Strymon ohausi, (Spitz, 1933)

Nome(s) popular(es):

Fadinha.

História natural:

Espécie de biologia e história natural ainda pouco conhecida, mas se sabe que S. ohausi ocorre em regiões de campo limpo no Cerrado e campos naturais no estado do Paraná. Outras espécies do gênero Strymon apresentam mirmecofilia (associação com formigas) facultativa no estágio larval.

Descrição:

Robbins e Nicolay (2001) descreveram a morfologia da espécie. “O padrão alar da espécie pode ser confundido com o de outras espécies de Lycaenidae de ambientes naturais abertos como Nicolaea cauter (Druce, 1907) e Arawacus tarania (Hewitson, 1868)” (ICMBIO, 2018, p. 170).

Distribuição:

Há registros da espécie nos municípios de Alto Paraíso e Pirenópolis (GO), São Caetano do Sul (SP), Diamantina (MG), Palmeira (PR) e Brasília (DF). A espécie endêmica do Brasil é restrita a ambientes de campos naturais e de Cerrado em áreas acima de 1.100 m de altitude, apesar de existir indícios de que seja localmente abundante (ex. PARNA da Serra do Cipó e PARNA das Sempre-Vivas, MG), não há informações populacionais disponíveis. “Desde sua descrição em 1933, não tem sido registrada em sua localidade-tipo, no município de São Caetano do Sul (SP). Apresenta redução de habitat ao longo de sua área de distribuição geográfica.” (ICMBIO, 2018, p. 170). 

Conservação:

Espécie categorizada como Em Perigo- EN (IUCN).

As principais ameaças são:

  • alteração no habitat em decorrência de ocupação urbana e queimadas;

  • destruição, perda, degradação e poluição de habitat por atividades agropecuárias conjuntamente aos efeitos do uso intensivo de agrotóxicos;

  • isolamento das populações ocasionado pelas ameaças anteriormente citadas.

São necessárias ações para conservação, como:

  • proteção das áreas de ocorrência da espécie;

  • manutenção das populações na UC e PARNA’s;

  • pesquisas voltadas para monitoramento das populações conhecida e descoberta de novas através de inventários específicos;

  • estudos sobre ecologia e biologia da espécie.

Referências

Brown Jr., K.S. 1993. Selected Neotropical species, p.146–149. In: New, T.R. (ed.). Conservation biology of Lycaenidae. Occasional Paper of the IUCN Species Survival Commission No 8. Gland: International Union for Conservation of Nature and Natural Resources. 173p.

 

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume VII – Invertebrados. In: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. (Org.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: ICMBio. 727p.

 

LANGNER, Simone et al. Association of three species of Strymon Hübner (Lycaenidae: Theclinae: Eumaeini) with bromeliads in southern Brazil. Journal Of Research On The Lepidoptera, [S.L.], v. 42, p. 50-55, jan. 2010.

 

ROBBINS, Robert K.; NICOLAY, Stanley S.. An overview of Strymon Hübner (Lycaenidae: Theclinae: Eumaeini). Journal Of The Lepidopterists’ Society, [S.L.], v. 55, n. 3, p. 85-100, jan. 2001.