Um Sonho de Cajuquim
É a sua vigésima primeira viagem pela galáxia, Cajuquim está muito emocionado e eufórico, mas procura nem pensar no que pode encontrar, apenas navega. É assim toda vez que viaja pelo espaço. Sempre parece a primeira vez.
Cajuquim sonha que é um viajante das estrelas que segue seu curso em sua bicicleta voadora. Para viajar Cajuquim conecta seu corpo à sua bicicleta que não é nada comum.
Antes, porém, com sua amiga inseparável a Viola de Cocho, Cajuquim busca um lugar ideal para executar lindas melodias que ele produz. Cajuquim é um excelente violeiro pantaneiro. Nesta cantoria Cajuquim fica até que adormece e viaja.
Nesse momento ele se conecta à sua bicicleta. Primeiro saem duas rodas de seu rosto e outras duas de seu corpo, uma de cada lado. Além dessas quatro rodas, podem ser vistas mais 2 rodas que pendem das correntes conectadas em sua careta. Tal que esse é um veículo singular que é todo conectado ao corpo do pequeno Cajuquim.
Há mais duas rodas sobressalentes ligadas a parte da frente, onde tem uma roda bem grande que guia as demais. Essa roda grande contém uma outra roda bem pequena que sobressai sobre a careta de Cajuquim. Pendurado a seu corpo vai a companheira inseparável a sua linda Viola.
Com todos os seus acessórios devidamente conectados Cajuquim começa sua viagem pelo espaço sideral contemplando as estrelas brilhantes e a grande lua cheia que ilumina o céu cuiabano.
A certa altura dessa viagem resolve aportar em um Planeta. Logo percebe que é um planeta “solitário”. Resolve descer e vê que se pode andar e respirar tranquilamente naquele pequeno planeta. Em sua caminhada ele encontra uma pequenina Rosa, percebe também a existência de três vulcões extintos e um Baobá. Procurando fazer contato localiza um habitante nativo. Nos comandos de sua bike voadora identifica ser o Planeta B-612.
Cajuquim fica muito feliz pois identificou que esse Planeta é o lar do Pequeno Príncipe, dito e feito, logo eles se encontram: Cajuquim e o Pequeno Príncipe o senhor do Planeta B-612. Eles se cumprimentam cortesmente.
– Boa noite, meu Príncipe.
– Boa noite, Sr. viajante.
– Pois sim, sou Cajuquim Pantaneiro e estou de passagem por seu Planeta.
– Oh! Que maravilha, seja bem-vindo Cajuquim. Fico muito feliz com sua visita.
O Pequeno príncipe recebeu alegremente Cajuquim Pantaneiro. Ele ficou muito feliz por ter um visitante em seu Orbe. Para celebrar Cajuquim toca uma bela melodia em sua Viola e ambos cantam uma linda canção de amizade para alegar a bela e única Rosa favorita do anfitrião. Conversam por várias horas, mas era preciso voltar, seguir sua viagem, pois já se vão muito tempo e há muitos lugares a visitar.
Despedem-se e lá se vai Cajuquim seguindo sua nova jornada intergaláctica.
O Pequeno Príncipe que nunca recebia visita, finalmente se sentiu muito alegre e honrado por receber a visita de Cajuquim Pantaneiro.
Já de volta ele navega pelas estrelas, ora para em um canto e canta uma canção, ora para outro e faz um novo amigo, supera obstáculos aqui, desvencilha dos perigos ali e vai navegando nesse imenso universo.
Quando se apercebe é hora de despertar. Em um galho logo ali o amigo Galo começa sua cantoria anunciando o alvorecer.
Já é dia e novas aventuras espera Cajuquim e seus amigos. Serão novas canções a entoar. Ah! esse moço é um excelente violeiro pantaneiro.
Não demora muito e acessa o seu galho a amiga Pintada e em seu encalço o amigo Verde Xumbim chega prontos para passearem.
Cajuquim cumprimenta seus amigos e ponteia sua viola. Segue nesse novo dia para mais tarde, logo que adormecer, sonhar mais um sonho encantado embalado pela brisa morna das “calientes” noites cuiabanas.
Nesse vai e vem, lá se vão 300 anos nessa cuiabania. Esse Cajuquim Pantaneiro é Digoreste, então não é xô mano! Sim senhor.