Arqueologia no Planalto Central
Arqueologia é entendida como a ciência que estuda a cultura por meio dos seus vestígios materiais. Seu foco principal é o conhecimento da pré-história e dos povos da antiguidade. No Brasil, a arqueologia tem como principal enfoque o estudo dos testemunhos da cultura paleoameríndia, ou seja, dos povos pré-históricos aqui estabelecidos antes da chegada dos portugueses. Outros ramos da Arqueologia têm se desenvolvido e se destacado, como a Arqueologia Histórica (que estuda os vestígios da ocupação humana no Brasil desde o início da colonização pelos europeus) e a Arqueologia Subaquática (que tem como objeto de análise os naufrágios e vestígios humanos submersos).
Sítios arqueológicos são os lugares onde encontramos evidências materiais de ocupações humanas do passado, como artefatos cerâmicos e líticos, ossos de animais e humanos, estruturas de terra, arte rupestre e restos de plantas. Seu estudo ajuda a reconstruir histórias humanas.
O patrimônio arqueológico integra o patrimônio cultural material e engloba todos os vestígios da existência humana e todos os lugares onde há indícios de atividades humanas, não importando quais sejam elas, estruturais e vestígios abandonados, de todo tipo, na superfície, no subsolo ou sob as águas, assim como o material a eles associados (Carta de Laussane). O Patrimônio Arqueológico possui uma base de dados finita e não comporta restauração, sua capacidade de suporte de alterações é muitíssima limitada.
Esse patrimônio caracteriza-se como o conjunto de locais onde habitaram as populações pré-históricas, e toda e qualquer evidência das atividades culturais desses grupos e inclusive seus restos biológicos. É formado não só por bens matérias (artefatos de pedra, osso, cerâmica, restos de habitação, vestígios de sepultamentos funerários), mas também e principalmente pelas informações deles dedutíveis a partir, por exemplo, da sua própria disposição locacional, das formas adotadas para ocupação do espaço e dos contextos ecológicos selecionados para tal. O Patrimônio Arqueológico (histórico) compreende os sítios arqueológicos históricos definidos durante o Congresso Internacional de Sítios Urbanos – 2002, realizado pelo Iphan, em Brasília.
I Congresso de Arqueologia do Centro-Oeste
O evento conjunto da V Reunião da Sociedade de Arqueologia Brasileira – Regional Centro-Oeste (SAB-CO) e o I Congresso de Arqueologia do Centro-Oeste, eventos organizados em parceria pela gestão da SAB-CO (Colaboração e Resistência 2020-2021) e o Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (MA/UFG), foi realizado remotamente entre os dias 17 e 19 de novembro de 2020 e teve como mote a colaboração e resistência, dois eixos de atuação indispensáveis em tempos de crises e incertezas.
O atual cenário socioambiental, político e econômico tem nos requisitado colaboração e resistência frente às ações que colocam em risco nossos indissociáveis patrimônios socioculturais e ambientais. A Região Centro-Oeste se destaca por sua diversidade ambiental e cultural conformada ao longo de milênios, cuja história da humanidade nestes sertões, que remete às ocupações primevas das Américas, vem sendo contada desde as primeiras pesquisas arqueológicas realizadas no país.
Nas mesmas proporções, a Região Centro-Oeste tem sido palco de projetos colonialistas seculares desde os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, vindo a culminar nas políticas nacionais desenvolvimentistas estabelecidas em Brasília, no Distrito Federal. Palco de várias fases econômicas ao longo da história, a região Centro-Oeste agora consiste em uma das últimas fronteiras agropecuárias do país e foco da exploração mineral e instalação de empreendimentos hidrelétricos, o que tem envolvido violação de direitos humanos, impactos ambientais e do patrimônio arqueológico. Sobre este último, as perdas são imensuráveis, posto que em certos casos sequer são antes devidamente pesquisados e resgatados.
Cadernos de resumos:
Museu Arqueológico e Histórico do Planalto Central
O parque Três Meninas, localizado em Samambaia, região administrativa próxima a Brasília, passou a sediar o Museu Arqueológico e Histórico do Planalto Central no dia 09 de setembro de 2014. O lançamento fez parte de um conjunto de ações desenvolvidas pela Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN-DF), com o apoio do Instituto Brasília Ambiental (IBRAM), entidade responsável pelos parques do Distrito Federal. Destacam-se a exposição “O IPHAN e o Patrimônio Arqueológico do Planalto Central”, realizada pelo IPHAN-DF, com o apoio do Departamento de Articulação e Fomento (DAF) e colaboração do IPHAN-Goiás e a exposição “Patrimônio Arqueológico no Planalto Central: Eco-História do Cerrado” sob a curadoria da Dra Rosângela Corrêa da Faculdade de Educação da UnB com apoio do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia (IGPA) – vinculado à Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PROPE) da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás).
Infelizmente o Museu teve suas portas fechadas no Parque Três Meninas, mas tornou-se itinerante dentro do Distrito Federal e você pode acompanhar as notícias sobre Arqueologia, Paleontologia, Antropologia, Museologia no Brasil e no mundo através da sua rede social:
https://www.facebook.com/museu.arqueologico.df/
Contato: museudocerrado.unb@gmail.com
Conheça a arqueologia no Cerrado
No Centro-Oeste estão 2.741 sítios arqueológicos, dentre eles alguns que indicam a presença humana há 25 mil anos na região, como no Sítio Arqueológico Santa Elina, na Serra das Araras, município de Jangada, Mato Grosso e foi encontrada a ossada de uma preguiça gigante, extinta há 10 mil anos.