Gavião Bombachinha Grande

Accipiter bicolor (Vieillot, 1817)

Nome(s) popular(es)

Gavião Bombachinha Grande, Gavião Bicolor, Gavião Caçador, Tauató Caçador.

História Natural

Gavião florestal incomum e de comportamento esquivo, é de difícil observação. Habita diversos tipos de formações florestais, desde matas mais densas até áreas com vegetação mais esparsa. No Cerrado pode ser visto em matas de galeria, matas ciliares, matas secas, cerradões e cerrados mais densos. Costuma ficar muito tempo empoleirado na copa da mata, raramente planando acima da floresta ou ficando em um galho exposto, porém ocasionalmente pode ser visto voando não muito alto indo de uma mata a outra, ou até caçando em áreas urbanas. Predador astuto, se alimenta principalmente de aves, tanto arbóreas quanto terrestres, porém pode ser um tanto oportunista. Costuma aguardar em um galho até que uma presa apareça para então investir. Caça pombas (família Columbidae), sabiás (família Turdidae), inhambus (família Tinamidae), saracuras (família Rallidae), chocas (família Thamnophilidae), e até araçaris (família Ramphastidae). Eventualmente também preda lagartos, morcegos, pequenos roedores e insetos. Pode seguir formigas de correição, interessado nas outras aves que também seguem as formigas para se aproveitar de suas presas. Já foi visto seguindo grupos de Macacos Prego para capturar os insetos espantados pelos primatas, além de também já ter sido registrado tentando atacar Macacos de Cheiro e Saguis. Faz seus ninhos com gravetos e ramos na copa das árvores, onde põe de 1 a 4 ovos. A fêmea incuba os ovos e os filhotes enquanto o macho traz alimento.

Descrição

Mede de 33 a 46 cm de comprimento, sendo que as fêmeas são maiores. Possui uma coloração cinzenta, com o topo da cabeça, costas e dorso das asas de um cinza mais escuro. O interior das asas e as coxa são castanho avermelhado, e alguns indivíduos podem ter a barriga levemente alaranjada também. A cauda é negra e possui quatro barras mais claras, embora a primeira costume ficar oculta. Seu olho, base do bico e patas são amarelos. A ausência de uma estria preta na garganta ajuda a diferenciá-lo do Gavião Bombachinha, que possui a estria.

Distribuição

Possui uma ampla distribuição pela América do Sul e Central, que se estende do México ao norte da Argentina, incluindo todos os países intermediários, e com uma mancha de ocorrência no extremo sudeste da América do Sul, no Chile e Argentina. No Brasil está presente em todo o território.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN).

Referências

Bierregaard, R. O., G. M. Kirwan, P. F. D. Boesman, and J. S. Marks (2020). Bicolored Hawk (Accipiter bicolor), version 1.0. In Birds of the World (J. del Hoyo, A. Elliott, J. Sargatal, D. A. Christie, and E. de Juana, Editors). Cornell Lab of Ornithology, Ithaca, NY, USA. https://doi.org/10.2173/bow.bichaw1.01

 

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Gavião Peneira

Elanus leucurus (Vieillot, 1818)

Nome(s) popular(es)

Gavião Peneira, Gavião Peneirador, Peneira, Peneireiro Cinzento.

História Natural

Ave rapinante relativamente comum, habita áreas mais abertas e savânicas, além de ambientes florestais permeados por campos ou vegetação esparsa. Costuma ficar empoleirado em um galho alto e exposto, que lhe conceda uma boa visão da área. É bem típico do Cerrado, Caatinga, Pampas, Chacos Bolivianos e os Llanos Venezuelanos. Pode frequentar áreas urbanas, e é uma das poucas espécies beneficiadas pela conversão de florestas em áreas de agropecuária, graças à sua preferência por vegetações mais abertas e pela abundância de suas presas nessas áreas rurais. No Cerrado pode ser encontrado nos cerradões, cerrados típicos, veredas, nos campos sujos ou sobrevoando os campos limpos, além das margens de formações florestais, como as matas de galerias e as matas ciliares. Sua preferência pelas áreas abertas está relacionada com sua estratégia de caça, que também lhe dá seu nome: vasculha os campos com sua visão aguçada enquanto plana a uma altura de cerca de 30 metros, procurando pequenos mamíferos, especialmente roedores, principal item de sua dieta, e paira parado no ar enquanto bate as asas rapidamente acima do corpo (“peneirar”) para melhor localizar sua presa. Ao encontrar uma mergulha, em sua direção e a captura com as patas. Ocasionalmente também pode se alimentar de lagartos, pequenas aves, anfíbios e insetos. Durante a época reprodutiva o casal estabelece um território grande o suficiente para provê-los com as presas necessárias para criar sua ninhada, que com 3 a 5 ovos, é maior do que a da maioria dos outros gaviões (família Accipitridae). Costumam aproveitar ninhos abandonados por outras aves no topo das árvores, o forrando com capim seco. A fêmea incuba os ovos e os filhotes enquanto o macho traz alimento para todos. Juntamente com a Suindara, é um predador eficiente do Rato Doméstico, espécie exótica invasora e vetor da Hantavirose, contribuindo para o controle de suas populações.

Descrição

Mede entre 35 e 43 cm de comprimento. Sua cor é quase totalmente branca, com exceção das costas e dorso das asas, que são de um cinza claro, e da mancha negra sobre cada asa, na região dos ombros. Por baixo, possui manchas negras no centro das asas, assim como as penas da ponta dessas mais escuras, visíveis quando em voo. Seu olho é vermelho, com uma mancha negra entre ele e o bico. A ponta do bico é negra e a base é amarela, assim como as patas. Graças ao branco bem uniforme de sua coloração, é facilmente reconhecível.

Distribuição

Possui uma distribuição ampla e dispersa pelas Américas, ocorrendo do oeste dos Estados Unidos até o centro do Chile (a oeste dos Andes) e da Argentina. No Brasil está presente em quase todo território, com possível exceção do AC e AM, sendo incomum na região amazônica no geral.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), e suas populações aparentam estarem aumentando (IUCN), principalmente devido ao processo de conversão de áreas florestais nativas em pastos e produções agrícolas, sendo uma das poucas espécies beneficiadas por esse processo graças à sua preferência por habitats abertos.

Referências

Bierregaard, R.O., Jr, Marks, J.S., Boesman, P. & Kirwan, G.M. (2020). White-tailed Kite (Elanus leucurus). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/52968 on 30 April 2020). 

 

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Wikiaves. (2018). Gavião-peneira. Recuperado em 30 de abril, 2020, de https://www.wikiaves.com.br/wiki/gaviao-peneira

Gaviãozinho

Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825

Nome(s) popular(es)

Gaviãozinho, Cri Cri (Pantanal do MT).

História Natural

Ave de rapina relativamente incomum, típica de áreas mais abertas e secas. Seu tamanho pequeno, bico curto e asas afiladas lhe dão uma aparência parecida com a dos falcões (família Falconidae), mas na verdade é um gavião (família Accipitridae). No Cerrado pode ser encontrado principalmente nos cerradões, cerrados típicos e campos sujos. Também pode ser visto em áreas urbanas ou até mesmo pastos e plantações, tendo se mostrado um tanto quanto bem adaptado à expansão urbana e rural. Costuma ficar pousado em poleiros próximos de campos, inclusive postes e fiações, de onde vasculha o ambiente. Ao observar uma presa no chão, mergulha para capturá-la. Predador, se alimenta principalmente de lagartos, além de insetos e outras aves. Faz seu ninho com gravetos entre os galhos da copa, entre 4 e 7 m de altura, pondo cerca de 3 ovos brancos com manchas castanhas.

Descrição

Mede entre 20 e 28 cm de comprimento, sendo o menor gavião (família Accipitridae) do Brasil. Possui a testa, laterais da cabeça e pescoço, a garganta, o peito e a barriga brancos, com manchas creme alaranjadas nas coxas, testa e nas “bochechas” (região abaixo do olho). O topo da cabeça, a nuca todo o dorso, incluindo asas e cauda, são cinza escuro. Também apresenta manchas laterais cinza escuro indo das costas, logo acima da asa, até as laterais do peito, formando uma espécie de semi colar. Suas patas são amarelas. e seu olho avermelhado.

Distribuição

Ocorre desde a América Central até o norte da Argentina, estando presente em boa parte da América do Sul, exceto o Chile e o Uruguai. No Brasil está presente em todos os estados, porém é menos comum no Sul.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), e suas populações aparentam estar aumentando (IUCN), possivelmente pela conversão de áreas florestadas em áreas abertas, tanto para uso agrícola quanto urbano, sendo uma das poucas espécies que vem se mostrando beneficiadas por esse processo.

Referências

Bierregaard, R. O. and G. M. Kirwan (2020). Pearl Kite (Gampsonyx swainsonii), version 1.0. In Birds of the World (J. del Hoyo, A. Elliott, J. Sargatal, D. A. Christie, and E. de Juana, Editors). Cornell Lab of Ornithology, Ithaca, NY, USA. https://doi.org/10.2173/bow.peakit1.01

 

Bierregaard, R.O., Jr & Kirwan, G.M. (2020). Pearl Kite (Gampsonyx swainsonii). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/52965 on 23 April 2020). 

 

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Águia Pescadora

Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758)

Nome(s) popular(es)

Águia Pescadora, Gavião Pescador, Gavião do Mar, Gavião Papa Peixe, Gavião Caipira (AM).

História Natural

Ave relativamente comum, se mantém próxima a corpos d’água, como lagos, grandes rios e na costa marítima. No Cerrado pode ser encontrada nesses locais, sobrevoando ou pousada em árvores altas, principalmente nas matas de galeria, matas ciliares e cerradões. Predadora, se alimenta principalmente de peixes, realizando mergulhos para capturá-los com as garras, e depois os carregando até um poleiro para se alimentar. Ao mergulhar, dobra as asas para trás e estica as patas para a frente. Seus pés são adaptados para agarrar sua presa escorregadia, possuindo dois dedos virados para trás e dois para frente, e rugosidades na palma para aumentar a aderência. Além de peixes, pode predar outras aves, répteis e pequenos mamíferos. Não se reproduz no Brasil: as aves vistas por aqui se reproduzem nas regiões temperadas da América do Norte.

Descrição

Mede entre 55 e 60 cm de comprimento. É uma ave de rapina grande com asas longas. Sua barriga e peito são brancos, com leves manchas escuras no peito formando um colar. Possui uma faixa escura que passa pelo olho até a nuca, como uma máscara, com a garganta e topo da cabeça brancos. Asa e costas marrom escuro. Por baixo, as asas e cauda são brancas barradas de marrom claro.

Distribuição

Possui uma distribuição ampla pelo mundo inteiro, ocorrendo em todos os continentes exceto a Antártica. Se reproduz principalmente no hemisfério norte, porém no inverno migra para o hemisfério sul. No Brasil ocorre em todos os estados.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), e suas populações parecem estar aumentando (IUCN).

Referências

BirdLife International 2019. Pandion haliaetus (amended version of 2016 assessment). The IUCN Red List of Threatened Species 2019: e.T22694938A155519951. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2019-3.RLTS.T22694938A155519951.en. Downloaded on 22 April 2020.

 

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Gwynne, J. A., Ridgely, R. S., Argel, M., & Tudor, G. (2010). Guia Aves do Brasil: Pantanal e Cerrado. São Paulo: Horizonte.

 

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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: ICMBio. 4162 p.

 

Poole, A.F., Kirwan, G.M., Christie, D.A. & Marks, J.S. (2020). Osprey (Pandion haliaetus). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/52947 on 22 April 2020). 

 

Sick, H. (1997). Ornitologıa brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

 

Silva, J. M. C. da (1995). Birds of the cerrado region, South America. Steenstrupia, 21(1), 69-92.


Wikiaves. (2020) Águia-pescadora. Recuperado em 21 de abril, 2020, de https://www.wikiaves.com.br/wiki/aguia-pescadora

Luízes, um quilombo em contexto urbano: história, memória, travessia e re-existência dos pretos das piteiras

Luízes, um quilombo em contexto urbano: história, memória, travessia e re-existência dos pretos das piteiras

Autor(a):

Miriram Aprigio Pereira

Resumo:

O presente estudo analisa o processo de travessia experimentado pelos Remanescentes Quilombolas Luízes através da compreensão de sua história, da escuta da narrativa de suas memórias, da auscultação de seus processos de resistência e da percepção de aspectos de sua identidade. Na condição de território quilombola, sua base é estruturada em processos históricos específicos que vão de uma condição de total isolamento ao reconhecimento na categoria de quilombo em contexto urbano. Transcorreram poucas décadas desde a chegada da urbanização que invadiu o território, sendo indissociáveis os aspectos históricos de formação do Quilombo dos Luízes e o contexto de surgimento e expansão da cidade em que está localizado: Belo Horizonte, Minas Gerais. O objetivo deste estudo é propor uma reflexão acerca da importância da auto-reflexão acerca dos processos identitários do Quilombo dos Luízes, possibilitando que a comunidade repense suas práticas ao apresentar aspectos relevantes de sua cultura e histórias. Através da metodologia específica de uma pesquisa implicada, buscou-se destacar o protagonismo de seus sujeitos através da oralidade e das fontes documentais analisadas, além de estabelecer interlocução exclusivamente com estudos elaborados por teóricos quilombolas e pesquisadoras (es) pretas(os). O resultado é uma produção voltada para o coletivo em questão, fomentada por seus próprios recursos e reveladora da importância da manutenção e continuidade do legado Luízes, como mecanismo de resistência a inspirar outros segmentos tradicionais e étnico-raciais. 

Referência:

PEREIRA, Miriam Aprigio. Luízes, um quilombo em contexto urbano: história, memória, travessia e re-existência dos pretos das piteiras. 2018. 180 f., il. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.

Disponível em:

O genipapo e o giz no fazer epistemológico de autoria Xakriabá: reativação da memória por uma educação territorializada

barro, o genipapo e o giz no fazer epistemológico de autoria Xakriabá: reativação da memória por uma educação territorializada

Autor(a):

Célia Nunes Correa

Resumo:

Esta dissertação de mestrado teve como objetivo refletir sobre os saberes e os fazeres presentes no território, analisando as experiências de educação indígena mesmo antes da presença da escola e depois do amansamento dessa. Deste modo, o título se refere a esse trânsito de ciclos de saberes que envolve as diferentes agências (e agentes) pelas quais se produz o conhecimento, constituindo um fazer epistemológico de autoria Xakriabá. Esta pesquisa foi realizada no território indígena Xakriabá, na aldeia Barreiro Preto, na Escola Estadual Indígena Xukurank. Nos interessa elucidar como a (re)territorialização constitui um eixo troncal na experiência Xakriabá e como a escola se compromete com práticas que propõem um deslocamento do aprender por meio do que é vivido no corpo do território, ou no corpo-território. Buscamos compreender como a escola interage dentro da comunidade e como a mesma tem se comprometido na interlocução com outras narrativas e narradores que tem como matriz formadora o saber fazer pela ciência do território. A essa matriz formadora principiada no território, atribuo o mote para uma educação territorializada, que apresenta como ponto de partida e de chegada a potência da epistemologia nativa, presente na memória e na transmissão oral, além da presença ressonante em melodia na escrita Xakriabá. Metodologicamente, a pesquisa fundamentou-se nas Oficinas Reativadores de Memória: Memória nativa e Memória Ativa. A realização da oficina serviu como base para fortalecimento das transmissões dos conhecimentos tradicionais, por meio da reativa(ação) da memória, que é responsável pela circulação e manutenção da cultura, sobretudo aquela de tradição oral. No decorrer do trabalho busco explicitar o deslocamento de significados da escola na interface com território. Predomina na literatura que trata a experiência do calendário sociocultural nos Xakriabá, uma compreensão de que a cultura vem se firmando como elemento central nas escolas Xakriabá, entretanto, depois de adentrar e analisar esta experiência da escola Xukurank a partir das oficinas, concluímos que o saber corporificado que está ancorado no território é o elemento troncal e que sustenta a escola desde o seu amansamento, sendo o calendário sociocultural parte importante mas não a totalidade desse processo. Nesse sentido, a escola com interface no território tem sido cada vez mais, o lugar de educação territorializada que constitui a todos nós Xakriabá como corpo-território. 

Referência:

CORREA, Célia Nunes. O barro, o genipapo e o giz no fazer epistemológico de autoria Xakriabá: reativação da memória por uma educação territorializada. 2018. 218 f., il. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, 2018.

Disponível em:

Entre palmeiras: produção e transmissão de conhecimentos entre as gerações Apinaje, Tocantins

Entre palmeiras: produção e transmissão de conhecimentos entre as gerações Apinaje, Tocantins

Autor(a):

Vanusa da Silva Lima

Resumo:

A presente dissertação tem como objetivo central identificar e analisar os modos de produção e transmissão intergeracional de conhecimento tradicional associado aos diversos usos das palmeiras entre os Apinaje, elencando espontaneamente saberes e fazeres, parte deles armazenados na memória dos velhos guardiões da tradição. Os modos de produzir e transmitir esses conhecimentos para as novas gerações podem ser vislumbrados em momentos cotidianos, no trançar de uma esteira, levante de uma morada ou nos momentos ritualísticos, arrematados por um processo pedagógico próprio, a “Pedagogia Apinaje”. Este processo pedagógico se desdobra em novos meios de produzir e transmitir conhecimentos (oficinas, palestras, expedições de monitoramento) em moldes que despertem o interesse dos jovens, sem destoar do jeito de ser panhῖ. Os dados desta pesquisa foram obtidos em uma metodologia da vivência, da observação, ao longo de cinco anos, como assessora técnica de campo, e em momentos específicos para a pesquisa. 

Referência:

LIMA, Vanusa da Silva. Entre palmeiras: produção e transmissão de conhecimentos entre as gerações Apinaje, Tocantins. 2018. 148 f., il. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.

Disponível em:

O calendário agrícola na comunidade Kalunga Vão de Almas: uma proposição a partir das práticas de manejo da mandioca

O calendário agrícola na comunidade Kalunga Vão de Almas: uma proposição a partir das práticas de manejo da mandioca.

Autor(a):

Adão Fernandes da Cunha 

Resumo:

Este trabalho “O Calendário Agrícola na Comunidade Kalunga Vão de Almas: uma proposição a partir das práticas de manejo da mandioca” apresenta, como problema de pesquisa, como pensar as práticas agriculturais dentro do modelo de educação tradicional, trazendo novos elementos para a reconstrução e emancipação das propostas de educação escolar nas comunidades quilombolas. Debate ainda se a educação formal prepara os jovens Kalungas integralmente para a vida, respeitando e valorizando suas culturas dentro das práticas educativas escolares. O objetivo geral desta pesquisa foi realizar, junto aos estudantes de 7o ano do Ensino Fundamental e alunos da 1ª série do Ensino Médio da escola Estadual Calunga I. Extensão Santo Antônio, um trabalho de pesquisa-ação que resultasse na construção de um calendário agrícola local que possa fundamentar o próprio calendário escolar e as práticas de educação formal nesta escola. Tal ação deve considerar as práticas do manejo da mandioca nos processos de reconstrução e ressignificação da vida plena. Os objetivos específicos deste trabalho foram: fazer o levantamento do calendário agrícola local, tendo em vista as práticas de cultivo e processamento da mandioca; compreender esse calendário em relação às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola; identificar outros elementos da cultura dentro do calendário agrícola para o avanço nos processos de gestão da educação; e contribuir com a luta pela execução da lei 10.639/03 na Educação Escolar Quilombola. Os principais resultados desta pesquisa são a construção de um Calendário Agrícola e de uma “Baliza” orientadora. Apresentado ao programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável Junto a Povos e Territórios Tradicionais da Universidade de Brasília/UnB, este trabalho se torna elemento de fortalecimento da luta quilombola, não somente, pelo direito à educação inclusiva e contextualizada. Traz ainda a trajetória histórica da comunidade e da vida do pesquisador. De forma resumida, o trabalho se desafiou a promover e fortalecer a luta pela efetividade de políticas públicas de educação de qualidade para a comunidade quilombola.

Referência:

CUNHA, Adão Fernandes da. O calendário agrícola na comunidade Kalunga Vão de Almas: uma proposição a partir das práticas de manejo da mandioca. 2018. 152 f., il. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, 2018

Disponível em:

Uso do território a partir do modo de ser A’uwê Marãiwatsédé – Ti’a na dahoimanadzé Wahi’rata nori tsi Marãiwaitsété hoimandzébdzo hã.

Uso do território a partir do modo de ser A’uwê Marãiwatsédé - Ti’a na dahoimanadzé Wahi’rata nori tsi Marãiwaitsété hoimandzébdzo hã

Autor(a):

Cosme Rite

Resumo:

Este trabalho é sobre a história do meu povo, dos A’uwê uptabi Marãiwatsédé, irei contar essa história, irei contar como aconteceu o processo violento de retirada dos meus antepassados de seu local, da sua terra, nosso deslocamento para outra terra de outros grupos e a luta pela retomada do nosso território tradicional. A luta por este território está em reconstruir as nossas vidas, sem terra nós não construímos nossas vidas. As marcas nos nossos corpos que nos fazem Marãiwatsété tsipodo nunca se apagaram e queremos reavivê-las em nossa terra, por isso, desde o primeiro dia que nos retiraram de lá, lutamos para retornar. Expulsaram-nos de nosso território em 1966 e conseguimos ter nosso território de volta, reconhecido pelo Estado brasileiro, em 2012-2013. Este trabalho conta esta história, a violência aos que os povos indígenas são submetidos e a nossa resistência. 

Referência:

RITE, Cosme. Uso do território a partir do modo de ser A’uwê Marãiwatsédé – Ti’a na dahoimanadzé Wahi’rata nori tsi Marãiwaitsété hoimandzébdzo hã. 2017. 83 f., il. (Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

Disponível em:

Transformações do sistema agrícola da Comunidade Quilombola Kalunga do Mimoso (Tocantins)

Transformações do sistema agrícola da Comunidade Quilombola Kalunga do Mimoso (Tocantins)

Autor(a):

Lourivaldo dos Santos Souza

Resumo:

Este trabalho apresenta uma reflexão sobre o sistema agrícola praticado na Comunidade Quilombola Kalunga do Mimoso, localizada no município de Arraias (Tocantins), e tem como objetivo descrever a diversidade e a transformação dos sistemas de cultivos de roça de toco praticados na referida comunidade, com um recorte na biodiversidade local e nas transformações da agricultura de corte e queima. Para tanto, a pesquisa de campo envolveu entrevistas, questionários semiestruturados, percurso comentado aos setores de produção agrícola: roças e quintais, com 12 produtore(a)s1 de cinco núcleos familiares. Identificamos uma alta agrobiodiversidade, com 101 espécies e variedades, incluindo 5 variedades de arroz, 6 de feijão, 4 de milho e outras que demonstraremos no decorrer deste trabalho. Esta diversidade garantiu o sustento alimentar de muitas famílias kalungas durante muitos anos, frente ao desafio das invasões das terras por fazendeiros ocorridas há mais de 90 anos. Hoje, diante ao avanço rápido das monoculturas de larga escala no Cerrado, a referida comunidade se destaca pela biodiversidade e pela produção de alimentos em uma lógica de subsistência, com venda dos excedentes (sobretudo farinha de mandioca). No entanto, nos últimos anos, num contexto de reconhecimento e reocupação do território Quilombola, combinado a diversificação das atividades das famílias Kalunga nas cidades e a mudança do regime de chuva, observamos a perda de biodiversidade vegetal e a adoção crescente de novas técnicas de cultivo, como a conversão das roças em pastagens, o uso do trator e agroquímicos, utilizados para aumentar a produtividade do trabalho agrícola. No intuito de contribuir para a gestão territorial Quilombola, realizamos levantamento da biodiversidade cultivada, sementes que foram perdidas, e caracterização dos sistemas agrícolas.

Referência:

SOUZA, Lourivaldo dos Santos. Transformações do sistema agrícola da Comunidade Quilombola Kalunga do Mimoso (Tocantins): a agricultura de corte e queima em questão. 2018. 90 f., il. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.

Disponível em: