Marreca Cabocla

Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758)

Nome(s) popular(es)

Marreca Cabocla, Marreca Asa Branca, Asa Branca, Marajoara.

História Natural

É uma ave aquática, comum em lagoas, rios, pântanos e manguezais, mas que também frequenta áreas secas próximas a corpos d’água, como savanas, campos e plantações. Pode viver e se reproduz próximo a áreas urbanas. Costuma se empoleirar em árvores para descansar. Se alimenta principalmente de matéria vegetal, notoriamente grama e grãos, porém pode apanhar vermes, larvas de insetos e pequenos crustáceos. Pode formar grandes grupos, de várias dezenas de indivíduos. Se reproduz em ninhos feitos em ocos de árvores ou no chão, e mais de um casal pode usar o mesmo ninho, se alternando nos cuidados com os ovos e filhotes.

Descrição

Mede entre 43 e 53 cm. Sua cabeça e peito são pardo acinzentado, com topo da cabeça, pescoço e dorso castanhos, e a barriga preta se destacando com mancha horizontal branca na asa. O bico é laranja e as patas são rosadas. Possui um anel branco ao redor do olho.

Distribuição

Possui ampla distribuição pelas Américas, ocorrendo do sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina. No Brasil está presente em todos os estados, sendo menos abundante no Sul.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), e suas populações parecem estar crescendo (IUCN).

Referências

BirdLife International 2018. Dendrocygna autumnalis. The IUCN Red List of Threatened Species 2018: e.T22679780A131907111. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-2.RLTS.T22679780A131907111.en. Downloaded on 01 October 2019.


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Irerê

Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766)

Nome(s) popular(es)

Irerê, Paturi, Marrecão (RS), Siriri, Marreca Viúva, Chega e Vira, Marreca Piadeira.

História Natural

É uma abundante ave aquática, presente em corpos d’água ao longo de sua ampla distribuição, até mesmo em lagos um pouco poluídos ou próximos de áreas urbanas. Se torna mais ativo durante o crepúsculo e à noite. Alimenta-se principalmente de plantas aquáticas e gramíneas nas margens dos lagos, além de pequenos peixes, girinos, insetos e moluscos. Pode formar grandes bandos, de dezenas de indivíduos. Faz ninhos no chão, entre a grama e a vegetação, utilizando as próprias folhas para forrá-lo. A fêmea põe de 8 a 14 ovos brancos. Tanto o macho quanto a fêmea podem chocar os ovos e cuidar dos filhotes.

Descrição

Mede entre 40 e 48 cm. Possui face e testa brancas contrastando com a nuca e pescoço pretos, além de uma mancha branca logo abaixo da garganta, com a base do pescoço castanha, peito e barriga negros, laterais estriadas de branco e preto e dorso amarronzado.

Distribuição

Possui uma distribuição ampla, ocorrendo da Argentina à Costa Rica, estando presente em praticamente todo o Brasil, com menos abundância na região amazônica. Também ocorre na África subsaariana, incluindo Madagascar.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), e suas populações estão aumentando (IUCN).

Referências

BirdLife International 2016. Dendrocygna viduata. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22679763A92829021. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22679763A92829021.en. Downloaded on 01 October 2019.


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Wikiaves. (2018). Irerê. Recuperado em 1 de outubro, 2019, de https://www.wikiaves.com.br/wiki/irere

Anhuma

Anhima cornuta (Linnaeus, 1766)

Nome(s) popular(es)

Anhuma, Inhuma, Inhaúma, Unicorne, Licorne, Anhima, Alicorne, Cuintáu, Ema Preta, Cametau, Guandu (MT), Caiuí, Itaú.

História Natural

É uma ave típica de ambientes alagados ou úmidos, como pântanos, charcos, beiras de rios ou lagoas e florestas alagadas. É nativa da Amazônia, dos Llanos Venezuelanos, dos Chaco Bolivianos e do Cerrado, neste último estando associado a ecossistemas úmidos, como as veredas. No Pantanal é menos comum que a Tachã. É prioritariamente herbívoro, se alimentando de folhas, brotos, flores e raízes de plantas aquáticas, apenas ocasionalmente se alimentando de insetos. É monogâmico, fazendo grandes ninhos de folhas secas na vegetação acima da água. Seus ovos são marrom oliváceos.

Descrição

Mede cerca de 86 cm. É uma ave corpulenta, com patas e pescoço grossos e cabeça desproporcionalmente pequena. Possui uma espícula córnea na cabeça, comprida e fina, com 12 cm de comprimento, e esporões nas asas. Sua coloração geral é preta, com a barriga branca e o pescoço e topo da cabeça manchados de branco

Distribuição

Sua distribuição é ampla, ocorrendo desde a Colômbia e Venezuela até o norte do PR, incluindo as Guianas, Suriname, o leste do Equador e do Peru, e o norte da Bolívia. No Nordeste brasileiro, porém, está presente apenas no MA, PI, e no leste e sul da BA.

Conservação

Pouco preocupante: é considerado não ameaçado (ICMBio e IUCN), porém suas populações mostram sinais de declínio (IUCN).

Referências

BirdLife International 2016. Anhima cornuta. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22679723A92826187. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22679723A92826187.en. Downloaded on 28 September 2019.


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Codorna Amarela

Nothura maculosa (Temminck, 1815)

Nome(s) popular(es)

Codorna Amarela, Codorna, Codorna Comum, Codorniz, Inhambuí, Perdizinho, Perdiz.

História Natural

É uma espécie rasteira típica de campos, estando presente nos campos rupestres, campos sujos e campos limpos do Cerrado, na Caatinga e outros ambientes semelhantes. Pode frequentar plantações e áreas ocupadas por pessoas, desde que não perturbada. Onívora, se alimenta de grãos, sementes, frutos e bagas, insetos (formigas, cupins, besouros), aracnídeos e moluscos. Serve de presa para uma diversidade de animais maiores, como a Jaguatirica, o Lobo Guará, a Águia Serrana, o Falcão de Coleira e o Quiriquiri. Faz ninhos no chão, entre os capinzais, e os ovos são brilhantes, de cor marrom escuro ou arroxeados, sendo chocados pelo macho.

Descrição

Mede cerca de 24 cm. Possui a coloração com um padrão geral estriado e barrado, com garganta branca, face, peito e barriga mais claros, com tons de amarelo palha pálido, e o resto do corpo castanho, principalmente o topo da cabeça e o dorso, com estrias claras e manchas escuras.

Distribuição

Sua ocorrência é ampla, se estendendo do Nordeste brasileiro ao centro da Argentina, incluindo Paraguai, Uruguai, e o Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil. Não está tipicamente presente na Amazônia, portanto é encontrada até o MT e TO.

Conservação

Pouco preocupante: é considerada não ameaçada (ICMBio e IUCN), e suas populações mostram sinais de aumento (IUCN).

Referências

Abreu, K. C., Moro-Rios, R. F., Silva-Pereira, J. E., Miranda, J. M., Jablonski, E. F., & Passos, F. C. (2008). Feeding habits of ocelot (Leopardus pardalis) in Southern Brazil. Mammalian Biology, 73(5), 407-411.


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Perdiz

Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815)

Nome(s) popular(es)

Perdiz, Perdigão (RS), Perdiz do Cerrado, Perdiz Brasileira, Perdiz Nativa, Napopé e Inhambupé (região Nordeste).

História Natural

É uma ave rasteira típica de campos, sendo nativa do Cerrado, Caatinga, Pampas e os Chacos Bolivianos. Se mantém entre as touceiras de capim, e pode ser ouvida cantando ao longe. É uma espécie abundante. Onívora, se alimenta de insetos (cupins, formigas, gafanhotos), aracnídeos e ocasionalmente pequenos roedores, além de sementes, frutas, raízes e brotos. Pode servir de presa para o Lobo Guará. Se reproduz entre setembro e março, fazendo ninho numa pequena depressão no solo coberta de capim e folhas secas. O macho incuba os ovos, de coloração marrom arroxeado brilhante.

Descrição

Medindo cerca de 40 cm, é o maior tinamídeo (família Tinamidae) campestre. Possui a face e barriga claras, com o topo da cabeça negro, pescoço e peito de cor canela e dorso mais escuro, com padrões barrados de marrom escuro, castanho, cinza e branco.

Distribuição

Possui ampla distribuição, ocorrendo em todos os estados do Sudeste, Centro-Oeste e Sul, e praticamente todos os estados do Nordeste, com exceção do RN, se restringindo ao sul da PB e do CE e ao leste do MA. Ocorre também na Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina, além do extremo leste do Peru.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), e apesar de ainda ser abundante, suas populações mostram sinais de declínio (IUCN).

Referências

BirdLife International 2016. Rhynchotus rufescens. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22733941A95069901. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22733941A95069901.en. Downloaded on 28 September 2019.


Blake, E.R. (1997). Manual of Neotropical Birds – Spheniscidae (Penguins) to Laridae (Gulls and Allien), Vol.1. Chicago: The University of Chicago Press.


Cabot, J., Christie, D.A., Jutglar, F., Sharpe, C.J. & Garcia, E.F.J. (2019). Red-winged Tinamou (Rhynchotus rufescens). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/52438 on 28 September 2019).


Gwynne, J. A., Ridgely, R. S., Argel, M., & Tudor, G. (2010). Guia Aves do Brasil: Pantanal e Cerrado. São Paulo: Horizonte.


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Rodrigues, F. H., Hass, A., Lacerda, A. C., Grando, R. L., Bagno, M. A., Bezerra, A. M., & Silva, W. R. (2007). Feeding habits of the maned wolf (Chrysocyon brachyurus) in the Brazilian Cerrado. Mastozoología Neotropical, 14(1), 37-51.


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Wikiaves. (2018). Perdiz. Recuperado em 28 de setembro, 2019, de https://www.wikiaves.com.br/wiki/perdiz

Inhambu Chororó

Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827)

Nome(s) popular(es)

Inhambu Chororó, Lambú, Inhambu Mirim, Espanta Boiada, Bico de Lacre, Inhambuzinho, Nambu de Pé Vermelho.

História Natural

É típico de formações campestres e savânicas do Cerrado, assim como da Caatinga e florestas não muito densas da Mata Atlântica. Pode ocorrer também em pastos, plantações de grãos e de eucaliptos, desde que próximas a matas. É um dos tinamídeos (família Tinamidae) mais comuns do Brasil. Ave rasteira e onívora, se alimenta de pequenas sementes (como das famílias Cyperaceae, Euphorbiaceae, Malvaceae), insetos (notoriamente formigas e cupins) e vermes. Pode ser predado, por exemplo, pelo Lobo Guará e o Gavião de Cauda Curta. Se reproduz em ninhos feitos em pequenas depressões no solo, cobertas de folhagens e entre a vegetação densa, com ovos rosados. O macho choca os ovos e cuida dos filhotes.

Descrição

É a menor ave do gênero, medindo cerca de 20 cm. Se assemelha muito ao Inhambu Chintã, se diferenciando dele principalmente pelo tamanho menor, bico mais curto, pernas levemente mais curtas e de coloração vermelho vivo semelhante ao bico. O macho possui a ponta do bico levemente enegrecida.

Distribuição

Possui ampla distribuição pelo Brasil, sendo encontrado desde o sul do rio Amazonas até o noroeste do RS. Sua distribuição abrange todo litoral que vai desde o PA até MG, e se estende ao interior do país até o leste e norte do Paraguai e Bolívia, também estando presente localmente em algumas regiões do Peru.

Conservação

Pouco preocupante: é considerado como não ameaçado (ICMBio e IUCN), porém suas populações vêm diminuindo (IUCN), principalmente no Cerrado, devido à perda de habitat.

Referências

BirdLife International 2016. Crypturellus parvirostris. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22678232A92762648. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22678232A92762648.en. Downloaded on 27 September 2019.


Cabot, J., Christie, D.A., Jutglar, F. & Sharpe, C.J. (2019). Small-billed Tinamou (Crypturellus parvirostris). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/52435 on 27 September 2019).


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Jaó

Crypturellus undulatus (Temminck, 1815)

Nome(s) popular(es)

Jaó, Macucauá, Sururina (AM, PA).

História Natural

É nativo do Cerrado, Pantanal e Amazônia, estando presente em matas de várzea, matas de galeria, capoeiras, matas secas, cerrados e campos. É uma espécie rasteira e onívora, se alimentando de pequenos frutos, sementes, insetos e moluscos. É uma ave comum, e seu canto pode ser facilmente ouvido. O ninho é uma depressão simples no solo, coberta de folhas e feita entre ramagens ou raízes. Os ovos são rosados e são chocados pelo macho, que também cuida dos filhotes.

Descrição

Mede cerca de 31 cm e possui coloração parda acinzentada, com estrias finas pelo dorso e pescoço e barriga e ventre mais claros.

Distribuição

Pode ser encontrado nos estados do MA, TO, GO, MS, MT, RO, PA, AM, RR, AC, AP, além do extremo oeste do PI, BA, MG, noroeste de SP e algumas regiões da Venezuela, Guiana, Colômbia, Peru, Bolívia e Paraguai.

Conservação

Pouco preocupante: é considerado não ameaçado (ICMBio e IUCN), porém suas populações vêm diminuindo (IUCN).

Referências

Ballarini, Y., Frizzas, M. R., & Marini, M. Â. (2013). Stomach contents of Brazilian non-passerine birds. Revista Brasileira de Ornitologia, 21(4), 235-242.


BirdLife International 2016. Crypturellus undulatus. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22678182A92760164. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22678182A92760164.en. Downloaded on 25 September 2019.


Cabot, J., Christie, D.A., Jutglar, F. & Sharpe, C.J. (2019). Undulated Tinamou (Crypturellus undulatus). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/52422 on 25 September 2019).


Clements, J. F. (2012). The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press.


Gwynne, J. A., Ridgely, R. S., Argel, M., & Tudor, G. (2010). Guia Aves do Brasil: Pantanal e Cerrado. São Paulo: Horizonte.


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Sick, H. (1997). Ornitologıa brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.


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Ema

Rhea americana (Linnaeus, 1758)

Nome(s) popular(es)

Ema.

História Natural

Habita formações campestres e savânicas, principalmente no Cerrado, Pampas e nos Chacos Bolivianos. Pode ser vista até em pastos e plantações. É incomum ou localmente comum. Onívora, se alimenta de uma grande variedade de itens: sementes, folhas, raízes, frutos, insetos (gafanhotos, besouros, etc.), moluscos, lagartos, roedores e outros pequenos animais, até mesmo peixes. Quando adultos, seus principais predadores são a Onça e o Puma, porém os filhotes também podem ser predados pelo Cachorro do Mato, Lobo Guará, Cachorro Vinagre, Cachorro Doméstico, algumas aves de rapina (famílias Acciptridae e Falconidae) e o Teiú. Reproduz entre julho e janeiro, dependendo da região, em ninhos feitos no chão e chocados pelo macho, que também cuida dos filhotes. Sua vocalização é extremamente grave (para ouvi-la é bom usar fones de ouvido ou aumentar o volume).

Descrição

É a maior ave da América do Sul, medindo de 1,27 a 1,40 m. Possui pescoço e pernas notoriamente longos. Incapaz de voar, é parente evolutiva de outras aves ratitas que também não voam, como o Avestruz, o Emu, o Kiwi e o Casuar, que juntas formam um dos grupos de aves mais antigos.

Distribuição

Encontrada do Brasil à Argentina. Está presente em praticamente todo Brasil com exceção da região amazônica. Encontrada também no Paraguai, Uruguai, leste da Bolívia e nordeste da Argentina.

Conservação

Pouco preocupante: é considerada não ameaçada no Brasil (ICMBio), e quase ameaçada globalmente, pois suas populações vêm diminuindo (IUCN), em parte por caça e em parte pela perda de habitat.

Referências

Azevedo, C. S. de, Tinoco, H. P., Ferraz, J. B., & Young, R. J. (2006). The fishing rhea: a new food item in the diet of wild greater rheas (Rhea americana, Rheidae, Aves). Revista Brasileira de Ornitologia, 14, 285-287.


BirdLife International 2016. Rhea americana. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22678073A92754472. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22678073A92754472.en. Downloaded on 11 September 2019.


Dani, S. (1993). A ema (Rhea americana): biologia, manejo e conservação. Belo Horizonte: Fundação Acangaú.


Folch, A., Jutglar, F., Garcia, E.F.J. & Boesman, P. (2019). Greater Rhea (Rhea americana). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/52399 on 11 September 2019).


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Wikiaves. (2019). Ema. Recuperado em 11 de setembro, 2019, de https://www.wikiaves.com.br/wiki/ema

Inscrições 1º/2020 para participar do Museu do Cerrado

Abertura das inscrições para a participação no Projeto de Extensão do Museu do Cerrado

Começaram agora as inscrições dos alunos da Universidade de Brasília que desejem participar do projeto como extensionista.

Processo de inscrição

Para participar do projeto de extensão é necessário estar inscrito em algum curso da graduação na Universidade de Brasília. Não há obrigatoriedade de semestre ou curso, o projeto é multidisciplinar.

Os interessados deverão enviar um e-mail para museudocerrado.unb@gmail.com manifestando o curso que faz, semestre, área de atuação (caso já tenha), interesse pessoal sobre o Cerrado.

Participem e divulguem!

Chiasmocleis albopunctata

Chiasmocleis albopunctata, nome do autor e ano

Nome(s) popular(es)

Sapinho-pintado.

História Natural

Esse anfíbio possui hábitos noturnos, sendo encontrado em áreas alagadas ou em cupinzeiros. Sua reprodução é explosiva no início das chuvas (outubro até novembro), os machos se seguram na vegetação e vocalizam em poças temporárias, permanentes ou áreas alagadas. É uma espécie encontrada também em ambientes modificados, como em beiras de estradas alagadas.

Fitofisionomia

É encontrado em formações abertas como campo limpo, campo sujo e cerrado rupestre. Pode ser encontrado também em ambientes antropizados.

Distribuição

A espécie ocorre no Cerrado. Presente nos estados: Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Tocantins, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Ameaças e estratégias de conservação

A perda de habitat é a principal ameça dessa espécie, pois as suas áreas de reprodução (áreas abertas) são as mais visadas para a construção civil ou agropecuária.

Referências

  • da Silva, F. R., do Prado, V. H. M., da Silveira Vasconcelos, T., dos Santos, T. G., & de Cerqueira Rossa-Feres, D. (2009). Amphibia, Anura, Microhylidae, Chiasmocleis albopunctata: Filling gap and geographic distribution map. Check List, 5(2), 314-316.
  • Caramaschi, U., & da Cruz, C. A. G. (1997). Redescription of Chiasmocleis albopunctata (Boettger) and description of a new species of Chiasmocleis (Anura: Microhylidae). Herpetologica, 259-268.
  • Forlani, M. D. C., Valdujo, P. H., Pavan, D., Maciel, A. O., & Peloso, P. L. V. (2011). Review of the geographical distribution of the white-spotted frog Chiasmocleis albopunctata (Boettger, 1885) (Anura, Microhylidae). Biota Neotropica, 11(3), 417-421.
  • Brandão, R. A., Maciel, S. & Álvares, G. F. R. 2016. Guia dos Anfíbios do Distrito Federal, Brasil. Disponível em www.lafuc.com Acesso em 08 de maio de 2019.