Regime de umidade em um substrato revegetado com lodo de esgoto no Distrito Federal

Autor(a):

Thyego Pery Monteiro de Lima

Resumo:

O levantamento de áreas mineradas no Distrito Federal (DF) revelou a existência de 2.630 hectares explorados pela mineração e desprovidos de cobertura vegetal em 2015. A recuperação dessas áreas geralmente envolve a incorporação de uma fonte de matéria orgânica e nutrientes aos substratos minerados para reconstrução de um ambiente edáfico capaz de proporcionar o crescimento de plantas. No DF, o lodo de esgoto é utilizado nesse processo. Porém, as consequências dessa prática não estão totalmente compreendidas. Estudos constataram que substratos revegetados com lodo de esgoto no DF acumulam carbono orgânico ao longo do tempo, resultando em teores duas vezes mais altos em relação aos medidos em solos sob florestas na mesma região. Menos de 35% desse carbono orgânico nos substratos revegetados eram originários do lodo de esgoto inicialmente incorporado. A saturação por água por longos períodos é um dos fatores que pode explicar esse fenômeno. Nesse sentido, é necessário compreender o regime de umidade em substratos revegetados no Cerrado e, principalmente, entender se o comportamento da umidade favorece o acúmulo de carbono orgânico nesses materiais. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo verificar se o regime de umidade de um substrato de mineração revegetado com lodo de esgoto no Distrito Federal apresenta requisitos para proporcionar o acúmulo de carbono orgânico. Para isso, realizou-se a caracterização de um substrato minerado exposto, um substrato revegetado com lodo de esgoto e um solo sob Cerrado strictu sensu. Foram mensuradas as seguintes variáveis: densidade aparente, granulometria, condutividade hidráulica na saturação, teor de água à capacidade de campo e ponto de murcha permanente, porosidade total, microporosidade, macroporosidade e resistência mecânica à penetração. Posteriormente, determinou-se o teor de água desses materiais ao longo da estação chuvosa de 2017/2018 e a tensão com que a água estava retida. Foi constatado que o substrato subsuperficial, o substrato revegetado e o solo sob Cerrado apresentam comportamentos distintos quanto à umidade. Ficou evidenciado que o substrato subsuperficial, localizado abaixo do substrato revegetado está submetido a um regime prolongado de alta umidade e apresenta condições que favorecem o acúmulo de carbono.

Referência:

LIMA, Thyego Pery Monteiro de. Regime de umidade em um substrato revegetado com lodo de esgoto no Distrito Federal. 2019. 97 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais)—Universidade de Brasília, Planaltina, 2019.

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