Associação Capim Dourado do povoado de Mumbuca

Associação Capim Dourado do povoado de Mumbuca

Conheçam as suas redes sociais

Referências

CARDOSO, Ilana Ribeiro. Texto mumbuca. Acesso em: 01/08/2020.

Ikpeng

Ikpeng

Ikpeng trocam presentes com os irmãos Villas Bôas na época do primeiro contato. Foto: Eduardo Galvão, 1964.

Origem do nome

Ikpeng constitui a autodenominação do grupo, mas ele ficou conhecido pelo nome recebido por um grupo hostil com os quais entraram contato: Chicão, Tchicão ou Txicão. Quanto ao termo Ikpeng, há mais de uma versão sobre sua origem contada pelos índios. A maioria afirma que este é o nome de uma vespa raivosa, cujas larvas eles friccionam contra a pele em um ritual guerreiro. Segundo alguns, trata-se de um etnônimo ancestral; e para outros corresponde a uma denominação que lhes foi dada por antigos inimigos e posteriormente adotada por eles. De todo modo, é consenso que a designação Ikpeng é mais antiga e autêntica do que Txikão.

Localização do povo

Mato Grosso

Referências bibliográficas

Maria Cristina Troncarelli; Patrick Menget. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Ikpeng>. Acesso em: 08 de ago. de 2020.

 

Ikepeng [S.I]. Disponível em: <http://www.ikpeng.org/>. Acesso em: 08 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020. 

Irantxe

Irantxe

Menino na aldeia myky. Foto: Elizabeth Rondon Amarante, década de 70.

Origem do nome

Manoki é como se autodenominam os índios mais conhecidos como Irantxe, cuja língua não tem proximidade com outras famílias lingüísticas. Sua história, contudo, não é muito diferente da maioria dos índios no Brasil: foram praticamente dizimados em decorrência de massacres e doenças advindas do contato com os brancos. Em meados do século XX, a maior parte dos sobreviventes não viu alternativa senão viver em uma missão jesuítica, responsável por profunda desestruturação sócio-cultural do grupo. Em 1968, os Manoki receberam do governo federal uma terra fora de sua área de ocupação histórica, cujas características ambientais inviabilizaram o uso tradicional dos recursos. Destino um pouco diverso teve os Myky, grupo manoki que se manteve isolado da sociedade nacional até 1971. Desde então, passaram a sofrer igualmente as conseqüências do cerco da especulação imobiliária em seu território. Atualmente ambos grupos estão reivindicando a ampliação de suas terras.

Localização do povo

Os Manoki (Irantxe e Myky) localizam-se em duas Terras Indígenas no oeste do Estado do Mato Grosso, ambas pertencentes ao município de Brasnorte: a TI Irantxe, na região do rio Cravari, e a TI Myky, às margens do rio Papagaio. A primeira possui seis aldeias: Paredão, Recanto do Alípio, Perdiz, Asa Branca, Treze de Maio ou Aldeia do Maurício e a maior delas, Cravari [dados de 2003].

Referências bibliográficas

Rinaldo S.V. Arruda. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Iranxe_Manoki>. Acesso em: 08 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020. 

Kaiowa

Kaiowa

Artesã guarani kaiowa. Foto: Egon Shaden, 1949.

Origem do nome

O guarani-kaiowa, como são conhecidos na literatura antropológica brasileira, de bom grado, como informa Cadogan (1959), aceitariam a designação de paĩ, título empregado pelos deuses habitantes do paraíso ao dirigir-lhes a palavra, mas o nome que melhor lhes corresponde é o de tavyterã ou paĩ-tavyterã,que significa “habitante do povo [aldeia] da verdadeira terra futura ” (távy-yvy-ete-rã). Os ñandeva referem-se a estes paĩ-kaiowa como tembekuára (orifício labial) por seu costume de perfurar o lábio inferior dos homens jovens onde se insere pequeno bodoque de resina em cerimônia de iniciação.

O nome Kaiowa deve decorrer do termo KA’A O GUA, ou seja, os que pertencem à floresta alta,densa, o que é indicado pelo sufixo “o” (grande), referindo-se aos atuais Guarani-Kaiowa ou paĩ-tavyterã. Haveria, desta forma, uma diferenciação em relação ao termo KA’A GUA, os que são da floresta sem,necessariamente, que seja densa ou alta, categoria em que se incluiriam os atuais Guarani-Mbya.

Localização do povo

Habitando a região sul do Mato Grosso do Sul, os Kaiowa distribuem suas aldeias por uma área que se estende até os rios Apa, Dourados e Ivinhema, ao norte, indo, rumo sul, até a serra de Mbarakaju e os afluentes do rio Jejui, no Paraguai, alcançando aproximadamente 100 Km em sua extensão leste-oeste, indo também a cerca de 100 Km de ambos os lados da cordilheira do Amambaí (que compõe a linha fronteiriça Paraguai-Brasil), inclusive todos os afluentes dos rios Apa, Dourados, Ivinhema, Amambai e a margem esquerda do Rio Iguatemi, que limita o sul do território Kaiowa e o norte do território Ñandeva, além dos rios Aquidabán (Mberyvo), Ypane, Arroyo, Guasu, Aguaray e Itanarã do lado Paraguaio, alcançando perto de 40 mil Km2. O território Kaiowa ao norte faz fronteira com os Terena, e ao leste e sul com os Guarani Mbya e com os Guarani Ñandeva (v. Meliá, 1986: 218). Algumas famílias kaiowa também vivem, atualmente, em aldeias próximas às Mbya no litoral do Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Referências bibliográficas

Rubem Ferreira Thomaz de Almeida; Fabio Mura. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guarani_Kaiow%C3%A1>. Acesso em: 07 de ago. de 2020.

 

Equipe de edição da Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guarani>. Acesso em: 07 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020. 

Chiquitano

Chiquitano

Origem do nome

A palavra chiquito significa “pequeno” e designa os vários grupos localizados na zona de transição entre o Chaco Boreal e as selvas pantanosas que se estendem desde o Amazonas. Chiquitos, povos do planalto, foram assim chamados devido à suposição de que se tratava de uma povoação de pessoas pequenas, devido à pouca altura das entradas das casas, o que, na verdade, era para evitar a entrada de mosquitos.

Localização do povo

No Brasil, os Chiquitano vivem no estado do Mato Grosso, na fronteira com a Bolívia, nos municípios de Vila Bela, Cáceres e Porto Espiridião. Na Bolívia, localizam-se no departamento de Santa Cruz, nas províncias Nuflo de Chaves, Velasco, Chiquitos e Sandoval.

No Brasil, há algumas comunidades pequenas, de cinco a oito famílias, que vivem na beira da estrada que liga Cáceres a San Matias. Há também comunidades maiores, com número variado de 10 a 30 famílias, cujas terras foram loteadas pelo Incra e tidas como “assentamentos”. Há ainda agrupamentos que vivem nos destacamentos militares da fronteira do Brasil, com cerca de 30 a 40 famílias nucleares e que têm “permissão” para viverem e plantarem nessas terras. Por fim, há algumas famílias que vivem em fazendas, sob a aparente aprovação do fazendeiro (Silva et all,1998).

Todas as comunidades estão espalhadas em uma vasta região fronteiriça, somando cerca de 29 estabelecimentos organizados de acordo com sete eixos ou núcleos principais agrupados de acordo com a distância entre os estabelecimentos, laços de parentesco, trocas e festas:

  1. Núcleo Limão: com quatro estabelecimentos, sendo dois deles na beira da estrada e um em área do destacamento militar;

  2. Núcleo de Fortuna: com três estabelecimentos, todos eles em áreas de destacamento militar;

  3. Núcleo de Osbi: com sete estabelecimentos, um deles próximo a um destacamento militar;

  4. Núcleo de Palmarito: com cinco estabelecimentos, dois deles em área de destacamento militar;

  5. Núcleo Roça Velha: com dois estabelecimentos, sem relações com o exército, porém já bastante despovoados, com muitas famílias morando em Porto Espiridião e/ou Cáceres;

  6. Núcleo de San Fabiano: com cinco estabelecimentos e apenas um com relações diretas com o exército, é considerado o núcleo mais tradicional e mais fechado para o mundo exterior;

  7. Núcleo de Bocaina: com três estabelecimentos muito próximos uns dos outros.

Referências bibliográficas

Joana Aparecida Fernandes Silva; José Eduardo Moreira da Costa. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Chiquitano>. Acesso em: 07 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020. 

Caxixó

Caxixó

Casa para realização de rituais. Foto: Cácio Silva, 2003.

Origem do nome

“Kaxixó significa pedra, que é a Nossa Senhora da Lapa. Na lei branca de vocês, chama caverna” (Zezinho Kaxixó)

Depois de séculos no anonimato, sufocados pela perseguição e posteriormente pela discriminação, os Kaxixó estão demonstrando desejo de viver a sua indianidade, trazendo à tona costumes e valores que estiveram camuflados, mas nunca perdidos. Mesmo quando não expressavam publicamente sua identidade, os Kaxixó preservaram viva a consciência de serem indígenas, transmitindo seus segredos e tradições de pais para filhos.

Localização do povo

O Capão do Zezinho, principal concentração do grupo, se localiza no município de Martinho Campos, na margem esquerda do Rio Pará, região centro-oeste de Minas Gerais, a 15 km do povoado de Ibitira, que por sua vez dista 180 km de Belo Horizonte. Capão do Zezinho é um pequeno vilarejo, com muitas árvores frutíferas e casas de alvenaria, água encanada e energia elétrica. Ao centro há um templo católico, ao lado da casa de ritual e do rancho de festas, ambos cobertos de capim e sem paredes. O primeiro é destinado às suas danças tradicionais e missas, enquanto o segundo é destinado aos festejos e comemorações. Neste vilarejo têm ainda um edifício onde funciona uma escola. Nas proximidades do Capão do Zezinho há outros três lugarejos de posse dos Kaxixó, que é a Fazenda Criciúma, Pindaíba e Fundinhos, estes dois últimos na Fazenda São José.

Referências bibliográficas

Cácio Silva. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Kaxix%c3%b3>. Acesso em: 07 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020. 

Bororo

Bororo

Mãe pintando criança com urucum. Aldeia Córrego Grande, MT Foto: Waldir de Pina, 1985.

Origem do nome

Os Bororo se autodenominam Boe. O termo “Bororo” significa “pátio da aldeia” e atualmente é a denominação oficial.

Ao longo da história, outros nomes foram usados para identificar esse povo, tais como: Coxiponé, Araripoconé, Araés, Cuiabá, Coroados, Porrudos, Bororos da Campanha (referente aos que habitavam a região próxima a Cáceres), Bororos Cabaçais (aqueles da região da Bacia do Rio Guaporé), Bororos Orientais e Bororos Ocidentais (divisão arbitrária feita pelo governo do Mato Grosso, no período minerador, que tem o rio Cuiabá como ponto de referência).

Entre suas autodenominações, destacam-se aquelas vinculadas à ocupação territorial: Bóku Mógorége (“habitantes do cerrado”) são os Bororo das aldeias de Meruri, Sangradouro e Garças; Itúra Mogorége (“habitantes das matas”) correspondem aos Bororo das aldeias de Jarudori, Pobori e Tadarimana; Orari Mógo Dóge (“habitantes das plagas do peixe pintado”) remetem aos Bororo das aldeias de Córrego Grande e Piebaga; Tóri ókua Mogorége (“habitantes dos sopés da Serra de São Jerônimo”) era o nome dado a um grupo atualmente sem aldeia remanescente; Útugo Kúri Dóge (“os que usam longas flechas”) ou Kado Mogorége (“habitantes dos taquarais”) são os Bororo da aldeia de Perigara, no Pantanal.

Localização do povo

Mato Grosso

O território tradicional de ocupação Bororo atingia a Bolívia, a oeste; o centro sul de Goiás, ao leste; as margens da região dos formadores do Rio Xingu, ao norte; e, ao sul, chegava até as proximidades do Rio Miranda (Ribeiro, 1970:77). Estima-se que esse povo tenha habitado essa região durante pelo menos sete mil anos (Wüst & Vierter, 1982).

Referências bibliográficas

Paulo Serpa. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Bororo>. Acesso em: 07 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020. 

Bakairi

Bakairi

Foto: Acervo Museu Nacional, 1929

Origem do nome

Os Bakairi se autodenominam Kurâ, que quer dizer gente, ser humano. Eles se consideram os verdadeiros Kurâ, a humanidade por excelência, devendo os demais ser especificados. Kurâ expressa, no sentido restrito, “nós , os Bakairi”, “o que é nosso”. O termo Bakairi é para eles de origem desconhecida e encontra-se registrado nas crônicas da história regional desde o século XVIII.

Localização do povo

Vivem no estado de Mato Grosso, nas Terras Indígenas Bakairi e Santana. Em ambas predomina o cerrado.

Santana situa-se no município de Nobres e tem o seu nome emprestado de um afluente do Rio Novo que, desenhando parte dos seus limites, desce em busca do Arinos, tributário do Juruena, afluente do Tapajós.

A Terra Indígena Bakairi, na sua quase totalidade, localiza-se no município de Paranatinga, à margem direita do rio Paranatinga ou Telles Pires, afluente do Tapajós. Uma parte dela situa-se no município de Planalto da Serra, à margem esquerda daquele rio. Nas suas vizinhanças encontram-se o morro do Urubu, do Daniel e parte da Serra Azul.

Os centros urbanos que mais influências exercem na vida dos Bakairi são Nobres, Paranatinga e Cuiabá, a capital do estado.

Referências bibliográficas

Edir Pina de Barros. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Bakairi >. Acesso em: 07 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020. 

Avá-Canoeiros

Avá-Canoeiros

Foto: O pajé e líder Tutawa, Fazenda Canuanã. Capão de Areia, Klaus Gunther, 1973.

Origem do nome

Até a década de 1960, o grupo era conhecido como “Canoeiro” na literatura, em razão da grande habilidade na utilização de canoas nos primórdios do contato com os colonizadores. Segundo Couto de Magalhães, que teve a oportunidade de recolher um vocabulário junto a um casal do grupo no Aldeamento Estiva, em 1863, quando era Presidente da Província de Goiás, os Canoeiro “tem esse nome, por se terem tornado célebres os seus ataques contra os navegantes do (Rio) Maranhão, a quem acometiam em levíssimas ubás e com agilidade tal, que chegavam sem ser pressentidos, retirando-se sem sofrer dano”.

O antropólogo André Toral mostrou que o termo “Avá-Canoeiro” consolidou-se na imprensa entre 1969 e 1973, na ocasião da ativação de duas frentes de atração simultâneas pela FUNAI nos rios Araguaia e Tocantins. Ao termo “Canoeiro” foi adicionada a palavra “Avá”, que havia sido recolhida junto aos Avá-Canoeiro por Couto de Magalhães, um século antes, como sendo o etnônimo do grupo.

Os Avá-Canoeiro autodenominam-se Ãwa, palavra que, “como em outras línguas tupi-guarani, significa gente, pessoa, ser humano, homem adulto” (Teófilo da Silva, 2005:14).

Na região do Araguaia, os Avá-Canoeiro são mais conhecidos regionalmente como “Cara Preta”, nome que talvez tenha alguma relação com a origem do grupo, que foi motivo de debates na literatura, não tendo se chegado, ainda, a uma resposta definitiva. Alguns autores (Cunha Mattos, Couto de Magalhães, Rivet) alegaram que os Canoeiro eram descendentes dos Karijó de São Paulo, nome genérico dado aos índios de língua tupi-guarani trazidos de São Paulo pelo bandeirante Bartolomeu Bueno Filho, o segundo Anhanguera, conhecido como o descobridor da Capitania de Goiás.

Localização do povo

Os Avá-Canoeiro estavam morando nas matas de galeria das margens das cabeceiras do Rio Tocantins, conhecido como Rio Maranhão em seu alto curso, uma região de planalto, quando foram encontrados pelos primeiros colonizadores do Brasil Central na segunda metade do século 18. Em razão dos massacres violentos, os Avá-Canoeiro iniciaram um processo irreversível de mudança das matas junto aos rios, onde andavam em canoas e estavam mais expostos aos colonizadores. Parte do grupo continuou vivendo na região de cabeceiras do Rio Tocantins, como refugiados em lugares inóspitos, quando teve a população reduzida drasticamente, enquanto outra parte deslocou-se, ao que tudo indica, em grupos separados, para a bacia do Rio Araguaia, o principal afluente do Rio Tocantins.

Referências bibliográficas

Patrícia de Mendonça Rodrigues. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Av%c3%a1-Canoeiro >. Acesso em: 07 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020. 

Aranã

Aranã

Origem do nome

O povo Aranã é identificado na região do Vale do Jequitinhonha pelas denominações genéricas “índio” e “caboclo”, que constituem o sobrenome e o apelido, respectivamente, das duas famílias que compõem o grupo. A inserção dos Aranã no movimento indígena e sua busca pela identificação étnica é recente, datando do final da década de 1990.

Localização do povo

Os Aranã se apresentam dispersos em várias áreas rurais e urbanas dos estados de Minas Gerais e São Paulo. Contudo, o grupo possui maior concentração familiar nas áreas urbanas e rurais dos municípios de Araçuaí e Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha (MG).

As fazendas Campo, Alagadiço, Lorena, Cristal e Vereda são as principais localidades rurais ocupadas pelos Aranã, sendo que na Fazenda Alagadiço há maior concentração de famílias em função da Diocese de Araçuaí ter doado glebas de terra para alguns posseiros na década de 1980. As cidades de Araçuaí, Coronel Murta, Pará de Minas, Juatuba, Betim, Belo Horizonte e São Paulo são as principais áreas urbanas ocupadas pelos Aranã.

Referências bibliográficas

Vanessa Caldeira. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Aran%c3%a3 >. Acesso em: 07 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020.