Alfabeto das Plantas do Cerrado

Lobeira

Nome popular: Lobeira, fruta-do-lobo

 

Família: Solanaceae

 

Forma de vida: Arvoreta ou arbusto

 

Frutificação no Cerrado: ao longo do ano

 

Dispersão: mamíferos terrestres

 

Polinização: abelhas

 

Habitat e distribuição: Savânico, campestre e florestal, em Cerrado Típico, Vereda, Campo Sujo e Cerradão. Domínio: Cerrado.

 

Características da espécie: Arbusto ou arvoreta de 2 a 5 metros de altura. Suas folhas são simples, alternadas, coriáceas, apresentando tricomas. As flores são roxas, em forma de estrela (Kuhlmann, 2018).

 

Características dos frutos: Os frutos são do tipo baga, verde, globosos, carnosos, amarelado e com odor forte quando maduro, com sementes numerosas, cinza-escuras, reniformes e achatadas. A maturação dos frutos ocorre ao longo do ano, com pico no começo das chuvas.

Aproveitamento

Os frutos são comestíveis na forma de geleias depois de serem bem cozidos. São usados também com ação diurética, calmante e no tratamento de diabetes, na medicina popular. No lobo-guará, seu principal consumidor e dispersor, possui efeito vermífugo (Kuhlmann, 2018).

Referências

KUHLMANN, Marcelo. Frutos e sementes do Cerrado: espécies atrativas para a fauna. 2ª ed., Brasília, 2018.

Solanum lycocarpum

Nome popular

Lobeira

Características do fruto

A lobeira é uma pequena árvore de até 4 metros de altura, de flores roxas. Os frutos são do tipo baga, verde, endocarpo polposo, amarelado e aromático, com sementes numerosas, cinza-escuras, reniformes e achatadas. É uma planta perenifólia e pioneira, ocorrendo comumente nas margens degradadas do Cerrado.

Habitat e distribuição

Savânico, campestre e florestal, em Cerrado Típico, Vereda, Campo Sujo e Cerradão. Domínio: Cerrado.

Relação animal/planta

A lobeira possui grande importância na atração da fauna, servindo de alimento para várias espécies. Pelas características dos frutos da lobeira, eles encaixam-se em síndrome de dispersão por mamíferos. A planta se beneficia da interação com o animal, tendo suas sementes dispersadas, reduzindo a possibilidade de endocruzamento e sua mortalidade, ao se distanciar da planta-mãe, estabelecendo-se em locais favoráveis à sua germinação (Howe; Smallwood, 1982). Além disso, a passagem da semente pelo trato digestório desses animais torna as sementes mais propensas à germinação (Rodrigues, 2002). Seu principal consumidor é o lobo guará, o qual mostra-se um importante agente dispersor das sementes de Solanum lycocarpum, espécie nativa do Cerrado, e essencial para o aumento da taxas de germinação das sementes na natureza. Já a passagem pelo tubo digestivo da anta e dos canídeos melhoram ou, no máximo, não interferem na probabilidade de germinação das sementes (Rodrigues, 2002).

Conheça as espécies de animais que consomem seus frutos

 

Família

Espécie

Nome popular

 

  Mamíferos

Canidae

Chrysocyon brachyurus

Lobo guará

Tapiridae

Tapirus terrestris

Anta

Canidae

Cerdocyon thous

Cachorro-do-mato

Referências

HOWE, H. F.; SMALLWOOD, J. Ecology of Seed Dispersal. Annual Review of Ecology and Systematics, v. 13, n. 1, p. 201–228, 1982. https://doi.org/10.1146/annurev.es.13.110182.001221

 

KUHLMANN, Marcelo. Frutos e sementes do Cerrado: espécies atrativas para a fauna. Volumes I e II, Brasília, 2018.

 

RODRIGUES, Flávio Henrique Guimarães. Biologia e conservação do lobo-guará na Estação Ecológica Águas Emendadas, DF. 96 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.

 

VELOSO, Aline Carneiro. Dispersão de sementes de Lobeira pelo lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) em área de Cerrado, com reflorestamento de eucalipto como matriz de entorno – Minas Gerais. 64 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Uberlândia, 2019.