Live #11 – Cerrado: O berço das águas e a contaminação por agrotóxicos

Live #11: Cerrado: O berço das águas e a contaminação por agrotóxicos

Prosseguindo nossa série sobre os biomas brasileiros, a live da Campanha Contra os Agrotóxicos desta semana terá como tema o Cerrado. Considerado berço das águas, o bioma foi alvo central do agronegócio nas últimas décadas, que devastou sua fauna e flora originais e atingiu diretamente os seus povos e comunidades tradicionais.

Para falar sobre este tema, convidamos Isolete Wichinieski, da Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra e da Campanha em Defesa do Cerrado, e Adriano Paulino da Silva, da Associação Quilombola kalunga e membro do projeto de georeferenciamento e gestão ambiental do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga. A mediação será de Murilo Souza. 

Save Cerrado | O que fazemos?

Save Cerrado | O que fazemos?

O cerrado é o maior bioma do brasil. É conhecido como o berço das águas. Em parte do volume de água que abastece os principais aquíferos nacionais, vem dele. Se o cerrado acabar nosso estilo de vida mudará drasticamente. O cerrado é um captador de águas. Ele absorve água das chuvas e distribui para três aquíferos subterrâneos e seis grandes bacias hidrográficas, entre elas a bacia do rio São Francisco. 


As águas do cerrado abastecem casas, empresas e é utilizada na produção de alimentos e na geração de energia. Para se ter uma ideia, nove em cada dez brasileiros só têm energia elétrica, graças às águas vindas desse bioma.


 Hoje o desmatamento do cerrado já supera o da amazônia. 137 espécies de animais e 132 tipos de plantas nativas desse bioma estão na lista de espécies ameaçadas de extinção. Mas não é só a fauna e a flora que estão ameaçadas. Já está na hora de nos unirmos para preservar aquilo que é nosso. Está na hora de cuidarmos do nosso cerrado.


  SaveCerrado é uma organização não governamental que atua exclusivamente na proteção e recuperação do cerrado através de projetos de preservação e educação ambiental. Em uma área privada e de extrema importância para a conservação da biodiversidade do bioma. 

Na área de proteção ambiental do rio pandeiros reconhecida por entidades internacionais como de extrema importância para a preservação das águas do cerrado. O cerrado precisa de você acesse o site https://www.savecerrado.org/ e saiba como contribuir com o projeto SaveCerrado

Mangaba

Mangaba

Nome científico: Hancornia speciosa

 

Nome popular: Mangaba

 

Família: Apocynaceae

 

Forma de vida: Árvore

 

Frutificação: estação chuvosa.

 

Dispersão: mamíferos (mastocoria)

 

Habitat e distribuição: Típico do Cerrado, Cerradão e áreas de Caatinga.

 

Características da espécie: A mangabeira apresenta porte médio, 4 a 6 metros de altura, copa irregular, tronco tortuoso, bastante ramificado e áspero, ramos lisos e avermelhados, folhas opostas e simples, inflorescências de 1 a 7 flores perfumadas e de coloração branca. Na região do Cerrado, a mangabeira floresce de julho a setembro (Gonçalves, 2013).

 

Características dos frutos: Os frutos são do tipo baga, carnosos, de tamanho, formato e cores variados, normalmente, elipsoidais ou arredondados. A cor da casca do fruto maduro é verde-amarelada ou verde-rosada e a polpa viscosa é amarela adocicada, rica em vitaminas, ferro e fósforo, cálcio e proteínas (Ganga et al., 2009). Suas sementes são achatadas e discóides, com coloração castanho-clara. A frutificação ocorre entre os meses de outubro e dezembro.

Aproveitamento: A polpa e a casca fina são consumidas in natura e o fruto pode ser utilizado no preparo de vinho e vinagre, sorvetes, compotas, doces secos e na fabricação de refrescos (Gonçalves, 2013). A mangaba possui vitamina A, B2, B1 e C, assim como ferro, fósforo e cálcio. Possui alto teor de ácido ascórbico (mais do que cítricos). O seu leite é usado também como medicamento contra a tuberculose e no tratamento de úlceras. Do tronco e das folhas retira-se látex, muito explorado durante a segunda Guerra Mundial como substituto da borracha (Ferreira; Marinho, 2007).

 

Extração e Comercialização: O estado de Sergipe é o estado brasileiro que mais planta mangaba no Brasil, seguido dos estados de Minas Gerais e Bahia. A extração da mangaba é feita por agroextrativistas das comunidades locais. Para a colheita da mangaba, existe uma preparação antes, que consiste na retirada dos galhos secos e das ervas-de-passarinho, porque isso melhora muito a visualização para alcançar o fruto. Por vezes também é feita uma limpeza em círculo ao redor da árvore, chamada de coroamento. 

 

A extração em si é feita de maneira bem tradicional, geralmente envolvendo pessoas da mesma família. Os frutos são retirados da árvore por pessoas mais jovens que jogam a mangaba para aqueles que estão embaixo, ou usando uma vara longa com um gancho na ponta para cortar os galhos.

Após a coleta, os frutos são colocados em sacos de linhagem para irem em direção ao armazenamento onde serão lavados e colocados para secar sem estarem amontoados. Depois disso, o fruto já está pronto para ser comercializado. 

A mangaba pode ser consumida natural, ou para o processamento da fruta que resulta em vários outros produtos.

 

Aplicações: A mangaba pode ser consumida natural, ou pode servir de base para várias receitas como geleias, sorvetes, bolos… por ser muito saborosa e rica em vitamina C, além de ser muito rica em ferros e proteínas. O fruto também tem propriedade laxante.

Outras partes da mangabeira podem ser utilizadas das mais diversas formas, principalmente como uma farmácia natural. A casca é usada contra doenças de pele. 

Das folhas, pode-se fazer chá para diminuir, por exemplo, cólicas menstruais e no tratamento de hipertensos. 

O leite contido na fruta é usado para o tratamento de úlceras. 

 

Importância Social e econômica: Segundo Isabela Lima, estima-se que a coleta da mangaba corresponde a 60% da renda familiar anual. Esse número abrange 2.500 famílias, cerca de 7.500 pessoas. 

A colheita da mangaba confere independência financeira a muitas mulheres, que se destacam nesse trabalho.  Quando casadas, as mulheres ficam responsáveis pela colheita enquanto o marido fica responsável por serviços que demandem mais tempo, como a pesca. 

 

Ameaças: Na comercialização da mangaba, ocorrem problemas no meio do processo, como o baixo preço do fruto. A fragilidade da mangaba é testada durante o transporte, pois para ser feita a comercialização é necessário que se leve o fruto para os grandes centros, as estradas com péssimas condições diminuem bastante a quantidade de frutos aptos para venda.

Como a maioria das árvores típicas do cerrado, o desmatamento tem atingido também a mangabeira. As plantações dessa árvore estão cada vez mais escassas, dificultando o acesso para colheita, além de que essas plantações estão dando lugar ao plantio de cana- de-açúcar.

Referências

AVIDOS, Maria Fernanda Diniz; FERREIRA, Lucas Tadeu. Frutos do Cerrado: preservação gera muitos frutos. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento. 

 

FERREIRA, Edivaldo Galdino; MARINHO, Saulo José Onofre. Produção de frutos da Mangabeira para consumo in natura e industrialização. Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v. 1, n. 1, p. 9-14, set. 2007. 

 

Ganga, R.M.D.; Ferreira, G.A.; Chaves, L.J.; Naves, R.V. e Nascimento, J.L. (2010) – Caracterização de frutos e árvores de populações naturais de Hancornia speciosa Gomes do cerrado. Revista Brasileira de Fruticultura, 32, 1: 101-113.

 

GONÇALVES, Laissa Gabrielle Vieira et al. Biometria de frutos e sementes de mangaba (Hancornia speciosa Gomes) em vegetação natural na região leste de Mato Grosso, Brasil. Revista de Ciências Agrárias, Nova Xavantina, v. 36, n. 1, p. 31-40, 2013. 

 

LULKIN, Claudia Isabel. Do cerrado para a mesa: articulando agricultura familiar com alimentação escolar pelas frutas nativas. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Sociobiodiversidade e Sustentabilidade no Cerrado) —Universidade de Brasília, Alto Paraíso de Goiás – GO, 2018. Disponível em: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/22281/1/2018_ClaudiaIsabelLulkin_tcc.pdf

 

AUR, Deise. Mangaba: propriedades, benefícios e como consumir. Green Me. 7, mar 2018. Disponível em <https://www.greenmebrasil.com/usos-beneficios/6428-mangaba-propriedades-beneficios-como-consumir/#Beneficios_da_mangaba> Acesso em: 10 nov. 2020.

 

LIMA, Isabela. Boas Práticas de manejo para extrativismo de mangaba. Brasília, 2010. 68 p. Disponível em <https://ispn.org.br/site/wp-content/uploads/2018/10/BoasPraticasMangaba.pdf> Acesso em: 10 nov. 2020.

Buriti

Buriti

Nome científico: Mauritia flexuosa

 

Nome popular: Buriti

 

Família: Arecaceae (Palmae)

 

Forma de vida: Palmeira arbórea

 

Frutificação: ao longo do ano

 

Dispersão: mamíferos (mastocoria)

 

Habitat e distribuição: Savânico e florestal, em Mata de Galeria e Veredas, próximo a nascentes. 

 

Domínios: Cerrado, Amazônia e Caatinga.

 

Características da espécie: Palmeira de até 30 metros de altura, com estipe lisa. Quando adulta, possui 20 a 30 folhas palmadas, dispostas quase sempre em leque. Suas flores amarelo-alaranjadas são polinizadas pelo vento e apresentam-se em longas inflorescências ou cachos de até 3m de comprimento. Esta espécie destaca-se por ser uma ótima indicadora de água no solo, pois estão associadas com a existência de nascentes e poços de água.

 

Características dos frutos: Os frutos são ovoides, cobertos por escamas com coloração castanho-avermelhado, carnosos e com polpa marcadamente amarela e rica em cálcio. A maturação dos frutos tem pico entre julho e fevereiro.

Aproveitamente: O Buriti possui um grande potencial socioeconômico em decorrência de sua utilização comercial na produção de óleo, o qual contém quantidades expressivas de carotenoides (até o momento é fruta campeã mundial no teor de carotenoides) e vitamina E, apresentando atividade cicatrizante e antibacteriana. Os frutos, ricos em vitamina A e C, e possuindo ferro, cálcio e fibras podem ser consumidos ao natural ou em receitas, como doces, sucos ou outros produtos regionais. O fruto também possui ácidos graxos monoinsaturados, que auxiliam na absorção de vitamina A, e possui também alto teor de ácido oleico. Além disso, suas folhas e pecíolos são utilizados como matéria prima em construções e artesanatos.

 

Extração e Comercialização: Seguindo um padrão de outros frutos, o buriti também é colhido preferencialmente do chão depois de caírem naturalmente da árvore. Entretanto, os extrativistas que fazem a colheita também retiram cachos inteiros quando percebem que os frutos dali estão prestes a cair, a retirada desses cachos é por meio de escalada amarrando cordas nos pés quando este cacho está mais alto, e usa-se também varas de bambu para alcançar cachos mais baixos. 

 

Os catadores têm o cuidado de levar somente os frutos que eles conseguirão processar em um dia de trabalho, pois o fruto apodrece muito rápido depois de maduro, e o que não conseguirá ser processado deve ficar nos campos para que animais possam comer e fazer a dispersão, dando continuidade a espécie.

 

No processo para comercialização, a massa do buriti é conservada na geladeira para ser consumida in natura, ou poderá também ser desidratada para aumentar seu tempo de consumo em até um ano.

 

O óleo de buriti também é bastante vendido por estes produtores, algumas pequenas e grandes empresas compram esse óleo para cosméticos, e também para o uso como óleo essencial para aroma-terapia.

 

Aplicações: Tudo do buriti pode ser aproveitado, desde as folhas da árvore até a casca do fruto. 

 

É muito comum nas regiões centro-oeste encontrar artesanatos feitos com as folhas da árvore do buriti, uma vez trançadas, as folhas podem virar bolsas, cestos, vassouras, entre outros itens. A madeira do buriti só é usada por estes artesãos quando a árvore cai sozinha, a partir da queda então, os artesãos conseguem fazer bancos e mesas que são muito apreciados para a montagem de jardins ornamentais, que muitas vezes, também tem a própria árvore como ornamento, uma vez que ficam muito bonitas quando agrupadas.

 

O óleo de buriti também vem sendo explorado pela indústria de cosméticos, já que ele possui muitas vitaminas. Tem sido aplicado em loções pós sol pois ajuda a proteger a pele contra a descamação, aliviando a vermelhidão por conta de efeito que relaxa a área. No rosto, o óleo garante o brilho e maciez, podendo ser usado até para peles acneicas pois ajuda na cicatrização. Nos cabelos, ele garante hidratação profunda, podendo ser utilizado em xampus e condicionares.

 

Na gastronomia o buriti também é aproveitado para receitas, principalmente, doces, como bolos, sucos, mousse e geleias. 

 

Importância social e econômica: O buriti tem um impacto gigante no agroextrativismo, uma vez que pode ser usado de diversas maneiras. Por isso, o uso sustentável do buriti tem grande prestígio para as comunidades que dele dependem, desde os extrativistas que colhem o fruto, até artesãos que usam as folhas das árvores em seus trabalhos. O buriti ajuda a manter a qualidade da água nas veredas, o que beneficia toda a população próxima.

Estima-se que 2.000 kg de massa de buriti gere R$ 10.000 (dez mil) durante o período de uma safra (ISPN, 2011).

 

Ameaças: Não é novidade que o fogo vem destruindo o cerrado e suas plantações únicas, isso vem ocorrendo com uma frequência devastadora. Com o buriti também não é diferente, o fogo destrói as plantações, o que acarreta em toda uma cadeia de produtividade e sustentabilidade afetada. O desmatamento também vem sendo constante, devido a boa qualidade da madeira do buriti, as árvores têm sido cortadas para fabricação de móveis rústicos por grandes empresas que além de destruírem o cerrado, ainda tiram o sustento de famílias que dependem dessas árvores para sobreviver.

 

Referências

AVIDOS, Maria Fernanda Diniz; FERREIRA, Lucas Tadeu. Frutos do Cerrado: preservação gera muitos frutos. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento. 

 

BATISTA, Jael Soares et al. Atividade antibacteriana e cicatrizante do óleo de buriti Mauritia flexuosa L. Ciência Rural, Santa Maria, v. 42, n. 1, p. 136-141, jan. 2012. 

 

KUHLMANN, Marcelo. Frutos e sementes do Cerrado: espécies atrativas para a fauna. 2ª ed., Brasília, 2018.

 

ROSSI, Ana Aparecida Bandini; GOMES, André Delgado; SILVEIRA, Greiciele Farias da; RAMALHO, Aline Bueno; BARBOSA, Rosieli.  Caracterização morfológica de frutos e sementes de Mauritia flexuosa (Arecaceae) com ocorrência natural na Amazônia Matogrossense. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 10, n. 18, p. 852-862, 01 jul. 2014. 

 

KINUPP, Valdely; LORENZI, Harri. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, 2019. São Paulo.

 

LULKIN, Claudia Isabel. Do cerrado para a mesa: articulando agricultura familiar com alimentação escolar pelas frutas nativas. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Sociobiodiversidade e Sustentabilidade no Cerrado) —Universidade de Brasília, Alto Paraíso de Goiás – GO, 2018. Disponível em: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/22281/1/2018_ClaudiaIsabelLulkin_tcc.pdf

 

SAMPAIO, Maurício. Boas Práticas de Manejo e Extrativismo Sustentável do Buriti. Brasília. 2011. Disponível em <https://ispn.org.br/site/wp-content/uploads/2018/10/BoasPraticasBuriti.pdf> Acesso em: 20 out. 2020

 

ALMEIDA, Semiramis; SILVA, José. Piqui e Buriti – Importância alimentar para a população dos cerrados. EMBRAPA. Brasília, 1996. Disponível em <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/548665/1/doc54.pdf> Acesso em: 21 out. 2020.

Isolamento e identificação de flavonóide leishmanicida de Connaraceae

Isolamento e identificação de flavonóide leishmanicida de Connaraceae

Autor(a):

Laís da Silva Morais

Resumo:

A leishmaniose é uma doença causada por parasitas do gênero Leishmania spp., que pode apresentar quadros clínicos distintos como feridas, deformações mucosas, ou quadros severos que levam a hepatomegalia. O Brasil é o país com maior número de casos de leishmaniose cutânea, e um dos de maior incidência de leishmaniose visceral nas Américas. A resistência, toxicidade, custo e a administração parenteral da maioria dos tratamentos atuais estimulam a busca por novos tratamentos. Dentro desse contexto, uma alternativa para o tratamento da leishmaniose é a pesquisa de substâncias ativas extraídas de produtos naturais. O Cerrado brasileiro é detentor de uma vasta biodiversidade vegetal podendo servir de fonte para a busca de novas moléculas de interesse terapêutico. Esse estudo teve como objetivo investigar a atividade de 9 diferentes extratos de espécie de Connaraceae isolar compostos ativos através de fracionamento bioguiado em formas promastigota de Leishmania (Leishmania) amazonensis. O extrato Arbo0346 apresentou CI50 de 14 μg/mL, e seu fracionamento resultou no isolamento de Arbo18A004I que apresentou CI50 de 38 μM. O índice de seletividade calculado com a CC50 de macrófagos J774, foi aproximadamente 1, que é considerado baixo. Apesar disso, a presença de diferentes grupos orgânicos na molécula e a diferença que existe entre as formas promastigotas e amastigotas, fazem com que o Arbo18A004I possa ser ativo na forma intracelular em concentrações não tóxicas. As modificações estruturais presentes na molécula conferem características que contribuem para a facilidade da criação de formulações, possibilitando um tratamento menos invasivo e mais eficiente.

Referência:

MORAIS, Laís da Silva. Isolamento e identificação de flavonóide leishmanicida de Connaraceae. 2018. 28 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Farmácia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.

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Estudo de Erythroxylum suberosum ocorrente no Distrito Federal

Estudo de Erythroxylum suberosum ocorrente no Distrito Federal

Autor(a):

Caio Fernandes Monteiro Leite

Resumo:

O presente trabalho de conclusão de curso descreve o estudo químico, atividade biológica de folhas de Erythroxylum suberosum, espécie do bioma Cerrado do Distrito Federal, conhecida popularmente como cabelo de negro. Além de desenvolver e validar um método analítico por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) para quantificar o marcador fitoquímico rutina no extrato aquoso de Erythroxylum suberosum. Durante este trabalho foi identificado por RMN (Ressonância Magnética Nuclear) de 13C e 1H o flavonóide isoquercetrina no extrato etanólico das folhas de Erythroxylum suberosum e o flavonoide rutina na análise comparativa do padrão de rutina e o extrato aquoso das folhas por CLAE, nas folhas do extrato hexânico submetida à CCD em comparação com padrão de lupeol, sugeriu a presença desse composto. As folhas dos extratos brutos hexânico, etanólico, aquoso e fração aquosa do extrato etanólico apresentaram baixa toxicidade utilizando como modelo larvas de Artemia salina, pelo qual, amostras que apresentam DL50 > 1000ppm são consideradas inativas. Na avaliação da atividade alelopática, foi determinada a ação dos extratos brutos sobre a germinação e crescimento das sementes de Lactuca sativa. Dos extratos estudados nenhum foi capaz de inibir a germinação de sementes de sementes de Lactuca sativa, nas concentrações teste. Em relação ao crescimento radicular a fração aquosa do extrato etanólico apresentou inibição dose-dependente, sendo inibido moderadamente o crescimento das partes aéreas. O extrato aquoso não inibiu o crescimento das partes aéreas de sementes de L. sativa, ocorrendo inibição dose dependente apenas do crescimento radicular. Os extratos etanólico, aquoso e fração aquosa do extrato etanólico foram avaliados quanto à atividade antioxidante através do modelo de redução do complexo de fosfomolibdênio, realizado segundo PRIETO (1999), no qual os extratos apresentaram significativa atividade antioxidante quando testados com o BHT, quercetina e ácido ascórbico. No que diz respeito à validação de método, o presente trabalho conseguiu desenvolver uma rápida e confiável técnica de CLAE para determinação do flavonoide rutina no extrato aquoso de folhas de E.suberosum. Sendo assim, validado de acordo com todos os parâmetros determinados tanto nacionalmente quanto internacionalmente.

Referência:

LEITE, Caio Fernandes Monteiro. Estudo de Erythroxylum suberosum ocorrente no Distrito Federal. 2013. viii, 69 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Farmácia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

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Nanoestruturação do óleo de Baru (Dipteryx alata Vog.)

Nanoestruturação do óleo de Baru (Dipteryx alata Vog.)

Autor(a):

Anna Paula Oliveira Faria

Resumo:

O cerrado brasileiro corresponde a cerca de 23% do território nacional, e estima-se que seja responsável por 5% da biodiversidade mundial. O desenvolvimento sustentável deve contemplar, simultaneamente, o aproveitamento do potencial produtor contido nesse bioma e a minimização dos impactos ambientais decorrentes de sua exploração. O baru (Dipteryx alata Vog.) é uma espécie nativa do cerrado, a qual tem destaque por sua amplitude de ocorrência, propriedades nutricionais e, mais recentemente, propriedades farmacológicas. Com base nessas propriedades e nos benefícios associados à nanoencapsulação de fármacos, o objetivo deste trabalho foi avaliar a nanoestruturação do óleo de baru. As nanocápsulas com óleo de baru, produzidas pelo método de precipitação de polímero pré-formado, apresentaram aspecto leitoso, diâmetro de 396,3 ± 37,7 nm, índice de polidispersão (PDI) de 0,3, potencial zeta de -33,6 ± 0,9 mV, pH de 5,53 ± 0,06 e eficiência de encapsulamento de 36,02%. Após a produção das nanocápsulas, foi analisada a estabilidade da suspensão sob temperatura ambiente pelo período de 30 dias. Nas condições experimentais analisadas, as nanocápsulas contendo óleo de baru possuem características físico-químicas próprias para uso tópico e são estáveis à temperatura ambiente durante 30 dias de armazenamento.

Referência:

FARIA, Anna Paula Oliveira. Nanoestruturação do óleo de Baru (Dipteryx alata Vog.). 2014. 49 f., il. Monografia (Bacharelado em Farmácia)—Universidade de Brasília, Ceilândia-DF, 2014.

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Estudo da composição química de madeiras advindas do Cerrado para aplicação em envelhecimento de cerveja

Estudo da composição química de madeiras advindas do Cerrado para aplicação em envelhecimento de cerveja

Autor(a):

Jessica Ferreira do Nascimento

Resumo:

A cerveja é a bebida alcoólica mais consumida no Brasil. Dentro desta produção, estão inseridas as cervejas especiais e a aplicação do estilo Wood Aged com a maturação de cervejas em madeira. Pode ser armazenada na presença de cubos, lascas e chips ou em barris, cuja essa última variação originou o estilo Barrel Aged . A diferença entre os processos está relacionada à exposição a área superficial, a qual proporcionará características sensoriais e visuais diferenciadas à bebida, tais como a turbidez e a influência na bebabilidade de cervejas amadeiradas. Em vista da vasta variedade de espécies de madeira no Cerrado, é possível vislumbrar sua aplicação para tal fim, porém para isso é fundamental a coleta de dados relacionados a caracterização de diversas madeiras para sua aplicação. Por esse motivo, foram analisadas amostras de madeiras do Cerrado para inseri-las em formato de cubos numa amostra de cerveja puro malte. Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi caracterizar a composição química de tais madeiras tostadas a fim de aplicá-las na etapa de maturação do processo para produzir cervejas do estilo Wood Aged. Para isso, observou-se os efeitos físico-químicos e sensoriais sobre a bebida, a qual apresentará maior valor agregado no mercado, em comparação com a cerveja base padrão. Dentre as análises realizadas, para teor de extratíveis as madeiras de Ipê (Tabebuia) (28,19%), Bálsamo (Myroxylon balsamum) (16,57%) e Carvalho (Quercus spp) (16,55%) se destacaram, indicando que a aplicação delas na maturação garantiu aromas característicos provindos da degradação térmica da lignina. A cerveja base adotada é uma cerveja tipo Lager com teor alcoólico de 6,60% (v/v), extrato primitivo de 16,00 ºP e coloração de 17 EBC. Diversas amostras apresentaram maior turbidez, alteração de pH, de coloração e extrato aparente em decorrência da aplicação de madeiras e de contaminações microbiológicas nas amostras. De acordo com os resultados, a maturação em cubos é efetiva para aplicação em envelhecimento de cerveja, influenciando principalmente na análise organoléptica e visual. Com base na análise de mercado, esse processo proporciona maior valor agregado ao produto, diminui custos de produção, aumenta a eficiência e produtividade do processo cervejeiro produzindo cervejas com características sensoriais únicas.

Referência:

NASCIMENTO, Jessica Ferreira do. Estudo da composição química de madeiras advindas do Cerrado para aplicação em envelhecimento de cerveja. 2017. 52 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Química Tecnológica)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

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Cerrado como eixo temático na disciplina de química no ensino médio do Distrito Federal

O cerrado como eixo temático na disciplina de química no ensino médio do Distrito Federal

Autor(a):

Caio Lopes dos Santos Althoff

Resumo:

Numa perspectiva Ciência-Tecnologia-Sociedade para o ensino de ciências, utiliza-se temas de relevância social para trabalhar conceitos científicos, buscando um ensino de ciências com maior significado para a vida dos estudantes. O foco deste trabalho é construir uma proposta de organização dos conteúdos de química do Ensino Médio em torno de um eixo-temático, visando alcançar maior integração entre os temas escolhidos pelo professor para contextualização de suas aulas. O eixo temático optado pelo autor é o Cerrado, pois considera-se este abrangente o suficiente para agrupar temas de relevância social que guardam relação com a química, envolvendo as dimensões políticas, econômicas e tecnológicas. O Cerrado encontra-se em preocupante estado de desmatamento, sua importância ecológica, a riqueza socioambiental e a biodiversidade encontram-se seriamente ameaçadas, configurando-se como urgente uma mudança de atitude em relação ao trato recebido da sociedade por este. A educação pode contribuir na formação de cidadãos que pensem e ajam criticamente em relação a este cenário, buscando tomar caminhos mais sustentáveis e responsáveis com as gerações futuras.

Referência:

ALTHOFF, Caio Lopes dos Santos. O cerrado como eixo temático na disciplina de química no ensino médio do Distrito Federal. 2017. 45 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Química)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

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