Avaliação do desenvolvimento inicial de espécies nativas do cerrado submetidas a quatro tipos de adubação na recuperação de área degradada na APA Gama e Cabeça de Veado, DF

Avaliação do desenvolvimento inicial de espécies nativas do cerrado submetidas a quatro tipos de adubação na recuperação de área degradada na APA Gama e Cabeça de Veado, DF

Autor(a):

Francis Barbosa Rocha

Resumo:

O avanço da agricultura e pecuária no Brasil tem sido acompanhado pelo avanço da degradação do bioma Cerrado. Acompanhar o desenvolvimento das espécies de cerrado em campo é importante para conhecer as diversas necessidades ecológicas e ritmos de crescimento destas. O objetivo deste estudo foi avaliar o desenvolvimento inicial de cinco espécies nativas do bioma cerrado submetidas a 4 tipos de adubações: adubo de gado, adubo de gado + adubação verde de cobertura, lodo de esgoto e lodo de esgoto + adubação verde de cobertura. O plantio foi realizado em área de pasto degradada, na quadra 25 do Park Way, Distrito Federal, Brasil. Os 4 tratamentos foram aplicados aleatoriamente entre 16 parcelas, sendo 4 repetições por tratamento. Foram plantadas 1200 mudas correspondendo a 240 mudas para cada uma das espécies avaliadas: Astronium fraxinifolium, Eugenia dysenterica, Inga laurina, Tapirira guianensis e Tabebuia serratifolia. O plantio consistiu na abertura de linhas com sulcador, seguido pela adubação dos berços com 200 g de NPK 4-14-8, 150 g de calcário e 1 litro de esterco de gado ou lodo de esgoto curtidos, dependo do tratamento. Em seguida, os sulcos foram fechados e realizado o plantio de sementes, no devidos tratamentos, dos adubos verdes de cobertura, utilizando duas espécies: Canavalia ensiformis (L.) DC. (feijão-de-porco) e Cajanus cajan (L.) Millsp (feijão guandu). Foram avaliados os incrementos percentuais em altura, diâmetro e área de copa, além da taxa de sobrevivência, com medições semestrais de abril de 2011 a outubro de 2012. A análise estatística foi feita através do teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, seguido do método de Dunn, e do teste Qui-quadrado ou “G” para a taxa de sobrevivência. O nível de significância foi de 5%. Ao final de 18 meses a espécie I. laurina apresentou os maiores valores percentuais totais para os incrementos diâmetro (141,34%), altura (124,24%) e área de copa (314,36%). Não houve diferença significativa entre os tratamentos para os parâmetros analisados ao fim do experimento. A taxa de sobrevivência foi significativamente maior para as espécies I. laurina (87,9%) e T. guianensis (81,7%). O lodo pode ser uma alternativa ao esterco de gado, dando destinação a esse tipo de resíduo. As espécies I. laurina e T. guianensis são recomendadas para plantios em áreas cobertas por capim braquiária.

Referência:

ROCHA, Francis Barbosa. Avaliação do desenvolvimento inicial de espécies nativas do cerrado submetidas a quatro tipos de adubação na recuperação de área degradada na APA Gama e Cabeça de Veado, DF. 2013. 57 f., il. Monografia (Bacharelado em Engenharia Florestal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

Disponível em:

Estudo sobre o comércio informal de plantas medicinais em Goiânia e cidades vizinhas

Estudo sobre o comércio informal de plantas medicinais em Goiânia e cidades vizinhas

Autor(a):

TRESVENZOL, L. M.; PAULA, J. R.; RICARDO, A. F.; FERREIRA, H. D.; ZATTA, D. T.

Resumo:

A prática do uso de plantas medicinais já faz parte da história da humanidade e o conhecimento sobre a arte de transformar plantas em medicamentos, tem sido transmitido ao longo de gerações. Porém, esse conhecimento popular sobre o poder terapêutico das plantas em medicamentos, tem se restringido a um número cada vez menor de pessoas. Considerando esse contexto, o raizeiro, profissional que manipula e comercializa plantas medicinais, principalmente em cidades com forte tradição na agricultura e pecuária, assume papel importante na preservação e divulgação desse conhecimento. O objetivo desse estudo foi avaliar o trabalho dos raizeiros de Goiânia e cidades vizinhas. A metodologia consistiu na realização de entrevistas com 14 raizeiros, selecionados de acordo com a idade (mais idosos) e os com mais tempo dedicado ao trabalho com plantas medicinais. As entrevistas se desenvolveram informalmente durante o trabalho do profissional e foram gravadas em fitas cassete, sendo os dados posteriormente transcritos. As entrevistas permitiram identificar como os raizeiros adquiriram o conhecimento sobre o uso de plantas medicinais, qual o efeito terapêutico que é atribuído a cada uma delas, bem como a forma de preparação e utilização, o desconhecimento quanto a interações e efeitos colaterais e como as espécies vegetais são obtidas para o comércio. No estudo foram citadas 235 plantas pelos nomes populares, sendo que das 28 mais citadas, 18 tiveram a mesma indicação terapêutica básica de todos os que a comercializavam. As 28 plantas mais citadas foram analisadas por um botânico e 24 tiveram as espécies identificadas, 03 identificadas apenas quanto ao gênero e 01 não foi identificado nem o gênero. Embora com ressalvas, a importância dos raizeiros para a população, especialmente a de baixa renda, deve ser reconhecida. Todavia, alguns fatores podem representar riscos para os consumidores dessas preparações populares: conhecimento insuficiente sobre as plantas comercializadas, risco de falsificações, falta de controle de qualidade do material vegetal e o uso de misturas de plantas sem considerar as suas interações.

Referência:

TRESVENZOL, L.M.; PAULA, J.R.; RICARDO. A.F.; FERREIRA, H.D.; ZATTA, D.T. Estudo sobre o comércio informal de plantas medicinais em Goiânia e cidades vizinhas. Revista Eletrônica de Farmácia. v. 3, n. 1, p. 23-28, 2006

Disponível em:

Esforço de coleta e de beneficiamento para produção de farinha de jatobá (Hymenaea spp.) pelos indígenas da aldeia Pedra Branca, terra indígena Krahô – TO

Esforço de coleta e de beneficiamento para produção de farinha de jatobá (Hymenaea spp.) pelos indígenas da aldeia Pedra Branca, terra indígena Krahô – TO

Autor(a):

Lya Mayer de Araujo

Resumo:

A exploração econômica dos produtos florestais não-madeireiros (PFNM) é uma alternativa para gerar renda e fortalecer a segurança alimentar da etnia Krahô, que sofre com a fome sazonal agravada pela descaracterização dos sistemas agrícolas tradicionais. O presente estudo estimou o custo da cadeia produtiva de farinha de Jatobá (Hymenaea spp.) na aldeia Pedra Branca, situada na Terra Indígena Krahô (TO) a fim de avaliar a viabilidade da exploração econômica deste recurso. Para isso foi registrado o tempo que os indígenas gastaram para coletar os frutos de Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne e Hymenaea courbaril L. em três áreas próximas à aldeia, indicadas pelos próprios indígenas por meio de mapeamentos participativos. Foram selecionadas 15 matrizes que tiveram a altura, o diâmetro do fuste, a 0,30 m do solo (DAS), e o diâmetro de copa (DC) medidos. Os frutos de cada árvore foram pesados separadamente com o intuito de estimar a relação entre a produção de cada matriz com as variáveis obtidas. Os 193,75 kg de frutos coletados foram separados por espécie e o beneficiamento destes foi realizado por amostras contendo 30 frutos cada, visando obter também o rendimento em farinha das duas espécies. Para obter o custo de produção da farinha por pessoa somou-se as horas trabalhadas na coleta e no beneficiamento dos frutos, que posteriormente foi dividido pelo número de pessoas envolvidas nestas atividades a fim de se obter o custo da cadeia produtiva de farinha de Jatobá por pessoa. Foi estimado custo de 0,99 horas para um trabalhador coletar e beneficiar um quilograma de farinha de Jatobá, equivalente a R$ 3,71 quando convertido no valor da diária de campo praticada na região. Simples ações como selecionar, lavar, secar e estocar apropriadamente podem agregar valor a este produto, que pode atingir valores de mercado mais elevados do que o estimado no presente estudo. H. stigonocarpa apresentou maior rendimento em
farinha (14,9%) do que H. courbaril (9,2%), e a variável que melhor explicou a produção é a área da copa, com coeficiente de determinação (R²) igual a 0,79. Os resultados apresentados poderão subsidiar políticas públicas voltadas a estimular a economia local, fortalecer a segurança alimentar, além de preservar a cultura das comunidades tradicionais e a biodiversidade do Cerrado.

Referência:

ARAUJO, Lya Mayer de. Esforço de coleta e de beneficiamento para produção de farinha de jatobá (Hymenaea spp.) pelos indígenas da aldeia Pedra Branca, terra indígena Krahô – TO. 2011. xii, 67 f., il. Monografia (Bacharelado em Engenharia Florestal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2011.

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Avaliação da resposta de espécies florestais do Cerrado a espécies virais dos gêneros Potyvirus e Tospovirus e estudos de caracterização de vírus em Mimosa caesalpiniifolia

Avaliação da resposta de espécies florestais do Cerrado a espécies virais dos gêneros Potyvirus e Tospovirus e estudos de caracterização de vírus em Mimosa caesalpiniifolia

Autor(a):

Priscilla Carvalho Farias

Resumo:

A biodiversidade do Cerrado Brasileiro é muito grande e espécies florestais originárias deste Bioma tem grande potencial econômico. Tais espécies, entretanto, podem ser reservatórios de vírus fitopatogênicos, responsáveis por grandes perdas em diversas culturas de interesse agronômico. Desta forma, novas informações encontradas em plantas deste Bioma, referentes à interação entre patógenos e hospedeiras, são de grande importância, principalmente para o conhecimento de novas hospedeiras de vírus de plantas, informação esta, bastante escassa na literatura. Além disso, essas plantas apresentam potencial para uso em programas de melhoramento genético via transgenia, visando a resistência a fitopatógenos. Assim, este trabalho teve como objetivo a avaliação do tipo de resposta e o potencial de algumas espécies florestais como hospedeiras de espécies de gêneros de vírus economicamente importantes. Espécies de Potyvirus (Potato virus Y- PVY) e de Tospovirus (Groundnut ringspot virus – GRSV; e Tomato spotted wilt virus – TSWV) foram inoculadas mecanicamente via extrato vegetal tamponado. Os ensaios foram realizados em três épocas diferentes usando 22 espécies florestais do Cerrado. No primeiro e terceiro ensaio foram utilizadas mudas provenientes de sementeiras de 9 espécies distintas com duas repetições para cada espécie. No segundo, quarto, quinto e sexto ensaios, mudas provenientes da FAL (Fazenda Água Limpa), e Viveiro IV da NOVACAP de mais 13 espécies foram utilizadas, sendo cada espécie com três repetições. Foram inoculadas nos ensaios 2 amostras de cada espécie. Como controles negativos, foram usadas amostras das mesmas espécies, sem inoculação. Os ensaios foram avaliados a cada 10 dias. A detecção dos vírus foi feita através de sintomas e de anticorpos policlonais por meio de Dot-Blot. Conforme análise, as amostras em laboratório, Chorisia speciosa, Ingas laurina, Lafoensia pacari e Schinus terebinthifolius mostraram-se positivas para GRSV; Chorisia speciosa, Hymenaea stignocarpa, Kielmeyra coreacea e Lafoensia pacari mostraram-se positivas para TSWV; e Eriotheca pubescens e Ingas laurina para PVY. Sendo Ingas laurina, Kielmeyera coreacea, e Lafoensia pacari assintomáticas e Enterolobium gummiferum, Pterogyne nitens, Solanum lycocarpum e Tabebuia avellanedae apenas sintomáticas para GRSV, GRSV, TSWV e PVY, respectivamente. Ao final desse trabalho foram obtidas 11 espécies florestais como potenciais hospedeiras dos vírus citados. São elas: Chorisia speciosa, Enterolobium gummiferum, Eriotheca pubescens, Hymenaea stignocarpa, Ingas laurina, Kielmeyera coreacea, Pterogyne nitens, Lafoensia pacari, Schinus terebinthifolius, Solanum lycocarpum e Tabebuia avellanedae. Verificou-se com isso que plantas nativas do Cerrado e espécies florestais de interesse econômico apresentam grande potencial como reservatório de vírus, o que pode influenciar na distribuição e manutenção de isolados virais de importância agronômica, que possa, futuramente, também se tornar importantes no meio de produção florestal. Por outro lado, foi possível detectar Begomovirus na espécie Mimosa caesalpiniifolia, sendo que os estudos de caracterização do vírus estão sendo conduzidos, apresentando-se um trabalho com grande potencial para estudos posteriores, principalmente levando-se em conta a ausência de estudos de caracterização viral em espécies florestais.

Referência:

FARIAS, Priscilla Carvalho. Avaliação da resposta de espécies florestais do Cerrado a espécies virais dos gêneros Potyvirus e Tospovirus e estudos de caracterização de vírus em Mimosa caesalpiniifolia. 2013. 71 f., il. Monografia (Bacharelado em Engenharia Florestal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

Disponível em:

Uso de plantas medicinais na região de Alto Paraíso de Goiás, GO, Brasil

Uso de plantas medicinais na região de Alto Paraíso de Goiás, GO, Brasil

Autor(a):

Cynthia Domingues de SouzaI; Jeanine Maria Felfili

Resumo:

Os conhecimentos tradicionais dos usos mais comuns dados aos vegetais podem ser resgatados pela etnobotânica e utilizados para a valorização das plantas do Cerrado no processo de desenvolvimento econômico. Este estudo foi conduzido no município de Alto Paraíso de Goiás, localizado na microrregião denominada Chapada dos Veadeiros, a uma distância de 230 km de Brasília. O levantamento etnobotânico teve como alvo comunidades do entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e da cidade de Alto Paraíso. Foram realizadas entrevistas em aberto com os moradores locais, tentando buscar informações em níveis sócio-culturais distintos, enfocando quais plantas são mais utilizadas e suas indicações no combate a enfermidades. Observou-se que as espécies vegetais do cerrado têm uma gama considerável de utilização humana para quase todos os estratos, ervas, arbustos e árvores. Quanto às espécies arbóreas, predomina a utilização da entrecasca e sementes. A comunidade utiliza a biodiversidade nativa uma vez que 69% das 103 espécies citadas pelos entrevistados como úteis pertenceram à flora nativa. No elenco das dez espécies medicinais mais utilizadas, foram coincidentes na indicação de todos os entrevistados: chapéu de couro (Echinodorus macrophyllus (Kunth) Micheli), arnica (Lychnophora ericoides Mart.), plantas nativas de porte herbáceo/arbustivo; as arbóreas nativas, jatobá (Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne), tingui (Magonia pubescens A. St.-Hil.) e o barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville) e duas ruderais, carrapicho (Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze) e mastruz (Chenopodium ambrosioides L.), de porte herbáceo/arbustivo. Outro ponto importante evidenciado foi que, apesar do grande potencial de exploração extrativista vegetal, estes recursos estão sendo utilizados de forma indiscriminada, sem um programa eficiente de manejo sustentado.

Referência:

SOUZA, C.D.; FELFILI, J.M. Uso de plantas medicinais na região de Alto Paraíso de Goiás, GO, Brasil. Acta Botânica Brasílica, v. 20, n. 1, p.135-142, 2006.

Disponível em:

A fitossociologia do cerrado sentido restrito no Parque Recreativo do Gama (Prainha) – DF

A fitossociologia do cerrado sentido restrito no Parque Recreativo do Gama (Prainha) – DF

Autor(a):

Henrique Sarmento Caldeira Brant

Resumo:

O cerrado é a vegetação típica no Brasil Central, e é caracterizada por mosaicos de diferentes fitofisionomias que possuem grande diversidade florística. O ritmo acelerado de destruição neste bioma preocupa, pois existe carência de informações fisiológicas, ecológicas, florísticas e fitossociológicas, acerca do bioma. Neste intuito, o estudo foi conduzido no Distrito Federal, no Parque Recreativo do Gama. O local é área de proteção integral com vegetação nativa. O objetivo do trabalho foi estudar a composição florística e a fitossociologia no cerrado sentido restrito para colaborar com a conservação do cerrado no Distrito Federal. Foram alocadas 10 parcelas de 20×50m (10.000 m² ou 1 ha) nos locais mais conservados e de maior vegetação arbórea, onde foram amostrados todos os troncos com diâmetro maior ou igual a 5 cm, obtidos a 30 cm do solo. Calcularam-se os parâmetros fitossociológicos e foi feito a classificação usando TWINSPAN no parque e entre 11 áreas no DF. Foram amostradas 76 espécies distribuídas em 56 gêneros e 33 famílias. A família Fabaceae apresentou o maior número de espécies (16), seguida da Vochysiaseae (6). As espécies com maior Índice do Valor de Importância foram Qualea parviflora, Tachigali subvelutina, Ouratea hexasperma, Qualea grandiflora e Pouteria ramiflora. A densidade absoluta foi de 1689 ind/ha e a área basal de 18,05 m²/ha. As árvores mortas somaram 118 (7% do total). A diversidade de Shannon & Wienner (H’) foi de 3,73 e a uniformidade de Pielou (J’) foi de 0,86. A distribuição diamétrica na comunidade apresentou formato J-invertido, indicando característica auto-regenerativa. A classificação TWINSPAN indicou que as espécies Agonandra brasiliensis, Brosimum gaudichaudii, Platymenia reticulata, Salvertia convallariaeodora e Aspidosperma macrocarpon são preferenciais do Gama. A escolha da área da unidade de conservação foi acertada visto que o local guarda elevada diversidade e mostra-se importante para a conservação do cerrado no Distrito Federal.

Referência:

BRANT, Henrique Sarmento Caldeira. A fitossociologia do cerrado sentido restrito no Parque Recreativo do Gama (Prainha) – DF. 2011. 55 f., il. Monografia (Bacharelado em Engenharia Florestal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2011.

Disponível em:

Uso e disponibilidade de recursos medicinais no município de Ouro Verde de Goiás, GO, Brasil

Uso e disponibilidade de recursos medicinais no município de Ouro Verde de Goiás, GO, Brasil

Autor(a):

Cristiane Soares Pereira da Silva e Carolyn Elinore Barnes Proença

Resumo:

(Uso e disponibilidade de recursos medicinais no município de Ouro Verde de Goiás, GO, Brasil). O objetivo do presente
estudo foi realizar um levantamento etnobotânico das plantas medicinais usadas por comunidades rurais e urbanas no município de Ouro
Verde de Goiás, situado na mesorregião do mato grosso goiano; eleger espécies nativas do bioma Cerrado potenciais para estudos farmacológicos com base na concordância de uso popular corrigida (CUPc); e avaliar se o conhecimento botânico e o cultivo de espécies medicinais em quintais podem ser afetados por classes de idade, gênero, escolaridade, local de nascimento e procedência rural/urbana do informante pelos testes Kruskal-Wallis (H) e Qui-quadrado (c2). Foram selecionados 84 informantes por meio de amostragens aleatórias, sendo efetuadas entrevistas estruturadas. As fontes disponíveis de recursos medicinais foram: quintais, áreas antrópicas, matas de galeria e remanescentes de florestas estacionais. Foram registradas 98 espécies distribuídas em 45 famílias destacando-se em número as exóticas cultivadas. Nos quintais, foram catalogadas 78 espécies cultivadas, sendo 39,7% para remédios, e demais associações com a alimentação (39,7%) e a ornamentação (20,5%). Vinte espécies são adquiridas pelo extrativismo na vegetação do entorno, sendo todas nativas do bioma Cerrado, com exceção de Senna occidentalis, que é invasora. Duas espécies de florestas estacionais (Forsteronia refracta e Celtis iguanaea)
apresentaram a CUPc > 50%, evidenciando consensos de uso popular. Verificou-se que 41% dos informantes da zona rural recorrem ao
extrativismo na vegetação nativa, procura que é consideravelmente maior em relação aos informantes da zona urbana (16,7%). A quantidade
de espécies citadas foi significativamente maior entre os informantes que tinham quintal. O número de espécies citadas e a presença de
quintal independem do grau de escolaridade, gênero, local de nascimento, idade e zona de procedência rural ou urbana do informante.

Referência:

SILVA, C.S.P.; PROENÇA, C.E.B. Uso e disponibilidade de recursos medicinais no município de Ouro Verde de Goiás, GO, Brasil. Acta Botânica Brasílica. v. 22, n. 2, p.481-492, 2008

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Fungos micorrízicos arbusculares em lavouras de soja e algodão com ocorrência de nematóides do gênero pratylenchus em condições de cerrado

Fungos micorrízicos arbusculares em lavouras de soja e algodão com ocorrência de nematóides do gênero pratylenchus em condições de cerrado

Autor(a):

Carlos Guilherme Ribeiro de Alencar

Resumo:

As micorrizas arbusculares são associações simbióticas entre fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e raízes, de ocorrência bastante ampla, tanto em espécies vegetais colonizadas como em distribuição geográfica. Os principais benefícios dessa simbiose para as plantas estão relacionados ao aspecto nutricional, mas a associação micorrízica também reduz danos por estresses bióticos. (MIRANDA, 2008). Para os nematóides especificamente, a interação com os FMAs pode resultar no aumento, redução ou nenhum efeito sobre o ataque. Existem evidências de maior resistência de plantas micorrizadas e redução na reprodução dos nematóides em várias culturas (MOREIRA e SIQUEIRA, 2002). Estudos sobre a interação de Pratylenchus e FMAs em espécies agrícolas importantes para o Cerrado praticamente inexistem. Portanto, a caracterização das populações de FMAs em áreas de ocorrência de danos por Pratylenchus podem reverter em práticas de controle do patógeno. O objetivo do presente estudo foi avaliar a ocorrência de fungos micorrízicos nas fazendas Assahi, Triunfo e Xanxerê, localizadas no oeste baiano, a partir de levantamentos quantitativos das populações, comparando áreas de cultivo de algodão e soja danificadas ou não por Pratylenchus e, em cultura de soja nas fazendas Dacar (Vera, MT) e Sementes Primavera (Planaltina, DF), em pontos dentro, fora e intermediários às reboleiras.

Referência:

ALENCAR, Carlos Guilherme Ribeiro de. Fungos micorrízicos arbusculares em lavouras de soja e algodão com ocorrência de nematóides do gênero pratylenchus em condições de cerrado. 2013. 23 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Ciências Naturais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

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A análise da abordagem do tema bioma cerrado nos livros didáticos de ciências no ensino fundamental

A análise da abordagem do tema bioma cerrado nos livros didáticos de ciências no ensino fundamental

Autor(a):

Maria Eduarda Peres de Oliveira

Resumo:

O presente trabalho teve como objeto de estudo analisar alguns dos livros didáticos distribuídos aos alunos do ensino público do Distrito Federal, através do Programa Nacional do Livro Didático de 2011. Com o intuito de conhecer a abordagem dos livros didáticos, analisou-se o conteúdo Cerrado abordado nos livros didáticos de Ciências, 5ª série, e sua forma de abordagem. Além disso, foi realizada a leitura e análise dos PCN de Ciências e das Orientações Curriculares do DF para conhecer a proposta de abordagem do tema Cerrado contidas nesses documentos. Após as leituras e análises, pudemos constatar que os livros exemplificam o conteúdo ou informam sobre ele, ou seja, são subjetivos e superficiais em relação ao tema. Conduto recomendamos que os autores façam uma reavaliação dos assuntos que estão presentes nos livros didáticos, ressaltando o Cerrado e sua importância possibilitando que o aluno conheça e aprenda sobre este bioma.

Referência:

OLIVEIRA, Maria Eduarda Peres de. A análise da abordagem do tema bioma cerrado nos livros didáticos de ciências no ensino fundamental. 2013. [16] f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Ciências Naturais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

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As plantas medicinais no município de Ouro Verde de Goiás, GO, Brasil : uma abordagem etnobotânica

As plantas medicinais no município de Ouro Verde de Goiás, GO, Brasil : uma abordagem etnobotânica

Autor(a):

Cristiane Soares Pereira da Silva

Resumo:

Este trabalho retrata a utilização de plantas medicinais entre curadores populares e integrantes de comunidades rurais e urbanas de um pequeno município do Centro goiano localizado a 70 km da capital do Estado, Goiânia. Foi solicitada uma autorização de acesso junto ao CGEN/IBAMA como forma de garantir a propriedade intelectual daqueles informantes que detém conhecimentos tradicionais. A escolha do município de Ouro Verde de Goiás foi feita intencionalmente, pois se objetivou investigar o sistema sócio-cultural que rege o uso dos recursos naturais de um dos sete municípios que compõem a Área de Proteção Ambiental do Ribeirão João Leite, Goiás. A escolha do local de estudo baseou-se em critérios demográficos e ecológicos, pois este apresenta uma população relativamente reduzida (cerca de 4.500 hab.) e onde há a predominância de formações florestais, ambientais que ainda não haviam sido especificamente abordados em estudos etnobotânicos para o Cerrado goiano. O trabalho de campo aconteceu entre janeiro e março de 2006 e o pesquisador fixou residência na região por três meses. Através da técnica da bola de neve, foram registrados seis curadores populares, todos do sexo feminino. Foram empregadas entrevistas estruturadas e semi-estruturadas complementadas com técnicas de observação participante, história de vida e grupos de discussão. Houve o registro de 130 espécies distribuídas em 51 famílias, com maior número de representantes em Asteraceae (20), Lamiaceae (10) e Fabaceae (9). As espécies nativas do Cerrado foram coletadas em áreas antrópicas e áreas de vegetação primária, como matas de galeria, bordas de mata e remanescentes de florestas estacionais. O conjunto de saberes tradicionais aliado à dinâmica sócio-cultural das informantes na comunidade faz com que sejam, simbolicamente, tratadas como agentes de saúde locais, na qual exercem um tratamento alternativo para o controle, a prevenção e até mesmo a cura das enfermidades. O saber tradicional das especialistas locais entrevistadas não pode ser extrapolado para os demais membros da comunidade e por isso, também houve a necessidade de averiguar o uso de plantas medicinais entre informantes da zona rural e urbana escolhidos através de uma amostragem aleatória simples. Nesta abordagem, foram empregadas entrevistas estruturadas e cada informante foi visitado uma única vez. A maioria dos entrevistados foi do sexo feminino (82%), pois as mulheres, quase sempre, estão envolvidas nas atividades domésticas e dedicam-se, diretamente, ao cuidado dos filhos e do marido. Foram registradas 98 espécies medicinais distribuídas em 45 famílias, das quais se destacaram as exóticas cultivadas. Dentre as espécies medicinais cultivadas nos quintais e que são utilizadas para outras finalidades na residência foi constatado que 40% são usadas exclusivamente para fins terapêuticos; 29% são utilizadas na alimentação; 21% na ornamentação; e 10% como condimento. Entre os recursos medicinais cultivados nos quintais da zona urbana e rural foi encontrado um índice de similaridade de 67%, evidenciando um número considerável de espécies comuns. Relacionando a freqüência de citação das doenças com o número de espécies citadas sugere-se que gripes, problemas digestivos e transtornos dos rins são as enfermidades mais incidentes na comunidade. Foi constatado que o uso de plantas medicinais, o número de espécies citadas e a presença quintal independem da idade, do grau de escolaridade, do gênero (Ma, Fe), do local de nascimento e da procedência rural/urbana, resultado também encontrado por outras pesquisas etnobotânicas realizadas em Goiás e outros estados brasileiros

Referência:

SILVA, C.S.P. As plantas medicinais no município de Ouro Verde de Goiás, GO, Brasil: uma abordagem etnobotânica. 2007. 153 fl. Dissertação (Mestrado em Botânica), Universidade de Brasília, Brasília – DF. 2007.

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