Caminho de Cora Coralina

O Caminho de Cora Coralina é uma trilha de 300 quilômetros que liga Corumbá à cidade de Goiás, passando pelos municípios de Cocalzinho de Goiás, Pirenópolis São Francisco de Goiás, Jaraguá, Itaguari e Itaberaí, além de oito povoados.

O Certificado do Peregrino está disponível nas versões digital e física. O Passaporte do Peregrino foi lançado em 2019 e identifica o viajante que percorre o Caminho de Cora Coralina, a pé ou de bicicleta. É um registro exclusivo da experiência do viajante pela única trilha de poesias do mundo. O excursionista que apresentar o documento preenchido pelos associados dos lugares por onde passou, ao final da jornada será contemplado com o Certificado oficial.

 

Regras do passaporte:

– O passaporte deverá ser carimbado nos pontos de carimbo informados no site.
– Para recebimento do certificado de conclusão é necessário ter ao menos:
1 carimbo por cidade
1 carimbo por povoado
1 carimbo do Museu Casa de Cora Coralina

– A retirada do certificado será apenas por meio digital conforme instruções no site.
– Passaportes não preenchidos e/ou assinados não serão certificados.

O passaporte é individual e é cobrado uma taxa de manutenção: R$35,00.

 

 

Para a definição do traçado tomou-se como principais fontes documentais o relato de viagem “A Jornada a Goiás de Luís da Cunha Menezes, desde Salvador, em 1778”, quando este veio empossar-se no Governo da Capitania de Goiás; os livros “Viagem à Província de Goiás” e “Viagem ao Interior do Brasil” dos naturalistas Auguste de Saint’Hilaire e Johan Emanuel Pohl respectivamente, que passaram por esses caminhos entre 1818 e 1821; “Viagem às Terras Goyanas”, de Oscar Leal, extraordinário relato escrito nos anos 1880; e o “Relatório Cruls” – Relatório da Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil que explorou, entre 1892 e 1893, uma ampla região do entorno do Distrito Federal para definir a localização da nova Capital do Brasil.

 

Foi, também, de fundamental importância para a definição do traçado as informações obtidas de moradores locais que, em alguns casos, acompanharam a equipe de pesquisa de campo nas expedições exploratórias em busca de locais citados nos documentos, ou em longos bate-papos onde a tradição oral difundia fatos e feitos ocorridos na região.

 

 

 

Cora Coralina – Musa do Cerrado

 

 

Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nasceu a 20 de agosto de 1889, na cidade de Goiás, antiga capital do Estado. Aos 14 anos de idade criou o pseudônimo Cora Coralina, que segundo a autora significa “coração vermelho”. Em 1911 ao lado de seu futuro marido, Cantidio Tolentino de Figueiredo Bretas, deixou para trás família e a sua Goiás natal para viver em São Paulo. Teve 6 filhos e passou 45 anos de sua vida fora. Retorna a antiga Vila Boa em 1956, em busca de suas raízes ancestrais. Publica o seu primeiro livro “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias mais”, aos 76 anos de idade. Mais tarde, dois livros publicados: “Meu Livro de Cordel” e “Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha”. Após sua morte em 10 de abril de 1985, foram lançadas mais 13 obras.

 

Cora Coralina, “professora de existência” na voz de Oswaldino Marques, desafiou o tempo, marcando-o com sua grandeza, sua alma aliada de poeta, vivendo o presente, mas de olho no futuro. Dona de uma das líricas singulares da literatura brasileira, de um estilo reconhecível, absolutamente seu.

 

Cora Coralina é aquela que busca, na intimidade do Ser, o substrato da vida e sensível colhe como matéria poética, as mazelas do mundo os tipos inúteis que vivem à margem da sociedade, colocando-se ao mesmo nível deles. É a porta da terra, do telúrico, do social, é a musa do cerrado.

 

 

“Quando semeio meus versos
não sinto o mundo rolando
perdida no meu sonhar
nos caminhos que tracei”.

 

Museu Casa de Cora Coralina – Goiás – GO