A prática educativa e as contribuições do processo formativo da organicidade da licenciatura em educação do campo da UnB

A prática educativa e as contribuições do processo formativo da organicidade da licenciatura em educação do campo da UnB

Autor(a):

Elisângela Nunes Pereira

Resumo:

Esta pesquisa objetivou identificar em que medida a vivência da organicidade pelos educandos/a Kalungas da LEdoC da UnB no Tempo Escola contribui para o desenvolvimento de ações destes sujeitos no Tempo Comunidade na perspectiva do fortalecimento da organização social desta coletividade na luta para resistir e permanecer no seu território. A abordagem qualitativa da pesquisa foi o suporte para a metodologia que se consistiu de um estudo de caso. Na Licenciatura em Educação do Campo da UnB a organicidade é vista como um tempo educativo essencial para a formação do educador do campo, ela é entendida como uma estrutura preparada para educar na convivência coletiva das turmas durante o processo pedagógico do Tempo Escola na universidade. Proporcionando aos estudantes a vivência da auto-organização, privilegiando a convivência coletiva e as relações humanas, na formação de valores humanistas destes educadores do campo. Analisando os dados podemos afirmar que a organicidade possibilita a formação de sujeitos autônomos. Na prática educativa dos estudantes Kalungas é possível constatar que eles assumiram a condução de um processo de mudança na qualidade da educação que está presente no seu território. A Associação EPOTECAMPO criada a partir da mobilização destes estudantes da LEdoC objetiva contribuir com a melhoria da educação nas escolas Kalungas. Vários estudantes do território Kalunga assumiram a liderança frente aos processos de organização e avanço da Educação do Campo e dos povos do campo. As práticas dos estudantes Kalungas no seu território fortalece sua organização social enquanto povo Kalunga. Esses estudantes estão engajados e conscientes de algumas das dificuldades que sua luta por educação de qualidade no território pode enfrentar ou já enfrenta.

Referência:

PEREIRA, Elisângela Nunes. A prática educativa e as contribuições do processo formativo da organicidade da licenciatura em educação do campo da UnB – um estudo de caso no território Kalunga/Goiás. 2013. 96 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

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Matrizes formativas e organização pedagógica: contradições na transição da escola rural para escola do campo

Matrizes formativas e organização pedagógica: contradições na transição da escola rural para escola do campo

Autor(a):

Pedro Henrique Gomes Xavier

Resumo:

Este trabalho tem como objetivo compreender as matrizes formativas na construção da escola do campo, tais como, a auto organização, trabalho como princípio educativo, autogestão, trabalho coletivo, interdisciplinaridade, currículo ligado com a realidade e como se deu o processo da luta pela educação no Assentamento Vale da Esperança. Para fundamentação teórica sobre a Educação do Campo, recorremos a autores como Mônica Molina, Laís Mourão Sá, Luiz Carlos de Freitas, Pistrack e Roseli Caldart. A pesquisa teve como metodologia a pesquisa qualitativa e como instrumento de pesquisa foi utilizado entrevista semiestruturada e a roda de conversas. Na análise de conteúdo foi utilizada a abordagem da análise do discurso, contendo aspectos relevantes, da história e da memória. Essas matrizes estiveram presentes na pesquisa, relacionando a parte teórica com a prática no período entre 1996 a 2014 no Assentamento Vale da Esperança. Para entender a Educação do Campo é necessária a compreensão dos dois modelos de desenvolvimento agrário em disputa no campo brasileiro. Assim, podemos mostrar a Educação do Campo e seus espaços de lutas e conquistas. A escola é um dos importantes espaços de lutas e, por assim ser, é necessário que ela esteja sempre articulada com a vida do camponês. Para pensar em Educação do Campo é preciso, antes, lutar por políticas públicas adequadas e superar os velhos paradigmas. A Licenciatura em Educação do Campo é uma política pública construída e consolidada pelo movimento da Educação do Campo, que pensa na formação de educadores e educadoras sob a perspectiva emancipadora. No percurso da organização dos conteúdos coletados, podemos destacar as seguintes categorias: o trabalho como princípio educativo, auto-organização dos estudantes, trabalho coletivo, interdisciplinaridade e uma escola do campo ligada com a vida dos estudantes. Os resultados da pesquisa nos levaram a compreender que as matrizes formativas da Educação do Campo são extremamente necessárias na escola do campo. Uma escola que deve ser pensada pelos trabalhadores do campo para os trabalhadores do campo. Podemos destacar ainda que no período pesquisado, no período em que a comunidade estava, dealguma forma, inserida de alguma forma na escola, a proposta da Educação do Campo era cultivada, e o coletivo (comunidade e escola) trabalhava em prol da Educação voltada exclusivamente para o povo camponês.

Referência:

XAVIER, Pedro Henrique Gomes. Matrizes formativas e organização pedagógica: contradições na transição da escola rural para escola do campo. 2016. xv, 132 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

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Por uma pedagogia com foco no sujeito: um estudo na licenciatura em Educação do Campo

Por uma pedagogia com foco no sujeito: um estudo na licenciatura em Educação do Campo

Autor(a):

Ana Maria Orofino Teles

Resumo:

Esta tese se inscreve em um modelo de ciência que não busca a comprovação e a padronização, pois o paradigma que a orienta é o da reflexão, da dialógica construtiva e da valorização da singularidade. Por esta via, busca ampliar o debate sobre a integralidade entre sujeito e objeto na educação. Para isto, pauta-se na teoria do conhecimento que considera em unidade o conhecimento e o conhecedor. Como forma de fundamentar este estudo, buscou apoio na teoria da subjetividade que, sob uma perspectiva cultural e histórica, define o sujeito como o momento singular da dinâmica multidimensional humana, momento este que se faz pela tensão constante com o subjetivo social marcado pela unidade simbólico-emocional. O campo de pesquisa, que possibilitou o aprofundamento deste estudo da integralidade entre o sujeito e objeto como unidade na educação, foi o curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília. Esse curso, dentro das muitas especificidades que possui, utiliza como estratégia de ação a pedagogia da alternância que, supostamente, busca integrar em unidade o licenciando (sujeito) e sua realidade de morador do campo (objeto) em ações de inserção na comunidade, proporcionando conjugar a teoria e a prática na práxis dialética. Foram participantes da pesquisa professores e estudantes, assim como os componentes curriculares que integravam as ações destes docentes e discentes no desafio da alternância. O objetivo geral de pesquisa foi elaborar em que sentido a pedagogia da alternância possibilita ou não consolidar a unidade entre o sujeito e seu objeto de conhecimento e, como um processo de investigação qualitativa, possibilitou gerar mais inteligibilidade sobre a pedagogia em si mesmo como um suporte reflexivo à compreensão da unidade sujeito objeto, conhecimento-conhecedor, aprendiz-aprendizagem e produtor-produto, uma vez que identificou que as vivências são o ponto forte do processo de construção do conhecimento e as singularidades são o que define as estratégias de produção e ação. Nesse sentido, defende-se que a educação, em seu sentido amplo e transformador, precisa pautar suas estratégias pedagógicas em ações criativas que conjuguem o sujeito que aprende ao conhecimento, de forma a romper com a alienação clássica entre o sujeito e seu objeto do conhecimento.

Referência:

TELES, Ana Maria Orofino. Por uma pedagogia com foco no sujeito: um estudo na licenciatura em Educação do Campo. 2015. xii, 195, n f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

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Formação de professores na perspectiva da epistemologia da práxis: análise da atuação dos egressos do curso de licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília

Formação de professores na perspectiva da epistemologia da práxis: análise da atuação dos egressos do curso de licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília

Autor(a):

Márcia Mariana Bittencourt

Resumo:

A tese intitulada “Formação de professores na perspectiva da Epistemologia da Práxis: análise da atuação dos egressos do curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília” é resultado do projeto de pesquisa desenvolvido no âmbito do programa de Pós-Graduação em Educação na mesma universidade. A pesquisa objetivou analisar a contribuição dos egressos para os princípios formativos desenvolvidos no curso de Licenciatura em Educação do Campo e a contribuição dos mesmos para a Política Pública de Formação de Educadores do Campo no Brasil, no sentido de compreender a formação na perspectiva da práxis criativo revolucionária. Para alcançarmos esse objetivo geral analisamos a Educação do Campo como novo paradigma no cenário educacional brasileiro, pautado pelo debate da questão agrária, em contraposição à Educação Rural e ao modelo da reprodução capitalista para o Brasil. Constatamos que o curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília, no contexto da regulamentação do Procampo como política de formação de professores, vem apresentando profundos elementos de transformar(ação) pedagógica que têm inovado na Organização e Método do Trabalho Pedagógico (OMTP) e na gestão da educação superior brasileira. Constatamos ainda que no que tange à produção de conhecimento gerada pelos egressos na formação continuada no âmbito da pós graduação (especialização e mestrado), os mesmos desenvolveram práticas pedagógicas no contexto da Epistemologia da Práxis. Utilizamos os referenciais epistemológicos do Materialismo Histórico Dialético para desenvolver a pesquisa, pautando-nos no desafio de ancorar os métodos de análise científica na realidade brasileira e na práxis. Concluímos que os egressos do Curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília incorporaram os princípios da proposição inicial realizada pelo Movimento da Educação do Campo no processo de institucionalização na Educação Superior Brasileira, tendo sua prática pautada pela perspectiva crítica emancipadora.

Referência:

BRITO, Márcia Mariana Bittencourt. Formação de professores na perspectiva da epistemologia da práxis: análise da atuação dos egressos do curso de licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília. 2017. 348 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

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Licenciatura em Educação do Campo no estado de Roraima: contribuições para a escola do campo

A Licenciatura em Educação do Campo no estado de Roraima: contribuições para a escola do campo

Autor(a):

Silvanete Pereira dos Santos

Resumo:

Esta pesquisa foi realizada na Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal de Roraima. O objetivo é analisar em que medida o processo formativo desenvolvido pela Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal de Roraima contribui para formação de professores capazes de desencadear processos formativos de transformação da escola atual, a partir da formação por área do conhecimento, da alternância, da gestão de processos educativos escolares e da gestão dos processos educativos comunitários. Tem como tese a defesa de que essa licenciatura, a partir da formação por área do conhecimento e da formação por alternância, tem a possibilidade de transformar a forma escolar atual, vinculando-se ao projeto histórico da classe trabalhadora camponesa, fortalecendo a escola do campo e suas comunidades, bem como promovendo a produção de conhecimento nesses territórios, com o protagonismo do campesinato. Para investigar o problema de pesquisa e postular a tese apresentada, utilizamos os seguintes autores como referencial teórico: Molina e Sá (2011) e Caldart (2009; 2011, 2012), que orientaram a reflexão acerca da Educação do Campo, das Licenciaturas em Educação do Campo e da formação por área de conhecimento; Marx e Engels (2009), com o materialismo histórico dialético; e Gramsci (1982; 2001) e Pistrak (2000), com a discussão da escola que se apresenta como espaço de formação dos intelectuais da classe trabalhadora. Para estudar o problema, utilizamos a abordagem qualitativa e, como método de produção e interpretação dos dados, foi utilizado o materialismo histórico dialético, a partir das categorias: totalidade, contradição, historicidade, emancipação e trabalho. Quanto aos instrumentos de pesquisa para produção dos dados, foi utilizada a entrevista individual. Como resultados, o contexto da pesquisa apontou a potencialidade da Licenciatura em Educação do Campo de contribuir para o fortalecimento das Escolas de Educação Básica do Campo, a partir da inserção dos estudantes, da alternância e dos seus diferentes tempos formativos, da formação por área do conhecimento, da vinculação com o campesinato e com o protagonismo dos sujeitos do campo. Para isso acontecer de forma pedagógica, a pesquisa apontou alguns elementos necessários em termos de ajustes no Projeto Pedagógico de Curso e na organização do trabalho pedagógico. Sobre o trabalho pedagógico, ficou evidente a necessidade de formação específica para o corpo docente da licenciatura para praticar a pedagogia da alternância, bem como para atuar como docentes na perspectiva da formação por área do conhecimento, ou seja, docência multidisciplinar. No que se refere à prática da alternância, identificamos a necessidade de melhor organização e planejamento das atividades do Tempo Comunidade, incluindo, nesse item, o estágio curricular. Sobre a vinculação com o projeto histórico da classe trabalhadora camponesa e o protagonismo dos sujeitos do campo, faz-se necessária uma maior aproximação da licenciatura com as grandes temáticas do campo, tais como: questão agrária, reforma agrária, agroecologia, políticas públicas, soberania alimentar, entre outras. Quanto ao papel político e pedagógico dos movimentos sociais e sindicais do campo para o fortalecimento das escolas nas comunidades rurais, na defesa do direito dos camponeses ao acesso à educação em todos os níveis, para o não fechamento das escolas do campo e na luta por políticas públicas para o desenvolvimento do meio rural, é necessária uma melhor compreensão dos sujeitos da licenciatura quanto ao papel pedagógico dos mesmos na construção da identidade de camponês para os sujeitos do campo. Sobre a transformação da forma escolar, no que se refere às escolas do campo, a partir da produção de um conhecimento que possa fortalecê-las, a pesquisa indicou caminhos e possibilidades para essa finalidade. Os dados evidenciaram que os sujeitos da escola do campo confiam no trabalho da licenciatura e esperam muito mais ações do que as que têm acontecido até então. Além disso, ficou evidente que a escola está aberta ao diálogo e ao estreitamento dos laços com a universidade para aprimorar a formação dos estudantes da licenciatura e da escola. A pesquisa assinalou a alternância como um dos elementos da licenciatura com maior potencial tanto para o fortalecimento dos vínculos entre a universidade no processo de formação de professores com a escola de educação básica do campo quanto para o acesso e a permanência dos camponeses no nível superior, bem como para o desenvolvimento de ações comunitárias nas bases.

Referência:

SANTOS, Silvanete Pereira dos. A Licenciatura em Educação do Campo no estado de Roraima: contribuições para a escola do campo. 2018. 302 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.

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Investigando a concepção de formação política na luta por direitos da coletividade dos atingidos por barragens

Investigando a concepção de formação política na luta por direitos da coletividade dos atingidos por barragens

Autor(a):

Ana Rita de Lima Ferreira

Resumo:

A presente dissertação tem como objetivo identificar e caracterizar as intencionalidades do processo de formação de militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), tendo como objetivos específicos investigar a proposta político-pedagógica do curso de formação de militantes desenvolvido pelo MAB junto aos atingidos pela UHE de Santo Antônio, do Complexo Hidrelétrico do Madeira, no estado de Rondônia, no período de 2008 a 2010; e, identificar as possíveis contribuições que o curso de formação de militantes do MAB pode trazer para a construção do paradigma da Educação do Campo. Para essa pesquisa adotou-se a proposição teórica de abordagem qualitativa do tipo Estudo de Caso, enquanto metodologia que busca estudar um caso específico, bem delimitado e contextualizado com a preocupação de analisar o que o caso em estudo representa dentro do contexto no qual está inserido. O MAB surgiu no contexto da expansão do capital no campo, como resistência ao processo de construção de hidrelétricas implementado pelo setor elétrico brasileiro a partir da década de 1970. À medida que se deu a expansão do domínio do capital, o MAB foi redefinindo suas estratégias de ação e de formação de militantes, ampliando o conceito de atingido por barragem e aprofundando a articulação com outros movimentos sociais na perspectiva de somar forças visando à construção de um novo modelo energético e de uma sociedade pautada em princípios e valores socialistas. Ao situar o MAB e sua trajetória histórica e política no terreno dos conflitos e das contradições esse estudo buscou nos teóricos Antônio Gramsci e Istvan Mészáros referências para analisar a correlação entre o avanço do capital sobre os recursos energéticos e a formação política contra hegemônica do MAB. A concepção e a práxis da formação política do MAB também foi analisada tendo como referência os conceitos gramscianos de intelectual orgânico, sociedade civil, hegemonia e escola unitária, num diálogo com os princípios e as concepções da educação popular e da Educação do Campo a partir das referências de Paulo Freire e Roseli Caldart. As principais conclusões sobre as intencionalidades do processo de formação política de militantes do MAB podem ser expressas nosseguintes aspectos: • A concepção de formação política emerge no próprio processo de luta contra os impactos da expansão do capital no setor energético sobre as populações atingidas. • Formação enquanto um instrumento para que o povo se organize, se mobilize e seja capaz de contribuir na construção de uma outra ética visando a luta contra hegemônica para estabelecer um novo sistema de relações sociais. • A formação política com a finalidade de formar quadros visando à implementação da estratégia do Movimento com base no tripé: organização, formação e luta.

Referência:

FERREIRA, Ana Rita de Lima. Investigando a concepção de formação política na luta por direitos da coletividade dos atingidos por barragens. 2012. 197 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2012.

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A formação de valores cooperativos e as transformações nas práticas educativas: um estudo de caso de educandos da Licenciatura em Educação do Campo da UnB, no assentamento Itaúna

A formação de valores cooperativos e as transformações nas práticas educativas: um estudo de caso de educandos da Licenciatura em Educação do Campo da UnB, no assentamento Itaúna

Autor(a):

Vicente de Paulo Borges Virgolino da Silva

Resumo:

Este trabalho intenciona contribuir com a viabilidade de um projeto popular de desenvolvimento para o campo brasileiro. Ancora-se em um processo educativo atrelado aos princípios da Educação do Campo, onde se discute formas de produzir conhecimento, novas metodologias, papéis da universidade pública e funções sociais da educação. Investiga formas de contemplar uma educação integral, vinculando esta a categorias como o trabalho e a cooperação. Exercita a construção de novos olhares, baseado num diálogo de saberes e mediados por uma cultura de cuidados, refletindo sobre realidades dos sujeitos do campo. Tem como foco de pesquisa a formação de educadores e gestores para as escolas do campo, construindo vínculos orgânicos entre processos educativos e políticos, econômicos e culturais, resultando em exercícios de contra-hegemonia críticos e reflexivos. Fez-se necessário entender e caracterizar: a formação dos sujeitos do campo no “Grande Sertão Brasília”, seus aspectos étnicos e culturais; os princípios e práticas da Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília. Objetiva analisar de que forma e que valores cooperativos estão sendo construídos na execução do projeto político pedagógico desta Licenciatura, na prática docente, nos diferentes tempos educativos desse processo formativo, e em que medida estão sendo incorporados nas ações pedagógicas desenvolvidas pelos educandos residentes no Assentamento Itaúna – GO. Busca ainda entender e aprofundar nas perspectivas teóricas, significados e sentidos da cooperação, vinculando-os intencionalmente com a formação consciente do sujeito político, emancipatório, participativo e autônomo. Para atingir os objetivos usamos análises de conteúdos em entrevistas semi-estruturadas, no sentido de aferir a construção e agregação de valores cooperativos e níveis de consciência dos atores que participam do processo formativo da LEdoC. A abordagem é quali-quantitativa mensurando a agregação devalores vinculados aos níveis de consciência política, atendendo a classificação ordinal da Escala de Likert que varia de -2 a +2, significando muito desfavorável para -2, quando houver conformidade com um sentido limitante ao fortalecimento do subfator, a muito favorável +2, existindo conformidade favorável ao subfator. Os valores intermediários -1, 0 e +1, correspondem à desfavorável, neutro e favorável. Os indicadores e seus subfatores (diferentes significados e sentidos) que representam os valores cooperativos descritos e analisados, apresentaram como resultados: no segmento dos educandos (as) de 0,74, própria de um nível intermediário entre o nível de consciência de senso comum e o nível de consciência populista; no segmento dos educadores de 1,45, própria de um nível de consciência política práxis/política, criadora, reflexiva apropriada a um grupo que está em processo de um modelo em construção, considerado inovador e que rompe com propostas pedagógicas tradicionais. A média entre os segmentos estudados foi de 1,09, que conforme metodologia escolhida se traduz em um nível de consciência política populista, onde podemos deduzir uma caracterização e uma relação de tutelamento entre os dois segmentos. Neste sentido podemos intuir que avançamos muito, mas que ainda existe um caminho a percorrer para atingirmos uma educação autônoma, libertária e que cumpra os pressupostos da LEdoC.

Referência:

SILVA, Vicente de Paulo Borges Virgolino da. A formação de valores cooperativos e as transformações nas práticas educativas: um estudo de caso de educandos da Licenciatura em Educação do Campo da UnB, no assentamento Itaúna – GO. 2012. 273 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2012.

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Trabalho coletivo, interdisciplinaridade e auto organização dos educandos: contribuições da LEDOC para práticas educativas contra hegemônicas na experiência do ProJovem Campo Saberes da Terra do Distrito Federal

Trabalho coletivo, interdisciplinaridade e auto organização dos educandos: contribuições da LEDOC para práticas educativas contra hegemônicas na experiência do ProJovem Campo Saberes da Terra do Distrito Federal

Autor(a):

Elizana Monteiros dos Santos

Resumo:

O presente trabalho teve o objetivo de analisar as contribuições do processo formativo vivenciado na Licenciatura em Educação do Campo, para promover as Práticas Educativas Pedagógicas Contra-Hegemônicas no ProJovem Campo – Saberes Da Terra do Distrito Federal,trazendo para a análise o Projeto Político-Pedagógico da Licenciatura em Educação do Campo. Em que medida esta formação contribui para as práticas dos seus egressos foi uma das questões da pesquisa.Trazer elementos para tentar entender o território de Planaltina, onde foi implementado o Programa ProJovem Campo – Saberes da Terra. O ProJovem Campo tem educandos de todo o território de Planaltina-DF. O contexto da pesquisa foi a Escola no Campo, o Centro de Ensino Fundamental Pipiripau ll, onde ocorre o programa. O currículo do ProJovem Campo é Integrado e articulado aos saberes científicos e aos saberes populares, propondo um diálogo e um movimento, onde se objetiva a síntese e a produção de novos saberes. Uma característica conceituada como práxis. Utilizando como instrumento principal a roda de conversa, para a coleta de dados, a pesquisa qualitativa apresentou dados que foram utilizados na análise de conteúdo. A partir desta análise chegamos às categorias do trabalho; Trabalho Coletivo, Interdisciplinaridade, Pesquisa como Princípio Educativo e Auto-Organização dos Educandos, práticas educativas Contra-Hegemônicas, materializadas a partir da formação de Educadores e Educadoras na Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília. Nesta perspectiva, fizemos uso de referenciais para essa análise, bem como para a fundamentação teórica: Caldart (2010, 2011, 2012, 2015); Molina (2012, 2014, 2015); Freitas (1999, 2007, 2010, 2011); Ferreira (2015). O trabalho trouxe a reflexão sobre a formação de Educadores do Campo. Com ênfase na compreensão dos elementos que caracterizam o Trabalho Coletivo dos educadores nesse processo que nos permitiu reunir elementos que subsidiem as práticas contra-hegemônicas na Educação do Campo dentro de uma experiência concreta de prática pedagógica, ocorrida dentro de um processo dialógico e permanente. Isso só foi possível dentro da proposta da Educação do Campo em construção pelos seus sujeitos: os Camponeses organizados nos Movimentos Sociais do Campo. A
escola dos trabalhadores e trabalhadoras do campo é a escola para o trabalho, com a vida e para a vida. Ação que, necessariamente, tem que ser fruto de um processo coletivo.

Referência:

SANTOS, Elizana Monteiro dos. Trabalho coletivo, interdisciplinaridade e auto organização dos educandos: contribuições da LEDOC para práticas educativas contra hegemônicas na experiência do ProJovem Campo Saberes da Terra do Distrito Federal. 2017. 148 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

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Ser criança camponesa no Cerrado

Ser criança camponesa no Cerrado

Autor(a):

Jaciara Oliveira Leite

Resumo:

Como é ser sujeito-criança no campo e o que expressam as crianças sobre suas vidas, seu lugar? Essa foi a questão central que inspirou esta pesquisa de doutorado realizada, principalmente, com e sobre as crianças que residem na Comunidade do Sertão – Chapada dos Veadeiros – GO, um território camponês localizado no bioma Cerrado. O objetivo geral da investigação foi: compreender e analisar a infância no/do campo, na comunidade participante da pesquisa, em diálogo com os estudos sobre Corpo, Educação do Campo e Sociologia da Infância. Desse objetivo, desdobraram-se três específicos: a) analisar o contexto atual camponês, em especial as relações com a educação e vida das crianças; b) identificar e analisar os espaços-tempo, as práticas e aspectos que caracterizam a vida das crianças; c) identificar e analisar os sentidos e significados atribuídos pelas crianças à escola e ao território. O trabalho orientou-se pela concepção de criança como sujeito social e, por isso mesmo, pela busca da construção compartilhada dos dados de pesquisa junto com elas. Privilegiou-se o diálogo e a observação das diferentes linguagens das crianças por meio, sobretudo, de estratégias lúdicas de pesquisa (SILVA, 2003). Os instrumentos principais foram: observação participante com registros em “Diários Camponês”; entrevistas/conversas estruturadas em torno de jogos e brincadeiras; desenho; registro iconográfico com fotos e vídeos; e os eventos-campo. Foram ao todo quatro anos de viagens de imersão no campo e de estudos teóricos que constituíram uma práxis de pesquisa com os sujeitos e o território. Esse processo indicou a constituição de infâncias camponesas “cerratenses” (BERTRAN, 2011) tecidas na interação dialética entre as crianças, o corpo, a natureza (o bioma Cerrado), o trabalho e os modos de viver camponês, que são atravessados pelas questões históricas e atuais de contradição entre campesinato (resistência) e poder público (ausência/intervenção) naquele território. É nesse contexto que as crianças experienciam às suas maneiras os diferentes espaços-tempo do território, com destaque especial para a escola, possibilidade concreta de acesso à Educação Básica no campo, central para a comunidade e para a constituição das crianças como sujeitos sociais.

Referência:

LEITE, Jaciara Oliveira. Ser criança camponesa no Cerrado. 2018. 230 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.

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Das práticas educativas às políticas públicas: tramas e artimanhas pela educação do campo

Das práticas educativas às políticas públicas: tramas e artimanhas pela educação do campo

Autor(a):

Eliene Novaes Rocha

Resumo:

A trajetória da educação do campo é marcada pela luta dos movimentos e organizações sociais e sindicais do campo que têm a terra e a educação como bases de suas lutas. O ponto de partida para este estudo foram as práticas educativas desses movimentos e organizações do campo, que são transformadas em instrumento de pressão para a construção de políticas públicas de educação do campo, definidas como aquelas práticas educativas desenvolvidas para sua organização interna, na construção de princípios e metodologias que colocam a educação como estratégia de formação e transformação humana e ainda contribuem para um processo de organização social dos sujeitos coletivos na luta por direitos. Neste sentido, nosso objetivo central é estudar as categorias “campo”, “políticas públicas” e “desenvolvimento” na sua relação com as práticas educativas dos movimentos sociais do campo, identificando as contribuições para a construção da política pública de educação do campo e sua implementação pelo Estado. Esta é uma pesquisa de caráter qualitativo, tendo a pesquisa bibliográfica como matriz orientadora, permeada por diversos instrumentos que possibilitaram ampliação e melhor compreensão do objeto de estudo. A experiência vivenciada pela Bolsa da CAPES e da Fundação Carolina para conhecer as formas de organização da escola rural na Comunidade Autônoma da Catalunha, na Espanha, possibilitou ampliar o olhar sobre os movimentos educativos para além do Brasil, qualificando esta experiência. As contribuições e os resultados identificados neste processo de aproximação entre Brasil e Espanha permitiram identificar a resistência e as lutas pela educação para os povos que vivem no campo, visando garantir o direito a escola e educação. No Brasil os resultados deste estudo podem ser agrupados em três dimensões: na constituição de espaços dentro da própria sociedade civil, enquanto sujeito coletivo que luta por direitos; na institucionalização de espaços de diálogo e proposição com o objetivo de construir políticas públicas por dentro do Estado com a participação dos movimentos sociais do campo e, ainda, na construção de programas e ações voltados para a educação do campo que se propõem como frente de resistência a uma educação hegemônica. Apesar das disputas dentro do próprio Estado pela sua total inserção num modelo capitalista de produção, foi possível identificar políticas de educação do campo contra hegemônicas que se contrapõem ao modelo que exclui e expulsa os povos do campo do seu ambiente, de sua cultura, de suas identidades.

Referência:

ROCHA, Eliene Novaes. Das práticas educativas às políticas públicas: tramas e artimanhas pela educação do campo. 2013. 326 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

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