Óleo de Babaçu

Nome científico da planta

Attalea speciosa Mart. ex. Spreng.

Nomes populares da planta

Babaçu, coco-palmeira, coco-de-macaco, coco-pindoba, baguaçu, uauaçu, catolé, andaiá, andajá, indaiá, pindoba e pindobassu.

Características do óleo

É um óleo extraído das amêndoas do coco babaçu, possui alto teor de ácido láurico, odor e sabor suave característico (MIQCB, 2020).

Usos

É utilizado pela indústria alimentícia para a fabricação de óleo comestível, gordura vegetal, margarinas (COSTA MACHADO et al., 2006) e gorduras especiais para confeitaria; é usado também pela indústria química e farmacêutica para a produção de cosméticos e produtos de limpeza, como sabonetes, xampus, sabões, glicerina, ácidos graxos, velas, pomadas, cremes faciais, corporais e emulsões de limpeza (COSTA MACHADO et al., 2006; GUMIERO, 2011)

Benefícios

Possui propriedade anti-inflamatória, cicatrizante, antisséptica, antiviral, antifúngica, bactericida e vários estudos comprovaram as atividades antitumorais (GUMIERO, 2011).

Uso em comunidades tradicionais

Nas comunidades tradicionais o babaçu é totalmente aproveitado, uma das partes aproveitadas é a amêndoa, no qual é usada para a produção de óleo para o consumo doméstico e para o comércio que contribui para a renda familiar. Essa produção é feita quase que exclusivamente por mulheres, denominadas de quebradeiras de coco babaçu, que passam essa prática de gerações em gerações (ALBIERO, 2007).


Souza et al. (2011) avaliou as principais formas de uso terapêutico de produtos e subprodutos de babaçu na comunidade quebradoras de coco babaçu no Maranhão e verificou que o óleo de babaçu é utilizado pela comunidade por via oral para cicatrização de feridas cutâneas, no tratamento de gastrite e em forma de banhos de assento para o tratamento de vulvovaginites. Segundo Silva e Parente (2001) o uso do óleo de babaçu para tratamentos inflamatórios no trato genital feminino é explicado devido a sua ação anti-inflamatória. Estes dados contribuem para a validação do conhecimento popular sobre a utilidade do babaçu para o tratamento de doenças inflamatórias (GUMIERO, 2011).


De acordo com González-pérez et al. (2012) para os Kayapó o principal uso do óleo de babaçu é para a estética e devido ao seu cheiro agradável. Também é usado em rituais, o qual é misturado com sementes de urucum para obter uma pasta vermelha que posteriormente é passada na pele para a prática de diversos rituais diferentes como em casamentos, funerais, festa do milho, entre outros.


Os Kayapó diferentemente de outras comunidades tradicionais não usam o óleo de babaçu na alimentação, pois para eles o sabor é muito forte podendo causar dor de barriga. Esse óleo também é usado por eles para o comércio a base de trocas de recursos entre parentes de outras aldeias (GONZALEZ-PEREZ et al., 2012).

Referências bibliográficas

ALBIERO, Daniel; MACIEL, Antonio José da Silva.; LOPES, Antonio Cândido; MELLO,  Claudia Assad; GAMERO, Carlos Antonio. Proposta de uma máquina para colheita mecanizada de babaçu (Orbignya phalerata Mart.) para a agricultura familiar. Acta amazônica. vol. 37, p.337 – 346, jul./set. 2007. Disponível em:< https://www.scielo.br/pdf/aa/v37n3/v37n3a04>.


CAVALLARI, Marcelo Mattos; TOLEDO, Marcos Miranda. What is the name of the babassu? A note on the confusing use of scientific names for this important palm tree. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 67, n. 2, p. 533-538, Jun. 2016. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-
78602016000200533&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 24 Out. 2020.


Cooperativa Interestadual das Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu
(CIMQCB). MIQCB, 2020. Disponível em:  https://www.miqcb.org/>. Acesso em: 23 out. 2020.


COSTA MACHADO, Getúlio; PAES CHAVES, José Benício; ANTONIASSI, Alecrim. COMPOSIÇAO EM ÁCIDOS GRAXOS E CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DE ÓLEOS HIDROGENADOS DE COCO BABAÇU. Revista Ceres, vol. 53, nº 308, 2006, pp.463-470. Universidade Federal de Viçosa, Brasil. Disponível em: <https://www.redalyc.org/articulo.oa?d=305226674005>.


GONZALEZ-PEREZ, Sol Elizabeth et al . Conhecimento e usos do babaçu (Attalea speciosa Mart. e Attalea eichleri (Drude) A. J. Hend.) entre os Mebêngôkre-Kayapó da Terra Indígena Las Casas, estado do Pará, Brasil. Acta Bot. Bras., Feira de Santana , v. 26, n. 2, p. 295-308, Junho 2012 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?cript=sci_arttext&pid=S0102-33062012000200007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 24 Out. 2020.


GUMIERO, Viviane Cristina. Desenvolvimento e avaliação de nanoemulsões à base de óleo de babaçu (Orbignya oleifera) e extratos vegetais (Areca catechu, Glycyrrhiza glabra e Portulaca oleracea) para uso pós-sol. 2011. Tese (Doutorado em Medicamentos e Cosméticos) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, 2011. doi:10.11606/T.60.2011.tde-30112011-084007. Disponível em:<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-30112011-084007/en.php>.

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