Modernização conservadora no Cerrado Gerais da Chapada Gaúcha – MG: um estudo de caso em Buraquinhos

Modernização conservadora no Cerrado Gerais da Chapada Gaúcha – MG: um estudo de caso em Buraquinhos

Autor(a):

Thaís Hall Oliveira

Resumo:

Esta dissertação tem como objetivo identificar e compreender as mudanças no modo de vida tradicional da comunidade Buraquinhos (Chapada Gaúcha – MG) a partir do processo de modernização conservadora na região, especialmente no que se refere às formas de produzir e às práticas extrativistas. O atual quadro de devastação instalado no Cerrado está, em larga medida, relacionado à ocupação do seu espaço geográfico e à consolidação do modelo agropecuário produtivista que se tornou hegemônico a partir do processo conhecido como modernização da agricultura, elemento central da modernização conservadora no bioma. Neste território cerratense ameaçado, vive a comunidade de Buraquinhos constituída por 25 famílias recentemente certificadas pela Fundação Cultural Palmares (FCP) como quilombolas. Com as mudanças introduzidas com a modernização conservadora, moradores de Buraquinhos revelam, em suas narrativas, dicotomias criadas pelo modelo de ocupação territorial e modernização da agricultura; especialmente em sua postura de concentração de poderes e terras, desapropriação do território e impactos socioculturais e ambientais. Para tanto, a pesquisa trata se de um estudo de caso, de abordagem qualitativa. Os instrumentos previstos e utilizados na pesquisa foram a pesquisa documental, a pesquisa bibliográfica e a entrevista semiestruturada. As atividades de campo foram realizadas nos períodos de novembro de 2014, junho, agosto, setembro e novembro de 2015. A pesquisa demonstrou que a modernização conservadora no Cerrado Gerais da Chapada Gaúcha, precisamente em Buraquinhos, ocasionou diversas mudanças: nas práticas tradicionais/econômicas de se produzir e se alimentar; no meio ambiente, devido à contaminação do rio Pardo de uso da comunidade Buraquinhos, à degradação hídrica e à diminuição da sua disponibilidade; na paisagem e nas suas formas de uso, ao longo dos caminhos percorridos historicamente por essa população; no estabelecimento de estratégias, como resistência ao avanço da modernização sobre o território tradicional, através da autoidentificação como quilombola.

Referência:

OLIVEIRA, Thaís Hall. Modernização conservadora no Cerrado Gerais da Chapada Gaúcha – MG: um estudo de caso em Buraquinhos. 2016. 142 f., il. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

Disponível em:

Avaliação ecotoxicológica das cinzas de queimadas do Cerrado em ambientes aquáticos.

Avaliação ecotoxicológica das cinzas de queimadas do Cerrado em ambientes aquáticos.

Autor(a):

Darlan Quinta de Brito

Resumo:

No cenário mundial das mudanças climáticas, vários estudos preveem o aumento das queimadas em diferentes partes do mundo. Grandes extensões de áreas nativas e de pasto são queimadas no Bioma Cerrado anualmente, e o mau uso da prática de queimadas durante os períodos de estiagem tem acarretado sérios danos à biodiversidade dos ecossistemas e à saúde da população. Com o advento das chuvas após o período de seca no bioma Cerrado, grande quantidade de cinzas da biomassa são lixiviadas e entram nos sistemas aquáticos, podendo ocasionar efeitos adversos. Diante disso, o presente trabalho propôs-se a avaliar os atributos químicos das cinzas e do solo de três áreas distintas queimadas em setembro de 2010. Avaliou-se, também, o potencial de toxicidade das cinzas provenientes de áreas do bioma Cerrado e de uma área de pasto por meio de testes ecotoxicológicos com Ceriodaphnia dubia, o peixe Danio rerio e o molusco Biomphalaria glabrata. Um vasto grupo de metais (Al, B, Ca, Cd, Cr, Cu, Fe, K, Mg, Mn, Mo, Ni, P, Pb, S, Si, Sr, V, Ti e Zn) foram determinados e quantificados no solo, nas cinzas e na solubilização das cinzas. A comparação química das três áreas apresentou pouca diferença qualitativa, sendo que a quantidade dos elementos químicos foi o aspecto de maior relevância. A composição química das cinzas apresentou valores superiores à composição química do solo, no entanto apenas uma pequena parcela dos compostos são solubilizados. Apesar disso, a presença das cinzas na água elevou os sólidos solúveis totais (STD) e a condutividade elétrica (CE), devido à presença dos sais dissolvidos. Os íons aumentaram o pH e diminuíram o OD na água, alterando, portanto, a qualidade da água. Os testes conduzidos no laboratório indicaram que ambientes lênticos podem ser mais sensíveis aos efeitos das cinzas das queimadas em comparação aos ambientes lóticos. Com relação aos efeitos ecotoxicológicos, constataram-se diferenças de toxicidade das cinzas para os organismos estudados. Todas as cinzas apresentaram um índice elevado de toxicidade no ensaio de C. dubia (CL50-48hs: 6.33% (4.83-8.28) cinza de Pasto). Com relação aos ensaios com o D. rerio e com B. glabrata, não foi constatada toxicidade para as cinzas de Pasto e Torre. As cinzas da Lagoa Bonita (área de transição cerrado sentido restrito para vereda) apresentaram toxicidade para D. rerio (CL50-24hs: 31.50%; CL50-48hs: 25.0 %) e B. glabrata (CL50-24hs: 50.0 % (37.7- 66.4); CL50-48hs: 35.4 %). Estes resultados demonstram que as queimadas influenciam a toxicidade às águas superficiais, tornando este ambiente tóxico para a sobrevida de comunidades aquáticas
zooplanctônicas, independentemente da fitofisionomia e da paisagem, e enfatizam portanto a necessidade de estudos mais aprofundados para melhor compreender-se a complexidade dos efeitos ecológicos do fogo em comunidades aquáticas.

Referência:

BRITO, Darlan Quinta de. Avaliação ecotoxicológica das cinzas de queimadas do Cerrado em ambientes aquáticos. 2014. 120 f., il. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural)—Universidade de Brasília, 2014.

Disponível em:

Proposição de um Índice de Qualidade de Água para Irrigação(IQAI) com base no monitoramento e caracterização de águas superficiais em ambientes rurais do Cerrado

Proposição de um Índice de Qualidade de Água para Irrigação(IQAI) com base no monitoramento e caracterização de águas superficiais em ambientes rurais do Cerrado

Autor(a):

Daphne Heloisa de Freitas Muniz

Resumo:

A qualidade da água para a agricultura irrigada vem se tornado uma questão importante nos últimos anos, devido ao aumento da demanda de água pelo setor. Programas de monitoramento de qualidade geram uma enorme quantidade de dados que necessitam ser sintetizados. O objetivo do presente trabalho foi propor um Índice de Qualidade de Água para Irrigação (IQAI) com base na avaliação de parâmetros indicadores de qualidade da água de três corpos hídricos de ambientes rurais do Cerrado. Para isso, foram selecionadas três áreas de coleta inseridas em zonas rurais do Distrito Federal, Brasil (Córrego Capão Comprido, Rio Jardim e Córrego Sarandi). As coletas de amostra de água ocorreram entre maio de 2012 e abril de 2013. Para cada amostra coletada foram feitas determinações dos parâmetros temperatura, oxigênio dissolvido, pH, condutividade elétrica, total de sólidos dissolvidos, turbidez, dureza total; dos íons cloreto, fluoreto, nitrato, nitrito, fosfato, sulfato, sódio, potássio, amônio, cálcio e magnésio; fósforo total, razão de adsorção de sódio, coliformes totais e coliformes termotolerantes. A partir dos dados obtidos na Análise de Variância e na Análise das Componentes Principais (PCA), foi evidenciado que parâmetros importantes, indicativos de poluição rural, como amônio, fosfato, sulfato e fósforo total obtiveram valores abaixo do limite de detecção para todo período analisado nos três corpos hídricos. Os demais parâmetros não apresentaram grande variação de suas concentrações entre períodos hidrológicos (seca e chuva) nos três corpos hídricos. Entre os pontos amostrais houve diferença significativa na qualidade da água. A técnica estatística multivariada, por meio da aplicação da PCA, mostrou que é possível reduzir o número de parâmetros de 16 para 7, considerados principais. A partir dos dados de monitoramento e da análise estatística dos três corpos hídricos foi possível selecionar parâmetros para compor um IQA para fins de irrigação que refletisse as características da água do Cerrado.

Referência:

MUNIZ, Daphne Heloisa de Freitas. Proposição de um Índice de Qualidade de Água para Irrigação(IQAI) com base no monitoramento e caracterização de águas superficiais em ambientes rurais do Cerrado. 2014. xx, 67 f., il. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural)—Universidade de Brasília, 2014.

Disponível em:

Integridade ecológica em córregos de floresta de galeria do bioma Cerrado.

Integridade ecológica em córregos de floresta de galeria do bioma Cerrado

Autor(a):

Tiago Borges Kisaka

Resumo:

A vegetação ripária predominante em regiões de cabeceira denominada como Florestas de Galeria são formações que propiciam a ocorrência de galerias propriamente ditas sob o corpo hídrico devido à largura reduzida do mesmo. Apesar do papel desempenhado na manutenção da qualidade da água e para o fluxo gênico, há uma contínua ameaça aos ambientes de Floresta de Galeria, tornando-se cada vez mais urgente a implementação de medidas mitigadoras que objetivem preservar sua diversidade, auxiliando na conservação e recuperação desses ambientes. Entender o funcionamento e a estrutura desses ecossistemas de maneira integrada é essencial para o desenvolvimento de estratégias voltadas à manutenção da integridade ecológica dos mesmos. Considerando-se a importância da abordagem ecossistêmica sob o ponto de vista da integridade ecológica e com base nos conceitos de “fatores de estado” e “controles interativos”, o presente estudo teve como objetivo avaliar a integridade ecológica de córregos com Florestas de Galeria sob diferentes usos da terra na região de Cerrado do Brasil Central. Desse modo, foram selecionadas três áreas similares quanto aos fatores de estado, sendo uma localizada em ambiente preservado e considerado o ambiente de referência (córrego Cabeça-de-Veado) e duas submetidas à influência antrópica (córregos Jardim e Capão Comprido), todas localizadas no Distrito Federal, Brasil. As coletas foram realizadas no período de estiagem, em maio de 2014, para restringir a variabilidade que a condicionante precipitação pode acarretar no aumento da velocidade de fluxo da água nos córregos. Após a elaboração dos mapas de uso e cobertura do solo por meio da classificação supervisionada de imagens de satélite, as áreas em estudo foram diferenciadas quanto aos tipos de usos e cobertura do solo, sendo o córrego Jardim classificado como “impactado”, o córrego Capão Comprido como “alterado” e o córrego Cabeça-de Veado como “preservado”. A integridade ecológica no córrego Cabeça-de-Veado foi observada em função das maiores granulometrias do sedimento, da maior concentração de matéria orgânica no sedimento e no seston, além da maior diversidade de invertebrados bentônicos, em comparação com as sub-bacias sob influência antrópica. No que diz respeito aos invertebrados bentônicos, a baixa diversidade de espécies, especialmente do grupo funcional de predadores, nos córregos Jardim e Capão Comprido pode ser explicada pela diminuição da heterogeneidade de habitats nestes corpos hídricos. Além disso, os padrões de ocorrência de indivíduos das famílias Hydropsychidae e Dryoptidae nos ambientes sob influência antrópica ressaltaram alterações na integridade ecológica dos mesmos. As condições prístinas do Córrego Cabeça-de-Veado conferiram ao ambiente aquático menores valores de clorofila-a no seston e no perifiton, além do acúmulo de matéria orgânica de origem alóctone no sedimento e no seston. Infere-se, deste modo, que o ambiente preservado apresentou metabolismo conforme modelos descritos para córregos sombreados, com processo ecossistêmico de respiração predominando ao de produção primária, destoando daqueles sob influência do fator antrópico. Deste modo, os ambientes sob influência da agricultura familiar e convencional apresentaram-se menos íntegros em comparação ao ambiente preservado, levando em consideração os atributos de regime de fluxo e qualidade da água, fonte de energia e estrutura de habitats, essenciais para análise da integridade ecológica.

Referência:

KISAKA, Tiago Borges. Integridade ecológica em córregos de floresta de galeria do bioma Cerrado. 2015. vii, 85 f., il. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

Disponível em:

Populações tradicionais e conflitos socioambientais no cerrado: o caso do complexo de unidades de conservação de Terra Ronca-GO

Populações tradicionais e conflitos socioambientais no cerrado: o caso do complexo de unidades de conservação de Terra Ronca-GO

Autor(a):

Hiran de Gusmão Trindade

Resumo:

O Cerrado é um dos cinco biomas brasileiros, formado por ecossistemas de savanas, matas, campos e matas de galeria que ocorrem na região central do Brasil, ocupando aproximadamente 21% do território do país. Considerado a savana mais rica do mundo, o Cerrado é um dos hotspots mundiais. É também espaço de vida e de trabalho para inúmeras comunidades indígenas, remanescentes de quilombo e diversas outras populações tradicionais que historicamente ocupam as paisagens desse bioma, tendo a ele se adaptado ecologicamente. Os sistemas produtivos dessas populações tradicionais se caracterizam, em geral, pela combinação entre atividades agrícolas, a criação de animais (especialmente gado) e o extrativismo de espécies nativas – atividades que juntas integram o que é chamado agroextrativismo. Para essas populações, é vital a conservação tanto dos recursos naturais, como também de seus territórios sociais, necessários à sua reprodução física, social e cultural. No Brasil, uma das estratégias para garantir a conservação da sociobiodiversidade e a reapropriação de áreas historicamente ocupadas, sob a perspectiva de seu uso comum e sustentável, tem sido a criação de Unidades de Conservação (UCs). Entretanto, tal estratégia nem sempre é eficaz. O presente trabalho aborda a criação de duas Unidades de Conservação contíguas, uma de proteção integral e outra de uso sustentável, na região de Terra Ronca, um dos últimos remanescentes de Cerrado no estado de Goíás. Não obstante a importância ambiental da região, a criação dessas duas UCs confinou a população local entre elas, deflagrando o conflito socioambiental que é focalizado neste estudo. Os dados foram levantados por meio de pesquisa qualitativa descritiva, em chave antropológica, através de observação direta e de entrevistas semiestruturadas. Os resultados sugerem que a criação dessas UCs gerou impacto direto sobre os sistemas produtivos dos habitantes locais e apontam para lições sobre o ordenamento territorial para fins de conservação e suas interfaces com o agroextrativismo, no contexto específico do Cerrado.

Referência:

TRINDADE, Hiran de Gusmão. Populações tradicionais e conflitos socioambientais no cerrado: o caso do complexo de unidades de conservação de Terra Ronca-GO. 2016. 138 f., il. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

Disponível em:

Efeito do capim-gordura (Melinis minutiflora) sobre a dinâmica de nitrogênio em fragmento de cerrado sentido restrito circundado por matriz agrícola

Efeito do capim-gordura (Melinis minutiflora) sobre a dinâmica de nitrogênio em fragmento de cerrado sentido restrito circundado por matriz agrícola

Autor(a):

Natália Lopes Rodovalho

Resumo:

A invasão de gramíneas exóticas em áreas de Cerrado está intimamente ligada à conversão da paisagem nativa em áreas de agricultura e pastagem. Dentre elas, o capim-gordura é conhecido como uma das principais espécies invasoras do Cerrado. Nesse bioma ele é capaz de alterar a biomassa nativa, a comunidade de microrganismos do solo, disponibilizar mais nutrientes para o solo, possuir maior eficiência no uso do nitrogênio do que as gramíneas nativas e a se adaptar a condições de fogo. Essa gramínea invasora pode alterar a composição de espécies, a estrutura das comunidades e as principais funções dos ecossistemas naturais. O presente estudo teve como objetivo avaliar o impacto do capim-gordura (Melinis minutiflora) na dinâmica de N em um fragmento de cerrado sentido restrito circundado por matriz agrícola. A seguinte hipótese foi testada: áreas de Cerrado invadidas por capim-gordura possuem maior disponibilidade e ciclagem de N no solo do que as áreas não invadidas de cerrado sentido restrito. Para isso foi determinado a taxa de decomposição (k) de cada espécie, o δ13C das gramíneas nativas, exótica e de cerrado sentido restrito para verificar a contribuição de cada grupo na matéria orgânica do solo; o δ15N dos solos sob cada grupo para montar a paisagem isotópica (isoscapes) e analisar a distribuição espacial e temporal da dinâmica de N; e a concentração de N-NH4 + e N-NO3 – , taxas líquidas de mineralização de nitrogênio e nitrificação no solo para verificar o impacto do capim-gordura no ciclo do nitrogênio em curto prazo. Capim-gordura (0,75/ano) e gramíneas nativas (0,77/ano), apresentaram taxa de decomposição (k) semelhantes e maiores do que a taxa de decomposição de cerrado sentido restrito (0,40/ano). O δ 15N foi maior em solo sob capim-gordura (6,06‰), assim como a discriminação isotópica (7,8‰), indicando uma maior ciclagem de nitrogênio em solo sob capim-gordura do que sob cerrado sentido restrito e gramíneas nativas. Na matéria orgânica do solo (0-10 cm de profundidade) de cerrado sentido restrito, 59% é composta de fonte C4 e 41% de fonte C3, em gramíneas nativas 60,64% corresponde a fonte C4 e 39,4% a fonte C3 e no capim-gordura 66,8% corresponde a fonte C4 e 33,2% a fonte C3. Não foi encontrada diferença significativa para concentração de nitrato e amônio, taxas de mineralização e nitrificação líquida de N e razão N-NH4 + / N-NO3 – entre capimgordura e os demais tratamentos. Os dados encontrados nesse trabalho corroboram com a hipótese inicial de que áreas de Cerrado invadidas por capim-gordura possuem maior disponibilidade e ciclagem de N no solo do que áreas não invadidas
de cerrado sentido restrito dominado pelo estrato arbustivo/arbóreo e gramíneas nativas.

Referência:

RODOVALHO, Natália Lopes. Efeito do capim-gordura (Melinis minutiflora) sobre a dinâmica de nitrogênio em fragmento de cerrado sentido restrito circundado por matriz agrícola. 2016. 80 f., il. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente de Desenvolvimento Rural)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

Disponível em:

Valorização de produtos agroextrativistas do Cerrado: comercialização e construção de mercados da sociobiodiversidade

Valorização de produtos agroextrativistas do Cerrado: comercialização e construção de mercados da sociobiodiversidade

Autor(a):

Jessica Pereira Garcia

Resumo:

O presente trabalho buscou, através da abordagem conceitual e teórica associada à sociologia econômica, compreender a dinâmica dos mercados agroextrativistas em alguns municípios brasileiros. Os conceitos de valor, valoração, mercado e construção social dos mercados foram extrapolados para o agroextrativismo com o objetivo de analisar a comercialização de produtos agroextrativistas do Cerrado e os atores envolvidos nesses mercados. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, utilizando como principal ferramenta de coleta de dados as entrevistas semiestruturadas. A fim de conhecer as formas de comercialização de produtos do Cerrado, foram escolhidos seis municípios e o Distrito Federal, além da participação em seis eventos que lidavam com a temática Cerrado ou cultura local. Além disso, como forma de aprofundar o conhecimento da construção de mercados agroextrativistas e de estratégias de valorização de produtos do Cerrado, foram escolhidas duas cooperativas que se destacam em suas atuações pela comercialização de produtos do Cerrado. As cooperativas escolhidas foram a Central do Cerrado e a Coopcerrado. Dentre os principais resultados alcançados tem-se a elaboração de uma tipologia para mercados agroextrativistas do Cerrado, que permite verificar a diferença de valores atribuídos aos produtos do Cerrado, e a análise da construção social dos mercados das cooperativas escolhidas, bem como a discussão acerca das principais formas de valorização aplicadas aos produtos do Cerrado. Com isso, percebeu-se que a construção social dos mercados agroextrativistas do Cerrado permitiu o surgimento de um novo mercado alternativo, voltado para a sociobiodiversidade dos produtos do Cerrado, que por sua vez se tornam singulares por sua identidade com o território do bioma
Cerrado.

Referência:

GARCIA, Jessica Pereira. Valorização de produtos agroextrativistas do Cerrado: comercialização e construção de mercados da sociobiodiversidade. 2017. 123 f., il. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural)—Universidade de Brasília, Planaltina, 2017.

Disponível em:

Capacidade de infiltração de água no solo em fitofisionomias do bioma cerrado

Capacidade de infiltração de água no solo em fitofisionomias do bioma cerrado

Autor(a):

Gleicon Queiroz de Brito

Resumo:

O Cerrado é o segundo bioma em dimensão espacial do Brasil, caracterizado por diversas fitofisionomias, divididas em formações savânicas, campestres e florestais. Esse bioma ocupa um importante patamar diante dos recursos hídricos nacionais e, por isso, é fundamental investigar o comportamento dos processos hidrológicos, em especial a infiltração de água no solo. Os objetivos deste trabalho foram (i) realizar uma revisão sistemática sobre infiltração de água no solo em fitofisionomias do bioma Cerrado e (ii) avaliar a capacidade de infiltração do solo em duas fitofisionomias do bioma Cerrado: Campo sujo e Cerrado típico. O primeiro objetivo levantou artigos em três bases científicas Web of science, Periódicos Capes, e no Google acadêmico. Os termos chaves para a pesquisa foram “infiltração” AND “Cerrado”, “infiltration” AND “Cerrado” e “infiltração no Cerrado”. Os critérios de exclusão foram, através do título, resumo e se existisse dúvida da existência da informação de interesse (capacidade de infiltração em coberturas nativas do Cerrado), os artigos eram investigados na íntegra. Essa pesquisa encontrou quinze artigos (22 experimentos), com estudos predominantes na região centro-oeste. A média da capacidade de infiltração dos estudos encontrados foi de 792 mm/h. Grande parte dos estudos dos estudos não definem estritamente a fitofisionomia (doze artigos), denominando apenas como vegetação nativa, como “Cerrado” e “Cerrado nativo” entre outros. A junção desses estudos mostra a importância hidrológica do Cerrado e das formações nativas para o processo de infiltração. No entanto, é possível existir diferenças entre os diferentes tipos de vegetação nativa do bioma, o que merece ser investigado devido sua diversidade de fitofisionomias. O segundo objetivo foi realizado na Reserva Ecológica do IBGE – Distrito Federal, onde as fitofisionomias são encontradas sobre Latossolo Vermelho. A metodologia utilizada foi a avaliação da capacidade de infiltração e a análise de variáveis que influenciam a infiltração de água no solo (densidade aparente do solo, porosidade total, resistência do solo à penetração, matéria orgânica). Os resultados apontam que a média da capacidade de infiltração de 697,8 mm/h (±521,4) no Cerrado típico foi superior e significativamente diferente da média do campo sujo de 413,5 mm/h (±181,4). Os demais aspectos avaliados do solo entre as fitofisionomias também apresentaram diferenças significativas. Este estudo identificou que o solo sob a fitofisionomia Cerrado típico apresentou maior capacidade de infiltração em comparação ao solo do Campo sujo.

Referência:

BRITO, Gleicon Queiroz de. Capacidade de infiltração de água no solo em fitofisionomias do bioma cerrado. 2019. 43 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.

Disponível em:

Produção e purificação de beta-galactosidase expressa por fungo isolado do bioma cerrado brasileiro visando à aplicação como suplemento digestivo

Produção e purificação de beta-galactosidase expressa por fungo isolado do bioma cerrado brasileiro visando à aplicação como suplemento digestivo

Autor(a):

Amanda Rocha Mortaza

Resumo:

Lactase é o nome popularmente utilizado para a enzima β-galactosidase (E.C.3.2.1.23). As β-galactosidases são encontradas na natureza em vegetais, animais e microrganismos, sendo que suas características variam de acordo com sua origem. A literatura apresenta várias enzimas produzidas por fungos e outros microrganismos com ação de interesse biológico que foram purificadas e caracterizadas. Com a melhoria no conhecimento e na purificação de enzimas, novas possibilidades de processos industriais e aplicações na saúde humana surgiram. Neste contexto, a β-galactosidase é uma importante enzima produzida por microrganismos que desperta grande interesse à saúde, pois quando ausente no organismo dos mamíferos a lactose consumida não é digerida. A ingestão oral direta da β-galactosidase por pessoas intolerantes a lactose é uma forma diferente de aplicação da β-galactosidase, visando à digestão da lactose do leite e seus derivados. Além da ingestão da β-galactosidase, esta enzima também está sendo aplicada na indústria de laticínios para hidrolisar a lactose do leite obtendo-se, assim, alimentos com baixos teores de lactose, melhorando a solubilidade e digestibilidade do leite e derivados lácteos, ideais para consumidores intolerantes à lactose. Esta aplicação dá origem a novas pesquisas nesta área, na procura de β-galactosidase com características favoráveis ao ambiente gástrico ou indicadas para o uso industrial. Neste trabalho o fungo Aspergillus foetidus isolado do Cerrado expressou a enzima β-galactosidase em meio líquido contendo resíduo de soja como fonte de carbono após sete dias de fermentação a 28°C. A enzima produzida extracelularmente foi purificada por sistema micelar de duas fases aquosas. A melhor condição de purificação foi obtida com sistema formado por 8%(p/p) Triton X-114, 10%(p/p) caldo fermentado e 28°C como temperatura de incubação. Nesta condição, 89,8% da atividade enzimática adicionada ao sistema foi recuperada na fase pobre em micelas. A caracterização bioquímica da enzima presente na fase pobre em micela revelou um pH ótimo igual a 2,6 e uma temperatura ótima igual a 60°C, valores que favorecem a aplicação industrial da β-galactosidase purificada.

Referência:

MORTOZA, Amanda Rocha. Produção e purificação de beta-galactosidase expressa por fungo isolado do bioma cerrado brasileiro visando à aplicação como suplemento digestivo. 2012. 58 f. il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)—Universidade Brasília, Brasília, 2012.

Disponível em:

Atividade antiprotozoária, antifúngica e citotóxica de extratos de plantas do bioma Cerrado, com ênfase em Leishmania (Leishmania) chagasi

Atividade antiprotozoária, antifúngica e citotóxica de extratos de plantas do bioma Cerrado, com ênfase em Leishmania (Leishmania) chagasi

Autor(a):

Ellen Tanus Rangel 

Resumo:

Um total de 120 extratos oriundos de 26 espécies pertencentes a 16 famílias de plantas do bioma Cerrado foi avaliado in vitro em formas promastigotas de Leishmania ssp. e epimastigotas de Trypanosoma cruzi. Através dessa triagem foram selecionados 14 extratos ativos, que foram testados em formas amastigotas de Leishmania ssp. e em leveduras Candida ssp. e Cryptococcus ssp. A toxicidade em células NIH-3T3 de fibroblastos de mamífero permitiu verificar a especificidade de ação desses extratos. Os resultados obtidos neste estudo permitiram selecionar o extrato hexânico da folha de Siparuna cujabana (Siparunaceae), com valor de IC50 de 8,75 μg/mL para amastigotas L. (L.) amazonensis, não demonstrando ser tóxico às células de mamífero com valor de IC50 de 378,55 μg/mL para NIH-3T3, apresentando assim índice de seletividade (IS) de 43,2. Esse extrato também foi ativo em Candida albicans ATCC 10231, com valor de concentração inibitória mínina (CIM) de 31,25 μg/mL, Candida krusei LMGO 174, com CIM de 62,5 μg/mL e em Cryptococcus neoformans var. gattii e Cryptococcus neoformans var. neoformans, ambos com CIM de 31,25 μg/mL. Assim, o extrato hexânico da folha de S. cujabana foi avaliado in vivo em camundongos Balb-c infectados com L. (L.) chagasi, na dose de 100 e 250 mg/Kg. Observou-se o percentual de inibição dose-dependente de 52,5% para a menor dose e de 71,2% para a maior. A miltefosina, medicamento referência na dose de 40 mg/Kg, apresentou 81,6% de inibição. A espécie Renealmia alpinia (Zingiberaceae) também destacou-se pela sua importante atividade. Para as formas amastigotas de L. (L.) chagasi e L. (L.) amazonensis, o extrato diclorometânico do rizoma desta planta apresentou IC50 de 6,03 e 11,58 μg/mL. Para as células de mamíferos, esse extrato apresentou IC50 de 235,38 μg/mL, com índice de seletividade de 39 para L. (L.) chagasi  Este extrato apresentou ainda atividade para as formas epimastigotas de T. cruzi (IC50 = 50 μg/mL), atividade próxima ao Benznidazol (IC50 = 46 μg/mL), medicamento referência do teste, e utilizado para o tratamento da doença de Chagas. O extrato diclorometânico do rizoma de R. alpinia foi ativo em leveduras: Candida krusei LMGO 174 (CIM de 31,5 μg/mL), C. parapsilosis ATCC 22019 e C. glabrata LMGO 44 (ambos com CIM de 125 μg/mL) e em Cryptococcus neoformans var. gattii (CIM de 31,5 μg/mL) e Cryptococcus neoformans var. neoformans (CIM de 7,81 μg/mL). O fracionamento cromatográfico biomonitorado do extrato hexânico da folha de S. cujabana e do extrato diclorometânico do rizoma de R. alpinia está sendo feito, com a perspectiva de identificação e desenvolvimento de compostos líderes para o tratamento da leishmaniose.

Referência:

RANGEL, Ellen Tanus. Atividade antiprotozoária, antifúngica e citotóxica de extratos de plantas do bioma Cerrado, com ênfase em Leishmania (Leishmania) chagasi. 2010. 131 f., il. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde)-Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

Disponível em: