Dipsas mikanii (Dormideira)

Dipsas mikanii Schelgel, 1837

Nome(s) popular(es):

Dormideira e Jararaquinha-falsa.

História natural:

Dipsas mikanii Schelegel, 1837 é uma espécie noturna e terrestre. Possui dentição áglifa e sua alimentação é especializada em gastrópodes, principalmente os sem conchas (lesmas). A espécie é relativamente comum, pode ser encontrada também em ambientes antropizados. Seus displays defensivos incluem fugir e triangulação da cabeça. Seu nome científico é uma homenagem ao naturalista Yohan Christian Mikan.

Distribuição:

Possui distribuição ampla pelo Brasil, nos estados de Bahia, Goiás, DF, Ceará, Pará, Paraíba, Maranhão e Santa Catarina.

Referências:

Agudo-Padrón, A.I., Luz, J.S. (2015). First record of the snail-eating snake Sibynomorphus mikanii (Schlegel, 1837)(Serpentes: DIpsadidae) from Santa Cataria state, Central Southern Brazil. Brazilian Journal of Bioloical Sciences 2(3): 169-171

 

França, F.G.R., Mesquita, D.O., Nogueira, C.C. & Araújo, A.F.B. (2008). Phylogeny and ecology determine morphological structure in a snake assemblage in the central brazilian Cerrado. Copeia 1:23-28

 

Freitas, M.A., Almeida, B.J.L., Almeida, M.S.M., Danin, T.S., Moura, G.J.B. (2014). Rediscovery and first record of Sibynomorphus mikanii septentrionalis (Cunha, Nascimento & Hoge, 1980), (Squamata; Serpentes) for the state of Pará. Check List 10(5): 1246-1248

 

Laporta-Ferreira, I.L., Salomão, M.G., Sawaya, P. (1986). Biologia de Sibynomorphus (Colubridae-Dipsadinae)-Reprodução e hábitos alimentares. Revista Brasileira de Biologia 46(4): 793-799

Boana buriti

Boana buriti, (Caramaschi and Cruz, 1999)

Nome(s) popular(es)

Perereca de pijama.

História Natural

Esse anfíbio possui hábitos noturnos, sua dieta ainda não foi estudada. Os machos são encontrados vocalizando em arbustos, em folhas largas e em áreas gramadas. A época de reprodução se inicia junto com o período chuvoso e termina com o fim das chuvas.

Fitofisionomia

É encontrado em formações abertas como campo limpo e cerrado rupestre.

Distribuição

Só existe registro da espécie em três localidades, Paracatu, Buritis e na Fazenda Água Limpa, UnB, Distrito Federal.

Ameaças e estratégias de conservação

Por ser uma espécie restrita há três localidades conhecidas, essa espécie sofre muito com a perda de habitat causada principalmente pelo aumento das áreas de agricultura e pecuária.

Curiosidades

Essa espécie é conhecida como perereca de pijama por sua pele ter essa coloração de listras e parecer um pijama.

Referências

  • Braga, L., Brandão, R., & Colli, G. (2010). Amphibia, Anura, Hylidae, Hypsiboas buriti (Caramaschi and Cruz, 1999): distribution update and map. Check List, 6, 232.
  • Brandão, R. A., Maciel, S. & Álvares, G. F. R. 2016. Guia dos Anfíbios do Distrito Federal, Brasil. Disponível em www.lafuc.com Acesso em 08 de maio de 2019.

Bokermannohyla sapiranga

Bokermannohyla sapiranga Brandão et al. 2012

Nome(s) popular(es)

Perereca.

História Natural

Esse anfíbio é de hábitos noturnos, encontrados nos leitos de corpos d’água com correnteza e lamacentos. Os machos podem ser encontrados vocalizando dentro da água, próximo de troncos e rochas no curso hídrico. Os girinos são robustos e bentônicos, são encontrados em remansos e poças permanentes. Os adultos possuem sua dieta composta principalmente por insetos.

Fitofisionomia

É encontrado em formações florestais como matas de galeria e matas ciliares.

Distribuição

A espécie ocorre no Cerrado. Presente nos estados: Goiás e Distrito Federal.

Ameaças e estratégias de conservação

Por ser uma espécie que depende de características muito específicas do ambiente para a reprodução, a destruição das matas e a contaminação da água são as principais ameaças.

Referências

  • LINS, A. C. R., De Magalhaes, R. F., Costa, R. N., BRANDÃO, R. A., Py-Daniel, T. R., MIRANDA, N. E. D. O., … & Pezzuti, T. L. (2018). The larvae of two species of Bokermannohyla (Anura, Hylidae, Cophomantini) endemic to the highlands of central Brazil. Zootaxa, 4527(4), 501-520.
  • Brandao, R. A., Magalhães, R. F., Garda, A. A., Campos, L. A., Sebben, A., & Maciel, N. M. (2012). A new species of Bokermannohyla (Anura: Hylidae) from highlands of Central Brazil. Zootaxa, 3527(1), 28-42.
  • Carvalho, T. R., Giaretta, A. A., Teixeira, B. F. V., & Martins, L. B. (2013). New bioacoustic and distributional data on Bokermannohyla sapiranga Brandão et al., 2012 (Anura: Hylidae): revisiting its diagnosis in comparison with B. pseudopseudis (Miranda-Ribeiro, 1937). Zootaxa, 3746(2), 383-392.
  • Brandão, R. A., Maciel, S. & Álvares, G. F. R. 2016. Guia dos Anfíbios do Distrito Federal, Brasil. Disponível em www.lafuc.com Acesso em 07 de maio de 2019.

Ameerega flavopicta

Ameerega flavopicta (Lutz, 1925)

Nome(s) popular(es)

Sapo-flecha.

História Natural

Esse anfíbio é de hábitos diurnos, encontrados principalmente na época das chuvas, que é o momento de início da reprodução da espécie, inclusive um fato interessante é que os machos carregam os girinos nas costas. Espécie associada a locais rochosos com cursos d’água próximos, como cachoeiras e riachos. Sua dieta é composta principalmente por formigas e outros insetos.

Fitofisionomia

É encontrado em formações abertas como campo limpo, campo sujo e cerrado rupestre. Pode ser encontrado também em ambientes antropizados.

Distribuição

A espécie ocorre no Cerrado. Presente nos estados: Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Tocantins, São Paulo, norte do Pará e nordeste do Maranhão.

Ameaças e estratégias de conservação

A perda de habitat e a contaminação dos recursos hídricos são as principais ameaças dessa espécie.

Curiosidades

O veneno dessa espécie é feito a partir de acumulo de alcaloides que são sequestrados da suas presas (principalmente das formigas).

Referências

  • Claudia Azevedo-Ramos, Rogério Bastos, Paula Cabral Eterovick, Débora Silvano 2004. Ameerega flavopicta. The IUCN Red List of Threatened Species 2004: e.T55222A11273258. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2004.RLTS.T55222A11273258.en. Baixado no dia 07, maio, 2019.
  • Martins, L., & da Silva, W. (2012). Ameerega flavopicta (Lutz, 1925): first dart-poison frog (Anura: Dendrobatidae) recorded for the state of São Paulo, Brazil, with commetns on its adertisement calls and taxonomy. Check List, 8, 502.
  • Haddad, C. F., & Martins, M. (1994). Four species of Brazilian poison frogs related to Epipedobates pictus (Dendrobatidae): taxonomy and natural history observations. Herpetologica, 282-295.
  • Costa, R. C., Facure, K. G., & Giaretta, A. A. (2006). Courtship, vocalization, and tadpole description of Epipedobates flavopictus (Anura: Dendrobatidae) in southern Goiás, Brazil. Biota Neotropica, 6(1), 0-0.
  • Lima, N. G., & Eterovick, P. C. (2013). Natural history of Ameerega flavopicta (Dendrobatidae) on an Island formed by Três Marias hydroelectric reservoir in southeastern Brazil. Journal of Herpetology, 47(3), 480-488.

Odontophrynus cultripes

Odontophrynus cultripes, Reinhardt and Lütken, 1862

Nome(s) popular(es)

Sapo-Verruga e Sapo-Fusca.

História Natural

A dieta dessa espécie ainda não foi estudada. O ciclo reprodutivo aparentemente varia dependendo da localidade, nas áreas de ecótono entre Mata Atlântica e Cerrado foram encontrados machos vocalizando durante o ano todo, indicando uma atividade constante, já em áreas de Cerrado o ciclo reprodutivo se inicia no início da época chuvosa.

Fitofisionomia

É encontrado em formações abertas como campo limpo e sujo, além de cerrado rupestre, cerrado stricto senso. Mas também pode ser encontrado nas bordas das áreas florestais como matas de galeria, matas ciliares e cerradão.

Distribuição

A espécie ocorre no Cerrado e nas áreas de transição com a Mata Atlântica. Presente nos estados: Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e norte de São Paulo.

Ameaças e estratégias de conservação

A principal ameaça da espécie é a perda de habitat com o aumento das áreas urbanas, agropecuária e o desmatamento do Cerrado.

Curiosidades

No sapo cururu (Rhinella sp.) vemos duas grandes bolsas de veneno, chamadas de glândulas paratoides, mas no O. cultripes essas glândulas são menores e espalhadas ao longo do seu dorso.

Referências

  • Silvano, D.L. (1999). Padrões de Distribuição Espacial e Temporal e Potencial Indicador de Qualidade Ambiental dos Anuros (Amphibia) na Região da APA São José e entorno, MG, Brasil. UFMG, Belo Horizonte-MG.
  • Caramaschi, U., & Napoli, M. F. (2012). Taxonomic revision of the Odontophrynus cultripes species group, with description of a new related species (Anura, Cycloramphidae).
  • Bastos, R. P., Motta, J. A., Lima, L. P., and Guimaraes, L. D. (2003). Anfíbios da Floresta Nacional de Silvânia, Estado de Goiás.Stylo Gráfica e Editora, Goiânia.
  • Giaretta, A. A., Menin, M, Facure, K. G., and de C. Kokubum, M. N. (2008). ”Species richness, relative abundance, and habitat of reproduction of terrestrial frogs in the Triângulo Mineiro region, Cerrado biome, southeastern Brazil.” Iheringia, 98, 181-188.

Tantilla melanocephala (Coral-falsa)

Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758)

Nome(s) popular(es):

Coral falsa.

História natural:

Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758) é uma serpente de pequeno porte que apresenta hábitos terrestres e criptozoicos, vivendo dentro da serapilheira. Possui dentição opistóglifa, e é especialista em caçar lacraias, principalmente do gênero Ostostigmus. Seus displays defensivos são de fugir e liberar descargas cloacais. Seu nome científico é devido à sua cabeça preta, visto que no latim “melano” significa preto, e “cephala” cabeça.

Distribuição:

Ocorre em todo o Cerrado, possui ampla distribuição na América do Sul.

Referências:

Marques, O.A.V. & Puorto, G. (1998). Feeding, reproduction and growth in the crowned snake Tantilla melanocephala (Colubridae) from southeastern Brazil. Amphibia-reptilia 19: 311-318


Sawaya, R.J., Marques, O.A.V., Martins, M. (2008). Composição e história natural das serpentes do Cerrado de Itirapina, São Paulo, sudeste do Brasil. Biota Neotropica 8(2): 127-149


Wilson, L.D. (1999). Checklist and key to the species of the genus Tantilla (Serpentes: Colubridae), with some commentary on distribution. Smithsonian Herpetological Information Service 122: 1-34

Chironius flavolineatus (Cobra-cipó)

Chironius flavolineatus (Jan, 1963)

Nome(s) popular(es):

Cobra-cipó e Cobra-cipó-de-linha-amarela.

História natural:

Chironius flavolineatus (Jan, 1963) é uma espécie diurna e semi-arborícola. Posui dentição áglifa, e sua alimentação em baseada em anfíbios, mamíferos, lagartos e aves, os quais caça ativamente. Seus principais displays defensivos são inflar o papo, escancarar a boca, descargas cloacais, e em último caso, desferir botes para morder. Seu nome científico é devido à linha amarela que a espécie possui na porção inicial do dorso.

Distribuição:

Amplamente distribuída no Cerrado e porções de Mata Atlântica, nos estados de AM, AP, AL, BA, CE, GO, MG, MS, MT, PA, MA, PB, PE, RN, SE, SP, e TO.

Referências:

Dixon, J.R., Wiest Jr, J.A., Cei, J.M. (1993). Revision of the neotropical snake genus Chironius Fitzinger (Serpentes, Colubridae). Monografie XIII. Museo Regionale di Scienze Naturali, Torino, Italia.


França, F.G.R., Mesquita, D.O., Nogueira, C.C. & Araújo, A.F.B. (2008). Phylogeny and ecology determine morphological structure in a snake assemblage in the central brazilian Cerrado. Copeia 1:23-28


França, F.G.R. & Braz, V.S. (2013). Diversity, activity patterns, and habitat use of the snake fauna of Chapada dos Veadeiros National Park in Central Brazil. Biota Neotropica 13(1): 74-85

 

Hamdam, B. & Fernandes, D. (2015). Taxonomic revision of Chironius flavolineatus (Jan, 1863) with description of a new species (Serpentes: Colubridae). Zootaxa 4012(1): 97-119