Fitogeografia da vegetação arbustivo-arbórea em áreas de cerrado rupestre no Estado de Goiás

Autor(a):

Tassiana Reis Rodrigues dos Santos 

Resumo:

O cerrado rupestre é um subtipo do cerrado sentido restrito que geralmente ocorre em ambientes com afloramentos rochosos e predominantemente em Neossolos Litólicos. O presente estudo é o primeiro de caráter fitogeográfico para o cerrado rupestre no Estado de Goiás e tem como objetivo avaliar a composição florística da vegetação arbustivo-arbórea e analisar a distribuição espacial das espécies em dez áreas. A amostragem foi padronizada para todas as áreas, onde foram estabelecidas dez parcelas de 20 × 50 m, totalizando 1 ha para cada área. Todos os indivíduos com diâmetro a 30 cm do solo – DAS ≥ 5 cm foram incluídos na amostragem. Os dados ambientais coletados foram: temperatura máxima, declividade, altitude, pH e textura do solo (areia, silte e argila). A análise da vegetação foi realizada por meio da similaridade florística calculada pelo índice de Sørensen (qualitativo) e Czekanowski (quantitativo), como também pelas análises multivariadas de classificação (TWINSPAN) e ordenação (CCA). Nas dez áreas inventariadas foram amostrados 13.041 indivíduos arbustivo-arbóreos, pertencentes a 219 espécies, distribuídas em 129 gêneros e 54 famílias botânicas. Fabaceae foi a família mais representativa, seguida por Myrtaceae, Melastomataceae, Vochysiaceae, Malphigiaceae e Rubiaceae. Dentre as espécies amostradas, vinte e seis (11,87% do total) foram consideradas raras e apenas nove (4,10%) apresentaram distribuição restrita a ambientes rupestres. Os valores de similaridade florística pelo índice de Sørensen > 0,50 entre as dez áreas representaram um valor médio de 42,3%. Para o índice de Czekanowski, todos os valores foram < 0,50, com exceção de um. A classificação pela técnica de TWINSPAN gerou quatro divisões. De modo geral, a baixa densidade das espécies indicadoras em quase todas as divisões foi responsável pela formação dos grupos. A ordenação pela técnica de CCA resultou em padrão de distribuição agrupada das áreas de cerrado rupestre analisadas, sendo o primeiro eixo influenciado pelo gradiente edáfico, com base na textura e no pH do solo e o segundo eixo com pouca expressividade na separação das áreas. Neste sentido, floristicamente, parece que as áreas de cerrado rupestre no Estado de Goiás são relativamente homogêneas e aparentemente o que as distinguem é o tamanho das populações das espécies arbustivo-arbóreas.

Referência:

SANTOS, Tassiana Reis Rodrigues dos. Fitogeografia da vegetação arbustivo-arbórea em áreas de cerrado rupestre no Estado de Goiás. 2011. 99 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2011.

Disponível em:

);