Zona ripária de Cerrado: processos hidrossedimentológicos

Zona ripária de Cerrado: processos hidrossedimentológicos

Autor(a):

Bruno Esteves Távora

Resumo:

As formações florestais justafluviais são reconhecidamente capazes de promover atenuação no aporte de massa e energia nos corpos hídricos. Essa fitofisionomia, que preenche a zona ripária, tem importante papel no controle de poluição, com consequente manutenção da qualidade das águas. Esse fenômeno de atenuação encontra-se intimamente relacionado aos processos de escoamento que sofrem redução de velocidade ou passam a ocorrer de forma subsuperficial quando o escoamento adentra as áreas florestadas. Na presente tese foi empregada uma análise de cenários progressivos de proteção justafluvial em uma bacia experimental representativa do Cerrado brasileiro confrontando-os com a ausência dessa proteção impositiva. Experimentos de campo conduzidos no presente trabalho indicam, ainda, um papel relevante na interceptação da chuva por essa fitofisionomia florestal. As observações sugerem que 75,3% da precipitação atingem o solo na forma de precipitação interna livre, enquanto 24,7% são interceptados pelo dossel das árvores. Acerca do comportamento hidrossedimentológico da bacia estudada, os resultados indicam as estradas não pavimentadas como principal fonte de sedimentos em áreas preservadas. Isso porque ocorre uma descontinuidade da cobertura vegetal quando essas estradas intersecionam os cursos d’água. Em um cenário de uso rural, faixas de proteção de apenas 5 metros já trouxeram bons resultados em termos de atenuação de aporte de sedimentos para eventos de menor monta. Para eventos de máximas, todavia, a atenuação do aporte de sedimentos só se faz perceptível com faixas de proteção justafluvial bem mais elevadas. Embora em menor frequência, são esses eventos mais extremos responsáveis pela maior porção do sedimento transportado na bacia. Nesse sentido, as simulações de cenários de proteção da floresta ripária sugerem que para uma atenuação da descarga sólida da ordem de 90%, seriam necessários 23m de proteção lateral. Tendo em vista que o modelo de atenuação utilizado não foi especialmente desenvolvido para as condições do Cerrado brasileiro faz-se necessário o levantamento de funções mais regionais de atenuação para incorporação ao modelo hidrossedimentológico.

Referência:

TÁVORA, Bruno Esteves. Zona ripária de Cerrado: processos hidrossedimentológicos. 2017. xv, 130 f., il. Tese (Doutorado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

Disponível em:

Eficiência do uso de nutrientes ao longo de uma transição de mata de galeria e cerrado no Distrito Federal

Eficiência do uso de nutrientes ao longo de uma transição de mata de galeria e cerrado no Distrito Federal

Autor(a):

Artur Orelli Paiva

Resumo:

Na configuração da paisagem que forma o bioma Cerrado, as matas de galeria acompanham os cursos de água e quando fazem limites com o cerrado, diferenciam-se pela posição mais superficial do lençol freático e pelas mudanças significativas quanto às propriedades edáficas. Transições entre formações florestais e formações abertas de cerrado, além de apresentarem mudanças marcantes de ordem estrutural, dinâmica, florística e de distribuição de espécies, são situações naturais que também abrangem variações do ponto de vista nutricional e de produtividade em cada um desses ecossistemas. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as diferenças na produção mensal de serapilheira, na concentração de nutrientes na serapilheira e na eficiência do uso de nutrientes (EUN) ao longo de uma transição entre a mata de galeria do córrego Roncador e o cerrado adjacente, localizada na Reserva Ecológica do IBGE, Distrito Federal. As hipóteses testadas foram que ocorre redução na disponibilidade de nutrientes no solo ao longo do gradiente de mata de galeria em direção ao cerrado; a concentração de nutrientes na serapilheira diminui da mata de galeria em direção ao cerrado; a eficiência do uso de nutrientes tende a aumentar da mata de galeria em direção ao cerrado. Foram estabelecidos quatro transectos paralelos e distantes 40 m entre si, estendendo-se 30 m dentro de cada fitofisionomia, no sentido perpendicular à fronteira mata de galeria e cerrado. A análise do índice de área foliar (IAF) das espécies arbóreas evidenciou mudanças bruscas no gradiente vegetacional, definindo bem a interrupção do dossel florestal. Espécies arbóreas típicas de mata de galeria foram encontradas no cerrado e, raramente, foi observada a presença de espécies de cerrado estabelecidas na mata de galeria. Amostras de solo até 30 cm de profundidade foram coletadas ao longo de cada transecto para determinar a disponibilidade de nutrientes. Coletores de 0,25 m² foram utilizados para a captura de serapilheira quinzenalmente, durante o período de um ano, iniciando-se em outubro de 2007. Os galhos maiores que 1 cm de diâmetro foram descartados e amostras compostas (para cada mês ou trimestre) de cada fração (folhas e miscelânea) foram analisadas separadamente quanto à concentração de nutrientes. A produção anual da serapilheira foi maior durante o período seco e maior na floresta (6,3 t ha-1) do que no cerrado (3,5 t ha-1). Foi observada redução significativa da disponibilidade de N, Ca e Mg e dos teores de carbono orgânico ao longo do gradiente de mata de galeria e cerrado. A concentração de K, Ca e Mg na serapilheira foliar e de N, Ca e Mg na fração miscelânea, diminuiu do ambiente florestal em direção à formação aberta de cerrado. A EUN para estes nutrientes e P (folhas) aumentou da mata de galeria em direção ao cerrado.

Referência:

PAIVA, Artur Orelli. Eficiência do uso de nutrientes ao longo de uma transição de mata de galeria e cerrado no Distrito Federal. 2008. 87 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2008.

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Comparação do banco de sementes do solo de três fitofisionomias do bioma cerrado em áreas perturbadas

Comparação do banco de sementes do solo de três fitofisionomias do bioma cerrado em áreas perturbadas

Autor(a):

Soraia Fonseca Oliveira

Resumo:

Este trabalho visou avaliar germinação e viabilidade das sementes que compõem o banco de sementes do solo de áreas degradadas de Cerrado, Cerradão e Mata de Galeria na Fazenda Água Limpa, em Vargem Bonita, DF, no final da estação chuvosa (maio de 2006). Uma faixa de amostragem de 4000 m² foi instalada em cada área de estudo, as quais haviam sido queimadas no ano de 2005. No interior da faixa de amostragem foram delimitadas aleatóriamente 30 parcelas de 2 x 2 m. Foram coletadas 30 amostras de solo (0,15 x 0,12 x 0,10 m) no interior de cada parcela. Ao longo de 71 dias foram realizadas as avaliações por meio da contagem das plântulas que emergiram do solo coletado e após este período procedeu-se com a secagem, peneiração e a separação direta das sementes que restaram no solo coletado e que não haviam germinado. Foram contabilizados 209 indivíduos nas amostras de solo de cerrado, 626 nas amostras de solo de cerradão e 338 nas de mata de galeria, totalizando 1173 sementes germinadas na avaliação do solo coletado ao final da estação chuvosa. A característica emergência de plântulas foi submetida ao teste de normalidade de Lilliefors, pelo qual verificou-se que a mesma não segue uma distribuição normal, e ao teste de Cochran e Bartlet, pelo qual observou-se a ausência de homocedasticidade. Os diásporos encontrados nas amostras do banco de sementes do solo das três áreas estudadas puderam ser identificados apenas como diásporos de espécies gramíneas ou herbáceas.

Referência:

OLIVEIRA, Soraia Fonseca. Comparação do banco de sementes do solo de três fitofisionomias do bioma cerrado em áreas perturbadas. 2007. 53 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2007.

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O Cerrado rupestre no estado de Goiás com base em imagens landsat etm+

O Cerrado rupestre no estado de Goiás com base em imagens landsat etm+

Autor(a):

Camila Aparecida Lima

Resumo:

O Cerrado Rupestre ocorre em paisagens de relevo acidentado, com declividade moderada à acentuada e sob afloramentos rochosos. Além de apresentar destacada riqueza florística, essa fitofisionomia funciona ainda como barreira para o avanço da agropecuária no Cerrado. Apesar do seu importante papel na conservação da biodiversidade, não existe ainda um mapeamento preciso de ocorrências dessa fitofisionomia no referido bioma. O objetivo deste estudo foi mapear áreas de ocorrência de Cerrado Rupestre no Estado de Goiás, incluindo o Distrito Federal, por meio de análise de 24 imagens do satélite LANDSAT ETM+. A estratégia metodológica envolveu segmentação de imagens, classificação automática pelos métodos de Battacharya e ISOSEG, análise visual e refinamento por meio de cruzamento com dados de declividade, geomorfologia e geologia. O uso do classificador ISOSEG permitiu a identificação de 2.262.000 hectares de Cerrado Rupestre, sem validação de campo. Para tanto, foi selecionada uma área-teste contínua menor (aproximadamente 908.000 hectares), também com destacada riqueza biológica: a Área de Proteção Ambiental – APA Pouso Alto e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros – PNCV, localizadas no Nordeste de Goiás. O mapeamento final para essa área de estudo, baseado na verificação em campo, resultou em um índice de exatidão global de 76%. O uso de imagens monotemporais do LANDSAT permitiu a identificação de áreas de ocorrência de Cerrado Rupestre, porém, a sua delimitação foi dificultada devido à confusão espectral com as fitofisionomias Cerrado sentido restrito, Mata Seca Decídua e Semidecídua. O uso do classificador Battacharya apresentou limitações computacionais para ambas as áreas. Como continuação desta linha de pesquisa, recomenda-se a validação do mapeamento para o Estado de Goiás, a análise de imagens multitemporais do LANDSAT e a análise sinergística entre LANDSAT e dados de radar.

Referência:

LIMA, Camila Aparecida. O Cerrado rupestre no estado de Goiás com base em imagens landsat etm+. 2008. 117f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2008.

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Vegetação arbustivo-arbórea em áreas de cerrado rupestre na Cadeia do Espinhaço

Vegetação arbustivo-arbórea em áreas de cerrado rupestre na Cadeia do Espinhaço

Autor(a):

Sílvia da Luz Lima Mota

Resumo:

O objetivo deste trabalho foi estudar a composição, diversidade e distribuição da vegetação arbustivo-arbórea do Cerrado Rupestre na Cadeia do Espinhaço. O primeiro capítulo é descritivo e nele apresentamos as características do ambiente e a composição florística, no segundo avaliamos a riqueza e diversidade florística e no terceiro investigamos a relação da flora arbustivo-arbórea com os preditores espaço e ambiente. Mostramos que os solos têm pequenas quantidades de nutrientes, são arenosos, ácidos e com elevados teores de alumínio. As quatro áreas ao longo da Cadeia têm relevo irregular, grande porcentagem de rochas expostas, temperaturas baixas no inverno e amenas nas demais estações, precipitação elevada e concentrada no verão. A vegetação arbustivo-arbórea do Cerrado Rupestre na Cadeia do Espinhaço apresenta composição florística típica do bioma Cerrado, com destaque para as espécies das famílias Velloziaceae, Asteraceae, Fabaceae, Vochysiaceae e Melastomataceae. A maior parte das espécies são zoocóricas e a minoria autocóricas; no entanto, considerando o número de indivíduos, as autocóricas apresentam as maiores populações e zoocóricas as menores. Já as espécies anemocóricas têm número intermediário tanto de indivíduos como de espécies. A diversidade e a composição de espécies variam ao longo da Cadeia do Espinhaço, confirmando a grande diversidade beta atribuída à esta região. A heterogeneidade ambiental e a proximidade com o centro do bioma Cerrado favorecem a manutenção de elevada riqueza, ao passo que o isolamento geográfico promove diferenciação na composição florística ao longo da Cadeia. Os preditores espaço e ambiente são significativos na distribuição das espécies, mas o espaço é mais importante, entretanto, é a interação entre eles que parece determinar a composição florístico-estrutural da vegetação. Estes preditores não atuam da mesma forma sobre todas as espécies, portanto, analisamos a comunidade por guildas de dispersão, para que o entendimento da atuação do espaço e do ambiente sobre a vegetação arbustivo-arbórea na Cadeia do Espinhaço seja mais consistente e esclarecedor.

Referência:

MOTA, Sílvia da Luz Lima. Vegetação arbustivo-arbórea em áreas de cerrado rupestre na Cadeia do Espinhaço. 2016. xiv, 74 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

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Potencial produtivo de plantas de importância socioeconômica da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras, Minas Gerais, Brasil

Potencial produtivo de plantas de importância socioeconômica da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras, Minas Gerais, Brasil

Autor(a):

Simone Mazer

Resumo:

O Cerrado é o bioma com maior taxa de desmatamento no Brasil. Uma alternativa viável para reduzir as taxas de desmatamento no bioma é a exploração dos produtos da floresta que, se realizada de maneira sustentável, pode contribuir para a melhoria de renda de comunidades rurais e colaborar para a conservação dos recursos naturais. A fim de contribuir para os estudos relacionados à exploração sustentável dos produtos da floresta, o objetivo deste trabalho é estimar o potencial produtivo de seis espécies da flora do Cerrado de maior importância socioeconômica para comunidades geraizeiras, comunidades tradicionais do norte do estado de Minas Gerais, contempladas pela recém-criada Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Nascentes Geraizeiras. A área foi dividida em diferentes classes de cobertura de solo das quais quatro apresentaram as espécies de interesse (áreas antropizadas, cerrado rupestre, cerrado sentido restrito e eucaliptais abandonados). Os dados de densidade por classe diamétrica foram submetidos ao modelo exponencial negativo, ou J-reverso, e o potencial de produção de frutos foi calculado por simulações. Os resultados para produção de frutos são referentes à média e desvio padrão encontrados e os resultados referentes ao J-reverso correspondem ao coeficiente de determinação (R²), que varia de 0 a 1. As áreas de cerrado sentido restrito apresentaram resultados para produção de frutos maiores para Caryocar brasiliense Cambess. (pequi) (1.734,1 ±55,5 frutos/ha e R² J-reverso = 0,54) e Hancornia speciosa Gomes (mangaba) (1.249,3 ±127,3 frutos/ha e R² J-reverso = 0,81). A produção de frutos de Eugenia dysenterica Mart. DC. (cagaita) foi maior nas áreas de eucaliptais (6.981,9 ±448,9 frutos/ha e R² J-reverso = 0,98); Annona crassiflora Mart. (araticum ou panã) apresenta maior produção de frutos nas áreas antropizadas (14,3 ±3,0 frutos/ha e R² J-reverso = 0,47). Para P. campestris Camb A.C.SM. (rufão) não foi calculado potencial de produção de frutos por ausência de dados na literatura, sendo apresentados resultados apenas para estrutura populacional (R² J-reverso > 0,84). Existe o volume estimado de madeira de Tachigali subvelutina Benth. Oliveira-Filho (veludo), a única utilizada para fins madeireiros, de 1,025 m³/ha no cerrado rupestre.

Referência:

MAZER, Simone. Potencial produtivo de plantas de importância socioeconômica da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras, Minas Gerais, Brasil. 2016. xiv, 46 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

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Caracterização química e atividade biológica de óleos essenciais de plantas do Cerrado contra fungos xilófagos

Caracterização química e atividade biológica de óleos essenciais de plantas do Cerrado contra fungos xilófagos

Autor(a):

Fernando César Magalhães de Medeiros

Resumo:

Os componentes voláteis de seis plantas do Cerrado foram investigados. Os óleos essenciais foram extraídos pelo método de hidrodestilação, por duas horas, e o rendimento dos óleos foi: 0,14% (Psidium myrsinites Mart. ex DC.), 0,75% (Hyptis sp.), 0% (Hyptis saxatilis A.St.-Hil. ex Benth.), 0,33% (Psidium laruotteanum Cambess.), 0,46% (Lippia lacunosa Mart. & Schauer) e 2,92% (Lippia origanoides Kunth). Os principais componentes dos óleos são: óxido de cariofileno (26,1%), epóxido de humuleno II (8,8%) e ß cariofileno (7,4%) (P. myrsinites); ß-pineno (17,6%), espatulenol (11,3%) e a-pineno (10,0%) (Hyptis sp.); p-cimeno (34,8%), 1,8-cineol (11,9%) e a-pineno (11,4%) (P. laruotteanum); linalol (38,7%), ß-elemeno (18,3%) e ß-cariofileno (5,4%) (L. lacunosa) e timol (71,1%), p-cimeno (9,6%) e ß-cariofileno (4,8%) (L. origanoides). Este é o primeiro trabalho em que a composição química dos óleos de P. myrsinites, Hyptis sp. e P. laruotteanum é descrita e a primeira descrição do óleo de L. lacunosa coletado de indivíduos nativos do Cerrado. Todos os óleos foram utilizados em testes de inibição de fungos apodrecedores de madeira, Trametes versicolor (podridão branca) e Gloeophyllum trabeum (podridão parda), pelo método da difusão em ágar com algumas modificações. O óleo de cravo também foi utilizado nos ensaios com fungos. Como esperado os óleos de L. origanoides e de cravo foram bastante efetivos contra ambos os fungos. O óleo de L. lacunosa também apresentou boa atividade, porém, os demais óleos não demonstraram efeito significativo. Esse resultado pode ser explicado pela dificuldade de difusão desses óleos, visto que são compostos por monoterpenos não oxigenados ou sesquiterpenos. A metodologia usada mostrou algumas vantagens quando comparada às técnicas tradicionais.

Referência:

MEDEIROS, Fernando César Magalhães de. Caracterização química e atividade biológica de óleos essenciais de plantas do Cerrado contra fungos xilófagos. 2014. xii, 108 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

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Eficiência de indicadores da restauração ecológica em mata ripária (fase de implantação) no bioma cerrado, Gama – DF

Eficiência de indicadores da restauração ecológica em mata ripária (fase de implantação) no bioma cerrado, Gama – DF

Autor(a):

Pedro Augusto Fonseca Lima

Resumo:

Os avanços do conhecimento da restauração ecológica e dos indicadores de avaliação são essenciais para a conservação e manejo da restauração nas matas ripárias do bioma Cerrado. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência ecológica de três indicadores de restauração na fase de implantação: o percentual de sobrevivência de mudas plantadas, o seu crescimento em altura e a cobertura de regenerantes. O estudo foi conduzido no Centro de Transferência de Tecnologias de Raças Zebuínas com Aptidão Leiteira (CTZL) da Embrapa Cerrados, Gama – DF. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro/2012 a janeiro/2013, a partir da instalação do experimento de restauração ecológica com plantios de espécies nativas, realizado em dezembro/2011. Para avaliação da eficiência dos indicadores de restauração foi analisado o enquadramento dos aspectos: sensibilidade, resultabilidade, custo, compreensão, interpretação, previsibilidade, escala e síntese. O indicador de sobrevivência foi avaliado a partir da percentagem de mudas sobreviventes. O crescimento em altura foi obtido a partir das mudas com aumento gradativo deste parâmetro, com auxílio de trena. O percentual de cobertura dos regenerantes foi realizado pelo método de Braun-Blanquet, assim como dos remanescentes, invasoras, lianas e ausência de cobertura vegetal. A área total do experimento com dimensões de 320 x 80 m possuiu seis tratamentos com três repetições cada, sendo: T1 = Nucleação (5 x 5 m); T2 = Nucleação (5 x 5 m) + Poleiros; T3 = Poleiros; T4 = Linha de recobrimento e Linha de diversidade; T5 = Controle; T6 = Supressão da braquiária, perfazendo o total de 18 parcelas amostrais. A taxa de sobrevivência das 717 mudas implantadas, pertencentes a 18 espécies após um ano de plantio foi de 73,6%, sendo que apenas cinco espécies tiveram sobrevivência inferior a 70%. Desta forma, a sobrevivência demonstrou ser um bom indicador, quanto aos aspectos: sensibilidade, resultabilidade, compreensão e baixo custo, embora em termos de escala e síntese ainda não estejam claros nesta fase de implantação. A análise do crescimento em altura de mudas resultou em equações capazes de medir o incremento (cm/ano) das espécies utilizadas, bem como da avaliação das espécies com maior incremento anual, como Inga laurina e Tapirira guianensis, de modo que apresentou restrições na sua eficiência, não se enquadrando em vários aspectos em relação aos outros indicadores. No estudo dos regenerantes ao se analisar, pelo coeficiente de correlação de Pearson, a sua densidade média entre parcela e diagonal verificou-se que não foi representativa para caracterizar toda a parcela. No entanto, ao se analisar a representatividade a partir de equações lineares verificou-se que foi muito alta em julho de 2012 (77%) e moderada em janeiro de 2013 (40%). Ao se analisar a cobertura de regenerantes entre tratamentos (método de Wilcoxon) identificou-se que houve diferença significativa entre a cobertura inicial e final do T1 em relação aos demais tratamentos. Esta diferença em apenas um tratamento pode ser explicada pelo curto período de análise (12 meses). Em outros tratamentos observam-se ligeiros aumentos, os quais se esperam que no decorrer do tempo possam ser significativos. Dentre os indicadores avaliados, na fase de implantação, os regenerantes mostraram-se mais eficientes, seguido da sobrevivência; no entanto, o crescimento em altura pode ser considerado como de mediana eficiência.

Referência:

LIMA, Pedro Augusto Fonseca. Eficiência de indicadores da restauração ecológica em mata ripária (fase de implantação) no bioma cerrado, Gama – DF. 2014. xvi, 96 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

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Mapeamento de tendências na produção acadêmica sobre Educação Ambiental

Mapeamento de tendências na produção acadêmica sobre Educação Ambiental

“Este trabalho procurou configurar o cenário das pesquisas apresentadas na área de Educação Ambiental – EA nas reuniões anuais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – Anped, no período de 2003 a 2007, a partir da solicitação do grupo de EA da Anped (GT-22). Buscou-se, com isso, elucidar as tendências temáticas, teóricas e metodológicas na produção acadêmica sobre EA e compreender a diversidade que constitui esse campo de investigação e de ação pedagógica. Foram considerados 66 trabalhos apresentados nas cinco reuniões analisadas. Os resultados foram articulados considerando-se: evolução da temática; linha temporal associada à diversificação temática, teórica e metodológica; localização espacial; e articulação entre as áreas ambiental, de educação e de EA. Observa-se concentração da produção no eixo sul-sudeste do Brasil, predominância da abordagem socioambiental e de uma visão crítica da EA ao longo dos anos e ênfase na educação formal e no método qualitativo.”


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Educando pelas trilhas do Cerrado. Um roteiro de ações para introduzir a educação ambiental em escolas e comunidades

Educando pelas trilhas do Cerrado. Um roteiro de ações para introduzir a educação ambiental em escolas e comunidades

“Educando pelas trilhas do Cerrado, a Associação dos Amigos das Florestas (AAF), em parceria com a Rede de Sementes do Cerrado, propõe um roteiro de ações para introduzir a educação ambiental em escolas e comunidades, incentivando a preservação da vida por meio da cooperação, de parcerias e de participações em rede. As ações de educação voltadas para a sustentabilidade, vivenciadas nas diversas atividades do Projeto Semeando o Bioma Cerrado, dirigidas a um público infanto-juvenil, a professores e à comunidade em geral, repassam, por meio de uma abordagem transdisciplinar, princípios básicos da ecologia, mas, acima de tudo, estimula um profundo respeito pela natureza.”

 

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