Matrizes formativas e organização pedagógica: contradições na transição da escola rural para escola do campo

Autor(a):

Pedro Henrique Gomes Xavier

Resumo:

Este trabalho tem como objetivo compreender as matrizes formativas na construção da escola do campo, tais como, a auto organização, trabalho como princípio educativo, autogestão, trabalho coletivo, interdisciplinaridade, currículo ligado com a realidade e como se deu o processo da luta pela educação no Assentamento Vale da Esperança. Para fundamentação teórica sobre a Educação do Campo, recorremos a autores como Mônica Molina, Laís Mourão Sá, Luiz Carlos de Freitas, Pistrack e Roseli Caldart. A pesquisa teve como metodologia a pesquisa qualitativa e como instrumento de pesquisa foi utilizado entrevista semiestruturada e a roda de conversas. Na análise de conteúdo foi utilizada a abordagem da análise do discurso, contendo aspectos relevantes, da história e da memória. Essas matrizes estiveram presentes na pesquisa, relacionando a parte teórica com a prática no período entre 1996 a 2014 no Assentamento Vale da Esperança. Para entender a Educação do Campo é necessária a compreensão dos dois modelos de desenvolvimento agrário em disputa no campo brasileiro. Assim, podemos mostrar a Educação do Campo e seus espaços de lutas e conquistas. A escola é um dos importantes espaços de lutas e, por assim ser, é necessário que ela esteja sempre articulada com a vida do camponês. Para pensar em Educação do Campo é preciso, antes, lutar por políticas públicas adequadas e superar os velhos paradigmas. A Licenciatura em Educação do Campo é uma política pública construída e consolidada pelo movimento da Educação do Campo, que pensa na formação de educadores e educadoras sob a perspectiva emancipadora. No percurso da organização dos conteúdos coletados, podemos destacar as seguintes categorias: o trabalho como princípio educativo, auto-organização dos estudantes, trabalho coletivo, interdisciplinaridade e uma escola do campo ligada com a vida dos estudantes. Os resultados da pesquisa nos levaram a compreender que as matrizes formativas da Educação do Campo são extremamente necessárias na escola do campo. Uma escola que deve ser pensada pelos trabalhadores do campo para os trabalhadores do campo. Podemos destacar ainda que no período pesquisado, no período em que a comunidade estava, dealguma forma, inserida de alguma forma na escola, a proposta da Educação do Campo era cultivada, e o coletivo (comunidade e escola) trabalhava em prol da Educação voltada exclusivamente para o povo camponês.

Referência:

XAVIER, Pedro Henrique Gomes. Matrizes formativas e organização pedagógica: contradições na transição da escola rural para escola do campo. 2016. xv, 132 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

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