A eficiência da semeadura direta para a revegetação de uma jazida de cascalho na fazenda Água Limpa, APA Gama Cabeça de Veado, Brasília, DF

A eficiência da semeadura direta para a revegetação de uma jazida de cascalho na fazenda Água Limpa, APA Gama Cabeça de Veado, Brasília, DF

Autor(a):

Larissa Carolina Amorim dos Santos

Resumo:

A recuperação de áreas degradadas pela mineração é um processo lento e oneroso. O plantio de mudas nativas tem sido a maneira mais comum de se revegetar áreas mineradas. Uma alternativa a esse método é a semeadura direta no substrato exposto. Redução de custo, incentivo aos processos de regeneração natural, maior diversidade de espécies e menor manutenção são algumas vantagens desse método. Este trabalho, portanto, visou à avaliação do sucesso do estabelecimento de espécies arbóreas nativas do Cerrado em uma jazida de cascalho. Para isso foram instalados três experimentos, na Fazenda Água Limpa, Universidade de Brasília, DF. Os experimentos foram instalados nos anos de 2006 e 2007, e foram acompanhados até aproximadamente os seis meses após a semeadura. Foram utilizadas oito espécies nativas do cerrado (Hymenaea stigonocarpa, Enterolobium gummiferum, Enterolobium contortisiliqum, Copaifera langsdorffii, Curatella americana, Solanum lycocarpum, Eugenia dysenterica e Cybistax antisyphilitica). Foram testados no primeiro experimento duas profundidades de covas e seis tipos adubações. No segundo experimento foram testados protetores físicos de germinação, e por fim no terceiro experimento foi testado o efeito alelopatico da Solanum lycocarpum. Após os 6 meses da semeadura, a área foi abandonada, não sofrendo nenhum tipo de manutenção. No ano de 2009, foi
realizada a nova mensuração da altura e do diâmetro dos indivíduos sobreviventes com o intuito de avaliar o desenvolvimento das espécies e o efeito dos tratamentos em longo prazo. Conclui-se no primeiro experimento que não houve diferenças significativas entre a utilização de diferentes profundidades de covas na sobrevivência e altura das plântulas de Hymenaea stigonocarpa, Enterolobium gummiferum e Copaifera langsdorffii. No segundo experimento os concluiu-se que protetores elevaram germinação das espécies Enterolobium contortisiliquum e Copaifera langsdorffi em 57%. No terceiro experimento, Solanum lycocarpum não apresentou influência no estabelecimento de Eugenia dysenterica e Curatella americana. Das oito espécies utilizadas nos experimentos somente Cybistax antisyphilitica, não se estabeleceu nos plantios.

Referência:

SANTOS, Larissa Carolina Amorim dos. A eficiência da semeadura direta para a revegetação de uma jazida de cascalho na fazenda Água Limpa, APA Gama Cabeça de Veado, Brasília, DF. 2010. xiv, 106 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

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Avaliação do desenvolvimento dos componentes arbóreos e herbáceos na recuperação de áreas degradadas na bacia do Ribeirão do Gama, Distrito Federal

Avaliação do desenvolvimento dos componentes arbóreos e herbáceos na recuperação de áreas degradadas na bacia do Ribeirão do Gama, Distrito Federal

Autor(a):

Ani Cátia Giotto 

Resumo:

As Matas de Galeria sao Areas de Preservacao Permanente, no entanto, estao sendo continuamente destruidas. O objetivo geral do presente estudo foi avaliar o desenvolvimento e a sobrevivencia de especies arboreas nativas do bioma Cerrado plantadas ha aproximadamente quatro anos em areas com diferentes tipos de degradacao da bacia do Ribeirao do Gama localizadas no Nucleo Horticola Suburbano Vargem Bonita e no Setor de Mansoes Park Way em Brasilia/DF., assim como, estudar a capacidade germinativa de especies de gramineas nativas do bioma Cerrado, para assim sugerir quais destas especies teriam potencial para serem incorporados em programas de recuperacao nesta bacia. Utilizou-se como modelo o “Nativas do Bioma”, com bases fitogeograficas e ecologicas, realizando o plantio com especies de Mata de Galeria pioneiras e nao pioneiras e de Cerrado sentido restrito. O modelo parte do pressuposto que especies nativas apresentam capacidade de adaptacao as condicoes bioticas e abioticas regionais. Utiliza-se, diferentes especies, de uso multiplo, com rapido crescimento e disponibilizacao de recursos a curto medio e longo prazo para a fauna e tambem para a sociedade local. Entre as sugestoes do Modelo encontra-se a nucleacao com especies herbaceas e arbustivas nativas do Bioma para o rapido recobrimento do solo. Os estudos da germinacao do estrato graminoso do Cerrado sao de extrem importancia para este bioma, para o encontro de resultados que possam ser utilizados na recuperacao de areas degradadas. O experimento foi instalado em cinco areas com diferentes situacoes de degradacao. Avaliou-se para especies arboreas a sobrevivencia, os incrementos em altura, diametro, areas de copa e desempenhos das especies. Para as gramineas nativas realizou-se a avaliacao do desenvolvimento em campo e, em laboratorio, os parametro germinativos foram tratamentos de acordo com as caracteristicas de cada unidade de dispersao das especies. Apos um periodo de plantio de 47 meses a taxa de sobrevivencia foi de 59%. Com relacao a sobrevivencia avaliada em tres periodos percebeu-se uma estabilizacao com leves vii decrescimos. As especies que se destacaram com taxas de sobrevivencia iguais ou maiores que 70% foram: Tapirira guianensis, Inga cylindrica, Anadenanthera colubrina, Tabebuia aurea e Hymenaea courbaril. Tabebuia aurea, especie de Cerrado sentido restrito, apresentou alta sobrevivencia em areas de Mata de Galeria. As especies de Mata de Galeria apresentaram os maiores desempenhos. Tapirira guianensis, nao pioneira de Mata de Galeria, se destaca pela plasticidade em relacao as diferentes condicoes ambientais e de degradacao, podendo ser classificada como pioneira antropica, devido a alta sobrevivencia e desenvolvimento elevado. Na avaliacao em campo verificou se a ausencia de emergencia de plantulas das gramineas nativas utilizadas. Observou-se grande variacao nos parametros de germinacao de sementes entre as especies estudadas em laboratorio. A germinabilidade variou de 0% a 98%, tempo medio entre 10 a 47 dias e Coeficiente de Velocidade de Germinacao de 0,81 a 22%. As gramineas nativas com alto potencial germinativo (acima de 85%) foram Paspalum hyalinum, Saccharum asperum, Eragrostis maypurensis e E. rufescens relaciona-se esse resultado ao regime de luz e temperatura a que foram submetidas. Setaria poiretiana, Mesosetum loliiforme, Aristida setifolia, Paspalum convexum, Axonopus capillaris, Panicum campestre, Echinolaena inflexa e Sporobolus ciliatus apresentaram baixas taxas de germinacao (0 a 25%). Inferindo-se assim, que as mesmas apresentam dormencia. A presenca de KNO3 aumentou a germinabilidade de E. maypurensis, S. ciliatus, A. capillaris e Panicum campestre e verificou-se que possui efeito especie-especifico para as especies. A remocao de estruturas resultou na superacao de dormencia em S. poiretiana, M. loliiforme, P. convexum e E. inflexa. Em diferentes temperaturas de armazenamento observou-se o comportamento negativo do poder de germinacao das especies S. poiretiana, M. loliiforme e P. convexum. Recomenda-se, entao, o uso das cariopses dessas apos um a quatro meses de coleta. Entre dois e quatro anos de plantio evidencia-se uma tendencia a estabilizacao na taxa de sobrevivencia das especies arboreas, e continuos acrescimos de incrementos, em altura e em diametro, das plantas utilizadas, demonstrando assim adequacao e resistencia do modelo “Nativas do Bioma” a dinamica do ambiente. Assim como as gramineas estudadas apresentaram caracteristicas germinativas diferenciadas, especie-especificas, o conhecimento das mesmas permite diversas estrategias na utilizacao de gramineas nativas na recuperacao de areas degradadas.

Referência:

GIOTTO, Ani Cátia. Avaliação do desenvolvimento dos componentes arbóreos e herbáceos na recuperação de áreas degradadas na bacia do Ribeirão do Gama, Distrito Federal. 2010. xvii, 85 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

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Comunidades epifítica e arbórea em matas de galeria no Distrito Federal, Brasil​

Comunidades epifítica e arbórea em matas de galeria no Distrito Federal, Brasil

Autor(a):

Rodolfo de Paula Oliveira

Resumo:

A comunidade epifítica vascular no bioma Cerrado carece de estudos, sendo que as Matas de Galeria possuem características que favorecem a ocorrência de epífitas, possibilitando este tipo de estudo. Buscando investigar características e eventuais diferenças dentre comunidades epifíticas, realizou-se a comparação dessas comunidades em dois ambientes em Matas de Galeria: um não inundável e outro inundável. Os levantamentos foram realizados em duas áreas, sendo cada área investigada quanto a esses dois ambientes, totalizando quatro trechos. A primeira área investigada foi a Fazenda Sucupira/FS (15º 52’ a 15º 56’ S, 48º 00’ a 48º 02’) e a segunda, a Fazenda Água Limpa/FAL (15° 56’ a 15° 59’ S, 47° 55’ a 47° 58’ O), ambas localizadas na porção sudoeste do Distrito Federal. Para amostragem, em cada trecho foram alocados aleatoriamente cinco transectos de 100 x 5 m, subdivididos em cinco parcelas de 20 x 5m. A comunidade arbórea (DAP ≥ 5 cm) se apresentou de forma distinta nos dois ambientes, tanto em questões florísticas quanto estruturais (Capítulo 2). No total foram amostrados 1.923 indivíduos arbóreos, sendo que 607 (31,6%) se comportaram como forófitos. Dentre as epífitas (Capítulo 3), Orchidaceae, com 21 espécies, foi a família mais representativa, seguida por Polypodiaceae (4), Bromeliaceae (3), Araceae (2) e Piperaceae (2). O ambiente inundável apresentou maior riqueza (34 espécies) do que o ambiente não-inundável (24). Apenas Campylocentrum neglectum, Campyloneurum angustifolium e Epidendrum avicola foram comuns aos quatro trechos, sendo que Serpocaulon fraxinifolium e Vanilla chamissonis estiveram presentes nos dois trechos inundáveis. A categoria ecológica mais frequente nos dois ambientes foi a das holoepífitas verdadeiras. O ambiente inundável apresentou maior densidade de epífitas e de forófitos, embora a riqueza e a densidade em apenas um forófito tenha sido superior no ambiente não-inundável. As epífitas tiveram preferência em colonizar a copa no ambiente não-inundável. Já no ambiente inundável, no trecho da FS a maior parte das epífitas se estabeleceram no fuste baixo dos forófitos, enquanto no trecho da FAL elas ocuparam, em sua maioria, a copa e o fuste alto dos forófitos, provavelmente devido à ocorrência de incêndios recorrentes. A epífita com maior Valor de Importância Epifítico (VIE) deste estudo foi Tillandsia tenuifolia, principalmente por sua capacidade de colonizar indivíduos mortos. A relação entre Valor de Importância (VI) da espécie arbórea e seu respectivo número de forófitos apresentou forte correlação positiva, levando em consideração que fatores como elevado DAP e tipos de casca podem ter influência na probabilidade da espécie abrigar epífitas. Os resultados apontam especificidades florísticas e estruturais na comunidade epifítica, corroborando diferenças já
conhecidas para comunidade arbórea em Matas de Galeria.

Referência:

OLIVEIRA, Rodolfo de Paula. Comunidades epifítica e arbórea em matas de galeria no Distrito Federal, Brasil. 2013. xiv, 86 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013

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Estoque de carbono em uma jazida revegetada no Distrito Federal: geração de créditos de carbono

Estoque de carbono em uma jazida revegetada no Distrito Federal: geração de créditos de carbono

Autor(a):

Lucinéia da Silva Sousa

Resumo:

A atividade agropecuária, seguida em menor extensão pelo extrativismo e mineração, são as principais atividades responsáveis pelas alterações ambientais na região do Cerrado. A revegetação surge como uma das estratégias de conservação que visa mudar o quadro
preocupante das áreas mineradas do Cerrado. O objetivo desta pesquisa foi de estimar o estoque de carbono orgânico em uma jazida de cascalho revegetada do Distrito Federal e seu potencial para a geração de créditos de carbono. A área de estudo está localizada na rodovia DF-130, km 8,5, região administrativa do Paranoá (DF). O experimento consistiu em doze módulos com plantio de seis espécies arbóreas em cada um, com tratamento de substrato sub-solado e coberto com uma leguminosa rasteira o Styloshantes sp. As seis espécies arbóreas são: abiu (Pouteria ramiflora), barú (Diperyx alata Vog), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng), gueroba (Syagrus oleraceae), ingá (Inga marginata) e jatobá (Hymenaea courbaril var. stilbocarpa (Hayne) Lee & Lang). O estoque de carbono orgânico das espécies arbóreas foi estimado por equações alométricas. O carbono no solo foi medido pelo método Walkley & Black. Nas herbáceas, tanto no compartimento aéreo como na raiz, o carbono orgânico foi medido pelo método de oxidação a quente conforme Manual do Ministério da Agricultura. A área da cascalheira degradada pela extração de cascalho esta sendo recuperada. A concentração de carbono na camada herbácea (parte aérea e raiz) da jazida revegetada após cinco anos de desenvolvimento é maior do que a quantidade existente no compartimento parte aérea das pastagens naturais do Cerrado. O total de carbono fixado pela revegetação na parte aérea das arbóreas, solo, parte aérea e raízes de herbáceas foi de 282,6 t CO2 ha-1, significando para o mercado de créditos o valor monetário de US$ 5.652,00. O custo do projeto de revegetação ficou em torno de US$ 3.900,00. Pode-se abater o custo de revegetaçao com créditos de C e se obterem 31% de lucro, possibilitando que este seja um trabalho de grande importância aos projetos do MDL.

Referência:

SOUSA, Lucinéia da Silva. Estoque de carbono em uma jazida revegetada no Distrito Federal: geração de créditos de carbono. 2010. xiv, 83 f.,il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

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Influência dos teores de lignina, holocelulose e extrativos na densidade básica e na contração da madeira e no rendimento e densidade do carvão vegetal de cinco espécies lenhosas do cerrado

Influência dos teores de lignina, holocelulose e extrativos na densidade básica e na contração da madeira e no rendimento e densidade do carvão vegetal de cinco espécies lenhosas do cerrado

Autor(a):

Iris Dias Santos

Resumo:

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência das propriedades químicas (teores de lignina, holocelulose e extrativos) da madeira de cinco espécies lenhosas do cerrado(Pterodon pubescens, Dalbergia miscolobium, Sclerolobium paniculatum, Stryphnodendron adstringens e Vochysia thyrsoidea) na densidade básica, na contração da madeira, nos rendimentos e densidade aparente do carvão vegetal. As amostras foram coletadas na Fazenda Água Limpa, de propriedade da Universidade de Brasília, a partir de três árvores de cada uma das cinco espécies, perfazendo assim um total de 15 amostras: cinco tratamentos e três repetições. A densidade básica das madeiras variou entre 0,58 e 0,82g/cm3; a retração volumétrica entre 11,01 e 19,45%; os teores de lignina, extrativos e holocelulose variaram, respectivamente, entre 25,16 e 32,31%; 6,14 e 8,54% e 67,69 e 74,87%. Os rendimentos gravimétricos variaram entre 24,87 e 28,67%, enquanto que a densidade aparente do carvão vegetal variou entre 0,28 e 0,43%. A lignina apresentou correlação positiva e significativa, com a densidade básica da madeira e a densidade aparente do carvão vegetal; não apresentou correlação significativa com a retração volumétrica e o rendimento gravimétrico (embora com este último tenha indicado uma tendência positiva). Os extrativos totais não apresentaram correlação significativa com a densidade básica, a retração volumétrica, o rendimento gravimétrico e a densidade aparente do carvão vegetal. Por outro lado a holocelulose apresentou correlação positiva e significativa com a densidade básica da madeira. A densidade aparente do carvão vegetal, no entanto, não apresentou correlação significativa com a retração volumétrica e o rendimento gravimétrico do carvão vegetal, embora com este último tenha apresentado uma tendência negativa.

Referência:

SANTOS, Iris Dias. Influência dos teores de lignina, holocelulose e extrativos na densidade básica e na contração da madeira e no rendimento e densidade do carvão vegetal de cinco espécies lenhosas do cerrado. 2008. 57 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2008

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Fenologia, emergência, morfologia e produção de mudas de Emmotum nitens (Benth.) Miers

Fenologia, emergência, morfologia e produção de mudas de Emmotum nitens (Benth.) Miers.

Autor(a):

Marcus Vinicius Prado 

Resumo:

Emmotum nitens (Icacinaceae) é uma das espécies do bioma Cerrado com os maiores valores de índice de importância entre as ocorrentes em Cerradões de Latossolos distróficos, porém pouco é conhecido sobre a sua reprodução. Este trabalho foi realizado em dez indivíduos adultos nas proximidades da Reserva Ecológica Cerradão, onde as árvores foram georreferênciadas com auxílio de um aparelho GPS; Laboratório de Biologia Vegetal e Viveiro da Embrapa Cerrados, Planaltina – DF. Os objetivos deste trabalho foram: 1) Verificar o ciclo reprodutivo da espécie através de suas fenofases. Os frutos de Emmotum nitens permaneceram por um longo período nos indivíduos adultos, com um efeito aparente de frutificação contínua, embora o que tenha ocorrido foram diferentes estádios de desenvolvimento, tamanho, amadurecimento e dispersão. 2) Realizar um protocolo de coleta e beneficiamento de frutos para a obtenção de diásporos e sementesisoladas. A imersão em água dos frutos por 48 horas proporcionou uma alteração da consistência do exocarpo (polpa) facilitando a remoção do mesmo. O tempo médio para beneficiar uma amostra de 100 frutos foi de ±15 min. ou 2 horas e trinta minutos para beneficiar (1000) mil frutos; o uso de um dispositivo metálico desenvolvido para a extração de sementes propiciou que estas fossem retiradas do interior dos diásporos intactas. 3) Verificar o efeito das condições fitossanitárias de diásporos e a viabilidade de sementes armazenadas em dois diferentes ambientes (câmara fria – CF e temperatura ambiente de laboratório – TA). Após o período de oito meses de armazenagem, através do teste de tetrazólio (1%), as sementes apresentaram uma viabilidade de 94 e 86% para TA e CF, respectivamente. 4) Avaliar através de experimentos em laboratório a emergência e desenvolvimento de plântulas a partir de diásporos e sementes isoladas. A porcentagem média de emergência a partir de sementes isoladas foi de 3 e 4% e 9 e 8%, para o primeiro e segundo experimentos montados em câmara de germinação a 25 °C, já a partir de diásporos nas mesmas condições, a germinação e emergência não ocorreu. 5) Ilustrar e caracterizar os aspectos morfométricos de frutos, diásporos, sementes e plântulas; onde foi caracterizado no fruto, diásporo e semente: O tamanho (comprimento, largura e espessura), características externas e internas, morfologia e tipo de germinação. Os frutos são do tipo drupóide, mesocarpos lenhosos, semente com embrião axial, cotilédones foliáceos e germinação fanerocotiledonar. As plântulas possuem protófilos simples, alternos e sistema radicular axial. As plântulas aos 180 dias atingiram uma média de 23,6 cm de altura e diâmetro do coleto de 2,36 mm. 6) Avaliar o crescimento em diferentes substratos (Solo de Cerradão; Solo de Cerradão + Areia e Solo Cerradão + Areia + Adubo); para a produção de mudas de Emmotum nitens. O delineamento experimental utilizado foi o DBC com 8 blocos x 3 tratamentos x 10 repetições. Foram avaliadas as medidas alométricas da parte aérea, da raiz, número de folhas, diâmetro do caule e a razão raiz/parte aérea. Na produção de matéria seca foi avaliada a massa seca da parte aérea, da raiz e a massa seca total. A emergência das plântulas de Emmotum nitens iniciou aos 28 dias após o plantio, estendo até os 95 dias. Não houve diferença significativa entre os tratamentos em relação às medidas de crescimento, número de folhas, diâmetro do coleto e na produção de massa seca total. O investimento de crescimento em raiz foi maior que o da parte aérea, porém, na produção de massa seca, o investimento na parte aérea foi o dobro em relação ao investimento na raiz. A espécie Emmotum nitens apresentou neste trabalho a produção de plântulas anômalas a partir de sementes isoladas; mas quando o plantio foi feito por diásporos (mesocarpos lenhosos + sementes) em condições de viveiro, obteve-se plantas normais.

Referência:

ALVES, Marcus Vinicius Prado. Fenologia, emergência, morfologia e produção de mudas de Emmotum nitens (Benth.) Miers. 2012. vii, 107 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2012

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Mudanças na paisagem e estresse biológico: alterações cromossômicas, energéticas e epigenéticas em Boana albopunctata em área agrícola e conservada no Distrito Federal

Mudanças na paisagem e estresse biológico: alterações cromossômicas, energéticas e epigenéticas em Boana albopunctata em área agrícola e conservada no Distrito Federal

Autor(a):

Millena de Alburquerque Saturnino

Resumo:

Anfíbios, devido a características ecológicas, fisiológicas e reprodutivas, são considerados bons bioindicadores de qualidade ambiental, em diferentes níveis de organização. Com o avanço da produção agrícola no Cerrado, a vegetação nativa vem sendo rapidamente perdida e diversos ambientes estão sujeitos à massiva aplicação de agrotóxicos. O Distrito Federal é grande produtor de grãos, principalmente de soja, com 70 mil hectares de lavouras, que utilizam agrotóxicos de forma intensa, principalmente o herbicida glifosato. Desta forma, é importante avaliar como a alteração da paisagem se reflete na qualidade de vida dos organismos, avaliando respostas ao estresse. Utilizei o hilídeo Boana albopunctata para acessar o efeito de estresses biológicos, comparando uma área fortemente agrícola e uma Unidade de Conservação de Proteção Integral (UC), sobre a ocorrência de alterações nucleares em eritrócitos, condição corporal e assimetria flutuante. Não foram observadas diferenças significativas na proporção de alterações citológicas entre os dois locais de estudo, o que pode significar uma boa capacidade metabólica de xenobióticos da espécie, algum mecanismo genético que impeça tais alterações ou ainda que a concentração dos contaminantes agrícolas não atingiu níveis suficientes para causar tais alterações. A condição corporal dos indivíduos da área agrícola foi maior que na UC, provavelmente em decorrência de relaxamento ecológico. Não foi verificada assimetria flutuante nos indivíduos amostrados, por algum mecanismo epigenético da espécie que atue na manutenção da estabilidade do desenvolvimento ou porque o nível de estresse ambiental da área agrícola não foi suficiente para causar erros no desenvolvimento. Isso mostra que, por ser uma espécie generalista, abundante e boa colonizadora, Boana albopunctata não demostrou sensibilidade às mudanças ambientais causadas pelas atividades antrópicas, levantando questionamentos sobre seu potencial como bioindicador de estresse biológico.

Referência:

SATURNINO, Millena de Albuquerque. Mudanças na paisagem e estresse biológico: alterações cromossômicas, energéticas e epigenéticas em Boana albopunctata em área agrícola e conservada no Distrito Federal. 2017. 60 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

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Avaliação da sucessão ecológica e do desenvolvimento de árvores em uma lavra de cascalho revegetada do Distrito Federal, DF – Brasil

Avaliação da sucessão ecológica e do desenvolvimento de árvores em uma lavra de cascalho revegetada do Distrito Federal, DF - Brasil

Autor(a):

Carolina Rizzi Starr

Resumo:

O Cerrado brasileiro apresenta a maior biodiversidade florística entre as existentes no Mundo. 41,6% da cobertura vegetal do Cerrado foram substituídas em decorrência de atividades antrópicas. Uma dessas atividades é a mineração. O processo de recuperação de área degradada pela mineração é lento e complicado e envolve atividades de revegetação associado com manejos de solo. O presente experimento foi estabelecido em uma cascalheira explotada, localizada na ARIE Santuário de Vida Silvestre do Riacho Fundo – DF. A cascalheira foi revegetada em 2003, metade da área da jazida foi escarificada e semeada com Stylosanthes spp. e a outra metade não recebeu nenhum tratamento de estrato herbáceo, o Stylosanthes spp. (conhecido comercialmente como mineirão) foi escolhido por se tratar de uma espécie nativa e cujo plantio é permitido em unidades de conservação e por que espécies herbáceas estabelecidas em local minerado crescem rápido, protegem o solo e incorporam matéria orgânica. Covas foram escavadas nas duas porções da jazida (com e sem Stylosanthes spp.), totalizando 72 mudas de 6 espécies (Inga edulis, Couepia grandiflora, Genipa americana, Hymenaea stigonocarpa, Kielmeyera lathrophyton e Tapirira guianensis) em cada metade da área 36 mudas receberam cobertura morta (mulch). Além disso mais 36 mudas das 6 espécies citadas foram implantadas em uma área de Cerrado preservado adjacente à jazida. A sobrevivência e o desenvolvimento das mudas arbóreas foram anualmente acompanhados desde o plantio, em 2004 até 2008. A porcentagem de árvores sobreviventes ao final de cinco anos foi de 67,2%, porem não houve sobreviventes de Kielmeyera lathrophyton. As mudas estabelecidas na área de solo não minerado (controle) apresentaram as maiores percentagens de mortes. Em relação ao incremento das espécies, o Inga edulis apresentou o melhor desempenho. Não houve nenhum tratamento significantemente melhor que o outro. Para avaliar a sucessão ecológica dos dois manejos, foram calculados índices fitossociológicos (cobertura linear, densidade relativa, cobertura relativa, freqüência relativa e IVI) e índices de Shanonn, Jaccard e Pielou. Foi observado que o plantio do estrato herbáceo aumentou a diversidade de espécies em 63%, uma diminuição da colonização por espécies exóticas em 20%,
um aumento da cobertura linear da área em 30%. Como no Cerrado os estratos herbáceos e arbóreos apresentam comportamento heliófitos a introdução de ambos os estratos proporciona uma competição, porém não foi observado significância no desenvolvimento de espécies arbóreas em questão.

Referência:

STARR, Carolina Rizzi. Avaliação da sucessão ecológica e do desenvolvimento de árvores em uma lavra de cascalho revegetada do Distrito Federal, DF – Brasil. 2009. 67 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2009.

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Dinâmica da serapilheira e fluxos de Gases de Efeito Estufa em plantios de eucalipto e vegetação nativa do Cerrado

Dinâmica da serapilheira e fluxos de Gases de Efeito Estufa em plantios de eucalipto e vegetação nativa do Cerrado

Autor(a):

fabiana Piontekowski Ribeiro 

Resumo:

Em ecossistemas florestais a dinâmica da serapilheira e os fluxos de Gases de Efeito Estufa pode variar ao longo do tempo, de acordo com as condições edafoclimáticas de cada região. Solos florestais são importantes fontes de N2O e comumente possuem comportamento de dreno em relação ao CH4. Entretanto, é importante considerar a variabilidade temporal desses fluxos. Este estudo avaliou a dinâmica sazonal, bem como as interações com os condutores ambientais da serapilheira e dos fluxos de CH4 e N2O de solos sob plantios de eucaliptos e vegetação nativa do Cerrado. O estudo foi realizado no Distrito Federal, Brasil em três áreas: plantações de eucaliptos híbridos (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis) implantados em 2011 (E1) e em 2009 (E2) e vegetação nativa do Cerrado (CE). Para isso, procederam as coletas da serapilheira produzida, estocada e sua massa remanescente, ao longo de 720 dias. A avaliação da massa remanescente de serapilheira, em cada área foi realizada a partir da distribuição aleatória de litter bags sobre o solo. Foram realizadas análises químicas e dos componentes estruturais da parede celular da serapilheira remanescente. Também foi determinado o C estocado na serapilheira. Para coleta de gases as amostras de ar foram coletadas usando uma câmara de fechamento manual e a concentração de gás foi determinada por cromatografia gasosa. A temperatura do ar e do solo, o espaço poroso saturado por água (EPSA) e as concentrações de nitrogênio mineral, nitrato (NO3 -) e amônio (NH4 +) também foram monitorados. O comportamento dos fluxos diários de gases foi analisado para cada época (chuvosa e seca) e ano (acumulado anual). Como principais resultados foi verificado efeito da sazonalidade na produção de serapilheira. Para ambos os anos de avaliação foi observada maior biomassa e C na serapilheira no E2. Em contrapartida, a maior taxa de decomposição foi para o CE, especialmente no segundo ano de avaliação (massa remanescente aos 720 dias de 35 %, 37 % e 23 % para E1, E2 e CE, respectivamente), o que foi atribuído a maior liberação aparente de N, umidade do solo e biodiversidade na área nativa. Os teores de lignina aumentaram, os de celulose diminuíram e os de hemicelulose ficaram estáveis ao longo dos 720 dias, sugerindo que a decomposição da celulose é proporcional à perda de serapilheira e que a resistência à decomposição de lignina ocorre pelo menos até dois anos de avaliação. Também foi observado um aumento na concentração dos nutrientes N e P da massa remanescente e correlações positivas entre massa remanescente e as relações C:N e C:P. A relação C:N da serapilheira foi ≥ 76:1 no tempo 0 e ≥ 30:1 aos 720 dias para as três áreas. Os resultados do presente estudo reforçam a importância de pesquisas de longo prazo principalmente para decomposição de serapilheiras em ecossistemas florestais. Quanto aos fluxos de CH4 e N2O não houve um padrão claro em resposta às variações sazonais entre as áreas. Durante o período de estudo os fluxos médios de CH4 foram -22,48 -8,38 e -1,31 μg e os fluxos médios de N2O foram 5,45, 4,85 e 3,85 μg de para as áreas de E1, E2 e CE, respectivamente. Ao longo do período de avaliação, os influxos acumulados de CH4 foram de -1,86 a -0,63 kg ha-1 ano-1 (ano 1) e de -1,85 a -1,34 kg ha-1 ano-1 (ano 2). Os fluxos cumulativos de N2O nas três áreas foram ≤ 0,85 kg ha-1 ano -1 no ano 1 e ≤ 0,44 kg ha-1 ano-1 no ano 2. Esta avaliação também sugeriu que os picos de fluxos de CH4 e N2O ocorrem apenas alguns dias por ano e, portanto, têm pouco impacto nos fluxos anuais totais. A análise de todo o período de estudo indicou a captação de CH4 da atmosfera e a contribuição do CH4 e N2O para o potencial de aquecimento global (PAG) variou de 82 a 228 Kg CO2 eq ha-1 ano-1 para os plantios de eucalipto e de 57 a 82 Kg CO2 eq ha-1 ano-1 e vegetação nativa do Cerrado, e que conversão das áreas de uso para plantios florestais representou uma opção efetiva para a mitigação do potencial de emissão de gases de efeito estufa.

Referência:

RIBEIRO, Fabiana Piontekowski. Dinâmica da serapilheira e fluxos de Gases de Efeito Estufa em plantios de eucalipto e vegetação nativa do Cerrado. 2018. xii, 71 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.

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Amostragem aleatória de ramos como técnica para quantificar a produção de frutos Caryocar brasiliense camp. (caryocaraceae)

Amostragem aleatória de ramos como técnica para quantificar a produção de frutos Caryocar brasiliense camp. (caryocaraceae)

Autor(a):

Lívia Marques Borges

Resumo:

O pequi é uma espécie típica do bioma Cerrado, cujo fruto é um importante produto florestal não madeireiro – PFNM. No entanto, o extrativismo dos frutos é feito, em geral, sem planos de manejo ou informações precisas sobre a produção. Este estudo foi realizado em uma área de cerrado sensu stricto, localizada na Reserva Ecológica e Experimental da Universidade de Brasília, Distrito Federal, com o objetivo de verificar a eficiência da amostragem aleatória de ramos para quantificar a produção de frutos de Caryocar brasiliense Camb. (pequi), visando o manejo sustentável da espécie. Para este estudo, a área selecionada foi inventariada, sendo amostradas 10 parcelas de 20×50 m distribuídas aleatoriamente no local. Em cada parcela, foram identificados botanicamente todos os indivíduos lenhosos arbóreo arbustivos com Db (diâmetro da base tomado a 30 centímetros do solo) igual ou superior a 5 cm. O inventário permitiu conhecer a composição florística e a estrutura da vegetação onde foram selecionados indivíduos de pequi para aplicação da amostragem aleatória de ramos. Após o inventário, foram sorteadas cinco árvores de Caryocar brasiliense, pertencentes a diferentes classes de diâmetro para aplicação da amostragem aleatória de ramos. Foram testadas duas técnicas de seleção de ramos: probabilidade uniforme e probabilidade proporcional ao diâmetro do ramo. A validação do método de amostragem foi feita comparando a produção de frutos de pequi estimada pelas duas técnicas de seleção de ramos com a produção real, obtida pela contagem total dos frutos nas árvores sorteadas. O erro amostral médio das cinco árvores, para uma intensidade amostral de dez caminhos, foi de 231,85 % e 151,82 % para a probabilidade uniforme e proporcional ao diâmetro, respectivamente. Foi verificado que a técnica de probabilidade proporcional ao diâmetro dos ramos produziu estimativas com menor erro do que a técnica de probabilidade uniforme. A maior produção de frutos, considerando as médias das cinco árvores, ocorreu no quadrante sudoeste (68,8 frutos) e no estrato mediano da copa (91,8 frutos). A amostragem aleatória de ramos se mostrou uma metodologia pouco precisa para estimar a produção de frutos de Caryocar brasiliense, sendo sua principal desvantagem o alto valor do erro amostral associado às estimativas.

Referência:

BORGES, Lívia Marques. Amostragem aleatória de ramos como técnica para quantificar a produção de frutos Caryocar brasiliense camp. (caryocaraceae). 2009. 147 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2009.

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