Relações entre uso e cobertura da terra e unidades geomorfológicas na bacia hidrográfica do ribeirão Mestre D’armas (DF)

Autor(a):

Pedro Ribeiro Martins

Resumo:

Nas últimas décadas, mais da metade da extensão original do bioma Cerrado foi transformada em pastagens, culturas anuais e outros tipos de uso. Apesar dessa intensificação, nos últimos vinte anos observou-se uma estabilização em relação à abertura de novas áreas antropizadas, principalmente, devido às características do meio físico desse bioma. O monitoramento dessas alterações pode ser feito por meio de dados de sensores orbitais, que possibilitam o mapeamento das dinâmicas das coberturas da terra e seus padrões de distribuição espacial. O objetivo deste trabalho foi avaliar a dinâmica da paisagem da bacia do ribeirão Mestre D’armas, por meio do levantamento do uso e cobertura da terra entre os anos de 1985 e 2014, e suas relações com o relevo. A partir dos dados adquiridos pelo projeto Shuttle Radar Topography Mission (SRTM), foi delimitada automaticamente a área de drenagem desta bacia. Foram mapeados os usos e coberturas da terra no intervalo estudado, tendo sido utilizados dados dos sensores Thematic Mapper (TM) e Operational Land Imager (OLI) a bordo dos satélites Landsat 5 e 8, repectivamente. Esses resultados foram avaliados em função do mapeamento geomorfológico realizado por Sena-Souza et al. (2014). A partir dos mapeamentos de cobertura da terra, constatou-se que as ocupações agropastoris são as principais responsáveis dentre as classes de uso da terra pela conversão de áreas naturais, padrão observado desde o início da ocupação do Cerrado. Com a sobreposição do mapeamento de cobertura ao de geomorfologia, observou-se que a unidade geomorfológica Rampa de Colúvio Proximal apresentou, em um período de 29 anos, uma perda de 10,68 km² de áreas naturais, sendo 7,25 km² por atividades agropastoris. Na unidade Rampa de Colúvio Distal, verificou-se uma conversão de 11,89 km² das áreas naturais, em sua maior parte, causada pelo adensamento urbano (8,35 km²). De 1985 a 2014, as áreas naturais da unidade Rebordo apresentaram uma perda de 9,86 km², com um aumento de 29,37% de áreas antrópicas neste período. Por fim, na unidade Frente de Recuo Erosivo, as áreas naturais, apresentando uma perda de 10,67% de sua área total em 29 anos, devido ao padrão de relevo acidentado que não favorece atividades humanas. As atividades antrópicas ficaram concentradas nas áreas das Rampas de Colúvio e também nas Chapadas. Esse padrão de ocupação pode influenciar futuros problemas relacionados à erosão nessa bacia. Dessa forma, é importante o desenvolvimento de estudos de quantificação dos processos erosivos da bacia, como subsídio para o ordenamento territorial.

Referência:

MARTINS, Pedro Ribeiro. Relações entre uso e cobertura da terra e unidades geomorfológicas na bacia hidrográfica do ribeirão Mestre D’armas (DF). 2015. 39 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Ciências Naturais)—Universidade de Brasília, Planaltina-DF, 2015.

Disponível em:

);