A influência dos sistemas climáticos sobre os incêndios florestais: estudo de caso: evento de incêndio ocorrido em setembro de 2005 no Jardim Botânico de Brasília

A influência dos sistemas climáticos sobre os incêndios florestais: estudo de caso: evento de incêndio ocorrido em setembro de 2005 no Jardim Botânico de Brasília

Autor(a):

Stevan de Camargo Corrêa

Resumo:

Em Setembro de 2005, houve no Jardim Botânico de Brasília um incêndio florestal que acometeu em torno de 80% da área de sua reserva ecológica, aproximadamente 3.150 ha. A influência do clima nesse tipo de evento é de senso comum, definindo as estações chuvosa e seca, na última residindo a maioria deles; entretanto são necessários estudos quanto a atuação dos sistemas climáticos para seu início e propagação, visando uma maior previsibilidade e controle principalmente em Unidades de Conservação. Para tanto foi estudado, por meio da técnica de análise rítmica, o evento ocorrido no Jardim Botânico de Brasília, com a finalidade de identificar as condições de tempo que o propiciaram. Foram utilizados dados meteorológicos da estação Brasília do INMET, cartas sinóticas do CINDACTA I, imagens do satélite GOES-12 e dados sobre o evento. Observou-se que a atuação dos sistemas meteorológicos influenciou de forma determinante no princípio, evolução e término do incêndio com ação da massa Tropical atlântica continentalizada (mTac) e da massa Polar Atlântica (mPa) além de sistemas frontais (ZCAS). Entretanto, não são apenas os fatores climáticos que atuam no inicio e propagação de um incêndio, eles são apenas uma das variáveis nessa complexa equação. Outros fatores como a qualidade e quantidade de material combustível e a topografia são importantíssimos e não podem ser desprezados quando se pretende calcular a probabilidade de um incêndio. Além disso, a forma atual, puramente quantitativa, de avaliar os dados meteorológicos não condiz com a realidade que se pretende alcançar, uma análise qualitativa dos dados com o auxílio de imagens de satélite e cartas sinóticas, pode, além de ser mais facilmente realizada, trazer resultados mais satisfatórios. É recomendável que maiores estudos sejam realizados nesse sentido, assim como sobre novas técnicas de prevenção, monitoramento e combate aos incêndios florestais, principalmente em Unidades de Conservação.

Referência:

 CORRÊA, Stevan de Camargo. A influência dos sistemas climáticos sobre os incêndios florestais: estudo de caso: evento de incêndio ocorrido em setembro de 2005 no Jardim Botânico de Brasília. 85 f. : il. Dissertação (Mestrado em Geografia)-Universidade de Brasília, Brasília, 2007.

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Avaliação do uso da abordagem orientada-objeto com imagens de alta resolução RapidEye na classificação das fitofisionomias do cerrado

Avaliação do uso da abordagem orientada-objeto com imagens de alta resolução RapidEye na classificação das fitofisionomias do cerrado

Autor(a):

Juan Carlos Orozco Filho

Resumo:

O bioma Cerrado ocupa uma extensa área do território brasileiro e a sua degradação vem sendo intensificada com a expansão das fronteiras agrícolas na região. O sensoriamento remoto tem servido como uma importante ferramenta para monitorar os danos ambientais e entender a complexidade desse bioma. O objetivo desse trabalho é estabelecer mapear as fitofisionomias do bioma Cerrado na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, utilizando uma abordagem orientada-objeto em uma imagem de alta resolução espacial do sensor RapidEye. No processamento digital de imagens foi utilizado o programa Interimage, desenvolvido especificamente para a classificação orientada a objetos. A imagem foi segmentada pelo método multi-resolução (TAA Baatz Segmentator) e classificada por duas técnicas de árvore de decisão: algoritmo J48 e pela definição do usuário. As fitofisionomias selecionadas na classificação foram: Campo com Solo Exposto, Campo Limpo/Sujo, Cerrado Stricto Sensu (compreende Cerrado Ralo, Cerrado Típico e Cerrado Denso), Floresta (compreende Cerradão e Mata de Galeria/Ciliar), Campo Limpo Úmido/Veredas e Áreas Queimadas. A classificação usando algoritmo J48 teve uma acurácia total de 81% e índice Kappa de 0,704, enquanto a árvore de decisão definida manualmente de 86% e índice Kappa de 0,783. Desta forma, a utlização da abordagem orientada-objeto com a técnica de árvores de decisão apresenta uma ferramenta importante na diferenciação das fitofisionomias do Cerrado.

Referência:

OROZCO FILHO, Juan Carlos. Avaliação do uso da abordagem orientada-objeto com imagens de alta resolução RapidEye na classificação das fitofisionomias do cerrado. 2017. vii, 44 f., il. Dissertação (Mestrado em Geografia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

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Previsão de vulnerabilidade a incêndios florestais utilizando regressão logística e redes neurais artificiais: um estudo de caso no Distrito Federal brasileiro

Previsão de vulnerabilidade a incêndios florestais utilizando regressão logística e redes neurais artificiais: um estudo de caso no Distrito Federal brasileiro

Autor(a):

Pablo Pozzobon de Bem

Resumo:

 Incêndios florestais são um problema global e queimam milhões de hectares de vegetação nativa todos os anos. O Cerrado brasileiro é a savana neotropical mais rica em biodiversidade do mundo, e uma das regiões mais afetadas por incêndios, sendo considerado um ecossistema tolerante ao fogo. Apesar da adaptação do bioma ao fogo, a alta frequência de incêndios trazida pela ocupação humana tem danificado o ecossistema mais rápido do que ele é capaz de se recuperar. O combate a incêndios é custoso e, portanto, medidas de prevenção de incêndios são a melhor maneira de evitar seus danos em longo prazo. Prever a distribuição espacial da ocorrência de incêndios florestais é um passo importante para a realização do manejo do fogo. Para isto, podem ser utilizados modelos que relacionem a ocorrência do fogo às variáveis que o influenciam. Neste estudo, dois modelos distintos de previsão — Regressão Logística (RL) e uma Rede Neural Artificial (RNA) — foram aplicados à região do Distrito Federal brasileiro, que se encontra inserida dentro do bioma Cerrado. Produtos de área queimada baseados em imagens LANDSAT foram utilizados para gerar a variável dependente, e nove outras variáveis espacialmente explícitas e de origem antropogênica ou ambiental foram utilizadas como variáveis independentes. Os modelos foram otimizados em função da melhor medida de Area under Receiver Operating Characteristic (AUROC, ou simplesmente AUC) a partir da seleção de atributos, e posteriormente validados utilizando dados reais de áreas queimadas. Os modelos mostraram performances similares, mas o modelo utilizando a RNA demonstrou melhor AUC (0.7755), e melhor acurácia ao classificar áreas não queimadas (73.39%), porém pior acurácia média (66.55%) e ao classificar áreas queimadas, para as quais o modelo LR apresentou o melhor resultado (65.24%). Adicionalmente, foi comparada a importância de cada variável aos modelos, contribuindo para o conhecimento das causas principais de incêndios na região. As variáveis demonstraram importâncias similares em ambos os modelos utilizados, e as variáveis de maior importância foram a elevação do terreno e o tipo de uso do solo. Os resultados demonstraram bons desempenhos de todos os modelos testados, mas recomenda-se a execução de mais estudos similares mais detalhados em outras áreas de na savana Brasileira, dado que ainda são poucos os estudos deste tipo.

Referência:

BEM, Pablo Pozzobon de. Previsão de vulnerabilidade a incêndios florestais utilizando regressão logística e redes neurais artificiais: um estudo de caso no Distrito Federal brasileiro. 2017. viii, 28 f., il. Dissertação (Mestrado em Geografia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

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A rede de produção de Soja Certificada RTRS de Mato Grosso e Goiás

A rede de produção de Soja Certificada RTRS de Mato Grosso e Goiás

Autor(a):

Werlen Gonçalves Raasch

Resumo:

Esta pesquisa tem como objetivo central compreender as multidimensionalidades da certificação RTRS nos espaços produtivos dos Estados de Mato Grosso e Goiás no contexto de difusão do agronegócio globalizado. E foram definidos foram definidos três objetivos específicos: a) Verificar a difusão da soja e o processo de comoditização nas áreas de Cerrado; b) identificar o quantitativo de estabelecimentos rurais e a produção da soja certificada RTRS nos Estados de Mato Grosso e Goiás; c) analisar os interesses dos atores envolvidos no processo de certificação RTRS das redes de produção da soja de Mato Grosso e Goiás. Para desenvolvimento desta pesquisa, foi realizado pesquisa documental, trabalhos de campo e entrevistas. Em relação a produção de soja certificada RTRS no Brasil, no ano de 2018 foram 226 propriedades certificadas em 77 municípios com área de abrangência de 1.041.369,00 (ha) de área plantada e produção de 3.919.545,06 (T). O Mato Grosso possuí atualmente o maior número de estabelecimentos certificados com o padrão RTRS. No ano de 2018 foram 79 propriedades certificadas em 26 municípios, com área de abrangência de 504.733,09 (ha) de área plantada de soja certificada, correspondendo a 48,47% de área plantada em todo o Brasil. Neste ano a produção estadual foi de 1.796.836,24 (T), o que representou 45,84% da soja certificada RTRS. Em relação a soja certificada em Goiás, o Estado possuí o segundo maior quantitativo de fazendas certificadas no país. No ano de 2018 foram 58 fazendas certificadas, com área total de 101.615 ha e 75.755 ha de área plantada e produção para o ano foi de 284.430 toneladas. Nesse contexto, foi identificado que a RTRS é um Ator Líder de uma rede de produção global própria. A organização é provedora de um produto “gourmetizado”, na medida em que os produtores de soja utilizam do padrão RTRS de soja responsável para melhorar as formas de produção existentes. A RTRS é fruto da auto-organização da rede de produção da soja, sendo orquestrada por atores e partes interessadas em escalas espaciais diversas. As decisões dos atores globais que estão na mesa redonda são refletidas nos lugares, onde se dá a produção. A soja certificada está enraizada nos territórios produtivos de soja não certificada, que estão difundidas nas áreas do bioma Cerrado. A certificação altera as formas dos objetos artificiais e os sistemas de ações são alteradas, portanto, na perspectiva de espaço geográfico de Santos (2006), a certificação RTRS (re) configura o espaço agrário dos lugares certificados. E mais, o padrão RTRS através da certificação normatiza não apenas às práticas do ponto de vista social e os objetos artificias das fazendas, ele normatiza o uso e ocupação da terra, ao exigir desmatamento zero do produtor, critério que transcende a legislação nacional. Desse modo, o território é normatizado num movimento, sim, voluntário, mas há consigo arestas de decisões verticalizadas. As impressões deixadas pela certificação socioambiental, em especial o padrão RTRS de responsável, foi que esse é um instrumento educativo para os produtores que se certificam, promovendo uma nova governança nas formas de produção ao implicar em mudanças estruturais e boas práticas agrícolas nas fazendas certificadas. Concluímos que a certificação na sojicultura é um instrumento, a princípio, com limitação de expansão de demanda do mercado porque os atores e partes interessadas com interesses escusos conectados a margem de lucro e a espoliação corporativa o controlam, sendo estes elementos indissociáveis do sistema de produção hegemônico vigente.

Referência:

RAASCH, Werlen Gonçalves. A rede de produção de Soja Certificada RTRS de Mato Grosso e Goiás. 2020. 156 f., il. Dissertação (Mestrado em Geografia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.

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Evento Elos do Cerrado

Evento Elos do Cerrado

O Evento Elos do Cerrado vai transformar o seu olhar sobre esse bioma!

Além de debates qualificados sobre o tema, estamos preparando uma
exposição virtual 3D que vai proporcionar uma experiência visual pelos encantos e desafios do Cerrado, e tudo de forma online.

 

As rodas de debates serão transmitidas ao vivo pelo Youtube do dia 1 ao dia 11 de setembro e a exposição virtual estará disponível a partir do dia 1 de setembro. Não esqueça de nos seguir no Youtube, pois todos os debates serão transmitidos por lá!

 

Abordaremos diferentes temas em 16 Rodas de Conversa online e a Exposição Virtual Elos do Cerrado! Para se informar e ter acesso a todo conteúdo do Elos do Cerrado, se inscreva no canal do youtube do Instituto Cerrados e no cadastro no nosso site (cerrados.org).

 

As Rodas de Conversa, serão compostas por especialistas e representantes sobre temas e irão acontecer de  01 e 11  de setembro de 2020, no canal do Instituto Cerrados no youtube. Confira a programação completa:

 

1/9

15h: Como lidamos com o fogo no Cerrado?

19h: Ocupação e desmatamento no Cerrado

 

2/9

15h: A Água, a Flora e o Cerrado

19h:O Feminino e a proteção  do Cerrado

 

3/9

15h: RPPN, um olhar de dentro do Cerrado

19h:Conservação em áreas privadas no Cerrado

 

4/9

15h:Agrotóxicos: Impactos e Alternativas para o Cerrado

19h:Comunidades que vivem do Cerrado de pé 

 

8/9

15h:Consumo, Commodities e o Cerrado

19h: Áreas degradadas no Cerrado: restauração, agrofloresta e tecnologia.

 

9/9

15h: Investindo em conservar Cerrado

19h: Desafios para a conservação da biodiversidade do Cerrado

 

10/9

15h:Cerrado, Mudanças Climáticas e o Acordo de Paris

19h:O papel da Legislação e dos Agentes Públicos na conservação do Cerrado

 

11/9

15h: Solidariedade em tempos de Covid-19 e o Cerrado que alimenta.

19h: Alternativas e soluções para o Cerrado

 

O Elos do Cerrado é uma iniciativa do Instituto Cerrados em parceria com a Embaixada da França no Brasil, @Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Nature and Culture International (NCI), Instituto Sociedade População e Natureza – ISPNWWF-Brasil, Greenpeace Brasil, IPAM AmazôniaConservation Strategy Fund (CSF), Rede Cerrado, @fuFundação MAIS Cerrado e @Aliança Francesa de Brasília.

Associação Comunitária dos Artesãos e Pequenos Produtores de Mateiros

Associação Comunitária dos Artesãos e Pequenos Produtores de Mateiros

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Referências

CIRQUEIRA, Adelice Carvalho. Texto Associação de Mateiros. Acesso em: 02/08/2020.

Xerentes

Xerente

Captão José Maria e familia. Foto: Curt Nimuendaju, 1930.

Origem do nome

Os Xerente, autodenominados Akwe, formam com os Xavante (autodenominados A’we), de Mato Grosso, o ramo central das sociedades de língua Jê. Os Xacriabá, atualmente localizados em Minas Gerais, e Acroás (extintos), também são considerados grupos a eles aparentados lingüística e culturalmente. Segundo a versão mais aceita, o nome Xerente lhes foi atribuído por não-índios, visando sua diferenciação dos demais Akwe, particularmente, em relação aos Xavante

Localização do povo

O território Xerente – composto pelas Terras Indígenas Xerente e Funil – localiza-se no cerrado do Estado do Tocantins, na banda leste do rio Tocantins, 70 km ao norte da capital, Palmas. A cidade de Tocantínia, localizada entre as duas terras, tem sido, ao longo desse século, palco de tensões entre a população local não-indía e os Xerente. Desde a fundação do Estado do Tocantins, em 1989, seu território é foco das atenções regionais (e nacionais) devido a sua localização estratégica. Encontra-se atualmente rodeado de projetos de desenvolvimento incentivados pelos governos federal e estadual, em parceria com a iniciativa privada.

Referências bibliográficas

Luís Roberto de Paula. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Xerente>. Acesso em: 08 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020.

Xacriabás

Xakriabá

Aldeia do Mata Fome. São João das Missões, MG. Foto: Clésio da Gama, 2012.

Origem do nome

Identificados pelo Handbook of South American Indians como Jê, subdivisão Akwe, os Xakriabá também foram identificados pelo lingüista Aryon Dall’Igna Rodrigues como pertencentes ao tronco lingüístico Macro-Jê, família Jê, e a língua Xakriabá como um dialeto de falantes da língua akwen.

Localização do povo

As Terras Indígenas Xakriabá e Xakriabá Rancharia localizam-se no município de São João das Missões, no norte de Minas Gerais. A Terra Indígena Xakriabá foi homologada em 1987, e posteriormente, em 2003, foi acrescentada em área contínua a TI Xakriabá Rancharia.

Referências bibliográficas

Equipe de edição da Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Xakriab%C3%A1>. Acesso em: 08 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020.

Xavantes

Xavante

Troca de presentes entre grupos locais xavante e o Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Foto: Lamônica/Museu do Índio (1951).

Origem do nome

Os Xavante – autodenominados A´uwe (“gente”) – formam com os Xerente (autodenominados Akwe) do Estado do Tocantins, um conjunto etnolinguístico conhecido na literatura antropológica como Acuen, pertencente à família lingüística Jê, do tronco Macro-Jê. No período colonial e imperial, grupos Acuen também foram identificados pelos etnônimos “xacriabá” e “acroá”. Essas designações foram produzidas por não-índios visando identificar e distinguir os diversos sub-grupos Acuen que controlavam um amplo território no centro-oeste brasileiro. Além disso, na literatura de viajantes, bandeirantes e missionários os Acuen, como grupos do chamado Brasil Central, ficaram conhecidos como Tapuias, em oposição aos grupos do tronco Tupi, denominados Tamoios e localizados no litoral brasileiro.

Localização do povo

Mato Grosso

Referências bibliográficas

Laura Graham. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Xavante>. Acesso em: 08 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020.

Terena

Terena

Origem do nome

Da família Aruak, a língua terena é falada pela maioria das pessoas que se reconhecem, hoje, como Terena. Mas o seu uso – e freqüência – é desigual nas várias aldeias e Terras Indígenas. Por exemplo, em Buriti e Nioaque, são pouquíssimas pessoas que a utilizam. Em, outras, como Cachoeirinha, tem casos de jovens que dominam mal o português.

De um modo geral, podemos definir os Terena como um povo estritamente bilíngüe – entendendo por isso uma realidade social em que a distinção entre uma língua “mãe” (por suposto, indígena) e uma língua “de contato” ou “de adoção” (o português, no caso) não tem sentido sociológico. A língua ‘materna’ para os terena não tem importância socializadora, no sentido de integrar o indivíduo em um mundo próprio, conceitualmente diferente do ‘mundo dos brancos’. Podemos afirmar que seu uso está ligado a uma socialidade apenas afetiva. Em outras palavras, a língua terena não é usada nestas sociedades enquanto sinal diacrítico para afirmar sua diferença frente aos “brancos”. Na verdade (…) os Terena têm orgulho de dominarem, inclusive por meio do uso da língua do purutuya, a situação de contato com a sociedade nacional, e é este domínio que lhes permite continuar existindo enquanto um povo política e administrativamente autônomo (Ladeira, 2001:130-2).

Localização do povo

Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo.

 

Com uma população estimada em 16 mil pessoas em 2001, os Terena, povo de língua Aruák, vivem atualmente em um território descontínuo, fragmentado em pequenas “ilhas” cercadas por fazendas e espalhadas por sete municípios sul-matogrossenses: Miranda, Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia, Nioaque e Rochedo. Também há famílias terena vivendo em Porto Murtinho (na Terra Indígena Kadiweu), Dourados (TI Guarani) e no estado de São Paulo (TI Araribá). Nestas duas últimas localidades, famílias terena foram levadas pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) para servirem de “exemplo” aos índios locais (exempo de afinco nas práticas agrícolas e também de “obediência” ao sistema de controle imposto pelos funcionáros daquele extinto órgão público…).

As Terras Indígenas Terena atuais foram “requeridas” ao Estado do Mato Grosso pelo SPI nas décadas de 1920 e 1930; duas delas porém (Cachoeirinha e Taunay/Ipegue) foram “concedidas” pelo governo estadual no início do século XX.

Referências bibliográficas

Maria Elisa Ladeira; Gilberto Azanha. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Terena>. Acesso em: 08 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020.