Potamotrygon motoro (Müller & Henle, 1841).
Nome(s) popular(es):
Arraia, arraia-de-fogo, raia.
Tamanho
Mais de 70 ,0 cm de diâmetro do disco.
Alimentação
Peixes e crustáceos.
Usos e importância da espécie
Consumida como alimento; aquariofilia.
Nome Xavante:
Têpêbö.
Dimorfismo sexual
Os machos apresentam clásper ou pterigopódio, i.e., uma modificação das nadadeiras pélvicas e que serve como órgão copulador. É uma estrutura dotada de sulco, por onde fluem os espermatozóides durante a cópula. É caráter permanente (vide fotos comparativas de macho e fêmea).
Descrição da espécie
Esqueleto cartilaginoso; corpo e cabeça achatados, em forma de disco, revestidos por diminutas escamas placóides (daí a sensação de lixa ao tocá-la); nadadeiras peitorais profundamente modificadas, formando uma orla em volta do disco, unidas na parte anterior do focinho; cauda estreita, distintamente separada do disco, e de tamanho aproximadamente igual ao diâmetro do disco; espinhos médio-dorsais relativamente grandes na cauda, geralmente dispostos em série longitudinal; fenda bucal situada ventralmente; cinco pares de aberturas branquiais situadas na região ventral; um par de olhos situados dorsalmente; uma abertura de cada lado do olho, o espiráculo. Superfície dorsal do disco variando de marrom-oliváceo a cinza-escuro, com manchas ocelares amarelas ou alaranjadas circundadas de negro, maiores que o olho na região central do disco, diminuindo de tamanho em direção às margens. As raias são ovovíparas, i.e., a fecundação e o desenvolvimento são internos, mas sem a formação de uma placenta, de maneira que a fêmea libera filhotes; cerca de três meses de gestação. Na cópula, o macho introduz apenas um clásper. Preferem águas paradas, relativamente rasas e de substrato arenoso ou argiloso, no qual permanecem apoiadas ou semi-enterradas. Espécie pouco freqüente ou rara nos cursos superior e médio dos riachos e córregos do PESA, ocorrendo mais nos cursos inferiores, principalmente na época das águas altas.
Referência:
Venere, Paulo Cesar; Garutti, Valdener. Peixes do Cerrado-Parque Estadual da Serra Azul-Rio Araguaia, MT. São Carlos: RiMa Editora, FAPEMAT, 2011. p. 32-33