Ciclagem biogeoquímica e modelagem de biomassa e nutrientes em povoamento de eucalipto em solo do Cerrado

Ciclagem biogeoquímica e modelagem de biomassa e nutrientes em povoamento de eucalipto em solo do Cerrado

Autor(a):

Marco Bruno Xavier Valadão

Resumo:

O estudo ciclagem de nutrientes em povoamento de eucalipto em solo do Cerrado foi o tema principal do documento de tese de doutorado. O estudo foi conduzido na Fazenda Água Limpa – FAL, a qual pertence à Universidade de Brasília – UnB, situada no Distrito Federal. O povoamento selecionado apresentava área total de 3,29 ha e foi estabelecido em janeiro de 2010. O plantio do clone I224, híbrido de Eucalyptus urophylla S.T. Blake x Eucalyptus grandis Hill ex-Maiden foi realizado em espaçamento 3 x 2 m. O solo do plantio foi descrito como um Latossolo Vermelho de baixa fertilidade. Por meio da análise de parâmetros como a produção e acúmulo de serapilheira, decomposição foliar, química e física do solo e modelagem de nutrientes foi possível compreender a relevância da quantidade e qualidade dos resíduos orgânicos em povoamentos florestais. No primeiro capítulo foi possível constatar a alta produção e acúmulo de serapilheira em povoamento de eucalipto, porém com uma decomposição mais lenta. No segundo, verificou-se que a remoção da camada de serapilheira do solo acarretou em aumento no tempo estimado de decomposição foliar, alterou a concentração de potássio ao longo do perfil do solo. O terceiro e último capítulo atestou a viabilidade de se utilizar modelos consagrados no âmbito florestal, como o modelo de Schumacher-Hall na estimativa de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio da biomassa aérea e raízes em plantio de eucalipto. Ao abordar aspectos da ciclagem biogeoquímica em povoamento florestal, este trabalho ressalta a importância do papel da eucaliptocultura na manutenção dos padrões de produção sustentável em um bioma tão devastado como o Cerrado.

Referência:

VALADÃO, Marco Bruno Xavier. Ciclagem biogeoquímica e modelagem de biomassa e nutrientes em povoamento de eucalipto em solo do Cerrado. 2019. xv, 78 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.

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Investigação da pirólise de biomassas do cerrado para aplicação à sistemas de gaseificação estagiada

Investigação da pirólise de biomassas do cerrado para aplicação à sistemas de gaseificação estagiada

Autor(a):

Mara Rúbia da Silva Miranda

Resumo:

A recuperação de energia utilizando a biomassa proveniente de resíduos florestais e industriais tem sido amplamente pesquisada. Das tecnologias de conversão, a pirólise e a gaseificação constituem importantes processos termoquímicos na produção de carvão, bio-óleo e gases, que além de agregar valor ao subproduto, diversificam as aplicações energéticas. Apesar do estudo destas tecnologias de conversão não ser recente, ainda existem problemas encontrados nos diversos tipos de reatores existentes, como por exemplo, o alcatrão gerado que proporciona altos custos com a limpeza dos gases. Diante do contexto, o objetivo geral deste trabalho é estudar as biomassas do cerrado – casca da árvore de jatobá, casca do fruto do baru e caroço de pequi como potenciais no uso da tecnologia de pirólise com foco na gaseificação estagiada. Para isto, as biomassas de estudo foram previamente caracterizadas a fim de compreender e prever as características de influência nos produtos finais, além de entender os mecanismos de reação da pirólise através do cálculo da energia cinética. Os resultados da caracterização dos materiais, mostraram que o alto teor de lignina da casca da árvore de jatobá pode influenciar num maior rendimento de carvão quando comparado com as outras biomassas. A energia de ativação do caroço de pequi calculada pelos métodos de Osawa, K-A-S e Starink é menor (75,666 kJ/mol a 80,084 kJ/mol) indicando que a energia necessária deste combustível para iniciar uma reação é menor. Os experimentos de degradação térmica foram realizados num reator de pirólise lenta, com dois tamanhos de partícula (>40 mesh e 38,11%), enquanto a pirólise da casca do fruto do baru obteve rendimentos maiores de bio-óleo (>44,89%). Na caracterização dos carvões, observouse que altas temperaturas relativas de pirólise, reduzem o teor de voláteis e a densidade e elevam o PCS e o teor de cinzas do carvão. Na caracterização do bio-óleo, observou-se que o obtido pela casca do fruto do baru possui maiores valores de acidez (184,72 a 193,54 mgKOH/g) se comparado as outras duas biomassas (jatobá e pequi), tornando este bio-óleo mais corrosivo. O bio-óleo proveniente da pirólise do caroço de pequi obteve resultados maiores de viscosidade (24,33 a 14,52 mm2/s), já que a biomassa in natura é muito oleaginosa. Em relação ao enxofre, o bio-óleo do caroço de pequi obteve também resultados maiores variando de 682,9 a 953,7 ppm, podendo aumentar as emissões de poluentes. A densidade dos bio-óleos do baru e do jatobá tiveram resultados bem semelhantes (1,02 a 1,05 g/cm3) ao utilizar a temperatura mais baixa de 430°C e o bio-óleo do caroço de pequi apresentou resultados de densidades menores (0,86 a 0,95 g/cm3). Já na gaseificação estagiada, comparou-se o rendimento do bio-óleo da casca do fruto do baru na pirólise que foi de 44,89%, enquanto que no bio-óleo do carvão da casca do fruto do baru obtido na gaseificação foi de 6,52%, mostrando uma redução de 85,48% da quantidade de alcatrão. 

Referência:

MIRANDA, Mara Rúbia da Silva. Investigação da pirólise de biomassas do cerrado para aplicação à sistemas de gaseificação estagiada. 2017. ix, 170 f., il. Tese (Doutorado em Ciências
Mecânicas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

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Uso de biomantas na revegetação de um fragmento de Mata de Galeria no Jardim Botânico de Brasília, DF : sobrevivência e desenvolvimento de mudas

Uso de biomantas na revegetação de um fragmento de Mata de Galeria no Jardim Botânico de Brasília, DF : sobrevivência e desenvolvimento de mudas

Autor(a):

Camila Graziela Artioli

Resumo:

A intervenção antrópica buscando ampliar as fronteiras agrícolas, o avanço da pecuária e ainda a exploração mineral vem causando danos irreversíveis ao Cerrado, segundo maior bioma do Brasil. Entre as formações vegetais mais ameaçadas do bioma Cerrado destaca-se a Mata de Galeria. Programas de recuperação de áreas degradadas vêm sendo implementados para corrigir os danos causados, porém quando o estrato herbáceo que se estabelece em uma área degradada é composto por gramíneas exóticas, o plano de recuperação da área torna-se inexeqüível. Nesse cenário, cerca de 2 ha da Mata de Galeria do Córrego Gama-Cabeça de Veado, na área do Jardim Botânico de Brasília foi desmatada e encontra-se dominada por Melinis minutiflora Beauv. (capim gordura). Algumas tentativas de restauração desse local falharam devido a competição com essa gramínea. Dessa forma, este trabalho visa avaliar o efeito do uso de biomantas na sobrevivência e desenvolvimento de mudas de espécies arbóreas em área dominada por capim-gordura. Na área de estudo foram plantadas mudas arbóreas de 30 espécies diferentes. Parte das mudas plantadas recebeu a biomanta e a outra metade não recebeu o tratamento. Após o plantio, foram efetuados quatro levantamentos, onde cada muda identificada e tinha sua altura e diâmetro à altura solo medidos. No primeiro levantamento foram mensuradas 1.213 mudas, sendo 724 mudas com biomanta e 489 mudas sem biomanta. No segundo levantamento foram medidas 972 mudas, das quais 639 com biomanta e 333 sem biomanta. No último levantamento, em julho de 2011, foram medidas 700 mudas, sendo 475 com biomanta e 225 sem biomanta. Os dados do terceiro levantamento foram descartados, pois eram duvidosos. Para avaliar o desenvolvimento das mudas calculou-se o volume de cada muda, para se obterem valores alométricos. Esses valores preencheram modelos de regressões lineares, que expressam, por meio do coeficiente angular da reta, a taxa de crescimento das plantas. A análise dos coeficientes angulares das retas descritas pelo incremento das mudas (teste F) mostrou que entre as trinta espécies estudadas, nove apresentaram incremento diferenciado com o uso das biomantas. As demais vinte e uma espécies não apresentaram o incremento significativamente afetado pelo uso desse recurso.

Referência:

ARTIOLI, Camila Graziela. Uso de biomantas na revegetação de um fragmento de Mata de Galeria no Jardim Botânico de Brasília, DF : sobrevivência e desenvolvimento de mudas. 2011. x, 51 f., il. Dissertação(Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2011.

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Recuperação de áreas degradadas no ribeirão do Gama e o envolvimento da comunidade do Núcleo Hortícola de Vargem Bonita, DF

Recuperação de áreas degradadas no ribeirão do Gama e o envolvimento da comunidade do Núcleo Hortícola de Vargem Bonita, DF

Autor(a):

Ana Claudia Cavalcanti de Moura

Resumo:

O crescente desmatamento na região de domínio do Cerrado motivado pelos avanços das fronteiras agrícolas e expansão urbana vem exercendo grande pressão sobre a vegetação nativa do bioma Cerrado e degradando áreas de grande importância ecológica como as matas de galeria. Considerando que as condições originais foram modificadas na área de estudo, buscou-se avaliar o desenvolvimento inicial de espécies nativas do bioma, de origem pioneira e não pioneira de mata de galeria, assim como espécies de cerrado sentido restrito em plantios de recuperação. Buscou-se também sensibilizar e valorizar os moradores envolvidos no processo e com isso motivar aos demais a se engajarem no processo de recuperação das áreas degradadas em suas propriedades. Foram avaliados o desenvolvimento inicial de nove espécies nativas do bioma, sendo três de cerrado sentido restrito, três de mata de galeria pioneiras e não pioneiras, em um plantio de recuperação no Park Way, DF. Foram realizadas atividades de educação ambiental com a comunidade local. O monitoramento do plantio ocorreu entre os meses de dezembro de 2005 a maio de 2007. Ao longo de 16 meses, foram realizadas 4 avaliações, sendo a primeira 15 dias após o plantio e as demais aos 5, 10 e 16 meses. As atividades de educação ambiental foram realizadas sistematicamente 1 vez por semana, de fevereiro de 2006 a abril de 2007. Para a avaliação do desenvolvimento inicial das espécies, os parâmetros observados foram a sobrevivência, a altura, diâmetro do caule a altura do solo e a área da copa, por fitofisionomia de origem e grupo sucessional. Para avaliação das atividades de educação ambiental foram realizadas entrevistas semi estruturadas com auxílio de questionário. Após 16 meses de plantio a sobrevivência total das mudas foi de 72,7%. A maior taxa de sobrevivência final foi do grupo das espécies de mata de galeria não pioneiras (T3) com 78,3%, e a menor taxa foi do grupo de cerrado sentido restrito (T1) com 65,8%. Os maiores incrementos medianos totais em altura (71,5 (máx= 345) cm), e diâmetro (15,9 (máx= 90) mm) foram atribuídos às espécies de mata de galeria pioneiras (T2) e não pioneiras (T3), respectivamente. Os menores incrementos medianos totais em altura (10,25 (máx.= 147,5) cm) e diâmetro (6,9 (máx= 46,2)) mm foram registrados para às espécies de cerrado sentido restrito (T1). As espécies dos diferentes grupos sucessionais e fisionômicos apresentaram melhores desempenhos em áreas com solos férteis, e piores nas áreas compactadas de baixa fertilidade. As espécies de cerrado apresentaram maior sobrevivência nas áreas compactadas de baixa fertilidade em comparação as espécies de mata de galeria pioneiras e não pioneiras. As atividades de educação ambiental desenvolvidas ajudaram a sensibilizar e informar melhor o público trabalhado para a necessidade de conservar e recuperar as matas de galeria na Vargem Bonita.

Referência:

MOURA, Ana Claudia Cavalcanti de. Recuperação de áreas degradadas no ribeirão do Gama e o envolvimento da comunidade do Núcleo Hortícola de Vargem Bonita, DF. 2008. 125 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2008.

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Desenvolvimento inicial de 15 espécies florestais nativas, plantadas ao final do período chuvoso, em uma área degradada por extração e compactação de solo no Distrito Federal

Desenvolvimento inicial de 15 espécies florestais nativas, plantadas ao final do período chuvoso, em uma área degradada por extração e compactação de solo no Distrito Federal

Autor(a):

Mac Leonardo da Silva Souto

Resumo:

No Bioma Cerrado, onde a estacionalidade climática é um fator preponderante no estabelecimento e desenvolvimento de espécies, em que fitofisionomias florestais e savânicas se alternam em função de gradientes de umidade e fertilidade, estudos demonstram que uma combinação entre espécies de diferentes fitofisionomias deste bioma pode facilitar a recuperação de ambientes degradados do Bioma Cerrado e contribuir para a manutenção do mosaico vegetacional original. Este trabalho buscou dar base ao conhecimento sobre o desenvolvimento inicial de espécies nativas do Bioma Cerrado em áreas degradadas por mineração. Foram monitoradas 15 espécies lenhosas, com 15 repetições para cada espécie, de três fitofisionomias do Bioma Cerrado (Mata Seca (MS), Cerrado sentido restrito (CE) e Mata de Galeria (MG)) em um período de 72 meses (março de 2007 a fevereiro 2013), em um plantio de recuperação realizado em área de CE, degradada por extração e compactação de solo, na Fazenda Água Limpa – UnB, Distrito Federal. Para análise dos dados, foram mensuradas as variáveis (altura, diâmetro e número de indivíduos vivos) das espécies plantadas na área. Aos 72 meses a taxa de sobrevivência total para o plantio foi de 55%, sendo que o grupo MS (76%) foi, entre o três, o que apresentou maior taxa de sobrevivência, seguido por MG (71%) e CE (39%), este com menor taxa de sobrevivência. A ANOVA apresentou interações significativas entre fitofisionomias versus espécies para as variáveis altura e diâmetro. Nas análises realizadas com a mediana, o teste do Qui-quadrado não apresentou diferença significativa entre os grupos de espécies com origem nas fitofisionomias MS e MG, mas estes diferiram significativamente do grupo CE na comparação entre CE e MS e na comparação entre CE e MG. O incremento mediano em altura e diâmetro para o plantio foram respectivamente 55,00 cm (com altura máxima de 210 cm para a espécie Acacia polyphylla e mínimo de 12 cm para Eriotheca pubescens) e 11,7 mm (com máximo de 47 mm em diâmetro para a espécie Acacia polyphylla e mínimo de 7,47 mm para Copaifera langsdorffii). A diferença foi verificada pelo teste de mediana por duas amostras, sendo que para o incremento total em altura houve diferença significativa entre as fitofisionomias MS e CE e entre MG e CE. Entre as fitofisionomias MS e MG, a diferença não foi significativa. Por avaliação de desempenho das 15 espécies, 60% dessas estão distribuídas entre recomendável e muito recomendável em práticas de recuperação de áreas degradadas por mineração em área de CE. O lento crescimento das espécies de CE comparada às espécies de fitofisionomias florestais está relacionado ao investimento inicial em biomassa subterrânea por essas espécies, sugerindo o uso de uma composição de espécies de diferentes fitofisionomias para facilitar a recuperação de uma área degradada.

Referência:

SOUTO, Mac Leonardo da Silva. Desenvolvimento inicial de 15 espécies florestais nativas, plantadas ao final do período chuvoso, em uma área degradada por extração e compactação de solo no Distrito Federal. 2013. xiii, 102 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências
Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

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Modelagem do sequestro de carbono em plantação de eucalipto para fins energéticos no cerrado

Modelagem do sequestro de carbono em plantação de eucalipto para fins energéticos no cerrado

Autor(a):

José Daniel Echeverri Vergara

Resumo:

As florestas têm papéis importantes na mudança do clima, pois produzem combustíveis que quando são gerenciados de uma forma sustentável são uma alternativa benigna em substituição dos combustíveis fósseis, já que contribuem com absorção das emissões de CO2 em sua biomassa, nos solos e nos produtos delas derivadas. O plantio de novas florestas para fins energéticos pode ajudar a mitigar as mudanças do clima retirando CO2 da atmosfera. Sob certas condições, essas florestas podem crescer relativamente rápida, absorvendo o CO2 a taxas mais altas que nas florestas naturais. No caso do eucalipto, espécie estudada neste trabalho, o rápido crescimento fornece boa absorção de CO2 da atmosfera referente ao emitido durante a queima na geração de energia. Uma alternativa para a quantificação e estimativa da quantidade do CO2 absorvido pela floresta é a medida do potencial produtivo de florestas de eucalipto (PPL) que, com o emprego de modelos de ecossistemas que variam tanto em seus aspectos biogeoquímicos quanto nas suas resoluções temporais e espaciais pode-se estimar o PPL. Os modelos selecionados para este estudo foram o 3-PG e o Biome-BGC. A partir dos resultados obtidos na modelagem, foi possível verificar a aplicabilidade dos dois modelos 3-PG e Biome-BGC na estimativa da PPL e outras variáveis de saída para uma floresta energética de eucalipto na região do cerrado. O estudo revelou ainda que tem parâmetros de entrada nos modelos que precisam ser medidos com uma boa precisão, já que em função desses, a variação da PPL é muito grande. Finalmente o estudo revelou a importância de confrontar os dados obtidos pelos modelos 3-PG e Biome-BGC com dados experimentais, para melhorar o desempenho na estimativa baseado na modelagem.

Referência:

ECHEVERRI VERGARA, José Daniel Modelagem do sequestro de carbono em plantação de eucalipto para fins energéticos no cerrado. 2013. xvi, 103 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Mecânicas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

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A política pública de incentivo à estruturação da cadeia produtiva do pequi (Caryocar brasiliense)

A política pública de incentivo à estruturação da cadeia produtiva do pequi (Caryocar brasiliense)

Autor(a):

Sandra Regina Afonso

Resumo:

O extrativismo de produtos florestais não madeireiros (PFNMs) vem trazendo valores significativos ao país e às comunidades das florestas. Para o cerrado, a produção não madeireira tem se mostrado uma importante estratégia de desenvolvimento econômico e de estímulo à conservação do bioma. Apesar disso, o bioma vem sendo ameaçado pela política econômica de incentivo ao desenvolvimento agropecuário. Ainda assim, observam-se iniciativas de produtores agroextrativistas nos cerrados que, recentemente, passaram a receber políticas próprias. A presente tese avalia os resultados alcançados e as perspectivas futuras da política pública de incentivo à estruturação da cadeia produtiva do pequi, bem como analisa essa cadeia produtiva no norte de Minas Gerais. Observou-se que a atuação do Estado por meio dessa política pública, iniciada em 2008, alcançou resultados, para os atores envolvidos na cadeia produtiva do pequi, em ações de fortalecimento institucional e de aproximação com parceiros das instituições nas cinco dimensões estudadas: sócio-cultural, econômica, organizacional, institucional e ambiental. A análise diagnóstica e prospectiva da cadeia produtiva do pequi no norte de Minas Gerais contribuiu para a conclusão da necessidade de se aprimorar as políticas no sentido de se avançar nas dimensões ambiental e institucional, para atuarem sobre dois fatores críticos da cadeia produtiva do pequi: a vulnerabilidade das áreas de coleta e a dificuldade de acesso às políticas públicas, respectivamente. Finalmente, notou-se que a partir da implementação da política pública instituiu-se o Núcleo Gestor da Cadeia do Pequi e o Arranjo Produtivo Local no âmbito do estado de Minas Gerais. Contudo, ambas as instituições não garantiu ao público alvo da política o apoio estadual e a participação de uma instância de governança no âmbito da PNPSB. Perspectivas futuras de se estabelecer uma dinâmica de articulação entre o local, o estadual e o nacional a partir do PNPSB, poderão ser capazes de mudar esse quadro.

Referência:

AFONSO, Sandra Regina. A política pública de incentivo à estruturação da cadeia produtiva do pequi (Caryocar brasiliense). 2012. xiv, 162 f. Tese (Doutorado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2012

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Modelagem da dinâmica do desmatamento na região do MATOPIBA até 2050

Modelagem da dinâmica do desmatamento na região do MATOPIBA até 2050

Autor(a):

Adriano Saraiva Aguiar

Resumo:

Os processos de conversão nos tipos de uso da terra no bioma Cerrado contribuíram para reduzir mais da metade de sua vegetação natural até o presente. Na região do MATOPIBA (MAranhão, TOcantins, PIauí e BAhia) a maior parte do desmatamento está relacionada às atividades de expansão da produção de commodities agrícola. O monitoramento do desmatamento no Cerrado é possível com o uso de dados de sensoriamento e ferramentas de geoprocessamento, que associados ao desenvolvimento de modelos espacialmente explícitos podem contribuir para melhor compreensão do processo de desmatamento, permitindo simular as prováveis trajetórias futuras deste fenômeno. No presente estudo, foram estimadas as acurácias das bases de dados do desmatamento disponibilizadas pelo PMDBBS-IBAMA/CSR (Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélites), que foram utilizadas como dados de entrada no programa DINÂMICA EGO para a modelagem futura do desmatamento na região do MATOPIBA. Para a modelagem do desmatamento foram construídos e assumidos três cenários (tendencial, otimista e pessimista) de desmatamento para a região de estudo até 2050. No cenário otimista, foram assumidas baixas taxas de desmatamento (0,90% a.a.), observadas entre 2008 a 2010, e a efetiva implementação da Lei Federal Nº 9.985/2000, que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-SNUC, e da Lei Federal Nº 12.651/2012, que alterou o Código Florestal. No cenário tendencial, também denominado “o mesmo de sempre”, foi assumida a perspectiva atual de taxa de desmatamento (1,20% a.a.). No cenário pessimista assumiu-se a maior taxa de desmatamento (1,30% a.a.), observada entre 2002 a 2008 na região de estudo, além da ausência da efetiva fiscalização e monitoramento ambiental. Os resultados dos cenários simulados indicam um aumento de 14,1%, 21% e 21,7% do total desmatado na região do MATOPIBA até 2050 assumindo-se os cenários otimista, tendencial e pessimista, respectivamente. Tais resultados implicariam na perda de 29,1 milhões, 34,1 milhões, e 34,6 milhões de hectares de vegetação nativa nos cenários otimista, tendencial e pessimista, respectivamente, até 2050 na área de estudo. Como consequência do desmatamento simulado, o número total de fragmentos da vegetação natural deverá aumentar drasticamente na região em todos os cenários estudados, passando de aproximadamente 21 mil fragmentos observados em 2010 para mais de 122 mil fragmentos simulados no cenário (otimista) em 2050. Nos piores cenários (tendencial e pessimista) a fragmentação poderia ser superior a 181 mil fragmentos até 2050, com severas implicações negativas aos recursos naturais e comprometimento dos serviços ecossistêmicos da região (por exemplo, os corredores ecológicos, a biodiversidade e os recursos hídricos). Por fim, entende-se que os resultados deste estudo podem contribuir para o poder público, sociedade civil organizada e iniciativa privada para a reflexão e tomada de medidas mais efetivas para evitar sérios problemas socioambientais num futuro breve na região de estudo.

Referência:

AGUIAR, Adriano Saraiva. Modelagem da dinâmica do desmatamento na região do MATOPIBA até 2050. 2016. xi, 95 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

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Insularização do Cerrado: comunidade de lagartos e respostas adaptativas de Gymnodactylus amarali em ilhas artificiais no reservatório da UHE Serra da Mesa

Insularização do Cerrado: comunidade de lagartos e respostas adaptativas de Gymnodactylus amarali em ilhas artificiais no reservatório da UHE Serra da Mesa

Autor(a):

Mariana Eloy de Amorim

Resumo:

Ambientes naturais são constantemente convertidos em fragmentos isolados por atividades humanas, trazendo impactos negativos aos ecossistemas e à biodiversidade. Entender os processos ecológicos nestes eventos e compreender como as espécies respondem a este tipo de perturbação é importante para a adoção de medidas conservacionistas. Ilhas continentais são excelentes modelos para o estudo dos efeitos do isolamento de populações, principalmente quando monitoradas desde a sua formação e por longos períodos tornando, processos ecológicos mais facilmente observáveis. No presente estudo, além de descrever a fauna de lagartos em área de Cerrado, avaliei os impactos gerados por processos de insularização em populações de lagartos endêmicos do Cerrado Gymnodactylus amarali. Para isso, realizei análise espacial e temporal em ilhas continentais de um reservatório hidrelétrico em área de Cerrado, acompanhando o processo de insularização durante 15 anos. Observei mudanças na ecologia e na morfologia da espécie, associadas aos efeitos da fragmentação de hábitat. Depois de 15 anos de isolamento, os lagartos apresentaram maior amplitude de nicho alimentar e morfologia mais adaptada ao consumo de novos alimentos, em comparação com os lagartos nas margens do reservatório. Tal resultado é possivelmente associado à liberação de recursos proveniente da redução da riqueza de lagartos nas ilhas. Observei o aumento na densidade de G. amarali nas ilhas pelo menos até cinco anos após o início do enchimento do reservatório. Esse aumento na densidade foi associado a queda na condição corporal destes animais. Este adensamento foi temporário, antecedendo a liberação ecológica. Encontrei evidências de que a formação de ilhas continentais molda finamente e de forma previsível a estrutura das espécies em comunidade ecológicas e ilustra que populações de lagartos podem responder rapidamente e em paralelo a mudanças ecológicas.

Referência:

AMORIM, Mariana Eloy de. Insularização do Cerrado: comunidade de lagartos e respostas adaptativas de Gymnodactylus amarali em ilhas artificiais no reservatório da UHE Serra da Mesa. 2015. xiv, 88 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

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Revista Turma do Cerrado

Revista da Turma do Cerrado

Foram criados em 1989 por Ribamar Araújo que tinha 17 anos na época. Apaixonado por animais e plantas ele sentia falta de conhecer os animais daqui, até porque, os escassos programas de tv da época só falavam de animais africanos. Então ele, menino curioso como ninguém, começou a pesquisar entre livros e enciclopédias e percebeu que tão perto dele existia uma fauna e flora riquíssima.

Daí nasceu a Turma do Cerrado que tem como personagens principais: Ciganinha a flor, Bandeira o tamanduá, Peba o tatu, Buraqueira Fofoqueira a coruja, Tuca o tucano e por fim Guarê o lobo guará.

Passou-se o tempo, e exatamente 28 anos depois, decidiu tirar os personagens da gaveta e lança-los com muito amor para todas as pessoas e de todas as idades. A Turma do Cerrado veio com a intenção de amarmos e conhecermos a nossa fauna e a nossa flora para reconhecermos o quanto podemos ter orgulho desse bioma maravilhoso.

 

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