Operculina macrocarpa

Nomes populares

Batata-de-purga, amaro-leite, jalapa

Partes utilizadas

Batata, sementes

Descrição

É uma trepadeira com raízes grandes que se torce sobre outras plantas para se alastrar. Suas folhas são verde-claro e possuem um formato peculiar de um coração pontudo. As flores da batata-de-purga se abrem como um sino e são amarelas. A planta ocorre no Norte (Amapá), no Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), no Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso) e no Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo).

Uso medicinal

As raspas secas da batata, em forma de garrafada ou em pó, são usadas como purgante, depurativo do sangue e para tratar má digestão. As raspas na forma de doces são usadas para tratar crianças com vermes.

 

A tapioca em forma de pó ou de pílula é usada como purgante, para depurar o sangue, combater verme, tratar anemia, gripe, inflamações, alergia, má digestão e impetigo, ferida que dá na pele das crianças. O mingau doce feito com tapioca é usado para tratar gripe, coceira no corpo e para combater o verme oxiúros. 

 

A mandipoeira e o chá das sementes são usados como purgante, para abrir o apetite, para tratar coceira, pereba no corpo, conjuntivite, dor na uretra e cólica menstrual. 

 

A pílula feita da resina da batata é usada como purgante e vermífugo. A resina misturada em doces ou no xarope é usada para tratar gripe e bronquite asmática (FARMACOPEIA POPULAR DO CERRADO, 2009).

Formas de uso

As raspas depois de secas podem ser usadas em garrafadas, para preparar doces medicinais, ou podem ser socadas no pilão até formar um triturado grosso ou pó. O pó das raspas pode ser usado misturado à comida, à água, ou em garrafadas. 

 

 

A resina é coletada ao se cortar a batata fresca, raspando o leite grosso e amarelado que mina de sua superfície. O leite seca e deixa a resina, que é mole, pegajosa e, fácil de ser enrolada em forma de pequenas pílulas, que devem ser colocadas para secar à sombra. A resina também pode ser misturada em doces medicinais e xaropes. 

 

As sementes da batata de purga também possuem resina, que podem ser socadas no pilão até formar uma massa. Essa massa pode ser enrolada em forma de pílula, ou ser usada no preparo de garrafada, ou ainda, ser usada na forma de chá em infusão quente. 

 

A tapioca é usada para fazer pílulas, para ser ingerida em forma de pó, ou na forma de mingau doce. 

 

A mandipoeira da tapioca pode ser tomada pura como remédio caseiro, ou ser usada para fazer garrafada, misturada com um pouco da massa que sobrou do coado da tapioca (FARMACOPEIA POPULAR DO CERRADO, 2009).

Contraindicações

O uso desta planta não é indicado para mulheres grávidas.

 

Os remédios caseiros preparados com álcool não devem ser ingeridos por hipertensos ou por pessoas que estejam utilizando medicamentos. Os remédios caseiros preparados com açúcar não devem ser ingeridos por diabéticos. 

 

A tradição recomenda que um remédio purgativo, como a batata de purga, deve ser acompanhado de dieta alimentar e repouso (FARMACOPEIA POPULAR DO CERRADO, 2009).

Cuidados

A batata de purga é um remédio muito forte, principalmente pelo seu poder purgativo e,  deve ser usado com cuidado e atenção, observando-se as doses recomendadas, que são bem pequenas. Doses para crianças são bem menores que para adultos.


Não se tem conhecimento sobre tratamento para intoxicações decorrentes de doses excessivas da batata de purga (FARMACOPEIA POPULAR DO CERRADO, 2009).

Referências Bibliográficas

DIAS, J.E.; LAUREANO, L.C. (Coord.) Farmacopeia Popular do Cerrado. 1 ed. Goiás: Articulação Pacari, 2009.

 

SIMÃO-BIANCHINI, R.; FERREIRA, P.P.A. 2015 Operculina in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB7108>.