Esforço de coleta e de beneficiamento para produção de farinha de jatobá (Hymenaea spp.) pelos indígenas da aldeia Pedra Branca, terra indígena Krahô – TO

Autor(a):

Lya Mayer de Araujo

Resumo:

A exploração econômica dos produtos florestais não-madeireiros (PFNM) é uma alternativa para gerar renda e fortalecer a segurança alimentar da etnia Krahô, que sofre com a fome sazonal agravada pela descaracterização dos sistemas agrícolas tradicionais. O presente estudo estimou o custo da cadeia produtiva de farinha de Jatobá (Hymenaea spp.) na aldeia Pedra Branca, situada na Terra Indígena Krahô (TO) a fim de avaliar a viabilidade da exploração econômica deste recurso. Para isso foi registrado o tempo que os indígenas gastaram para coletar os frutos de Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne e Hymenaea courbaril L. em três áreas próximas à aldeia, indicadas pelos próprios indígenas por meio de mapeamentos participativos. Foram selecionadas 15 matrizes que tiveram a altura, o diâmetro do fuste, a 0,30 m do solo (DAS), e o diâmetro de copa (DC) medidos. Os frutos de cada árvore foram pesados separadamente com o intuito de estimar a relação entre a produção de cada matriz com as variáveis obtidas. Os 193,75 kg de frutos coletados foram separados por espécie e o beneficiamento destes foi realizado por amostras contendo 30 frutos cada, visando obter também o rendimento em farinha das duas espécies. Para obter o custo de produção da farinha por pessoa somou-se as horas trabalhadas na coleta e no beneficiamento dos frutos, que posteriormente foi dividido pelo número de pessoas envolvidas nestas atividades a fim de se obter o custo da cadeia produtiva de farinha de Jatobá por pessoa. Foi estimado custo de 0,99 horas para um trabalhador coletar e beneficiar um quilograma de farinha de Jatobá, equivalente a R$ 3,71 quando convertido no valor da diária de campo praticada na região. Simples ações como selecionar, lavar, secar e estocar apropriadamente podem agregar valor a este produto, que pode atingir valores de mercado mais elevados do que o estimado no presente estudo. H. stigonocarpa apresentou maior rendimento em
farinha (14,9%) do que H. courbaril (9,2%), e a variável que melhor explicou a produção é a área da copa, com coeficiente de determinação (R²) igual a 0,79. Os resultados apresentados poderão subsidiar políticas públicas voltadas a estimular a economia local, fortalecer a segurança alimentar, além de preservar a cultura das comunidades tradicionais e a biodiversidade do Cerrado.

Referência:

ARAUJO, Lya Mayer de. Esforço de coleta e de beneficiamento para produção de farinha de jatobá (Hymenaea spp.) pelos indígenas da aldeia Pedra Branca, terra indígena Krahô – TO. 2011. xii, 67 f., il. Monografia (Bacharelado em Engenharia Florestal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2011.

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