Umutina

Umutina

Origem do nome

Os Umutina foram inicialmente denominados pelos não-índios de ‘Barbados’, devido ao uso, por parte dos homens, de barbas confeccionadas a partir do cabelo de suas mulheres ou do pelo do macaco bugio. O grupo se autodenominava Balotiponé, cujo significado é ‘gente nova’. Somente após o contato e convivência com os índios Paresí e Nambikwara, em 1930, passaram a ser conhecidos por ‘Umotina’, ‘Omotina’, ou ‘Umutina’ (grafia utilizada desde a década de 40), que significa ‘índio branco’.

Localização do povo

Mato Grosso

Referência

Equipe de edição da Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Umutina>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

Tapirapé

Tapirapé

Meninos Tapirapé. Foto: Antônio Carlos Moura, s/d.

Origem do nome

Este povo que se autodenomina Apyãwa, segundo Baldus (1970) tem sua origem atribuída na região do baixo Tocantins, passando na segunda metade 15 do século VIII a viver às margens do rio Tapirapé. De acordo com Paula (2012), atualmente vivem em duas áreas indígenas situadas no nordeste do Estado: Terra Indígena Urubu Branco, onde estão localizadas seis aldeias e Área Indígena Tapirapé-Karajá, onde há uma aldeia, na qual a maior parte da população se identifica como Apyãwa (Tapirapé) e algumas famílias pertencentes ao povo Iny (Karajá), havendo também outras aldeias onde moram homens Apyãwa casados com mulheres Iny.

Localização do povo

Mato Grosso e Tocantins

Referência

André Toral. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Tapirap%C3%A9>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

 

Ramos, Polyana Rafaela. Povo Tapirapé: práticas agrícolas e meio ambiente no cotidiano da aldeia Tapi’itãwa. Cáceres/MT: UNEMAT, 2014. p. 14-15. Disponível em: <http://portal.unemat.br/media/oldfiles/ppgca/docs/Polyana_Rafaela_Ramos.pdf>. Acessado em: 26 de ago. de 2020.

Tembé

Tembé

Mulher com criança Tembé no Gurupi. Foto: Vincent Carelli, 1980.

Origem do nome

Os Tembé constituem o ramo ocidental dos Tenetehara. O grupo oriental é conhecido por Guajajara. Sua autodenominação é Tenetehara, que significa gente, índios em geral ou, mais especificamente, Tembé e Guajajara. Tembé, ou sua variante Timbé, constitui um nome que provavelmente lhes foi atribuído pelos regionais. De acordo com o lingüista Max Boudin, timbeb significaria “nariz chato”.

Localização do povo

De um modo geral, pode-se afirmar que os Guajajara, ramo oriental dos Tenetehara, se localizam no Estado do Maranhão, enquanto os Tembé, o ramo ocidental, no Estado do Pará. Entretanto, uma parte dos Tembé vive na margem direita do rio Gurupi, no estado maranhense.

Referência

Virgínia Valadão. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Temb%C3%A9>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

 

Guajá

Guajá

Foto: Michel Pellanders, 1996.

Origem do nome

Os Guajá se autodenominam Awá, termo que significa “homem”, “pessoa”, ou “gente”. As origens deste povo são obscuras, porém acredita-se que seja originário do baixo rio Tocantins no estado do Pará. Formava, provavelmente junto aos Ka’apor, Tembé e Guajajara (Tenetehara), um conjunto maior, da família lingüística Tupi-Guarani naquela região (Gomes 1988, 1989 & 1991; Balée 1994).

Localização do povo

Os Guajá em contato permanente vivem no noroeste do estado do Maranhão, nas Terras Indígenas Alto Turiaçu e Caru. Desde 1982 tentou-se estabelecer uma nova área para os Guajá, a TI Awá. A criação desta reserva em 2005, ligou a TI Caru à TI Alto Turiaçu, estabelecendo assim um terreno contínuo, em tese menos sujeito às invasões. Além de fornecer mais segurança, esta fusão proporciona aos Guajá uma maior área para continuar as suas atividades de subsistência. Servindo ainda como um território próprio, dado que a TI Caru e a TI Alto Turiaçu são compartilhadas com as etnias Ka´apor, Timbira e Guajajara.

Referência

Louis Carlos Forline. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guaj%C3%A1>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

Krikatí

Krikatí

Origem do nome

A autodenominação do grupo é Krĩcatijê, que quer dizer “aqueles da aldeia grande”, denominação esta que lhes é aplicada também pelos demais Timbira. Seus vizinhos imediatos, os Pukopjê, a eles se referem usando o designativo Põcatêgê que significa “os que dominam a chapada”.

Localização do povo

Maranhão

Referência

Maria Elisa Ladeira; Gilberto Azanha. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Krikat%C3%AD>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

Guajajára

Guajajára

Em frente da casa do capitão Artur na aldeia Cana Brava (TI Cana Brava). Foto: Peter Schröder, 2000.

Origem do nome

Além de guajajara, este grupo tem uma outra autodenominação mais abrangente, Tenetehára, que inclui também os Tembé. guajajara significa “donos do cocar” e Tenetehára, “somos os seres humanos verdadeiros”. Às vezes, os guajajara traduzemTenetehára por “índio”, excluindo desta categoria os grupos Jê, como os Canela, que são chamados àwà (“selvagens, bravos”). Não se conhece com certeza a origem do nome guajajara, mas provavelmente foi dado aos Tenetehára pelos Tupinambá. Tanto entre os próprios índios quanto na literatura científica, atualmente a denominação guajajara é mais usada do que Tenetehára.

Localização do povo

Todas as Terras Indígenas habitadas pelos guajajara estão situadas no centro do Maranhão, nas regiões dos rios Pindaré, Grajaú, Mearim e Zutiua. São cobertas pelas florestas altas da Amazônia e por matas de cerradão, mais baixas, sendo estas matas de transição entre as florestas amazônicas e os cerrados. Os guajajara nunca habitaram os cerrados vizinhos, região dos povos jê. Sua região mais antiga, historicamente conhecida, foi o médio rio Pindaré.

Referência

Peter Schröder. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guajajara>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

Gavião Pukobié

Gavião Pukobié

Origem do nome

Os Pykopjê, quando devem fazer referência ao próprio grupo, utilizam o termo Pykopcatejê. Os demais povos Timbira os chamam também de Pykopjê. Os Kricati, seus vizinhos, referem-se a eles como Iromcatejê, que significa “os da mata”, indicando o meio ambiente dominado pelos Gaviões, termo pelo qual são conhecidos pela população regional e denominados pela Funai.

Localização do povo

Os Pykopjê habitam a parte sudoeste do Estado do Maranhão, na micro-região de Imperatriz, que abrange uma faixa do contato entre a floresta amazônica e as formações de cerrado. Estão localizados mais precisamente em uma pequena faixa de terra de com cerca de 41.644 hectares de extensão, no município de Amarante, a uma distância de apenas 10 km da sede do município. Essa área compreende a Terra Indígena Governador, que também conta com aldeias dos índios Guajajara.

Ao longo de 2003 e 2004, as lideranças das três aldeias Pykopjê estiveram em Brasília para reivindicar a revisão dos limites da TI. A Funai prometeu-lhes estabelecer um GT para os estudos preliminares visando a ampliação da área.

Referência

Maria Elisa Ladeira; Gilberto Azanha. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Gavi%C3%A3o_Pykopj%C3%AA>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

Gavião Parkatêjê

Gavião Parkatêjê

Origem do nome

O nome “Gavião” foi atribuído a diferentes grupos Timbira por viajantes do século passado que desse modo destacavam seu caráter belicoso. Dentre os assim chamados, Curt Nimuendajú qualificou de “ocidentais”, “de oeste”, ou ainda “da mata”, aos que vivem na bacia do Tocantins, a fim de os distinguir assim dos Pukôbjê e Krinkatí, do alto Pindaré no Estado do Maranhão, também conhecidos por aquela designação.

Na primeira metade do século XX, os “Gaviões de oeste” se distribuiam em três unidades locais autodenominadas conforme a posição que ocupavam na bacia do rio Tocantins. Uma delas chamou-se Parkatêjê (onde par é pé, jusante; katê é dono; e jê é povo), “o povo de jusante”, enquanto outra, Kyikatêjê (onde kyi é cabeça), “o povo de montante”, porque, no começo do século XX, por motivo de guerra entre as duas, a primeira refugiou-se a montante do rio Tocantins, já no Estado do Maranhão; por essa razão os Kyikatêjê são também designados como “grupo do Maranhão” (não confundir com os Pukôbjê e Krinkatí). A terceira unidade, que ficou conhecida como “turma da Montanha” conforme sua autodenominação Akrãtikatêjê (onde akrãti é montanha), ocupava as cabeceiras do rio Capim.

Embora atualmente estejam todas reunidas, a distinção entre as três unidades permanece marcada. Há, contudo, uma autodenominação comum a todas, como indica a placa na entrada da aldeia nova, onde se lê “Comunidade Indígena Parkatêjê”, figura de fato criada pelos Gaviões, como expressão da autonomia por eles conquistada em 1976, para fazer face aos novos desdobramentos das relações interétnicas.

Localização do povo

Os Gaviões vivem na Terra Indígena Mãe Maria, localizada no município de Bom Jesus do Tocantins, no sudeste do Estado do Pará. Situada em terras firmes de mata tropical, apresenta como limites os igarapés Flecheiras e Jacundá, afluentes da margem direita do curso médio do Tocantins.

Referência

Iara Ferraz. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Gavi%C3%A3o_Parkat%C3%AAj%C3%AA>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 26 de ago. de 2020.

Quina-do-campo

Strychnos pseudoquina

Nomes populares

Quina-do-campo, quina-do-cerrado, quina, quina-branca, quineira, quina-grossa, falsa-quina, quina-cruzeiro, quina-da-chapada, quina-de-periquito, quinade-mato-grosso

Partes utilizadas

Entrecasca, folhas, raiz

Descrição

É uma árvore com 4-9 m de altura com tronco grosso e cascudo. Suas flores são pequenas, perfumadas e de cor creme. O fruto da quina-do-campo é globoso, com até 4 cm de diâmetro e é alaranjado quando maduro (LORENZI E MATOS, 2008; KUHLMANN, 2018). Essa planta ocorre no Norte (Tocantins), no Nordeste (Bahia, Maranhão, Pernambuco), no Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e no Sudeste (Minas Gerais, São Paulo).

Uso medicinal

A quina-do-campo tem propriedades analgésicas, anestésicas, digestivas, tônicas, febrífugas, anti-inflamatórias, adstringentes e cicatrizantes. Ela é usada contra doenças hepáticas e moléstias do baço, fígado e estômago. Tradicionalmente, essa planta é usada pelo homem do campo para tratar a malária (AMERICANO, 2015; LORENZI E MATOS, 2008; KUHLMANN, 2018).

Formas de uso

Entrecasca, na forma de chá ou pó. Também se utiliza o chá das folhas e das raízes com atividade específica para o trato gastroentérico. Contudo, nessas partes a concentração do ativo é muito maior, havendo necessidade de cercar seu uso de precisão (AMERICANO, 2015).

Curiosidades

Essa espécie foi descrita na primeira edição da Farmacopeia Oficial Brasileira de 1929 (KUHLMANN, 2018).

Cuidados

Ao comer o fruto da quina-do-campo, deve-se evitar engolir as sementes porque elas são tóxicas (KUHLMANN, 2018).

Referências Referências

AMERICANO, Túlio. Fitoterapia Brasileira: uma abordagem energética. Brasília: Cidade Gráfica Editora, 2015. 420 p. 

 

GUIMARÃES, E.F.; MANOEL, E.A.; SIQUEIRA, C.E.; ZAPPI, D. 2015 Loganiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB8680>. 

 

LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, Sp: Instituto Plantarum, 2008. 

 

KUHLMANN, Marcelo. Frutos e sementes do Cerrado: espécies atrativas para a fauna. 1 ed. Brasília: Ipsis Gráfica e Editora, 2018. 2 v.

Pequi

Caryocar brasiliense

Nomes populares

Pequi, pequizeiro, piqui, piquiá

Partes utilizadas

Fruto, casca, entrecasca, folha, cera das folhas

Descrição

A árvore do pequi tem cerca de 6-10 m de altura com tronco grosso e tortuoso. As flores do pequi são vistosas e têm cor creme-amarelada. Seu fruto é globular com até 10 cm de diâmetro, verde e com odor característico quando maduro (LORENZI E MATOS, 2008; KUHLMANN, 2018). O pequi ocorre no Norte (Pará, Tocantins), no Nordeste (Bahia, Maranhão, Piauí), no Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), no Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) e no Sul (Paraná)

Uso medicinal

O pequi tem propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes, antineoplásica, antioxidante, antitussígenas e fortificantes. Ele é usado para tratar afecções pulmonares, quadros de bronquite e asma, infecções por fungos, pequenos ferimentos, boa parte dos problemas de pele, rouquidão e dor de garganta. O fruto possui vitaminas A e B, potássio, caroteno, fibras essenciais, ácidos graxos monoinsaturados e açúcares de absorção lenta. O pequi também estimula o sistema imunológico, é protetor das mucosas como barreira contra infecções e protege o sistema de hipercolesterolemia e hiperglicemia. Além disso, ele é usado em compressas e massagens no caso de dores musculares e reumáticas e no caso de contusões (AMERICANO, 2015; KUHLMANN, 2018). 

Referências Bibliográaficas

AMERICANO, Túlio. Fitoterapia Brasileira: uma abordagem energética. Brasília: Cidade Gráfica Editora, 2015. 420 p.


KUHLMANN, Marcelo. Frutos e sementes do Cerrado: espécies atrativas para a fauna. 2 ed. Brasília: Ipsis Gráfica e Editora, 2018. 1 v.


MEDEIROS, H.; AMORIM, A.M.A. 2015 Caryocaraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB6688>.