Magnastigma julia, Nicolay, 1977

Nome(s) popular(es):

História natural:

Magnastigma julia se reproduz várias vezes por ano, com principal ocorrência entre os meses de abril e julho, durante a estação seca. Encontrada em cerrados arbustivos, fisionomias abertas, campestres, rente a declividades pedregosas e úmidas, acima de 900 m de altitude. Populações restritas e com poucos indivíduos, normalmente relacionada à presença de sua planta hospedeira, trepadeira parasita Cassytha filiformis (Lauraceae). As fêmeas colocam seus ovos nas manchas da trepadeira, mesmo local onde as lagartas são encontradas e os machos defendem territórios.

Descrição:

Magnastigma julia é uma borboleta muito pequena (asa anterior 9mm), marrom escura, com mancha androconial negra muito grande na margem costal da face dorsal e pequenos pontos vermelhos submarginais na face ventral da asa posterior; as franjas e caudas brancas. Representa a menor espécie e a menos colorida dentro do gênero; é quase invisível quando voa rapidamente entre hastes de plantas arbustivas ou gramíneas” (CASAGRANDE; MIELKE; BROWN, 1998, p. 257).

Distribuição:

Endêmica do Brasil, “é encontrada em Brasília (DF), no município de Alto Paraíso de Goiás, nas proximidades do PARNA da Chapada dos Veadeiros e em Pirenópolis e Cocalzinho de Goiás, próximo à Serra dos Pireneus (GO) e nos municípios de Barbacena e Santana do Riacho (MG)” (ICMBIO, 2018, p. 169; EMERY; BROWN JR; PINHEIRO, 2006; SILVA et al., 2016)

Conservação:

Espécie categorizada como Em Perigo (EN) e Ameaçada (IUCN e ICMBio).

É rara, existem poucos dados sobre a espécie e é conhecida no Cerrado porção central em poucos locais próximos entre si. A perda e fragmentação de habitat, consequência dos impactos causados pelas atividades agropecuárias no Cerrado geram severo isolamento das populações. As queimadas, ocupação urbana e uso de agrotóxicos também representam ameaças à espécie.

“É necessária a proteção das áreas em que a espécie ocorre” (ICMBIO, 2018, p. 169) e “localização de novas colônias, preservação de seus hábitats, estudos ecológicos e biológicos” (FREITAS; MARINI-FILHO, 2011, p. 46).

Referências

CASAGRANDE, Mirna M; MIELKE, Olaf H.H; BROWN JR, Keith S. Borboletas (Lepidoptera) ameaçadas de extinção em Minas Gerais, Brasil. Rev. Bras. Zool., Curitiba, v.15, n.1, p. 241-259, 1998. https://doi.org/10.1590/S0101-81751998000100021.

 

EMERY, Eduardo de Oliveira; BROWN JR, Keith S.; PINHEIRO, Carlos E. G.. As borboletas (Lepidoptera, Papilionoidea) do Distrito Federal, Brasil. Rev. Bras. entomol., São Paulo, v. 50, n. 1, p. 85-92, Mar. 2006. https://doi.org/10.1590/S0085-56262006000100013.

 

FREITAS, A. V. L.; MARINI-FILHO, O. J. Plano de Ação Nacional para Conservação dos Lepidópteros Ameaçados de Extinção. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ICMBio, 2011. 124 p. (Série Espécies Ameaçadas; 13).

 

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume VII – Invertebrados. In: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. (Org.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: ICMBio. 727p.

 

SILVA, N. A. P.; KAMINSKI, L. A.; SOARES, G. R.; FREITAS, A. V. L.; MARINI FILHO, O.J.; Uma agulha no palheiro: o desafio de encontrar, revelar e conservar a pequena borboleta ameaçada Magnastigma julia (Lycaenidae), 03/2016, XXXI Congresso Brasileiro de Zoologia,Vol. 1, pp.1-3, Cuiabá, MT, Brasil, 2016.

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