Savana perdeu ao menos 4.718 quilômetros quadrados em 2018 e 46% da cobertura original

O PRODES Cerrado, mapeamento anual completo do desmatamento deste bioma, é resultado do Programa de Investimento Florestal (FIP) do Banco Mundial, assim como o DETER Cerrado, este para produção de dados voltados à fiscalização e controle do desmatamento do segundo maior bioma da América do Sul.

O Cerrado é a segunda maior região biogeográfica da América do Sul e é considerada a formação savônica mais biodiversa do mundo. Com aproximadamente dois milhões de km quadrado ocupa cerca de 25% do território brasileiro.

A partir da década de 1970 o Cerrado se transformou em uma nova e importante fronteira agrícola brasileira. Essa transformação modificou os aspectos socioeconômicos regionais e impulsionou a produtividade agropecuária, tornando o Brasil um dos principais produtores mundiais de commodities agrícolas. Mas a implementação do conjunto de ações para ocupação humana no Cerrado teve como consequência o aumento do desmatamento – responsável por grande parte das alterações da sua paisagem.

Assim, o Brasil se viu encorajado a estruturar um sistema oficial de monitoramento sistemático do desmatamento para esta região. Neste contexto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) está divulgando os resultados do projeto PRODES Cerrado que consiste no mapeamento do desmatamento para toda extensão do Cerrado de 2000 a 2017. Por meio do projeto foi construída uma séria histórica bienal da remoção antrópica da vegetação natural para o período de 2000 a 2012 e anual para os anos de 2013 a 2017.

Estas atividades receberam apoio financeiro do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Banco Mundial, além das instituições alemães KfW e GIZ. Em particular os dados produzidos para os anos de 2016 e 2017 são resultados do projeto FIP FM Cerrado, que tem apoio do Programa de Investimento Florestal (FIP) e do Banco Mundial que proverá recursos para a continuidade da iniciativa até 2020.

O Projeto de Desenvolvimento de Sistemas de Prevenção de Incêndios Florestais e Monitoramento da Cobertura Vegetal no Cerrado Brasileiro faz parte do Plano de Investimento Brasileiro (BIP) no âmbito do Programa de Investimento Florestal (FIP), gerido pelo BIRD, cujos aportes de recursos são do Fundo Estratégico do Clima (SCF). O SCF tem como finalidade auxiliar países em desenvolvimento a adaptarem seus modelos de desenvolvimento as realidades impostas pelas mudanças climáticas, de modo a torná-los mais resilientes, além de tratar de outras questões setoriais por meio de programas direcionados.

A iniciativa é financiada com recursos do Banco Mundial ( World Bank – IBRD-IDA ) e articulam-se o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), com foco na construção de sinergias que potencializem as políticas setoriais voltadas à redução do desmatamento, mediante o aprimoramento da gestão ambiental em áreas antropizadas, e a geração e disponibilização de informações ambientais para toda a área ocupada do bioma Cerrado. Além destes dois Ministérios, há participação do Ministério da Fazenda (MF), atuando como Coordenador Focal Nacional. Participam também o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal de Goiás (UFG).

O projeto tem como triplo objetivo fortalecer a capacidade institucional do Brasil para o monitoramento do desmatamento, disponibilizar informações sobre riscos de incêndios florestais e estimar a emissão de GEE oriunda do desmatamento e das queimadas no Cerrado (fonte: site MCTIC)

A Coordenação-geral de Observação da Terra (OBT) do INPE é responsável pela Componente 1 do projeto que trata especificamente do monitoramento do desmatamento, tendo como principais atividades:

  • . Mapeamento anual do desmatamento – PRODES Cerrado.
  • . Detecão do desmatamento em tempo quase real – DETER Cerrado.
  • . Capacitação dos beneficiários do projeto na interpretação e uso das informaões geradas pelo sistema de monitoramento do Cerrado.
  • . Implementação de um sistema de controle de qualidade de dados para o sistema de monitoramento do desmatamento do Cerrado, em parceria com a UFG.

Os beneficiários do Projeto são as instituições e os atores envolvidos no monitoramento e na conservaço do bioma Cerrado, entre os quais o INPE, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PREVFOGO), órgãos de meio ambiente estaduais e municipais, a Polícia Federal, os governos municipais e suas brigadas de combate a incêndios florestais, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Ministério do Desenvolvimento Rural (MDA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Fundação Nacional do índio (FUNAI), o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), gestores de áreas protegidas, instituições acadêmicas e educacionais, organizações da sociedade civil e associações de produtores e proprietários.

O monitoramento sistemático do Cerrado amplia de forma significativa o conjunto de dados produzidos pelo INPE sobre a cobertura da terra na Amazônia e no Cerrado, garantindo uma base de informações sobre o desmatamento em áreas de vegetação natural de 73% do território brasileiro, dados indispensáveis para formulação de políticas públicas nestas duas regiões.

Fonte: http://www.obt.inpe.br/cerrado/#sobre

 

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