Análise de atributos da vegetação e do solo em cerrado sensu stricto, 20 anos após distúrbios antrópicos
Autor(a):
Fernanda Monteiro de Morais
Resumo:
Avaliaram-se as respostas do solo e da vegetação lenhosa arbórea-arbustiva em cerrado sensu stricto na Fazenda Água Limpa-UnB, quanto à estrutura da vegetação, produção volumétrica e atributos físicos do solo, cerca de 20 anos após ter sido submetida a corte raso e enriquecimento. Em 1988, dezoito parcelas de 20 x 50 m foram submetidas a seis tratamentos: desmatamento com lâmina e retirada da lenha; desmatamento com lâmina, retirada da lenha e duas gradagens; desmatamento com lâmina, retirada da lenha e fogo; corte com motosserra e retirada da lenha; corte com motosserra, retirada da lenha e fogo; e corte com motosserra, retirada da lenha, fogo, destoca com lâmina e duas gradagens. Em 1990 as parcelas foram submetidas a novos tratamentos com plantios de enriquecimento, envolvendo as espécies: Aspidosperma olivaceum M. Arg., Calophyllum brasiliense Camb., Copaifera langsdorffii Desf., Cordia sp. L., Cryptocarya aschersoniana Mez e Dalbergia nigra Fr. Allem. As parcelas foram avaliadas quanto à florística, à estrutura, à produção volumétrica para fins energéticos e aos atributos físicos do solo. Os tratamentos foram similares entre si e apresentaram alta diversidade florística. As espécies introduzidas com o plantio de enriquecimento não apresentaram bom desenvolvimento, não se destacando na estrutura da vegetação. Entretanto, os tratamentos submetidos ao plantio de enriquecimento apresentaram alta produção volumétrica. Não foram observadas diferenças significativas quanto aos parâmetros físicos do solo entre as profundidades de 0-20 cm e de 20-40 cm e entre os seis tratamentos avaliados. O solo na área foi classificado como muito argiloso e argiloso laterítico, pelos métodos do triângulo textural e MCT (Miniatura Compactada Tropical), respectivamente. A resistência à penetração do solo variou de forma irregular ao longo do perfil, não sendo possível associar este parâmetro com a produção em volume. As propriedades físicas do solo não foram responsáveis pelas diferenças encontradas no volume e nos parâmetros florísticos e fitossociológicos.
Referência:
MORAIS, Fernanda Monteiro de. Análise de atributos da vegetação e do solo em cerrado sensu stricto, 20 anos após distúrbios antrópicos. 2009. 99 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2009.