Javaé

Origem do nome

A palavra javaé ou javaés é de origem desconhecida, enquanto a palavra karajá seria de origem Tupi-Guarani, com o significado de “mono grande” (macaco guariba), provavelmente atribuída ao povo em questão pelos bandeirantes, que utilizavam a Língua Geral. Xambioá, por sua vez, derivaria da expressão nativa ixy 1 biawa, “povo companheiro ou amigo”, ou de sy biawa, “outro lugar”.

Como principal autodesignação, os Karajá e Javaé utilizam o termo Iny, palavra que significa “gente” ou “ser humano”. Em seu sentido mais amplo, todos os seres humanos, incluindo os não-índios, são iny (com letra minúscula). Em seu sentido mais estrito (com letra maiúscula), refere-se apenas aos Javaé, embora os Karajá também o utilizem como autodenominação. Os dois grupos se autodenominam Itya Mahãdu (“o povo do meio”), em razão de se conceberem morando no nível intermediário do cosmos, entre o nível subaquático e o nível celeste. Também se autodesignam Ahana Òbira Mahãdu (“o povo de fora” ou “o povo com a face de fora”), em uma referência à ascensão mítica primordial, quando os humanos que moravam no fundo das águas (um espaço fechado, abaixo do leito do rio Araguaia) saíram de baixo para o nível terrestre atual, concebido como um lugar amplo e aberto.

Localização do povo

Desde tempos imemoriais, os Javaé, Karajá e Xambioá habitam o vale do rio Araguaia, em cujo médio curso está localizada a Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. O rio Araguaia nasce na Serra dos Kayapó, ao sul de Goiás, alcança 2.627 km de extensão e desemboca no baixo Tocantins, no ponto setentrional extremo do Estado de Tocantins, fazendo parte da bacia amazônica. Em grande parte de seu curso, o rio corre por uma imensa planície, inundável durante a estação das chuvas, situada entre o rio Xingu, a oeste, e o rio Tocantins, a leste.

Referências bibliográficas

Patrícia de Mendonça Rodrigues. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Java%c3%a9>. Acesso em: 08 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020.

);