Cerrado se destaca com 46% das cavernas identificadas até agora

Brasil ultrapassa 26 mil cavernas registradas; Cerrado concentra quase metade das cavidades conhecidas

O Brasil atingiu um marco importante na conservação e no conhecimento de seu patrimônio subterrâneo: já são 26.046 cavernas registradas oficialmente no país. Os dados fazem parte da nova edição do Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro, publicada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Entre 2023 e 2024, foram cadastradas 2.668 novas cavidades naturais subterrâneas, representando um crescimento de 11,41% em relação ao ano anterior. A maior parte dessas descobertas ocorreu em regiões já conhecidas por sua riqueza espeleológica, com destaque para o estado de Minas Gerais, que lidera o ranking nacional com quase metade das cavernas conhecidas.

Do ponto de vista dos biomas, o Cerrado se sobressai: 46% de todas as cavernas registradas no país estão localizadas nesse bioma, que é também um dos mais ameaçados pelo avanço do desmatamento e das atividades humanas. Esse dado reforça a importância estratégica do Cerrado para a conservação da biodiversidade subterrânea e para a proteção de ecossistemas frágeis e únicos.

Mais do que impressionantes formações geológicas, as cavernas são habitats fundamentais para espécies endêmicas, muitas delas adaptadas

exclusivamente à vida subterrânea, além de serem reservatórios naturais de água, ambientes de conservação de minerais raros e fontes valiosas para pesquisas científicas sobre mudanças climáticas.

Outro dado revelador do anuário é o aumento de 280% nas pesquisas científicas envolvendo cavernas nos últimos 16 anos, o que demonstra o crescente interesse da comunidade científica por esses ecossistemas e a ampliação dos esforços para compreendê-los e protegê-los.

O Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro é uma das principais ferramentas de acompanhamento do estado atual das cavernas no Brasil e está disponível gratuitamente no site do ICMBio:
Acesse o anuário aqui