Alfabeto das Plantas do Cerrado

Stryphnodendron adstringens

Nomes populares

Barbatimão, babatimão, barba-de-timão, casca-da-virgindade, faveira, barbatimão-branco

Partes utilizadas

Raiz e entrecasca

Descrição

Essa árvore costuma ter entre 3 a 5 metros de altura. Por fora, seu tronco possui coloração marrom escuro e por dentro, marrom claro por dentro. Entre a casca e o cerne do barbatimão, existe a entre casca formada por uma parte vermelha e fibras claras. As espigas de suas flores se assemelham muito a lagartas de fogo. O barbatimão ocorre no Norte (Tocantins), no Nordeste (Bahia), no Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), no Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) e no Sul (Paraná). 

Uso medicinal

O barbatimão é usado como cicatrizante de feridas da pele, para tratar gastrite, úlcera, infecção no útero, corrimento vaginal, coceira e sangramento proveniente de extração de dente.


O uso como cicatrizante de feridas da pele é feito em forma de banho local com o chá da planta ou em forma de pomada.


Tradicionalmente, utiliza-se o pó fino da entrecasca seca em feridas, mas é necessário ter muito cuidado com a limpeza do pó; por isso é mais recomendável usar o banho local ou a pomada.


O barbatimão não deve ser usado para tratar ferimentos profundos e recentes, pois o ferimento pode fechar antes do tempo e infeccionar.


O barbatimão também é muito usado como cicatrizante no tratamento de feridas em animais, principalmente para curar pisadura, que é o machucado provocado pelo arreio e cangalha no lombo do animal.


Para sangramento proveniente de extração de dente, usa-se fazer o bochecho com a água fria da entrecasca seca.


Para o tratamento de gastrite e úlcera, toma-se a água fria da entrecasca seca.


Para o tratamento de infecção no útero, usa-se o barbatimão em garrafadas, geralmente associado com outras plantas.


Para coceira e corrimento vaginal, recomenda-se fazer banho de assento, preparado com o chá da entrecasca seca (FARMACOPEIA POPULAR DO CERRADO, 2009). 

Formas de uso

As folhas e a entrecasca devem ser sempre usadas secas.

 

A quantidade de folhas ou entrecasca usadas para se fazer o remédio caseiro deve ser pequena, principalmente quando for para uso interno, pois a pacari é uma planta de natureza travosa, o que pode provocar intoxicação.

 

O chá é feito da entrecasca seca ou das folhas secas da pacari. O chá para banhar ferimentos deve ser mais concentrado que o chá para uso interno. 

 

A garrafada é feita curtindo-se a entrecasca seca no vinho branco ou na cachaça e, a tintura, curtindo-se a entrecasca seca no álcool de cereais. 

 

A pomada de pacari pode ser feita com as folhas secas ou com a entrecasca seca. O pó da pacari é feito com a sua entrecasca seca e deve ser bem fino (FARMACOPEIA POPULAR DO CERRADO, 2009).

Contraindicações

O uso interno desta planta não é indicado para mulheres grávidas e crianças.

 

Os remédios caseiros preparados com álcool não devem ser ingeridos por hipertensos ou por pessoas que estejam utilizando medicamentos (FARMACOPEIA POPULAR DO CERRADO, 2009).

Cuidados

O barbatimão pode ser tóxico se for usado acima da quantidade recomendada. Ele é uma planta que tem a natureza travosa, que aperta e, por isso deve ser usado com muito cuidado.


Os sintomas da intoxicação pelo uso da entrecasca do barbatimão são vermelhidão da pele, febre e prisão de ventre. Para auxiliar a desintoxicação, recomenda-se banhar a pessoa intoxicada com água de argila. Outra indicação é a pessoa tomar carvão vegetal de batata doce (FARMACOPEIA POPULAR DO CERRADO, 2009).

Referências Bibliográficas

DIAS, J.E.; LAUREANO, L.C. (Coord.) Farmacopeia Popular do Cerrado. 1 ed. Goiás: Articulação Pacari, 2009.

 

SCALON, V.R. 2015 Stryphnodendron in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB19133>.

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