Avaliação do perfil de proteases expressas por Penicillium fellutanum e Penicillium restrictum isolados do solo do cerrado brasileiro

Avaliação do perfil de proteases expressas por Penicillium fellutanum e Penicillium restrictum isolados do solo do cerrado brasileiro

Autor(a):

Mona Lisa Sousa de Assis Bittencourt

Resumo:

As proteases se referem a um grupo de enzimas cuja função catalítica é hidrolisar proteínas. Enzimas proteolíticas encontram ampla aplicação em diversas indústrias e preparações farmacêuticas. Os fungos filamentosos são usados em muitos processos industriais para a produção de enzimas e metabólitos. Alguns desses fungos são produtores de uma série de enzimas, como amilases, pectinases e proteases. O presente trabalho teve como objetivo principal caracterizar proteases expressas por fungos filamentosos isolados de diferentes amostras do Cerrado do Centro-Oeste brasileiro, frente à produção de proteases de interesse industrial e farmacêutico em diversas condições de cultivo. Inicialmente, foi realizada uma triagem para avaliar a capacidade de 17 fungos quanto à produção de protease em meio de cultura contendo Ágar-leite. Oito espécies formaram halo no cultivo em placas de Petri contendo 10% de leite desnatado em Ágar indicando serem produtoras de proteases. Em seguida, quando cultivadas em estufa, no meio sabouraud, peptona e leite desnatado, seis espécies de fungos apresentaram altas atividades de protease sendo então cultivadas sob condição de agitação. Uma melhoria nas atividades de protease para as espécies Aspergillus foetidus, Penicillium variotti, Penicillium citrinum e Penicillium fellutanum foi obtida quando utilizado o cultivo em shaker. Um importante aumento na atividade proteolítica foi obtido para a espécie P.restrictum e P. fellutanum quando avaliado meio de cultivo contendo resíduo agroindustrial. No meio contendo farelo de trigo como fonte de carbono, a maior atividade proteolítica foi identificada quando realizado cultivo por P. restrictum (81,1 UI/mL), a as proteases presentes no meio possuem temperatura ótima igual a 45 °C e pH ótimo em uma faixa de 5,0 a 9,0. Sendo termoestáveis por 2 horas em pH e temperatura ótima. Desta forma, estas enzimas podem ser consideradas promissoras para aplicação industrial.

Referência:

BITTENCOURT, Mona Lisa Sousa de Assis. Avaliação do perfil de proteases expressas por Penicillium fellutanum e Penicillium restrictum isolados do solo do cerrado brasileiro. 2014. xiii, 65 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

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Avaliação da produção de L-asparaginase por fungo isolado do solo do Cerrado brasileiro em meio contendo resíduo agroindustrial

Avaliação da produção de L-asparaginase por fungo isolado do solo do Cerrado brasileiro em meio contendo resíduo agroindustrial

Autor(a):

Samuel Leite Cardoso

Resumo:

A enzima L-asparaginase tem sido utilizada com sucesso no tratamento de neoplasia maligna, como a leucemia linfoblástica aguda. Porém, com o desenvolvimento tecnológico, a busca por novas fontes de L-asparaginase tem se tornado cada vez mais atraente. Nesta direção, o objetivo deste trabalho foi estudar a produção e purificação de uma L-asparaginase fúngica através de um sistema micelar de duas fases aquosas (Triton X-114/Tampão). O fungo codificado como 2DSST1 foi isolado do solo do Cerrado. Um delineamento de Plackett-Burman foi utilizado para determinar os efeitos de 11 variáveis na produção de L-asparaginase, seguido por um planejamento com composto central e um planejamento fatorial 24 completo. As variáveis avaliadas foram L-asparagina (X1), L-prolina (X2), farelo de trigo (X3), caldo de batata-dextrose (X4), sulfato de amônio (X5), temperatura de incubação (X6), tempo de fermentação (X7), pH inicial do meio de cultura (X8), extrato de levedura (X9), sacarose (X10) e concentração de glicose (X11). O ensaio de asparaginase foi realizado avaliando a formação de β-hidroxamato aspártico. Um delineamento com composto central para os sistemas micelares de duas fases aquosas foi realizado em dois níveis (+1 e -1), utilizando-se a concentração de Triton X-114 (p/v), a temperatura da fase de separação e a concentração do extrato bruto (p/v). O coeficiente de partição de L-asparaginase (K) foi considerado como variável dependente (resposta) do planejamento experimental. 64 corridas foram realizadas e a atividade máxima (2,33 UI/mL) foi encontrada no ponto central do planejamento fatorial. As variáveis positivas significativas em um nível de confiança de 95% (L-asparagina, L prolina, caldo de dextrose de batata e sacarose) foram avaliadas em 2 níveis (+1 e -1) com triplicatas no ponto central. Foram preparados 16 sistemas, 3 pontos centrais, 5 pontos axiais e 10 pontos fatoriais. O sistema 8 foi considerado o mais promissor, considerando o fator de purificação de 1,4 e o rendimento de 100%, indicando que não houve perda enzimática. Além disso, o valor de K de 0,07 indica a migração da L-asparaginase principalmente para a fase pobre em micelas do sistema. Este é o primeiro relato de um sistema micelar aplicado na pré purificação de uma L-asparaginase fúngica.

Referência:

CARDOSO, Samuel Leite. Avaliação da produção de L-asparaginase por fungo isolado do solo do Cerrado brasileiro em meio contendo resíduo agroindustrial. 2018. 68 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.

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Avaliação da produção de enzimas celulolíticas e hemicelulolíticas por fungos isolados do cerrado, costa marinha brasileira e da Antártica, utilizando casca de soja como substrato

Avaliação da produção de enzimas celulolíticas e hemicelulolíticas por fungos isolados do cerrado, costa marinha brasileira e da Antártica, utilizando casca de soja como substrato

Autor(a):

Catarina Bernardes Pereira

Resumo:

Em razão do Brasil exercer grande atividade agrícola, são gerados enormes volumes de resíduos que são rotineiramente acumulados no meio ambiente, com destaque para a soja. O reaproveitamento desses recursos naturais disponíveis abundantemente, possibilita a produção de diversos metabólitos de interesse industrial obtendo produtos de maior valor agregado, através de tecnologias de baixo impacto ambiental, baixo custo, consumindo menos recursos e simplificando o processo. Relatam-se diversas produções enzimáticas através de processos biotecnológicos de fungos filamentosos em meios contendo resíduos da agroindústria. Dentro dessa visão, o trabalho objetivou avaliar a produção de enzimas celulolíticas e hemicelulolíticas de fungos isolados do cerrado, costa marinha brasileira e da Antártica, utilizando casca de soja como substrato. Em sua primeira etapa, foi realizando o isolamento de 58 fungos endofíticos de 13 espécies de plantas nativas do Cerrado. Posteriormente foi realizado o processo de fermentação submersa (SF) de 104 fungos avaliando-se suas capacidades de produção enzimática. Uma triagem foi feita e 3 produtores de cada bioma (9 fungos) passaram também por fermentação em estado sólido (SSF). Os 18 extratos enzimáticos tiveram suas características físico-químicas analisadas quanto ao melhor pH e temperatura. Os resultados obtidos indicam que a casca de soja é um ótimo substrato na produção de xilanase, mananase, carboximetilcelulase (CMCase) e β-glicosidase. Os cultivos apresentaram enzimas com melhor atividade em pH 5,4 para xilabase, mananase e CMCase, e pH 4,8 para β-glicosidase. A faixa de temperatura ótima se manteve entre 40 ºC e 60 ºC para todos as enzimas em ambos os tipos de fermentações. As atividades mensuradas mostraram-se mais expressivas para xilanase atingindo cerca de 14 UI/mL. Foi possível observar um aumento de atividade enzimática nos cultivos de fungos do cerrado quando cultivados em SSF. Dessa forma, os resultados permitem concluir que os fungos estudados apresentam potencial para a produção das enzimas celulolíticas e hemicelulolíticas através de SF e SSF em um meio de baixo valor agregado apresentando assim interesse biotecnológico.

Referência:

PEREIRA, Catarina Bernardes. Avaliação da produção de enzimas celulolíticas e hemicelulolíticas por fungos isolados do cerrado, costa marinha brasileira e da Antártica, utilizando casca de soja como substrato. 2016. 117 f. il., Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas)–Faculdade de Ciências de Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

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Avaliação da produção de L- Asparaginase por fungos isolados do bioma Cerrado

Avaliação da produção de L- Asparaginase por fungos isolados do bioma Cerrado

Autor(a):

Renata Paula Coppini Almeida

Resumo:

A leucemia linfóide aguda (LLA) é uma neoplasia maligna de linfócitos, caracterizada pelo acúmulo de células sanguíneas imaturas na medula óssea. Um dos medicamentos utilizados no tratamento da LLA é a enzima L-Asparaginase. Algumas linhagens de células tumorais não são capazes de produzir asparagina, assim, a redução dos níveis plasmáticos do aminoácido implica na inibição da síntese de proteínas das células leucêmicas. Atualmente, estão disponíveis apenas enzimas de origem bacteriana para serem utilizadas na clínica, o que reflete na grande taxa de efeitos adversos relacionados ao tratamento. Neste sentido, a busca por novas fontes de L Asparaginase torna-se imprescindível. O presente trabalho teve como objetivo principal avaliar a produção de L-Asparaginase por fungos filamentosos isolados do bioma Cerrado brasileiro. Inicialmente, foi realizada a padronização do preparo da amostra e da metodologia para determinação da atividade enzimática, onde foram utilizadas a enzima padrão (Sigma-Aldrich) e a cepa de um conhecido produtor de L-Asparaginase, o Aspergillus terreus. Posteriormente, foram isolados 42 cepas fúngicas a partir do bioma Cerrado brasileiro. Das 42 cepas isoladas, 22 apresentaram halo vermelho, o que pode indicar a produção de L-Asparaginase. Essas 22 espécies foram cultivadas em meio líquido e apenas 10 apresentaram resultados positivos para produção enzimática. Em seguida, as 3 melhores cepas produtoras foram cultivadas em diferentes condições de cultivo a fim de melhorar a produção de L-Asparaginase. Com relação às fontes de carbono, a utilização de glicose foi essencial para a produção enzimática. A L-Prolina parece ser a fonte de nitrogênio mais eficaz para que a produção de L-Asparaginase ocorra. Foram encontrados ainda, diferentes valores de pH ótimos de cultivo pelas diferentes cepas fúngicas.

Referência:

ALMEIDA, Renata Paula Coppini de. Avaliação da produção de L- Asparaginase por fungos isolados do bioma Cerrado. 2015. 88 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

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Avaliação da atividade antimicrobiana de espécies vegetais do bioma Cerrado

Avaliação da atividade antimicrobiana de espécies vegetais do bioma Cerrado

Autor(a):

Sandra Márcia Mazutti da Silva

Resumo:

Atualmente, os desafios impostos pelas doenças causadas por bactérias resistentes aos fármacos disponíveis são considerados um problema de saúde mundialmente. A expressiva necessidade de descobertas de novos fármacos torna- se imprescindível devido a inerente seleção natural, propiciada em parte pelo uso inadequado de antimicrobianos na medicina ou em plantéis de produção. Em face ao exposto, no presente estudo foi realizado um screening buscando avaliar a atividade antibacteriana in vitro de extratos brutos e frações de espécies vegetais oriundas do bioma Cerrado do Distrito Federal e arredores. As espécies selecionadas foram Bauhinia rufa (Bong) Steud, Bauhinia variegata Linn, Erythroxylum subrotundum St. Hill., Erythroxylum daphnites Mart, Pouteria torta Radlk., Pouteria ramiflora Radlk. e Eugenia dysenteria DC., as quais foram testadas contra Staphylococcus aureus (25923), Pseudomonas aeruginosa (27853) e Escherichia coli (25922) utilizando o método de disco difusão para predizer a sensibilidade destes. Em sequência foi realizado o biomonitoramento do extrato bruto e das frações desta planta frente a diversos isolados de bactérias Gram- positivas de relevância clínica, sendo preconizado o método de microdiluição em placas. Sobressaiu-se nestes testes a fração acetônica de E. dysenterica ao apresentar zona de inibição de 10mm com uma Concentração Inibitória Mínima de 250μg por disco difusão e 83μg/mL por microdiluição, além de modular a ação de agentes β-lactâmicos, demonstrando a sensibilidade de bactérias Gram-positivas à espécie. De todos os extratos testados nenhum apresentou atividade antimicrobiana frente às cepas Gram-negativas, P. aeruginosa e E. coli. A prospecção fitoquímica por Cromatografia em Camada Delgada e por Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) da E. dysenterica evidenciou a presença dos flavonóides catequinas e epicatequinas que podem ser os metabólitos secundários responsáveis pela sua efetiva atividade antimicrobiana. Considerando os resultados obtidos, a E. dysenterica é uma espécie promissora como insumo brasileiro, para o desenvolvimento de fitoterápicos a cosméticos.

Referência:

SILVA, Sandra Márcia Mazutti da. Avaliação da atividade antimicrobiana de espécies vegetais do bioma Cerrado. 2013. 113 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

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Produção de proteases por fungos endofíticos isolados de plantas do Cerrado

Produção de proteases por fungos endofíticos isolados de plantas do Cerrado

Autor(a):

Gabriela Corezzi Werneck

Resumo:

Proteases são enzimas, que catalisam a hidrolise das ligações peptídicas. Estas enzimas são aplicadas em diversas indústrias como a alimentícia, farmacêutica, cosmética, de couro e de detergente. São produzidas por animais, plantas e microrganismos. Entre seus produtores encontram-se os fungos endofíticos, que são microrganismos que vivem no interior de plantas de forma simbiótica. Sabendo disso, o objetivo principal deste trabalho foi isolar fungos endofíticos de plantas do cerrado, avalia-los quanto á produção de proteases extracelulares, visando aplicação industrial. Foram isolados 58 fungos de 13 espécies de plantas endêmicas do cerrado. Primeiramente, foi realizada uma triagem para avaliar quais fungos eram produtores de protease, 36 fungos demonstraram halo indicando produção de protease em meio de cultura ágar-leite. Foi realizado ensaio enzimático utilizando azocaseína 0,5% como substrato para avaliar quantitativamente a produção de proteases. Os produtores que demonstraram maior atividade de protease foram os fungos endofíticos codificados como BR, OH03, PT02, PEQ03 e KC01. O fungo BR, apresentou 41 UI/mL de atividade proteolítica, pH ótimo 7,0 e temperatura ótima de 60°C e foi escolhido para dar continuidade ao trabalho. Visando a otimização da produção de protease foram testados meios com diferentes fontes de nitrogênio e carbono, a maior produção de proteases ocorreu no meio contendo peptona, extrato de levedura e glicose. A curva de crescimento mostrou que o melhor dia de produção da enzima foi o 9° dia. A protease foi parcialmente purificada utilizando cromatografia de troca iônica. A fração parcialmente purificada foi caracterizada com atividade ótima em pH 7,0 e 60°C e manteve 100% desta atividade a 60°C por 1 hora. A enzima foi testada como removedor de manchas para a indústria de detergentes melhorando a remoção de manchas quando adicionada a um detergente comercial e demonstrou ser compatível com marcas de detergente para roupas comerciais.

Referência:

WERNECK, Gabriela Corezzi. Produção de proteases por fungos endofíticos isolados de plantas do Cerrado. 2016. 88 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

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Atividade antifúngica de extratos depositados no banco de extratos de plantas do Bioma Cerrado e de substâncis isoladas de Matayba Guianensis.

Atividade antifúngica de extratos depositados no banco de extratos de plantas do Bioma Cerrado e de substâncis isoladas de Matayba Guianensis

Autor(a):

Polyana Araújo de Assis

Resumo:

As infecções fúngicas são responsáveis por grandes agravos à saúde humana e acometem principalmente pessoas imunocomprometidas. Mundialmente, tem-se observado o aumento na incidência das infecções fúngicas e de cepas resistentes aos agentes antifúngicos utilizados na terapia. Diante desse panorama, faz-se necessária a busca por novos recursos terapêuticos. Uma importante fonte de novas susbtâncias são os metabólitos secundários vegetais. Desse modo, este trabalho avaliou a atividade antifúngica de 183 extratos vegetais pertencentes ao Banco de Extratos do Bioma Cerrado do Laboratório de Farmacognosia da Universidade de Brasília. A concentração inibitória mínima (CIM) em leveduras e fungos filamentosos foi determinada utilizando as técnicas de microdiluição descritas nos protocolos do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Todas as espécies estudadas apresentaram em pelo menos um dos seus extratos forte atividade antifúngica (CIM ≤ 125 μg/mL). O extrato etanólico da casca da raiz de Matayba guianensis foi selecionado para o estudo fitoquímico considerando a atividade antifúngica, a quantidade disponível no Banco e os resultados das revisões bibliográficas. Foram isoladas as substâncias inéditas, denominadas matayosídeo E (1) e matayosídeo F (2), e as substâncias conhecidas cupaniosídeo (3) e estigmasterol (4). A atividade das substâncias 1, 2 e 3 foi avaliada em Candida parapsilosis ATCC 22019 e em células mononucleadas de sangue periférico humano. Os matayosídeos E e F apresentaram atividade antifúngica e ausência de citotoxicidade. Os resultados encontrados reforçam a importância dos estudos com plantas do bioma Cerrado.

Referência:

ASSIS, Polyana Araújo de. Atividade antifúngica de extratos depositados no banco de extratos de plantas do Bioma Cerrado e de substâncis isoladas de Matayba Guianensis. 2013. 168 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

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Efeito do consumo do tucum do cerrado (Bactris setosa) no estresse oxidativo induzido por ferro em ratos

Efeito do consumo do tucum do cerrado (Bactris setosa) no estresse oxidativo induzido por ferro em ratos

Autor(a):

Nome dos autores em formato direto.

Resumo:

Introdução e objetivo: O consumo de frutas e hortaliças tem sido inversamente associado à incidência de doença crônicas e ao processo de envelhecimento. Esse potencial protetor parece estar associado à presença, nesses alimentos, de compostos bioativos que exercem atividade antioxidante, reduzindo a geração de espécies reativas, causadores de danos oxidativos celulares. Na literatura, os poucos relatos acerca do potencial antioxidante de frutos do Cerrado apontam esses como uma boa fonte de agentes antioxidantes. O objetivo do presente trabalho foi avaliar in vitro o potencial antioxidante de doze frutos do cerrado e testar a hipótese que o tucum, fruto que apresentou alto teor de fenólicos totais e potencial antioxidante, quando consumido in natura é capaz de proteger os tecidos contra danos oxidativos gerados pelo excesso de ferro. Metodologia: Estudo in vitro. O conteúdo de fenólicos totais dos extratos aquoso e acetato etílico de 9 frutos (araticum – Annona crassiflora Mart.; cagaita – Eugenia dysenterica DC.;; ingá – Inga laurina Willd.; jatobá-do-cerrado – Hymenaea stigonocarpa Mart.; jenipapo – Genipa americana L.; jurubeba – Solanum paniculatum L.; lobeira – Solanum grandiflorum Ruiz & Pav.; mangaba – Hancornia speciosa Gomes; e tucum do cerrado – Bactris setosa Mart); 1 pseudofruto (cajuzinho-do-cerrado – Anacardium humile) e 1 caule (guariroba – Syagrus oleracea Mart. Becc.) típicos do cerrado foi determinado pelo método de Folin Ciocateau. Estudo in vivo. Vinte e quatro ratos Wistar machos foram tratados durante 30 dias com uma das seguintes dietas: (Controle) AIN-93G; (Fe) AIN-93G + 350 mg / kg de ferro; (Tu) AIN- 93G + 15% de tucum; (FeTu) AIN-93G + 350 mg / kg de ferro + 15% de tucum. O fígado, baço, coração, intestino, rim e cerébro foram retirados para determinação dos níveis de malondialdeído (MDA); proteínas carboniladas e concentração de ferro. A atividade específica das enzimas antioxidantes catalase (CAT), glutationa redutase (GR), glutationa peroxidase (GPX), glutationa-s-transferase (GST) e da enzima oxidante NADPH oxidase foi também determinada nesses órgão. O potencial antioxidante total do soro foi determinado pelo método do potencial de redução do Fe (Ferric Reducing Ability of Plasma – FRAP). A análise estatística dos dados foi feita pelo teste T amostras independentes utilizando o programa SPSS, com nível de significância considerado de p ≤ 0,05. Resultados: Todos os extratos aquosos, a exceção daquele obtido da lobeira, apresentaram maior concentração de fenólicos totais, quando comparados aos extratos de acetato etílico. Os extratos de acetato etílico da lobeira, jenipapo, araticum e tucum apresentaram maior valor de fenólicos totais (1.166 ± 98; 651 ± 61; 580 ± 143; 540 ± 92 mg TAE / 100 g fruto seco), quando comparados ao extrato de maçã (151 ± 26 mg TAE / 100 g fruto seco). No caso dos extratos aquosos o tucum, ingá, jurubeba, cagaita, araticum, jenipapo, mangaba e cajuzinho (3.343 ± 664; 1.506 ± 55; 1.352 ± 226; 1.203 ± 53; 1.095 ± 159; 1.015 ± 62; 842 ± 60 e 455 ± 55 mg TAE / 100 g seco) apresentaram valores de fenólicos totais maiores que os valores da maçã (273 ± 15 mg TAE / 100 g seco). Em relação ao estudo in vivo, a suplementação de ferro diminuiu o consumo de dieta (p = 0,038), aumentou a concentração de ferro e MDA no fígado (p = 0,000 e 0,002, respectivamente) dos ratos Fe, quando comparados ao grupo Controle. No intestino, o grupo Fe apresentou maior concentração de ferro e o grupo Tu menor, quando comparados ao Control e (p = 0,011 e 0,019, respectivamente). Enquanto no grupo FeTu, o teor foi marginalmente maior que o grupo Fe e igual ao Controle (p = 0,095 e 0,170, respectivamente). Não foram observadas diferenças na concentração de proteína carbonilada nos diversos tecidos entre os grupos estudados. O consumo de tucum reduziu os níveis de MDA no fígado dos animais suplementados com ferro (grupo FeTu) em relação ao grupo Fe (p = 0,013), e aumentou o poder redutor do soro, tanto na presença quanto na ausência da suplementação de ferro, grupos Tu e FeTu, em relação ao grupo Controle (p = 0,006 e 0,011, respectivamente). A enzima GPX apresentou maior atividade no intestino, enquanto a GST no rim dos ratos suplementados com ferro em relação ao Controle (p = 0,046 e 0,043, respectivamente). A catalase, GR e GST tiveram a atividade diminuída no grupo FeTu, quando comparadas ao grupo Fe (p = 0,033; 0,014 e 0,018) no rim. Conclusão: O alto teor de fenólicos totais do extrato aquoso de tucum, associado ao maior potencial redutor do soro dos animais tratados com esse fruto, demonstra que o tucum possui potencial antioxidante. Apesar do fino mecanismo de regulação dos níveis endógenos de ferro do organismo, sua suplementação dietética pode resultar em sobrecarga no tecido de armazenamento e consequente aumento de danos oxidativos a lipídeos. O consumo de tucum in natura associado à dieta parece proteger o organismo de ratos contra danos oxidativos catalisados por ferro.

Referência:

DOURADO, Lívia Pimentel de Sant’Ana. Efeito do consumo do tucum do cerrado (Bactris setosa) no estresse oxidativo induzido por ferro em ratos. 2012. xii, 60 f., il. Dissertação (Mestrado em Nutrição Humana)—Universidade de Brasília, Brasília, 2012.

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Efeito do consumo de Tucum-do-cerrado (Bactris setosa Mart) em marcadores de envelhecimento em ratos adultos suplementados com ferro

Efeito do consumo de Tucum-do-cerrado (Bactris setosa Mart) em marcadores de envelhecimento em ratos adultos suplementados com ferro

Autor(a):

Marcela de Sá Barreto da Cunha

Resumo:

Nas últimas décadas houve um aumento do número de indivíduos idosos na população mundial, sendo necessário o contínuo desenvolvimento de pesquisas e políticas que promovam um envelhecimento saudável. O envelhecimento é um processo biológico caracterizado pelo predomínio de um estado pró-oxidante e pró-inflamatório, associado a menor eficiência das respostas antioxidantes e anti-inflamatórias. Alguns componentes dietéticos, como o ferro e os compostos fitoquímicos, podem alterar as respostas redox e imune e, consequentemente, modular o processo de envelhecimento. Desse modo, considerando que o tucum-do-cerrado (Bactris setosa Mart.) é um fruto do cerrado brasileiro rico em compostos fitoquímicos e com alto potencial antioxidante in vitro e in vivo, o presente estudo avaliou o efeito do consumo de tucum-do-cerrado nos marcadores moleculares associados ao envelhecimento, em ratos adultos suplementados o não com ferro dietético. Métodos Trinta e dois ratos Wistar machos, adultos, foram tratados por 12 semanas com uma das seguintes dietas: dieta controle (CT; AIN-93G); dieta enriquecida com ferro (+Fe); dieta adicionada de 15% de tucum-do-cerrado (Tuc) ou dieta adicionada de 15% de tucum-do-cerrado e enriquecida com ferro (Tuc+Fe). A concentração de ferro nos tecidos foi determinada por espectrofotometria de emissão atômica e os parâmetros séricos de ferro utilizando kits comerciais. Os níveis de malondialdeído e proteínas carboniladas foram determinados no fígado, baço, intestino e rim e as atividades das enzimas antioxidantes foram determinadas no fígado e no rim, por espectrofotometria. As concentrações séricas de interleucina (IL)-1β, IL-6 e fator de fator de necrose tumoral-alfa (TNF-) foram determinadas por ELISA. Os níveis de mRNA da hepcidina (Hamp), do fator nuclear eritroide 2 relacionado ao fator 2 (Nfe2l2), da NAD(P)H: desidrogenase-(quinona)1 (Nqo1), da heme oxigenase 1(Hmox1), da interleucina 1-beta (Il1b), do fator de necrose tumoral-alfa (Tnfa), da proteína marcadora de senescência 30 (Smp30), da sirtuína 1 (Sirt1) e Sirt3 foram determinados no fígado e / ou rim, utilizando o sistema de reação da polimerase em cadeia em tempo real (qPCR). Os níveis da proteína Nrf2 no fígado, assim como das proteínas SIRT1 e SIRT3 no fígado e no rim, foram determinados por Western Blotting. As comparações entre os tratamentos foram feitas utilizando teste de comparações múltiplas (ANOVA) com correção de Bonferroni, sendo considerado estatisticamente diferente o valor de p < 0,05. Resultados O consumo da dieta enriquecida com ferro (+Fe) promoveu o aumento da concentração de ferro nos tecidos, dos parâmetros séricos de ferro; no fígado, aumentou os danos oxidativos a proteínas, a atividade de superóxido dismutase (SOD), o nível da proteína Nrf2, os níveis de mRNA da Hamp e da Nqo1 e os níveis séricos de IL-6 e TNF-α; além de ter reduzido os níveis de mRNA da Sirt1 no rim, comparados ao grupo CT. Os ratos tratados com dieta adicionada de tucum-do-cerrado (Tuc) apresentaram redução dos níveis de mRNA hepático da Hamp; aumento da atividade de SOD, dos níveis hepáticos de mRNA da Nfe2l2, Nqo1 e Sirt1, e das proteínas Nrf2 e SIRT1 no fígado, comparados ao CT. A associação de tucum-do-cerrado e ferro na dieta (Tuc+Fe) promoveu a redução dos níveis de mRNA da Hamp no fígado, apesar de não ter alterado o status de ferro, quando comparado ao grupo +Fe. No grupo TucFe foi observado ainda uma redução dos danos oxidativos a proteínas no fígado e de lipídios no rim, e uma redução marginal dos níveis séricos de IL-6, em relação ao grupo +Fe, bem como um aumento marginal da atividade de SOD no fígado, dos níveis hepáticos de mRNA e proteína da Nrf2, de mRNA da Nqo1 e da proteína SIRT1, em relação ao grupo CT; também apresentaram aumento de mRNA da Sirt1 no rim, em relação ao grupo +Fe. Conclusão Os resultados sugerem que o consumo de tucum-do cerrado pode promover um efeito antienvelhecimento ativando a via relacionada à SIRT1-Nrf2, a qual atenua o processo oxidativo e inflamatório induzido pelo excesso de ferro.

Referência:

CUNHA, Marcela de Sá Barreto da. Efeito do consumo de Tucum-do-cerrado (Bactris setosa Mart) em marcadores de envelhecimento em ratos adultos suplementados com ferro. 2017. xvi, 116 f., il. Tese (Doutorado em Nutrição Humana)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

Disponível em:

Efeito antioxidante do tucum-do-cerrado [Bactris setosa] em ratos submetidos ao etresse oxidativo induzido por ferro

Efeito antioxidante do tucum-do-cerrado [Bactris setosa] em ratos submetidos ao etresse oxidativo induzido por ferro

Autor(a):

Adriana Medeiros Fustinoni

Resumo:

O bioma Cerrado ocupa grande área do território brasileiro, sendo caracterizado por fatores abióticos extremos, como longos períodos de estiagem, queimadas ocasionais e solos ácidos com presença de metais pesados, os quais o transformaram em um dos mais ricos biomas de savana do mundo, em termos de biodiversidade. Partindo da hipótese que esses fatores abióticos adversos selecionaram espécies resistentes ao estresse, com moléculas bioativas capazes de proteger tais espécies, realizamos um estudo in vitro que objetivou verificar a atividade antioxidante (AA) de partes comestíveis de doze espécies nativas do Cerrado, araticum (Annona crassiflora), baru (Dipteryx alata), cagaita (Eugenia dysenterica), ingá (Inga laurina), jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), jenipapo (Genipa americana), jurubeba (Solanuma paniculatum), lobeira (Solanum lycocarpum), mangaba (Hancornia speciosa), tucum-do-cerrado (Bactris setosa); cajuzinho-docerrado (Anacardium humile) e o palmito da guariroba (Syagrus oleracea), em relação à AA da maçã vermelha (Malus domestica), utilizando o ensaio com o radical DPPH•. Entre as doze espécies analisadas, a lobeira, araticum, jurubeba, cagaita, cajuzinho e tucum apresentaram alta AA em relação à maçã. Com objetivo de verificar a AA in vivo do tucum, ratos Wistar (200g), machos, foram tratados por 30 dias com dieta para roedores (AIN-93G), suplementada ou não com ferro (agente estressor), adicionada ou não com 15% de tucum (polpa e casca). Como marcadores do estado em ferro, determinou-se os níveis de ferro sérico, nos tecidos e os níveis dos transcritos das proteínas hepcidina, ferroportina, transportador de metais bivalentes (DMT1). Os níveis teciduais de malondialdeído (MDA), proteína carbonilada, capacidade redutora de ferro no plasma (FRAP) e níveis de transcrito da catalase e do fator nuclear (erythroid-derived-2) like 2 (Nrf2), foram avaliados para determinação do estado oxidativo dos ratos. A suplementação com ferro resultou no aumento significativo dos níveis de ferro no soro, fígado, baço e intestino, no aumento da saturação de transferrina, nos níveis hepáticos de MDA e de transcritos de hepcidina, porém, reduziu os níveis de transcritos da ferroportina no baço. A suplementação com ferro resultou ainda, no aumento da atividade das enzimas Catalase (CAT) e Glutationa S Transferase (GST) no rim, e da Glutationa Peroxidase (GPx) no intestino, além de aumentar os níveis de transcrito de Nrf2 no intestino e baço. O consumo de tucum reduziu os níveis de transcrito de hepcidina hepática e de ferro intestinal. Além disso, reduziu os níveis de danos oxidativos a proteínas e lipídeos no baço, e aumentou a capacidade redutora de ferro no plasma. O consumo de tucum pelos ratos suplementados com ferro suprimiu a indução da expressão do gene da Nrf2 no baço, o aumento das atividades das enzimas CAT, GST e GPx e a indução do gene da hepcidina induzidos pela suplementaçao com ferro. Além disso, o consumo de tucum aumentou a capacidade redutora no plasma dos ratos suplementados com ferro. Esses resultados sugerem que o tucum tenha compostos antioxidantes e que seu consumo protege os tecidos contra danos oxidativos, aumentando a mobilidade de ferro tecidual, pela inibição da expressão gênica da hepcidina.

Referência:

FUSTINONI, Adriana Medeiros. Efeito antioxidante do tucum-do-cerrado [Bactris setosa] em ratos submetidos ao etresse oxidativo induzido por ferro. 2013. 132 f., il. Tese (Doutorado em Nutrição Humana)–Universidade de Brasília, Brasília, 2013

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