Gênero e sustentabilidade no Cerrado goiano

Autor(a):

Verônica Lima da Fonseca Almeida

Resumo:

Gênero e sustentabilidade no cerrado goiano é uma dissertação que trata da tradição e da modernidade presentes na vida de vários grupos familiares residentes no núcleo urbano do município de São João D’Aliança que fica localizado na região do nordeste do Estado de Goiás. Estes grupos familiares tradicionais são pessoas que nasceram no município, na região ou vieram de Minas Gerais e de outros Estados antes de 1960, tendo a agricultura de subsistência como a principal forma de sustento familiar. O objetivo geral da pesquisa foi de analisar como as relações de gênero foram alteradas pelos processos de mudanças sociais e ambientais ocorridas ao longo do tempo no interior dos grupos familiares tradicionais. Adota a abordagem teórica interdisciplinar, amparada principalmente nos estudos antropológicos, sociológicos e ambientais, seus principais focos de discussão. A pesquisa etnográfica foi utilizada com levantamento da memória dos mais velhos, através de entrevistas (gravadas e transcritas) e observações cotidianas no interior de suas residências, nas reuniões do Projeto Mulheres das Águas e em outros momentos. Iniciou-se em 2007, prosseguindo em 2008 e 2009. Os resultados demonstram que, de fato, o modo de vida dos grupos familiares tradicionais foi alterado: muitos deixaram de produzir por terem perdido suas terras, seja por venda forçada, simbólica, ingênua, seja ainda por arrendamento para os grandes proprietários das fazendas modernas. A agricultura mecanizada trouxe a principal transformação no cenário ambiental, com o desmatamento para uso da terra; e social; com o desemprego e os empregos temporários, hoje, as oportunidades mais comuns dos lavradores locais. Com isto muitos estão morando na parte urbana, sendo que os homens têm ficado na maior parte do tempo desempregados e as mulheres é que tem sustentado a casa com trabalhos precários. Por outro lado, muitas mulheres estão procurando seus direitos em função da política pública especifica, mas estas sentem que a falta de informação e assistência a mulher ainda é um problema. Também se verificou que muitas mulheres entendem que a degradação ambiental interferiu na sua produção: foi reduzida sua ação no quintal, na roça e no uso dos recursos naturais próprios do cerrado goiano.

Referência:

ALMEIDA, Verônica Lima da Fonseca. Gênero e sustentabilidade no Cerrado goiano. 2010. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável)-Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

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