxas e lombo são marrom-acinzentados e a região-ventral é amarelo-alaranjada. Para contrastar, as mãos, pés e antebraços são negros. Por fim, os tufos de pelos na região terminal da cauda (pincel caudal) são de coloração marrom-escuro.

 

Os machos são somente 7% mais pesados que as fêmeas, nas quais pesam, em média, 2,9 kg. Possuem aproximadamente 39,5 cm de comprimento corporal e 42,5 cm de comprimento caudal.

Ecologia:

Organizam-se em grupos com menos de 30 indivíduos e, praticamente, não possuem dimorfismo sexual. Têm uma gestação de aproximadamente 170 dias com nascimento de um único filhote. Sapajus cay é reconhecido pela sua plasticidade comportamental, capaz de sobreviver em áreas modificadas pelo ser humano. Possuem uma alimentação oportunista e grandes habilidades manipulativas como o uso de proto-instrumentos e ferramentas. Sua dieta consiste em frutos, insetos, brotos, néctar, flores, pequenos vertebrados e até pequenos roedores.

Distribuição geográfica:

O Sapajus cay (macaco-prego-de-Azara) é uma espécie de macaco-prego que ocorre desde o sul do Mato Grosso do Sul até o sudeste de Goiás. Também podem ser encontrados fora do Brasil (Argentina, Bolívia e Paraguai), ou seja, não são endêmicos do Brasil. São encontrados em florestas semidecíduas, úmidas, no Pantanal e no Cerrado. Estima-se que a área de ocorrência da espécie seja de 123.615,35 km² e sua área de ocupação (home range) ultrapasse os 2.000 km².

Status de conservação e Ameaças:

“Pouco preocupante” (LC): de acordo com a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza). Porém, o avanço da agricultura, pecuária, expansão urbana, desmatamento, redução de habitat, poluição, caça, incêndios, entre outros, têm contribuído para a redução da população total da espécie.

Referências:

Cazzadore, K.C. (2007). Estudo do Comportamento Alimentar e de Forrageio de um Grupo de Macacos-Prego (Cebus apella) no Parque Estadual Matas do Segredo, Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Universidade Católica Dom Bosco.

 

Coimbra-Filho, A.F. (1986). O macaco-prego-de-peito-amarelo, Cebus apella xanthosternos (Wied, 1820). Informativo FBCN, 10 (4): 3.

 

Dos Reis, N. R., Peracchi, A. L., Batista, C. B., & Rosa, G. L. M. (Eds.). (2015). Primatas do Brasil: Guia de campo. TB, Technical Books Editora.

 

Ferrari, S. F. & Lopes, M. A. (1995). A rejeição de frutos de macacos-pregos (Cebus apella) durante a predação de semente de Cariniana isto f (Lecythidaceae): Comportamento de Forragemento Subótimo ou apenas “Esbanjador”. P. 59. In: VII Congresso Brasileiro de Primatologia, Natal, Rio Grande do Norte. Resumo C23.

 

Fleagle, J. G. (1988). Primate, Adaptation and Evolution. Academic Press. 500p.

Fragaszy, D.M.; VisalberghiI, E. & Fededigan, L. (2004). The Complete Capuchin: The Biology of the Genus Cebus. Cambridge University Press. 356p.

 

IUCN/SSC Neotropical Primates Species Assessment Workshop (Red List). (2007). Oficina realizada em novembro de 2007 em Orlando, Florida, Estados Unidos.

 

Wallace, R.B. (2008). Cebus cay. In: IUCN Red isto f Threatened Species, Version 2011.2. Disponível em www.iucnredlist.org. Acessada em 20/12/2020.

Callithrix geoffroyi (Sagui-da-cara-branca)

Callithrix geoffroyi, (Humboldt, 1812)

Nome(s) popular(es):

Sagui-da-cara-branca.

Características físicas:

O Callithrix geoffroyi é caracterizado pelos volumosos e longos tufos auriculares pretos, a face clara e a cabeça inteiramente branca. A pelagem é inteiramente negra na região anterior do manto e apresenta faixas medianas alaranjadas na região posterior. É uma das maiores espécies do grupo dos Callithrix, na relação peso corporal médio e tamanho, podendo atingir mais de 20 cm de altura e o peso varia entre 300 a 450 gramas.

Ecologia:

Assim como os demais saguis, o Callithrix geoffroyi parece ser flexível e tolerante a vários tipos de ambientes. Habitam pequenas florestas e matas de galeria da Mata Atlântica e formações vegetais na Caatinga e Cerrado. São insetívoros, frugívoros e exsudívoros, podendo consumir pequenos vertebrados de forma oportunista.

 

Os saguis são uma espécie arborícola, diurna e estão mais ativos nas primeiras horas do dia. Vivem em pequenos grupos de 2 a 13 indivíduos. Apresentam um grande repertório de vocalizações para se comunicarem e a catação é uma das principais atividades sociais desses animais, que auxilia na retirada de parasitas do pelo e atua na criação e manutenção de laços afetivos.

Distribuição geográfica:

O Callithrix geoffroyi é endêmico da Mata Atlântica, mas há registros de ocorrências no Cerrado em áreas não habitadas por C. penicillata ou em transição de vegetação de Cerrado-Mata Atlântica ou Cerrado-Caatinga. Esses animais estão presentes nos estados da Bahia, Espírito Santo, Nordeste de Minas Gerais como residente e nativo e em Santa Catarina onde foi introduzido.

Status de conservação e Ameaças:

Menos preocupante (LC): a espécie não se encontra inserida em nenhuma categoria de ameaça de extinção de acordo com a lista vermelha da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza). As ameaças identificadas para a espécie se referem à redução e fragmentação do seu habitat natural devido aos assentamentos rurais, atividades de agropecuária e silvicultura. Embora esses fatores tenham influência no declínio populacional, não comprometem a população como um todo.

Referências:

Rylands, A.B. & Mendes, S.L. (2018). Callithrix geoffroyi. The IUCN Red List of Threatened Species. Acesso em 27 de janeiro de 2021. Disponível em https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-2.RLTS.T3572A17936610.en

 

Hannibal, W., Renon, P., Figueiredo, V. V., Oliveira, R. F., Moreno, A. E. & Martinez, R. A. (2019). Trends and biases in scientific literature about marmosets, genus Callithrix (Primates, Callithichidae: biodiversity and conservation perspectives. Neotropical Biology and Conservation, 14(4), 529 – 538. https://doi.org/10.3897/neotropical.14.e49077

 

Malukiewicz, J., Boere, V., Oliveira, M. A. B., D’Arc, M., Ferreira, J. V. A., French, J., Houman, G., Souza, C. A. I., Jerusalinsky, L., Melo, F. R., Valença-Montenegro, M. M., Moreira, S. B., Silva, I. O., Pacheco, F. S., Rogers, J., Pissinatti, A., del Rosario, R., Ross, C., R. Ruiz-Miranda, C. R., … Tardif, S. (2020). An Introduction to the Callithrix Genus and Overview of Recent Advances in Marmoset Research. Preprints. https://doi.org/10.20944/preprints202011.0256.v1

 

Pereira, D. G. (2015). Avaliação do Risco de Extinção de Callithrix geoffroyi (É. Geoffroy in Humboldt, 1812) no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio. Acesso em 27 de janeiro de 2021. Disponível em  http://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7203-mamiferos-callithrix-geoffroyi-sagui-da-cara-branca

 

Silva, F. F. R., Malukiewicz, J., Silva, L. C., Carvalho, R. S., Ruiz-Miranda, C. R., Coelho, F. A. S., Figueira, M. P., Boere, V. & Silva, I. O. (2018). A survey of wild and introduced marmosets (Callithrix: Callitrichidae) in the southern and eastern portions of the state of Minas Gerais, Brazil. Primate Conservation, 32, 1 – 18.