Caracterização ecológica de sementes e plântulas de árvores de Cerrado

Caracterização ecológica de sementes e plântulas de árvores de Cerrado

Autor(a):

Ivonne Andrea Narváez Zambrano

Resumo:

Realizou-se a caracterização ecológica de 37 espécies arbóreas do cerrado, considerando-se 11 atributos funcionais de sementes e plântula. Os teores de água da semente estiveram entre 6-14%. Dezessete espécies tiveram sementes planas, 18 tiveram esféricas e duas alongadas. A massa seca das sementes variou de 2 a 9.175 mg. Astronium fraxinifolium, Tabebuia. aurea, Lafoensia pacari, Aspidosperma macrocarpon e Magonia pubescens tiveram germinação rápida (< 5 dias) e índices de sincronia entre 0,6 – 2,4 bits. Dipterx alata, Luehea paniculata, Kielmeyera speciosa e Cybistax antisyphilitica, tiveram germinação intermediária (5 a 10 dias) e índices de sincronia entre 1,7 – 3,2 bits. Aspidosperma tomentosum, Zeyheria montana, Plathymenia reticulata e Curatella americana, tiveram germinação mais lenta (> 10 dias) e índices de sincronia entre 3,0 – 3,8 bits. Quatro espécies tiveram plântulas do tipo fânero epígeo-foliáceo (FEF), duas espécies fânero-epígeo-reserva (FER), três espécies fânero-hipógeo-reserva (FHR) e duas espécies cripto hipógeo-reserva (CHR). A parte aérea das espécies é predominantemente composta por folhas ao invés de crescimento em altura e a parte subterrânea investe mais em alongamento das raízes do que em engrossamento. As espécies apresentam duas estratégias de uso dos recursos, sendo colonizadoras e tolerantes ao estresse. Espécies colonizadoras apresentaram massa da semente menor, raiz principal alongada e alta área foliar específica (SLA). Espécies tolerantes ao estresse apresentaram massa da semente maior, raízes mais curtas e grossas e menor SLA. A caracterização ecológica realizada, indica a diversidade de estratégias das espécies como resposta à heterogeneidade ambiental. O uso de espécies com estratégias para colonizar e para tolerar o estresse na restauração ecológica, pode contribuir à superação de filtros ecológicos, o que aumentaria as espécies capazes de se estabelecer em áreas degradadas.

Referência:

NARVÁEZ ZAMBRANO, Ivonne Andrea. Caracterização ecológica de sementes e plântulas de árvores de Cerrado. 2017. x, 53 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

Disponível em:

Amostragem e modelagem da biomassa de raízes em um cerrado sensu stricto no Distrito Federal

Amostragem e modelagem da biomassa de raízes em um cerrado sensu stricto no Distrito Federal

Autor(a):

Gileno Brito de Azevedo

Resumo:

Estoques em biomassa são, em geral, muito variáveis entre e dentro de ecossistemas florestais. Para o bioma Cerrado, alguns estudos têm indicado que grande parte da biomassa vegetal viva encontra-se abaixo do nível do solo, ou seja, nas raízes. Contudo, estudos envolvendo a quantificação da biomassa subterrânea têm recebido pouca atenção em relação a quantificação da biomassa aérea, devido a grande dificuldade em amostrar raízes, pois as metodologias utilizadas para tal finalidade são, geralmente, difíceis de serem executadas, demandando muito tempo e muita mão de obra. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi realizar estudos relacionados à distribuição, amostragem e modelagem da biomassa de raízes, em área de cerrado sensu stricto localizada na Fazenda Água Limpa, Distrito Federal. A biomassa acima do solo foi determinada considerando quatro estratos da vegetação: arbóreo-arbustivo, regeneração natural, herbáceo e serapilheira. Para a coleta das raízes, foram escavadas cinco subparcelas de 2 x 2 m, sendo cada uma alocada no centro de parcelas de 20 x 50 m implantadas na área para a realização do inventário florestal visando caracterizar a vegetação lenhosa arbórea e arbustiva. As escavações nas subparcelas de 2 x 2 m, foram realizadas considerando seis intervalos de profundidade (0-10, 10-30, 30-50, 50-100, 100-150 e 150-200 cm). Foram testados diferentes métodos de amostragem, que consistiram na coleta de raízes utilizando trado e escavação de monolitos e trincheiras, com diferentes dimensões, totalizando 13 tratamentos. As raízes foram separadas do solo, lavadas, classificadas de acordo com o seu diâmetro em grossas (> 10 mm), médias (5 10 mm), pouco finas (2-5 mm) e finas (< 2 mm), e, em seguida, pesadas. Subamostras de raízes com ± 300 g foram secas em estufa a 70 ± 2 ºC, visando obter a biomassa seca. Os dados obtidos nas subparcelas foram utilizados para avaliar distribuição da biomassa de raízes ao longo do perfil do solo e por classe de diâmetro. A partir dos dados da biomassa seca de raízes acumulada ao longo do perfil do solo (0-10, 0-30, 0-50, 0-100, 0-150 e 0-200 cm), em cada subparcela amostrada (total de 30 observações), foram ajustados modelos de regressão visando estimar a biomassa seca de raízes por unidade de área e por profundidade do solo. As variáveis independentes utilizadas no ajuste dos modelos foram: profundidade do solo (cm), densidade (N.ha-1), área basal (m².ha-1), diâmetro médio quadrático (cm) e altura de Lorey (m). O estoque total de biomassa verificado na área foi de 73,90 ± 12,26 Mg.ha-1, sendo 37,38 % desse total verificado acima do nível do solo e 62,62 % abaixo do nível do solo, até a profundidade de 200 cm. As camadas superficiais do solo acumularam a maior parte da biomassa estocada pelas raízes, sendo, aproximadamente 43, 74 e 86 % desse total registrada até as profundidades de 10, 30 e 50 cm. As raízes grossas contribuíram com 67,1 % da biomassa abaixo do solo, enquanto que as raízes finas representaram apenas 9,3 %. A escavação de dois monolitos de 0,5 x 0,5 m, até a profundidade de 30 cm, distribuídos em cantos opostos de uma subparcela de 2 x 2 m, mostrou ser uma estratégia eficiente para captar a variabilidade espacial da biomassa de raízes, proporcionando estimativas com precisão semelhante às obtidas com métodos que utilizaram maior área de escavação. O ajuste de modelos alométricos é uma boa alternativa para estimar, de forma indireta, a biomassa de raízes.

Referência:

AZEVEDO, Gileno Brito de. Amostragem e modelagem da biomassa de raízes em um cerrado sensu stricto no Distrito Federal. 2014. xii, 75 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)–Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

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Desenvolvimento de espécies nativas do cerrado a partir do plantio de mudas e da regeneração natural em uma área em processo de recuperação, Planaltina-DF

Desenvolvimento de espécies nativas do cerrado a partir do plantio de mudas e da regeneração natural em uma área em processo de recuperação, Planaltina-DF

Autor(a):

Jackeline Miclos Cortes

Resumo:

O bioma Cerrado é considerado como hot spot para conservação da biodiversidade mundial, por apresentar grande diversidade biológica, alto grau de endemismo e elevada ameaça de degradação. Este cenário tem despertado preocupação com relação a busca de informações para subsidiar projetos de recuperação das áreas degradadas. Este trabalho teve como objetivo avaliar espécies nativas do Cerrado, provenientes do plantio de mudas e da regeneração natural, presentes em uma área em processo de recuperação na Embrapa Cerrados, localizada em Planaltina-DF. Este local refere-se a uma área com histórico de degradação, onde anteriormente, em dezembro de 2006, foram plantadas 720 mudas, distribuídas em 15 espécies nativas do Cerrado, de acordo Modelo nativas do bioma. Desde dezembro de 2007 foram realizadas roçagens para garantir a sobrevivência das mudas plantadas e beneficiar as espécies provenientes da regeneração. Foram realizados três levantamentos (fevereiro de 2010, julho de 2010 e fevereiro de 2011) para avaliar a florística e fitossociologia das espécies regenerantes do local; a sobrevivência e o crescimento (em altura e em diâmetro) das mudas e das espécies regenerantes. As espécies provenientes do plantio de mudas, 50 meses após o plantio, apresentaram de 2,08% a 89,58% de sobrevivência. Dentro deste grupo, as espécies com as maiores porcentagens de sobrevivência foram Hymenaea courbaril, Plathymenia reticulata, Astronium fraxinifolium, Simarouba versicolor, Tapirira guianensis e Genipa americana. Em relação ao crescimento, as espécies Simarouba versicolor e Plathymenia reticulata apresentaram os maiores valores de incremento em altura e em diâmetro significativamente diferentes da maioria das espécies. Foram encontradas na regeneração natural até o último levantamento, 14 famílias, 23 espécies, incluídas em 23 gêneros. As espécies com maior Índice de Valor de Importância (IVI) em fevereiro de 2010 foram: Eugenia dysenterica e Machaerium acutifolium. Todas as espécies da regeneração natural apresentaram alta sobrevivência, entre 66,67% a 100% até o final da avaliação. Os valores de incrementos em altura não foram significativos para as espécies de regeneração natural.

Referência:

CORTES, Jackeline Miclos. Desenvolvimento de espécies nativas do cerrado a partir do plantio de mudas e da regeneração natural em uma área em processo de recuperação, Planaltina-DF. 2012. 89 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2012.

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Regeneração e estabelecimento de Copaifera langsdorffii (Desf.) e Emmotum nitens (Benth.) Miers em condições naturais

Regeneração e estabelecimento de Copaifera langsdorffii (Desf.) e Emmotum nitens (Benth.) Miers em condições naturais

Autor(a):

Isaac Nuno Carvalho de Azevedo 

Resumo:

Fatores como tipo de fitofisionomia, a remoção e predação de sementes por animais e a sazonalidade climática podem limitar o estabelecimento de diversas espécies arbóreas. Copaifera langsdorffii e Emmotum nitens são duas espécies típicas do Cerrado que são encontradas desde formações florestais como os cerradões até savânicas como campo sujo e cerrado sensu stricto no Centro-Oeste brasileiro. O presente trabalho teve como objetivo geral analisar a capacidade de regeneração, a remoção e predação das sementes de Copaifera langsdorffii e Emmotum nitens, no cerradão e no cerrado sensu stricto circundante na Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília – EEJBB. Alem disso, determinar a influência do tipo de fitofisionomia no estabelecimento das duas espécies e se os efeitos da predação variam entre uma formação florestal em que as espécies já estão bem estabelecidas e, uma formação savânica adjacente, em que está ocorrendo (ou potencialmente possa ocorrer) o processo de colonização, após a dispersão das sementes. E também, determinar a capacidade de estabelecimento, os padrões fenológicos e de crescimento de C. langsdorffii nos primeiros 6 anos de vida, cujas sementes foram plantadas em um fragmento de cerradão e numa formação de campo sujo adjacente na Fazenda Água Limpa – FAL. Em um inventário do componente arbóreo do cerradão do EEJBB, E. nitens foi a espécie de maior densidade e de maior valor de importância (IVI), enquanto C. langsdorffii apresentou uma menor densidade de indivíduos e valores menores de IVI. No inventário, realizado no cerrado sensu stricto circundante ao fragmento de cerradão para a observação da existência de indivíduos adultos das duas espécies foram encontrados poucos indivíduos de E. nitens, a maioria localizados próximos ao cerradão. Não foi encontrado nenhum indivíduo de C. langsdorffii. Na análise da regeneração na área amostrada no cerradão do EEJBB foram encontrados 392 indivíduos de E. nitens o que representa uma densidade absoluta (DA) de 10.453 indivíduos por hectare, já para a C. langsdorffii foram encontrados apenas 46 indivíduos obtendo uma densidade absoluta de 1.253 indivíduos por hectare. A regeneração de E. nitens e C. langsdorffii no cerradão agrupada em classes de diâmetro apresentou uma distribuição em forma de J invertido, com a maioria dos indivíduos distribuídos nas primeiras classes, o que também pode ser observado para E. nitens no cerrado sensu stricto circundante. Essa distribuição não ficou tão evidente para C. langsdorffii nessa mesma fitofisionomia devido à pequena quantidade de indivíduos jovens encontrados. Em termos de remoção e predação, as sementes de C. langsdorffii apresentaram taxas maiores de remoção que as de E. nitens, nas duas fitofisionomias. Das 400 sementes de C. langsdorffii dispersas artificialmente em cada fitofisionomia houve remoção em torno de 78% nas duas fitofisionomias após 100 dias, alcançando remoção total das sementes que não germinaram aos 210 dias no cerradão e aos 330 dias no cerrado sensu stricto circundante. No cerradão 16,5% das sementes C. langsdorffii germinaram e houve mortalidade de 44%, sendo que 37 plantas permaneciam vivas 510 dias após o início do experimento. Para E. nitens não houve germinação em nenhuma das duas fitofisionomias e a remoção foi de 41,8% e 59% no cerradão e cerrado sensu stricto, respectivamente após os 510 dias. O experimento na FAL, as sementes de C. langsdorffii foram plantadas no cerradão e no campo sujo. A emergência foi baixa 21% no campo sujo e 28% no cerradão. Das plântulas que emergiram 59,3% e 27,8% respectivamente permaneciam vivas após 6 anos. A maior parte da mortalidade ocorreu logo após a emergência durante a época de chuva. As plantas apresentam no campo sujo um comprimento médio de 27,44 cm e no cerradão de 17,45 cm ao final de 75 meses, o número de folíolos/planta foi maior no campo sujo, onde apresentou um número médio, aos 75 meses, de 40 e no cerradão de 20 folíolos. Ao longo dos 75 meses, o número de folíolos/planta foi sempre crescente, apesar de uma diminuição sazonal no período de estiagem. A porcentagem de remoção do limbo das folhas presentes nas plantas teve nos primeiros meses seus índices mais altos, sempre caindo com o passar do tempo, atingindo 4,5 e 1%, respectivamente, aos 75 meses. Em termos de plantios de reflorestamento e de enriquecimento florestal a simples dispersão das sementes na superfície do solo não é a melhor maneira para se garantir a regeneração e estabelecimento das espécies estudadas, no entanto, o plantio em pequenas covas, aumenta consideravelmente o tempo médio para a germinação e a emergência das plântulas, sendo a fase mais limitante para o estabelecimento, os primeiros meses após a emergência. Superado esta fase inicial, estas terão grandes chances de se estabelecerem no local e colonizar a área.

Referência:

AZEVEDO, Isaac Nuno Carvalho de. Regeneração e estabelecimento de Copaifera langsdorffii (Desf.) e Emmotum nitens (Benth.) Miers em condições naturais. 2006. 83 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2006.

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Semeadura direta de árvores do Cerrado: testando técnicas agroecológicas para o aperfeiçoamento do método

Semeadura direta de árvores do Cerrado: testando técnicas agroecológicas para o aperfeiçoamento do método

Autor(a):

Raíssa Ribeiro Pereira Silva

Resumo:

A semeadura direta é sugerida como uma alternativa eficaz e barata para a restauração ecológica, mas para que ela seja amplamente utilizada para a restauração de ecossistemas tropicais é necessário (i) conhecer as espécies e as características funcionais adequadas à técnica e (ii) aprimorar técnicas que aumentem a germinação e a sobrevivência de plântulas. Esta dissertação avaliou emergência, estabelecimento e crescimento de espécies de árvores nativas do cerrado submetidas à semeadura direta. No primeiro capítulo foram testados os tratamentos de profundidade de plantio (superfície e enterrada) e utilização de “mulch” (sem cobertura, 5 cm e 10 cm de palhada), no estabelecimento de plântulas, nas variáveis microambientais e na emergência da gramínea invasora braquiária. No segundo capítulo foram testados tratamentos de plantas companheiras (sem plantas, plantas agrícolas e adubação verde) e de adubação (sem adubo, cama de frango e adubo químico). No primeiro capítulo semeamos 30 sementes × 6 tratamentos × 3 blocos = 540 sementes de cada espécie. No segundo, semeamos 30 sementes × 9 tratamentos × 4 blocos = 1.080 sementes de cada espécie. O enterramento das sementes prejudicou as espécies com sementes achatadas. A cobertura de palhada aumentou a umidade do solo e diminuiu a emergência de braquiária, promovendo de 28 a 62% mais assimilação fotossintética. O sombreamento excessivo (95%) com adubação verde diminuiu a sobrevivência e o crescimento de algumas espécies, o que não ocorreu com as companheiras agrícolas (60% de sombreamento). A adubação não favoreceu o crescimento das plântulas. O crescimento aéreo das plântulas foi baixo em todos os tratamentos. O consórcio com plantas agrícolas que sombreie 60% pode ser utilizado nas fases iniciais da restauração. A semeadura direta é uma técnica efetiva para diversos tipos de sementes de árvores de cerrado (Aspidosperma macrocarpon, Hymenaea stigonocarpa, Dipteryx alata, Enterolobium gummiferum, Eugenia dysenterica e Magonia pubescens, neste trabalho), desde que haja bom preparo do solo e controle de espécies invasoras.

Referência:

SILVA, Raíssa Ribeiro Pereira. Semeadura direta de árvores do Cerrado: testando técnicas agroecológicas para o aperfeiçoamento do método. 2015. x, 78 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

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Efeito de diferentes usos do solo no cerrado sobre a composição da fauna edáfica

Efeito de diferentes usos do solo no cerrado sobre a composição da fauna edáfica

Autor(a):

Angela Pereira Bussinger

Resumo:

A fauna edáfica é diversa e dependente de uma combinação de fatores que podem ser modificados pelo uso do solo, como a viabilidade de teores de nutrientes e matéria orgânica, capacidade de retenção de água e microrganismos, além de apresentar padrões de dominância de grupos edáficos, também relacionados ao uso e apesar de sua importância nos ecossistemas, tais relações ainda são pouco conhecidas, especialmente para o Cerrado. Este estudo avaliou a influência de diferentes usos de solo sobre organismos da fauna edáfica (enquitreídeos e macrofauna) em área de Cerrado, considerando ainda os efeitos das propriedades físicas, químicas e microbiológicas do solo. O estudo foi conduzido na Embrapa Cerrados, Planaltina- DF, e os sistemas de uso do solo (SUS) incluem Integração Lavoura- Pecuária- Floresta (ILPF);; pastagem de Urochloa brizantha com três anos após lavoura (Past3);; Sistema silvipastoril com Leucaena leucocephala e Urochloa brizantha (Leu);; plantio clonal de Eucalyptus sp.(Euc);; pastagem de Urochloa brizantha com seis anos (Past6) e vegetação nativa de Cerradão (Cer). A amostragem da macrofauna foi realizada em um transecto de acordo com o método TSBF. A macrofauna foi identificada ao nível de famílias e os dados expressos em densidade. Os dados de densidade também foram expressos em percentual por camada para análise da distribuição vertical. Para minhocas e enquitreídeos, a identificação foi realizada até o nível de gênero. Os atributos físicos mensurados foram densidade do solo, volume total de poros, microporosidade, macroporosidade e condutividade hidráulica saturada. Os atributos químicos foram pH, matéria orgânica do solo, os teores de Al3+, Ca2+, Mg2+, P, K+, C, N e relação C:N. Os atributos microbiológicos mensurados foram a atividade enzimática da fosfatase ácida e as biomasas microbianas do C e do N. As médias dos atributos físicos, químicos e biológicos foram comparadas pelo teste de Tukey (p<0,01) e utilizados boxplots para analisar a normalidade da distribuição dos dados em cada SUS. Para avaliar as correlações entre os atributos do solo e a macrofauna foi realizada uma análise multivariada de componentes principais (PCA). Para minhocas e enquitreídeos foi realizada uma análise de Cluster e para avaliar a influência dos atributos do solo na densidade e riqueza desses organismos, foi aplicado o modelo de regressão múltipla de Poisson. Para macrofauna foram amostrados 84.896 indivíduos, distribuídos entre 14 ordens e 29 famílias e os grupos mais abundantes foram representados por Isoptera, Coleoptera, Oligochaeta e Formicidae. A área de Cerradão se diferenciou pela PCA dos demais tipos de uso do solo e apresentou uma maior diversidade de grupos associados a esse sistema. Para a distribuição vertical, a maior ocorrência da macrofauna foi observada na camada de 0- 10 cm de profundidade do solo na maioria das áreas avaliadas, com exceção de Euc e Leu, que apresentaram maiores densidades na camada de 10- 20 cm. Verificou- se que os atributos químicos e microbiológicos estão relacionados à abundância e à riqueza dos grupos da macrofauna, mas não foram observadas influências significativas para os atributos físicos. Os sistemas de uso do solo influenciaram a densidade e a composição da fauna edáfica, com uma tendência de simplificação desses organismos em áreas sob monocultivo, além de promover modificações na maioria dos atributos físicos, químicos e microbiológicos do solo. Para minhocas e enquitreídeos foi encontrado um total de 37.686 enquitreídeos e 5.280 minhocas. A análise de Cluster permitiu a separação dos sistemas de uso do solo, tanto para enquitreídeos como para minhocas, indicando que esses organismos respondem ao tipo de vegetação e manejo adotado em cada área. Houve dominância de gêneros com ocorrência de espécies nativas, cosmopolitas e peregrinas, especialmente nas áreas com pastagem, indicando que também são afetados pelo manejo do solo. A ocorrência de gêneros de enquitreídeos e gêneros e espécies de minhocas se mostrou dependente de uma combinação de fatores físicos, químicos e microbiológicos, em maior ou menor grau. Embora tais relações ainda não sejam claras para determinados gêneros e a baixa densidade de alguns indivíduos dificultem o estabelecimento das mesmas, estas podem ser utilizadas como classificadoras da qualidade ou degradação de um solo ou ecossistema, principalmente quando se observa a presença de grupos exóticos ou de ampla distribuição.

Referência:

BUSSINGER, Angela Pereira. Efeito de diferentes usos do solo no cerrado sobre a composição da fauna edáfica. 2018. xii, 107 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.

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Caracterização socioeconômica e ambiental de produtos florestais não madeireiros de famílias agroextrativistas, em quatro municípios de Goiás

Caracterização socioeconômica e ambiental de produtos florestais não madeireiros de famílias agroextrativistas, em quatro municípios de Goiás

Autor(a):

Fábio Mesquita Souza

Resumo:

A vegetação do Cerrado é formada por um mosaico de formações florestais savânicas e campestres, com predominância de espécies arbóreas e a presença de estratos arbustivo-herbáceos. O Cerrado possui cerca de 11.600 espécies, entre plantas herbáceas, arbóreas, arbustivas e cipós, se destacando entre as espécies, diferentes tipologias de uso, como alimentício, medicinal, madeireiro e artesanal. Pesquisas voltadas para as populações agroextrativistas presentes no Cerrado revelam aspectos socioeconômicos e ambientais, que as tornam uma excelente fonte de informações para pertinentes planos de manejo de produtos florestais não madeireiros. O objetivo deste trabalho foi identificar os produtos florestais não madeireiros, quanto à diversidade e formas de utilização por famílias agroextrativistas em quatro municípios do Estado de Goiás: Abadiânia, Corumbá de Goiás, Pirenópolis e Terezópolis de Goiás. A amostra foi definida aleatoriamente, utilizando a técnica snowball sampling, onde o método de coleta se baseou em entrevistas semi estruturadas e correspondentes observações. As espécies foram agrupadas em categorias de uso, e foram calculados os índices de diversidade de Shannon-Wiener, de similaridade de Jaccard e de Sorensen. Foram amostradas 80 unidades familiares de agroextrativistas, com 66,25% de informantes do sexo feminino e 33,75% do sexo masculino. A idade dos informantes variou de 20 a 79 anos. 72,5% se declararam depender economicamente da extração e 27,5% do artesanato de produtos extraídos. 75% das famílias possuem entre 1 a 15 anos de trabalho na produção florestal não madeireira na região. 69% disseram que não encontraram outra fonte de renda e 31% disseram que sim, sendo que destes, 80% afirmaram receber recursos do programa de transferência de renda Bolsa Família e os 20% confirmaram ter recursos de correspondente aposentadoria. A menor média de renda obtida com a comercialização de PFNMs ficou no município de Abadiânia, que correspondeu em R$ 337,50 e em Pirenópolis a maior de R$ 1.122,00. Foi registrada a presença de 18 espécies de plantas úteis, distribuídas em 10 famílias botânicas. Fabaceae foi à família com maior representação, com 8 espécies citadas (44,44%). As categorias de uso foram 3: alimentação, medicinal e artesanato. O índice de diversidade de Shannon-Wiener (H‟) encontrado para os quatros municípios foi de 2,30. A cidade de Abadiânia apresentou o menor índice, sendo H‟= 1,08. A similaridade de Jaccard (J) e a similaridade de Sorensen (S) entre Pirenópolis e Abadiânia foram de 0,17 e 0,30, os menores, respectivamente.

Referência:

SOUZA, Fábio Mesquita. Caracterização socioeconômica e ambiental de produtos florestais não madeireiros de famílias agroextrativistas, em quatro municípios de Goiás. xi, 60 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brsília, Brasília, 2012.

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Densidade básica e potencial energético de espécies lenhosas do Cerrado do estado de Tocantins

Densidade básica e potencial energético de espécies lenhosas do Cerrado do estado de Tocantins

Autor(a):

Carlos José da Silva

Resumo:

A proposta deste trabalho foi estimar a densidade básica média de um povoamento florestal a partir de uma amostragem dos galhos, visando manter a integridade do tronco e permitindo estimativa da biomassa seca. O estudo também determinou o potencial energético das espécies arbóreas da fitofisionomia Cerradão no domínio de Cerrado no Estado de Tocantins, em uma área de 10,15 hectares. Foram abatidos 80 indivíduos pertencentes a 34 espécies arbóreas, e de cada indivíduo abatido foram coletados amostras na forma de discos com 5 cm de espessura, em três posições do tronco (base, meio e topo) e em três espessuras dos galhos (galho grosso: diâmetro maior que 10 cm; galho médio: de 3 a 10 cm; e galho fino: menor que 3 cm). A massa seca e a massa saturada das amostras foram obtidas para a determinação da densidade básica. O material foi moído, classificado abaixo de 60 mesh, secado e pesado antes de serem realizadas a análise imediata e poder calorífico. Determinou-se também a densidade energética. Entre as espécies arbóreas analisadas, 41% apresentaram média densidade da madeira. As espécies que apresentaram alta e baixa densidade no tronco tiveram o mesmo comportamento em seus galhos. O modelo para estimar a densidade do tronco utilizando a densidade do galho, foi o modelo com dados de galhos médios. A espécie que apresentou o maior potencial energético foi a Emmotum nitens e a que apresentou menor potencial foi a espécie Vochysia gardiner, dados da análise imediata e poder calorífico superior mostraram-se próximos aos da literatura para espécies exóticas e para espécies do cerrado brasileiro, com o modelo ajustado pode-se calcular a densidade energética das espécies em função da densidade básica das mesmas. O conhecimento do potencial energético das espécies nativas analisadas permite avançar nas pesquisas para eventuais melhorias na qualidade da madeira de espécies voltadas para a produção energética florestal sustentável.

Referência:

SILVA, Carlos José da. Densidade básica e potencial energético de espécies lenhosas do Cerrado do estado de Tocantins. 2014. xiv, 66 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

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Ìndice de qualidade do solo para a avaliação do impacto de diferentes usos e manejos e sua aplicação em uma área rural de Planaltina (DF)

Ìndice de qualidade do solo para a avaliação do impacto de diferentes usos e manejos e sua aplicação em uma área rural de Planaltina (DF)

Autor(a):

Clara Milena Concha Lozada

Resumo:

Com o objetivo de desenvolver e aplicar um índice de qualidade do solo para a avaliação do impacto de diferentes usos e manejos em áreas de Cerrado, foram analisadas propriedades físicas (textura, taxa de infiltração de água no solo – TI e resistência mecânica do solo à penetração-RP), químicas (matéria orgânica do solo-MOS, saturação por bases-V, fosforo-P, acidez-pH, capacidade de troca de cátions-CTC) e biológicas (cobertura do solo e besouros coprófagos-C+R) de seis áreas experimentais, situadas sobre um Latossolo Vermelho franco-argilo-arenoso, na zona rural de Planaltina (DF). As seis áreas experimentais foram: Cerrado (stricto sensu)-CSS, Cerradão-CE, Reflorestamento de 10 anos (Enterolobium gummiferum)-R10, Reflorestamento de 1 ano (Handroanthus impetiginosus, Piptadenia gonoacantha, Triplaris gardneriana, Myracrodruon urundeuva, Sterculia striata)-R1, Lavoura de milho (Zea mays)-LM e uma Pastagem degradada (Brachiaria decumbens)-PD. Depois de obtidas as médias dos parâmetros F/Q/B em cada uma das áreas experimentais, foram atribuídos os escores 1, 2 e 3, para o terceiro, segundo e primeiro lugar do ranking das seis áreas, respectivamente, sendo a qualidade do solo estimada pela soma ponderada dos escores entre o número de variáveis de propriedade. O índice de qualidade do solo, calculado para as áreas experimentais acima, variou de 5,0 para o Cerradão até 2,2 para o Reflorestamento de 1 ano, sendo o primeiro classificado como Alto, e os outros cinco como médios.

Referência:

CONCHA LOZADA, Clara Milena. Ìndice de qualidade do solo para a avaliação do impacto de diferentes usos e manejos e sua aplicação em uma área rural de Planaltina (DF). 2015. xi, 80 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

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Rebrota de indivíduos lenhosos em área de cerrado sentido restrito como resposta ao fogo

Rebrota de indivíduos lenhosos em área de cerrado sentido restrito como resposta ao fogo

Autor(a):

Fabiane Furlaneto Souchie

Resumo:

O tipo de resposta à passagem do fogo indica a severidade dos danos sofridos, e a dinâmica temporal destas respostas sugere a capacidade de recuperação das espécies às queimadas. Neste estudo, que está dividido em dois capítulos, nós avaliamos para o conjunto de indivíduos lenhosos de espécies nativas do Cerrado: 1) o tipo de rebrota como resposta a um incêndio não prescrito; 2) a importância do diâmetro da base, da altura total e da espessura de casca para o tipo resposta apresentado; e 3) a dinâmica dos indivíduos com rebrotas basais durante o período de 64 meses. O estudo foi desenvolvido no Parque Municipal do Bacaba em Nova Xavantina, Mato Grosso, onde estudamos 485 indivíduos de 26 espécies em área de Cerrado sentido restrito Queimado (CQ); e em área adjacente de Cerrado sentido restrito protegido de fogo por mais de cinco anos (CC), sendo 139 indivíduos de 12 espécies em comum ao CQ. No Primeiro capítulo, após dois anos da ocorrência do fogo, avaliamos o tipo de rebrota como resposta ao fogo (rebrota epígea, hipógea, epígea+hipógea ou mortalidade) e a probabilidade de apresentar essas respostas em função: a) da altura total; b) do diâmetro da base, medido a 30 cm de altura do solo e, c) da espessura de casca. Registramos que 57% dos indivíduos tiveram resposta epígea, 15% resposta epígea+hipógea, 24% morte do tronco principal, mas emitiram brotos hipógeos e apenas em 4% dos indivíduos observamos morte do tronco principal. A espessura de casca, seguida do diâmetro da base foram os melhores preditores do tipo de resposta ao fogo. No segundo capítulo avaliamos e comparamos a dinâmica dos brotos basais (número, mortalidade, altura total e diâmetro da base) dos indivíduos com rebrota basal (hipógeos e epígeos+hipógeos) no CQ durante o período de 64 meses. A mortalidade média dos brotos basais acumulada para indivíduos com rebrota hipógea (64%) foi semelhante ao apresentada por indivíduos com rebrota epígea+hipógea (69%). Entretanto, o número médio de brotos basais emitidos, o incremento em diâmetro e em altura total foram significativamente maiores para os brotos hipógeos em relação aos epígeo+hipógeo e sugere balanço na alocação de recursos, pois não havendo morte do tronco principal, o investimento em rebrotas basais é reduzido. Por meio de regressão linear estimamos que os brotos hipógeos recuperarão a biomassa do tronco principal depois de transcorrido 16 anos da ocorrência de fogo, desde que não haja nova perturbação. Nossos resultados indicaram baixa mortalidade e alta capacidade de rebrota para o conjunto espécies lenhosas nativas avaliadas. Esse comportamento evidencia a elevada capacidade de resiliência da vegetação lenhosa do Cerrado sentido restrito e de persistência das espécies arbustivo arbóreas frete aos distúrbios provocados pelo fogo, o que garante a perpetuação e manutenção da biodiversidade do bioma Cerrado.

Referência:

SOUCHIE, Fabiane Furlaneto. Rebrota de indivíduos lenhosos em área de cerrado sentido restrito como resposta ao fogo. 2015. xi, 46 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

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