A relação entre trabalho e educação no MST: a experiência educativa do assentamento Eldorado dos Carajás Unaí/MG

A relação entre trabalho e educação no MST: a experiência educativa do assentamento Eldorado dos Carajás Unaí/MG

Autor(a):

Tiago Roberto Tenroller Manggini

Resumo:

Este estudo teve como propósito investigar a relação entre trabalho e a educação no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra tendo como universo da pesquisa o Assentamento Eldorado dos Carajás em Unaí/MG. A partir de uma visão ampla de educação enquanto processo de formação humana observamos em que medida a luta pela terra e a organização coletiva do assentamento contribui para a construção de outras formas de sociabilidade que apontem para a superação do capitalismo mesmo que dentro de suas margens. A teoria do conhecimento que delineou o trabalho foi o materialismo histórico dialético através de algumas de suas principais categorias de análise apontadas por Cheptulin (1982). A pesquisa se deu por meio de observação, questionários, entrevistas, análise documental. Os resultados nos ajudaram a evidenciar contradições que atravessam o processo em questão, da mesma forma que proporcionaram a constatação das possibilidades de superação da lógica capitalista de alienação do trabalho.

 

Referência:

MANGGINI, Tiago Roberto Tenroller. A relação entre trabalho e educação no MST: a experiência educativa do assentamento Eldorado dos Carajás Unaí/MG. 2012. 177 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2012.

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Pelo direito de estudar: A 1ª turma de direito do PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária)

Pelo direito de estudar: A 1ª turma de direito do PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária)

Autor(a):

Raquel Buitrón Vuelta

Resumo:

Esta pesquisa teve como objeto a Turma Evandro Lins e Silva, a primeira Turma de Direito do PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária). Procuramos investigar/averiguar sua contribuição para a ampliação do acesso à Justiça e ao Direito em defesa da Agricultura Familiar, Camponesa e de Comunidades Tradicionais. O curso ocorreu entre Agosto de 2007 a Agosto de 2012, com a participação inicial de 60 camponeses oriundos de todo o Brasil. Foi uma parceria entre a Universidade Federal de Goiás (UFG), os movimentos sociais e sindicais rurais e o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Para tanto, apresentamos o movimento pela Educação do Campo, a Questão Agrária no Brasil, o Ensino Superior e o Ensino Jurídico, bem como as políticas públicas voltadas para a questão agrária. Analisamos o surgimento do curso e sua estruturação, e as práticas jurídicas dos estudantes do curso durante sua permanência nas comunidades rurais, através de entrevistas e pesquisa de campo durante a estadia dos estudantes na Universidade, além da utilização do referencial bibliográfico sobre o tema. Consideramos que o curso demonstrou a importância dos movimentos sociais como sujeitos coletivos de direitos, que lutaram para formar camponeses advogados, para responder às demandas e necessidades das comunidades rurais.

 

Referência:

VUELTA, Raquel Buitrón. Pelo direito de estudar: A 1ª turma de direito do PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária). 2013. 159 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

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A formação política do educador do campo: estudo do curso de licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília

A formação política do educador do campo: estudo do curso de licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília

Autor(a):

Julio Cezar Pereira da Silva

Resumo:

O objetivo deste estudo é pesquisar as contribuições da prática pedagógica da Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília na formação política do educador do campo. A análise parte de duas categorias básicas: formação política como despolitização e formação política como politização. A primeira foi decomposta nas seguintes dimensões: valores transmitidos pela escola formal – individualismo, competitividade, relação hierárquica; democracia representativa – apatia política, controle ideológico, exclusão social, dominação; ensino superior e formação alienada do trabalhador – fragmentação do conhecimento, visão técnica do conhecimento, pragmatismo, submissão e exclusão; escola capitalista – neutralidade científica, formação técnica, alienada, desconectada da realidade de vida dos estudantes, conteúdos hierárquicos e controle. A segunda categoria foi desmembrada nas dimensões: Educação do Campo como prática social em processo – luta social, formação para além da sala de aula, perspectiva da transformação social; valores – solidariedade, cooperação, visão política do conhecimento; democracia participativa – emancipação social, soberania popular, construção coletiva do projeto social; pedagogia socialista – conteúdos não hierárquicos, ligação com a realidade de vida dos estudantes, relação não hierárquica entre docentes e educandos; formação do intelectual orgânico – formação para a organização social, formação para a capacidade de direção, capacidade de discussão dos problemas no coletivo, práxis teórica e visão de classe. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, utilizando entrevistas, grupos focais e análise do Projeto Político-Pedagógico do curso. A análise foi feita com base na técnica de análise de conteúdo. Foi evidenciada a existência de práticas inovadoras e politizadas na forma da organização pedagógica e do ensinar, mas também foram encontradas práticas despolitizadas, que podem ser caracterizadas como reacionárias em relação à proposta do curso. No entanto, estas práticas pedagógicas despolitizadas não afetaram negativamente o processo de formação política dos estudantes no curso, embora indiquem contradições intrínsecas à experiência docente na universidade.

 

Referência:

SILVA, Julio Cezar Pereira da. A formação política do educador do campo: estudo do curso de licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília. 2013. 86 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

Disponível em:

https://repositorio.unb.br/handle/10482/13694

Formação de educadores e a construção da escola do campo : um estudo sobre a prática educativa no Colégio Estadual Vale da Esperança – Formosa/GO

Formação de educadores e a construção da escola do campo : um estudo sobre a prática educativa no Colégio Estadual Vale da Esperança - Formosa/GO

Autor(a):

Catarina dos Santos Machado

Resumo:

Este trabalho teve como objetivo geral analisar a prática educativa de um grupo de professores do Colégio Estadual Vale da Esperança, município de Formosa Goiás, sendo três deles formados/em formação pelo Curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília, e três formados em outros cursos de Educação do Campo. Para fundamentar de forma teórica as discussões sobre a Educação do Campo, recorremos principalmente aos seguintes autores: Paulo Freire, Luiz Carlos Freitas, Pistrak, Roseli Caldart, Mônica Molina, e Anna Izabel Barbosa. A pesquisa foi desenvolvida no âmbito qualitativo, tendo como instrumentos de coleta de dados as técnicas de análise documental, observação participante e entrevista. Para a organização dos instrumentos de pesquisa foram utilizados os aspectos centrais da organização do trabalho na escola capitalista, que segundo Luiz Carlos Freitas devem ser criticados e superados para instaurar uma escola dos trabalhadores: a ausência do trabalho como princípio educativo; a fragmentação do conhecimento e a gestão escolar autoritária. Estes três aspectos centrais foram traduzidos na forma de três grandes eixos que devem estar presentes na prática pedagógica e nos processos de construção da escola do campo: presença do trabalho como princípio educativo, formação por área de conhecimento e gestão escolar democrática. Durante o processo de organização dos dados coletados, foram obtidas as seguintes categorias de interpretação: trabalho com princípio educativo, princípio da organicidade e auto organização, trabalho pedagógico e formas de avaliação, interdisciplinaridade, gestão escolar e visão sobre a escola do campo. Os resultados da pesquisa levam-nos a inferir que as formas de organização pedagógica desses professores, sua dinâmica e seus projetos educativos na escola do campo começam de forma incipiente a desenvolver técnicas voltadas para as práticas da Educação do Campo, mas ainda necessitam de um avanço mais direcionado aos sujeitos do campo. O estudo aponta ainda a necessidade de ampliar as oportunidades de formação para que esses sujeitos desenvolvam práticas educativas voltadas para a melhoria da vida no campo e que a sua formação na Licenciatura em Educação do Campo venha a contribuir de forma mais específica e mais voltada para a realidade das escolas onde esses educadores atuam.

 

Referência:

MACHADO, Catarina dos Santos. Formação de educadores e a construção da escola do campo : um estudo sobre a prática educativa no Colégio Estadual Vale da Esperança – Formosa/GO. 2014. xv, 126 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

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Comunicação e tecnologias da informação na formação de educadores para ampliação das perspectivas críticas dos sujeitos na licenciatura em educação do campo da UnB

Comunicação e tecnologias da informação na formação de educadores para ampliação das perspectivas críticas dos sujeitos na licenciatura em educação do campo da UnB

Autor(a):

Márcio Ferreira

Resumo:

Esta pesquisa tem a intenção de contribuir para um projeto de educação, de campo e de nação a partir das necessidades e da ação popular. É um exercício de construção de novas proposições para lidar com o conceito de cultura agora como modo de vida, conjunto de ações e significados para os sujeitos e seus coletivos. Buscou olhar para a formação superior de educadores e gestores para a Escola do Campo por meio de estratégias que permitam a não ruptura dos vínculos orgânicos entre educação, política, economia e cultura. Resulta deste trabalho novos exercícios de contra-hegemonia críticos e reflexivos baseados na inserção de uma área de conhecimento denominada Comunicação e Tecnologias da Informação (CTI) na Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília (LEdoC-UnB). Objetivou analisar se as relações pedagógicas vivenciadas na área de conhecimento Comunicação e Tecnologias da Informação (CTI) no contexto da LEdoC-UnB podem contribuir para instrumentalizar os educandos para ampliar sua compreensão crítica do mundo. Amparou suas discussões pelo entendimento de novas relações de determinação entre base e superestrutura (agora numa relação de reciprocidade de determinância) pautadas num conceito de cultura amplo visto como o modo de viver, agir, pensar e trouxe o conceito de tecnologia como instrumentos e estratégias com uma estreita relação de causalidade com a acumulação. É um feito acadêmico alicerçado no conceito de Educação do Campo como espaço do trabalho, da cultura, dos saberes, das lutas sociais dos camponeses, de uma concepção de campo e projeto de campo distinta da hegemônica e de uma Escola do Campo que seja construída a partir das necessidades dos sujeitos e de seus territórios. Vê na Pedagogia da Alternância as estratégias metodológicas mais adequadas a não separação entre os sujeitos em formação e sua realidade objetiva. A tese é pautada na formação geral de professores pensada a partir de perspectivas de um entendimento de homem como ser de relações, que deve deixar emergir os conflitos e buscar o diálogo como solução para as questões da vida em sociedade. Defende uma política de formação de educadores do campo feita a partir das necessidades reais e específicas do campo para uma Escola do Campo. Apresenta algumas correntes da formação de educadores com uso de computadores e Internet sem deixar de lado o fato de que há predominância de uma relação de causa e sentido entre estas teorias e o fortalecimento de ideologias capitalistas. Assumimos uma perspectiva materialista histórica e dialética como arcabouço epistemológico para a pesquisa buscando na dialética a compreensão de nosso objeto de estudo recortado num processo de pesquisa-ação que tem como fontes a descrição do processo de inserção de CTI na LEdoC-UnB, registros das Sínteses coletivas das atividades educativas de CTI, entrevista sobre acesso aos meios de comunicação pelos educandos. Os dados revelam um rico processo educativo muito mais amplo do que o imaginado nos primeiros passos da instituição de CTI na LEdoC-UnB evidenciando processos de análise critica surgidos por meio das provocações articuladas pelo conhecimento das potencialidades de computadores e Internet, pelo uso destes recursos, no permear essas relações por conceitos do Materialismo Histórico Dialético. Conclui-se que a instauração de CTI contribuiu significativamente para as aprendizagens sobre uso de computador e Internet como instrumental para resolver questões cotidianas e para avanços do entendimento crítico do mundo da cultura, da economia, da política, da cognição.

 

Referência:

FERREIRA, Márcio. Comunicação e tecnologias da informação na formação de educadores para ampliação das perspectivas críticas dos sujeitos na licenciatura em educação do campo da UnB. 2014. viii, 296 f. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

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Formação de educadores do campo e tecnologias digitais: relações e desafios na licenciatura em educação do campo da UnB

Formação de educadores do campo e tecnologias digitais: relações e desafios na licenciatura em educação do campo da UnB

Autor(a):

Wanessa de Castro

 

Resumo:

Este estudo teve como tema a formação de educadores do campo para o uso de Tecnologias Digitais na Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília. Teve como sujeitos da pesquisa os educandos da Turma 2 da referida Licenciatura. O objetivo principal foi investigar e analisar em que medida o acesso e a apropriação das Tecnologias Digitais no processo de formação de educadores do campo ajudam a utilizar e produzir recursos educacionais contextualizados que possam provocar alterações, numa perspectiva transformadora/emancipadora, em suas práticas pedagógicas nas escolas do campo. Para isso, usou como fundamentação teórica: Educação do Campo; escolas do campo; formação de educadores do campo: a Licenciatura em Educação do Campo na UnB (LEdoC – UnB); tecnologias digitais, letramento digital e Recursos Educacionais Abertos; Comunicação e Tecnologias da
 Informação – a formação para uso das Tecnologias Digitais em processos educativos; história e conceito de Recursos Educacionais Abertos; criação, adaptação, uso e compartilhamento de REA; e tipos de licença Creative Commons. O percurso metodológico desenvolveu-se sob a perspectiva do Materialismo Histórico Dialético e foi realizada uma pesquisa-ação cuja abordagem foi qualitativa. Para a coleta de informações foram utilizados: questionário, entrevista estruturada online, observação participante e diálogos pedagógicos realizados em várias etapas do processo de pesquisa. A partir da pesquisa chegou-se à conclusão que, ao ingressar na LEdoC, os docentes em formação, em sua quase totalidade, não tinham conhecimentos informáticos básicos e puderam construí-los ao longo do curso tanto nas aulas de Comunicação e Tecnologias da Informação quanto nos demais componentes curriculares; também, concluiu-se que formar um educador do campo requer diferenciação no tratamento, no currículo, nas estratégias e nas práticas pedagógicas; ainda, que houve e continua a haver transformação social tanto na vida desses docentes, agora formados como nas comunidades campesinas das quais eles fazem parte; que autilização de Recursos Educacionais Abertos amplia muito as possibilidades de formação desses sujeitos; também que o uso de Tecnologias Digitais e REA, por si só, não promove transformação nas práticas pedagógicas, essa transformação somente acontecerá a partir de um conjunto de situações que tenham essa mudança como um de seus objetivos. Assim, o objetivo inicial dessa pesquisa, além de ser alcançado, ainda permitiu ampliar o escopo da pesquisa para utilização e produção de Recursos Educacionais Abertos, complementando a ideia de prática emancipatória por não utilizar programas e aplicativos pagos e compartilhar materiais que podem auxiliar outros educadores do campo. Por fim, a título de recomendação, foi feita a sugestão da criação do componente curricular Letramento Científico e Digital como disciplina e não mais oficina, com carga horária ampliada em relação à Oficina de Informática e com a criação de vaga para professor efetivo para este novo componente.

 

Referência:

CASTRO, Wanessa de. Formação de educadores do campo e tecnologias digitais: relações e desafios na licenciatura em educação do campo da UnB. 2015. xxii, 241 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

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Docência, escola do campo e formação: qual o lugar do trabalho coletivo?

Docência, escola do campo e formação: qual o lugar do trabalho coletivo?

Autor(a):

Maria Jucilene Lima Ferreira

Resumo:

Nesta pesquisa, busca-se investigar as relações existentes entre o trabalho docente na Escola de Campo e os pressupostos teórico metodológicos da formação no curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEdoC), da UnB. Partimos das seguintes indagações: (i) como o trabalho docente, na escola, articula o conhecimento com a realidade social dos sujeitos do campo? (ii) em que medida o trabalho docente e conhecimento dialogam no processo de formação e profissionalidade do Educador do Campo? Nesse sentido, pretende-se caracterizar aspectos da realidade social e do trabalho docente, focalizando as dimensões coletivas desse trabalho na relação díade entre a gestão da escola e a comunidade, com base nos pressupostos teórico-metodológicos dos processos formativos da Licenciatura em Educação do Campo. Nosso objeto de pesquisa compreende o trabalho docente de Educadores do Campo que cursaram e que cursam a LEdoC (turmas II, III e V) e atuam na Comunidade Engenho II, Município de Cavalcante-GO. O referencial teórico de maior relevância para a pesquisa é composto por: Antunes (2009), Mészáros (2005), Marx & Engels (2009), Vázquez (2011), Luiz Freitas (2008, 2010, 2011), Helena Freitas (2002, 2003), Silva (2008, 2011), Pistrak (2000, 2009), Molina (2010, 2011, 2012), Molina & Sá (2012), Caldart (2010, 2012) e Frigotto (2009). A pesquisa se apoia no Materialismo Histórico Dialético para uma interpretação crítica acerca das relações sociais que se estabelecem entre trabalho docente, escola e processos formativos na LEdoC. A metodologia do trabalho de campo se desenvolveu a partir da observação direta das atividades escolares e da vida camponesa na Comunidade Engenho II, durante o período de agosto a outubro de 2013 e em setembro de 2014, por meio de entrevistas semiestruturadas e do preenchimento de uma ficha para obter informações como identificação pessoal, formação e aspectos da profissão docente. Também foram analisados 11 artigos científicos que tratam dos procedimentos formativos na LEdoC. Os resultados apontam aspectos de aproximação e distanciamento do trabalho pedagógico, do trabalho docente e dos processos formativos na construção da Escola do Campo, protagonizada pelos trabalhadores camponeses organizados. A conclusão do estudo defende o trabalho coletivo como força motriz para a qualificação das relações estabelecidas entre a docência, Escola do Campo e formação de educadores em favor da construção da Escola do Campo, a partir de duas teses, a saber: (I) os pressupostos teórico-metodológicos na formação de Educadores do Campo serão apreendidos, mais efetivamente, se desenvolvidos a partir de um trabalho coletivo, de perspectiva interdisciplinar, durante todo o curso de Licenciatura, tanto no Tempo Escola como no Tempo Comunidade, entre educadores em formação e professores-formadores; e (II) o trabalho coletivo entre escola (gestão), docentes, discentes e universidade (professores formadores), ancorado ao movimento da práxis criadora, favorece a qualidade dos processos formativos da escola e da universidade, bem como a formação emancipatória dos sujeitos.

Referência:

FERREIRA, Maria Jucilene Lima. Docência, escola do campo e formação: qual o lugar do trabalho coletivo?. 2015. 235 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

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Programa mais educação nas escolas do campo: oportunidade de aprofundamento dos princípios da educação do campo? o caso do Colégio Estadual Vale da Esperança, Formosa/GO

Programa mais educação nas escolas do campo: oportunidade de aprofundamento dos princípios da educação do campo? o caso do Colégio Estadual Vale da Esperança, Formosa/GO

Autor(a):

Samira Bandeira de Miranda Lima

Resumo:

O presente projeto de pesquisa analisou a implementação e os desdobramentos da proposta de educação integral desenvolvida na Escola do Campo localizada no Assentamento Vale da Esperança, em Formosa/GO, durante os anos de 2012 a 2014, instituída pelo Programa Mais Educação (PME), tendo por base a tríade estruturante da Educação do Campo: educação, política pública e campo. Os objetivos específicos foram analisar as práticas pedagógicas das categorias de profissionais atuantes no Colégio Estadual Vale da Esperança no desenvolvimento do PME e sua vinculação com os princípios da Educação do Campo, como também analisar os problemas e contribuições do PME na qualidade da educação, na dinamização do cotidiano social e escolar dos estudantes da Escola do Campo, na percepção dos sujeitos envolvidos no processo. Para fundamentar as discussões teóricas sobre políticas e programas educacionais no contexto do Brasil contemporâneo, da Educação Integral e da Educação do Campo, foram utilizados os autores: Jaime Giolo, Gaudêncio Frigotto, Dermeval Saviani, Jaqueline Moll, Roseli Caldart, Mônica Molina e Luiz Carlos Freitas. O percurso metodológico utilizado foi a pesquisa qualitativa, caracterizada como estudo de caso. Como estratégias e instrumentos de coleta de dados, foram utilizados: a análise documental, observações e entrevistas semiestruturadas. A teoria do conhecimento que norteou a compreensão do processo estudado foi o materialismo histórico dialético. Para a análise dos dados, foi empregado o método de análise de conteúdo do material coletado. O resultado da pesquisa evidenciou a contribuição do PME na escola para a construção dos princípios da Educação do Campo a partir da implementação dos tempos educativos, do trabalho como princípio educativo e da auto organização dos estudantes. Conclui-se que o Programa Mais Educação nas Escolas do Campo é um programa de governo de extrema relevância para contribuir na construção da Escola do Campo em direção aos seus princípios, abrindo espaço concreto para materializar uma formação multidimensional e construir uma educação integral humanista, centrada na formação e desenvolvimento integral do sujeito, na intencionalidade da Educação Omnilateral. Não foram encontrados estudos sobre o desenvolvimento do PME nas Escolas do Campo. Sendo assim, esta pesquisa pretende contribuir para a reflexão e para a problematização das questões relacionadas ao desenvolvimento da educação integral nas Escolas do Campo a partir do Programa Mais Educação.

 

Referência:

LIMA, Samira Bandeira de Miranda. Programa mais educação nas escolas do campo: oportunidade de aprofundamento dos princípios da educação do campo? o caso do Colégio Estadual Vale da Esperança, Formosa/GO. 2015. 188 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

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A transição agroecológica no assentamento colônia I em Padre Bernardo- GO: articulando as dimensões de um processo socioeducativo

A transição agroecológica no assentamento colônia I em Padre Bernardo- GO: articulando as dimensões de um processo socioeducativo

Autor(a):

Marcela Souto de Oliveira Cabral Tavares

Resumo:

Este trabalho trata de um Estudo de Caso sobre o processo de transição agroecológica realizado no assentamento Colônia I em Padre Bernardo – GO. Destaca-se no trabalho a análise da mudança do modelo produtivo convencional e a adoção de modelos de produção agroecológicos por meio da formação socioeducativa e da colaboração de parceiros institucionais aos assentados. Como hipótese considerou-se que a transição agroecológica foi um processo educativo de ruptura de antigos paradigmas que exigiram da comunidade a construção de novos saberes. A metodologia desenvolvida buscou conjugar aspectos da pesquisa quantitativa e qualitativa, combinando instrumentos de coleta de dados: observação participante, grupos focais, e entrevistas semi-estruturadas. Como resultado foi possível apontar: 1. empoderamento do grupo de mulheres Sabor do Cerrado; 2. o fortalecimento das aprendizagens grupais; 3.a gestão participativa do Grupo Vida e Preservação, 4. a construção, dentro da UnB de um espaço formativo e transformador de conhecimento; 5. um aumento considerável do valor médio da renda familiar em Hum mil duzentos e vinte sete reais e sessenta e sete centavos (R$ 1.227,67) por unidade de produção;6. a ampliação exponencial da disponibilidade de produtos para o consumo familiar e posteriormente para a comercialização 7. o acesso mais estável a água e a minimização das perdas dos fluxos mediante o manejo do microclima local; 8. no solo, a realização de mosaicos produtivos que tem gerado cada vez mais agroecossistemas estáveis ecologicamente e economicamente, reduzido a ação de pragas e enfermidades; 9. A compreensão da complementaridade entre as duas lógicas produtivas: a lógica coletivista e a lógica camponesa; 10. as significativas melhoras na capacidadede organização social e econômicas do grupo para o enfrentamento do mercado inclusive subvertendo sua ordem econômica em detrimento da garantia da ordem moral e simbólica camponesa. Finalmente, conclui-se pela necessidade de fortalecimento da agricultura agroecológica sustentável, onde o pequeno agricultor camponês, seja central e promotor no desenvolvimento de um novo projeto de campo com repercussões para toda a sociedade. Onde esse campo seja o lugar de vida e trabalho; campo como produtor de alimentos, numa visão estratégica de segurança e soberania alimentar; campo como gerador de trabalho e renda; campo como guardião da biodiversidade; campo como formador de cultura, campo como um modo de vida,- Campo como continuidade da narrativa histórica!

Referência:

TAVARES, Marcela Souto de Oliveira Cabral. A transição agroecológica no assentamento colônia I em Padre Bernardo- GO: articulando as dimensões de um processo socioeducativo. 2012. xviii, 247 f., il. Tese (Doutorado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2012.

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As contribuições da licenciatura em educação do campo na transformação das relações de gênero: um estudo de caso com as educandas do assentamento Virgilândia de Formosa/GO

As contribuições da licenciatura em educação do campo na transformação das relações de gênero: um estudo de caso com as educandas do assentamento Virgilândia de Formosa/GO

Autor(a):

Maria de Lourdes Soares Pereira

Resumo:

A Educação do Campo, como projeto alternativo de sociedade coadunado aos Movimentos Sociais, tem se empenhado na luta e na conquista de políticas públicas para o campo. Nesse sentido, a Licenciatura em Educação do Campo, com sua proposta diferenciada e específica, é parte dessas políticas públicas que visa em conjunto com os (as) camponeses (as) construir um modelo de educação contra hegemônico voltado para o respeito e as especificidades dos povos do campo. Assim este trabalho busca compreender as contribuições da Licenciatura em Educação do Campo nas rupturas das relações de gênero com as mulheres egressas e estagiárias de diversas turmas, oriundas do Assentamento Virgilândia, Formosa- Goiás. Pretendemos identificar os protagonismos vivenciados por elas com visibilidade às áreas política, social, econômica, bem como a convivência delas em família e na comunidade, rompendo uma estrutura histórica de dominação e exclusão que durante séculos a elas foi imposta de uma cultura patriarcal hegemônica. O referido trabalho situa-se no campo da pesquisa qualitativa em educação caracterizada pela história de vida, onde utilizamos um roteiro de entrevista semiestruturada gravada. Num primeiro momento, a trajetória de vida dessas mulheres revela um cotidiano de exclusão e subordinação pela sua condição de mulher camponesa alijada dos seus direitos também pela falta de acesso à educação. Num segundo momento, em decorrência do acesso à LEdoC, percebe-se sinais de ruptura e emancipação dando novos sentidos e significados à vida dessas mulheres e construindo estratégias de resistência frente às posturas de discriminação.

Referência:

PEREIRA, Maria de Lourdes Soares. As contribuições da licenciatura em educação do campo na transformação das relações de gênero: um estudo de caso com as educandas do assentamento Virgilândia de Formosa/GO. 2014. xii, 88 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

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