Mapa do Veneno no Maranhão

Mapa do Veneno no Maranhão

A Rede de Agroecologia do Maranhão (RAMA) e a Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão (FETAEMA), em colaboração com o Laboratório de Extensão, Pesquisa e Ensino de Geografia da Universidade Federal do Maranhão (LEPENG), apresentam um levantamento cartográfico do uso indiscriminado de veneno em comunidades tradicionais no estado por parte do agronegócio.

 

O mapa intitulado “Territórios Diretamente Vitimados por Agrotóxicos no Maranhão – janeiro a abril de 2024”, aponta que 34 comunidades tradicionais, quilombolas e assentamentos rurais em 12 municípios de nosso estado estão sofrendo graves consequências devido à pulverização de agrotóxicos.

 

Lamentavelmente, essa prática tem se tornado cada vez mais comum, trazendo consigo uma série de impactos para essas comunidades e para a natureza, como a contaminação das águas, envenenamento dos alimentos, perda de produção da agricultura familiar, além de adoecimento, tanto físico quanto psicológico.

 

Estamos diante de uma verdadeira guerra química contra as comunidades tradicionais. Além de promover a grilagem de terras e o desmatamento de ecossistemas vitais como o cerrado, a Amazônia maranhense e a Mata dos Cocais, essa guerra busca amedrontar as comunidades, forçando-as a abandonar suas terras para o avanço do agronegócio.

 

Queremos Territórios Livres de Veneno!

Conheça e apoie nossa a Campanha “Chega de Agrotóxicos!”

 

*Texto completo no site da Rama:

 

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20 anos do Acampamento Terra Livre (ATL)

20 anos do Acampamento Terra Livre (ATL)

De 22 a 26 de abril, povos indígenas de todas as regiões vão ocupar Brasília (DF) nos 20 anos do Acampamento Terra Livre (ATL), maior mobilização indígena do país, coordenada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).  ATL 2024 abordarão algumas temáticas como saúde mental, emergência climática, educação escolar indígena, comunicação indígena e políticas afirmativas.

 

Nesta segunda-feira, 22 de abril, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em conjunto com suas sete organizações de base, torna pública a carta “Vinte anos de Acampamento Terra Livre e urgência de ação”. A carta será enviada aos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) nos próximos dias. No documento, a Apib apresenta as urgências do movimento indígena no Brasil, como a celeridade nas demarcações de terras indígenas e a retirada de tramitação e arquivamento definitivo das Propostas de Emenda à Constituição que desconstitucionalizam os direitos indígenas, a exemplo da PEC 132/2015, PEC 48/2023, PEC 59/2023 e PEC 10/2024.

 

Leia a carta completa: https://bit.ly/4daCVog  

 

Previstas para terça-feira (23/04) às 9h e quinta-feira (25/04) às 15h, respectivamente, as marchas “#EmergênciaIndígena: Nossos Direitos não se negociam” e “Nosso marco é ancestral. Sempre estivemos aqui!” conduzirão milhares de pessoas pelas ruas de Brasília (DF), entre indígenas, membros de organizações do terceiro setor e apoiadores da causa socioambiental.

 

 

Acesse ao site da Apib: https://apiboficial.org/atl2024/

 

MP-GO ajuíza ação por equidade no Conselho da APA Pouso Alto 

MP-GO ajuíza ação por equidade no Conselho da APA Pouso Alto

 

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ingressou com uma Ação Civil Pública (ACP), com pedido de liminar, na Justiça, para exigir representação equilibrada da sociedade civil e entidades nos conselhos consultivos, principalmente do Conselho da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto (Conapa). A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) ressaltou que não há desequilíbrio na formação do conselho. A Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO) informou que não foi notificada ainda.

 

A denúncia ao MP-GO foi protocolada pelo coordenador do movimento SOS Chapada dos Veadeiros, Álvaro De Angelis. Segundo ele, a formação do Conselho do Pouso Alto, não contempla a “paridade representativa para a sociedade civil socioambientalista”.

 

“A ausência de uma participação socioambiental insuficiente nas decisões do Conapa mina a legitimidade do processo democrático e dificulta a implementação de políticas eficazes de proteção ambiental. Isso gera conflitos de interesses entre a preservação do meio ambiente e as demandas do governo, agronegócio, energia, mercado imobiliário e mineração, que têm projetos de alto impacto ambiental para a região da Chapada dos Veadeiros”, disse De Angelis ao Jornal Opção.

 

 

Fonte: https://www.jornalopcao.com.br/ambiente/mp-go-ajuiza-acao-por-equidade-no-conselho-pouso-alto-para-semad-formacao-e-representativa-599469/

Aumento de temperatura compromete fotossíntese de plantas do Cerrado

Aumento de temperatura compromete fotossíntese de plantas do Cerrado

Pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP revelam que o aquecimento global está lançando desafios à flora do Cerrado, um dos biomas cruciais do Brasil. Em sua pesquisa para o doutorado em Biologia Comparada, Tony César de Sousa Oliveira descobriu que o calor está afetando a capacidade das plantas da região de realizar a fotossíntese de forma eficaz.

Segundo Oliveira, as espécies de árvores do Cerrado têm uma temperatura foliar ótima para a fotossíntese muito próxima à temperatura média ambiente. Isso significa que o aumento da temperatura pode reduzir a eficiência desse processo vital para essas plantas.

Além disso, o estudo destaca que o calor interfere na capacidade de fotossíntese das plantas mesmo antes de atingir a temperatura ideal. Esse impacto se deve principalmente ao funcionamento do fotossistema II (PSII), responsável por converter a energia luminosa em energia bioquímica necessária para a fotossíntese.

 

Os resultados revelaram que a eficiência do PSII diminui pela metade quando a temperatura se iguala ou ultrapassa ligeiramente a temperatura média local, o que evidencia o desafio enfrentado pelas plantas na captação de carbono em temperaturas mais altas.

 

O professor Tomas Domingues, orientador do estudo e responsável pelo Laboratório de Ecologia de Comunidades e Funcionamento de Ecossistemas (Ecoferp) da FFCLRP, alerta que o Cerrado está experimentando um aumento de temperatura mais significativo em comparação com outros biomas brasileiros. Ele prevê que essa situação tende a se agravar nos próximos 50 anos, tornando a fotossíntese menos eficiente durante os períodos mais quentes do dia.

 

 

Fonte: https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/aumento-de-temperatura-compromete-fotossintese-de-plantas-do-cerrado/

O agronegócio é o setor econômico que mais escraviza no Brasil

O agronegócio é o setor econômico que mais escraviza no Brasil

Entre 1995 e o começo de outubro de 2023, cerca de 49 mil pessoas haviam sido resgatadas do trabalho escravo em atividades de desmatamento, pecuária, monocultivo de árvores, plantio de cana-de-açúcar e outras lavouras temporárias e permanentes. Mas não é só isso: o agro, quando expulsa as comunidades de sua terra, também promove o trabalho escravo. O trabalho escravo é alimentado pela concentração fundiária, pelo abandono dos assentamentos de reforma agrária e pela invasão de territórios tradicionais. Assim, garantir a essas comunidades o acesso à terra e a permanência em seus territórios, com fartura e vida digna, é a melhor estratégia para se combater a escravidão (Dados compilados pela Campanha De Olho Aberto para não virar escravo/Comissão Pastoral da Terra).
 
Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas de forma remota e sigilosa no Sistema Ipê da Secretaria de Inspeção do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho. O Sistema Ipê é o único sistema exclusivo para recebimento de denúncias de trabalho análogo à escravidão e integrado a Fluxo Nacional de Atendimento às Vítimas do Trabalho Escravo.
 

Dia Mundial da Água

Dia Mundial da Água

Houve redução nas chuvas em todas as regiões do Cerrado nos últimos 20 anos, como consequência disso, as bacias hidrográficas do Cerrado estão secando e perdendo sua capacidade de abastecer alguns dos principais rios brasileiros, como o Madeira, o Paraná, o Araguaia, o Tocantins, o Xingu e o São Francisco. O fenômeno resulta de uma combinação de fatores, relacionados à diminuição do volume de chuvas e ao aumento da perda de água no solo por evaporação e pela transpiração das plantas, combinação conhecida como evapotranspiração (Manzoni et. al 2023). Paralelo a esta situação, existe um processo de exploração intensa e apropriação das águas do Cerrado, ou seja, 70,4% dos pivôs centrais do Brasil estão no Cerrado em uma área de 1,35 milhão de hectares (ANA 2023). Desta maneira, o Cerrado está deixando de ser um grande coletor de água porque cada vez mais está saindo água para atender as grandes e médias propriedades e entrando menos no bioma.
 
O consumo real de água permanece invisibilizado porque não se considera o consumo indireto feito pelo agronegócio. Assim, um único quilo de carne bovina demanda 15,5 mil litros de água para ser produzido e comercializado. Agora, faça a conta, o Brasil tem 234,4 milhões de cabeças de gado (IBGE 2023).

GUERRA NO BRASIL!!! 

Guerra no Brasil!!!

 
É uma guerra silenciosa, diária, conivente com os interesses do agronegócio e omissão do Estado brasileiro que mata gente, bicho, terra, alimento, água – rios, poços, riachos e igarapés.
 
Diversas comunidades no campo brasileiro estão sendo banhadas pelo veneno que cai dos aviões e drones usados pelo agronegócio, resultando na violação dos direitos humanos e não-humanos.

 É na próxima segunda (22/04): Lançamento nacional do relatório Conflitos no Campo Brasil 2023!

É na próxima segunda (22/04): Lançamento nacional do relatório Conflitos no Campo Brasil 2023!

O lançamento ocorrerá na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Brasília/DF, a partir das 9h, com transmissão pelo canal do YouTube e redes sociais da CPT.
 
Mesmo havendo redução no número de assassinatos em conflitos no campo em relação ao ano anterior (de 47 para 31), já é possível antecipar que, em 2023, foram registrados os maiores números de conflitos fundiários desde o início dos levantamentos, em 1985.
 
 O relatório também traz destaques para as violências protagonizadas pelos governos estaduais, que têm agido com repressão policial intensa contra acampamentos e assentamentos, comunidades quilombolas e terras indígenas. As ocorrências de trabalho escravo rural e de pessoas resgatadas também apresentam os maiores números desde 2011.
 
 O Conflitos no Campo Brasil é uma fonte de pesquisa para universidades, veículos de mídia, agências governamentais e não-governamentais. A publicação é construída principalmente a partir do trabalho de agentes pastorais da CPT, nas equipes regionais que atuam nas comunidades rurais em todo o país, além da apuração e confirmação de notícias, feita pela equipe de documentalistas do Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno (Cedoc/CPT) ao longo de todo o ano.
 

Queimadas explodem no Cerrado e na Amazônia em março

Queimadas explodem no Cerrado e na Amazônia em março

 Os biomas brasileiros continuaram a sofrer com as chamas em março, mesmo sendo mês chuvoso em algumas regiões do Brasil. Com exceção do Pampa, todos os outros biomas apresentaram número de queimadas acima da média esperada para o período, com destaque para o Cerrado e a Amazônia.


Na savana brasileira, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou 1806 focos de calor, a maior cifra para o mês em toda a história do monitoramento do órgão, iniciada em 1999 para o bioma. O valor também é três vezes maior do que a média esperada para o mês (594 focos) e está 113% maior do que março de 2023, quando foram registrados 845 focos.


No Cerrado, o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas (PPCerrado) ganhou um reforço, no final de março, com a criação de uma força-tarefa dos estados inseridos no bioma para conter a destruição. A ideia é que cada estado reforce e estimule o cadastramento de propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e que se empenhe na validação das mesmas. Além disso, de acordo com a Casa Civil, um grupo de trabalho entre ministros e governadores se reunirá periodicamente para acompanhar os dados e tomar decisões.

NÃO COMPRE ROUPA NAS LOJAS ZARA!!!

NÃO COMPRE ROUPA NAS LOJAS ZARA!!!!

Zara e a H&M, as duas gigantes da moda, usam nos seus produtos, algodão oriundo de duas outras gigantes: Grupo Horita e SLC Agrícola. Instaladas na Bahia, as duas empresas exportadoras da matéria-prima têm um longo histórico de devastação e grilagem no cerrado da Bahia. Desde 1985, a Bahia perdeu quase um quarto dos 9 milhões de hectares de Cerrado para a agricultura industrial.

                                     

Maior produtora de algodão do Brasil, a SLC tem 44 mil hectares de plantações de algodão no oeste da Bahia, enquanto o Grupo Horita, sexto maior produtor, tem pelo menos 140 mil hectares de terras agrícolas na região. Juntos, os dois grupos acumulam multas milionárias relacionadas ao desmatamento de cerca de 100 mil hectares de Cerrado.                                        

A SLC Agrícola, maior exportadora de algodão do Brasil, tem um longo histórico de desmatamento no oeste da Bahia. Suas fazendas Piratini, Palmares e Parceiro desmataram pelo menos 40 mil hectares de vegetação nativa do Cerrado nos últimos doze anos. Em 2020, a empresa adquiriu a Terra Santa Agro, tornando-se um colosso do agronegócio do país e somando uma série de irregularidades ambientais.

    

O Grupo Horita ocupa um terço da fazenda Estrondo, onde cultiva algodão, soja e outras commodities. Violentas disputas fundiárias entre a Estrondo e as comunidades tradicionais marcam a história da região. Conhecidos como geraizeiros, os habitantes dessas comunidades vivem da agricultura de subsistência, caça, pesca e criação de gado em pequena escala. O Ibama multou a Horita mais de vinte vezes entre 2010 e 2019 por infrações ambientais, somando R$ 22 milhões. Boa parte dessas multas é relacionada a fazenda Estrondo. O agronegócio do oeste baiano capta quase 2 bilhões de litros de água por dia, além de  despejar 600 milhões de litros de agrotóxicos no Cerrado todos os anos. O algodão é a monocultura que utiliza mais agrotóxicos.


Fonte: https://deolhonosruralistas.com.br/2024/04/11/gigantes-da-moda-usam-algodao-sujo-do-cerrado-em-suas-roupas/?fbclid=IwAR2vpvL4L0x7moo27iE0HhpOyDKZ4FrEK1xyhtPEq_-ndzBYQ9Ere7BmqRM                                                                                                                                                    #cerrado #algodao #moda #desmatamento