Emissões de N2O em área de cana-de-açúcar submetida a diferentes lâminas hídricas no cerrado do Planalto Central
Autor(a):
Thais Rodrigues de Sousa
Resumo:
A cana-de-açúcar uma cultura grande importância socioeconômica e ambiental para o Brasil, pelo seu efeito mitigador nas mudanças climáticas e pelo fato de ser matéria prima básica para diversos produtos industrializados. O País é o principal produtor de etanol de cana-de-açúcar do mundo. O cultivo irrigado apresenta-se como uma iniciativa de incremento da produtividade e promove a sustentabilidade econômica da atividade sucroalcooleira. A intensificação de gases de efeito estufa é uma das causas do aquecimento global, sendo que o N2O é um dos principais gases de origem na agricultura e sua concentração na atmosfera estima em mais de 130 anos. O uso de fertilizantes agrícolas com a presença de água tem intensificado as emissões de N2O em áreas de cana-de-açúcar no solo. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar as emissões de N2O em área de cana-de-açúcar no Cerrado do Planalto Central submetida a diferentes lâminas hídricas. O experimento foi instalado na Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), com delineamento experimental em blocos casualisados (3 blocos) e parcelas subdivididas com as lâminas hídricas, sendo sequeiro (S), lâmina hídrica (LH17%), lâmina hídrica (LH46%) e lâmina hídrica (LH75%) da evapotranspiração da cultura (Etc), e uma área de Cerrado nativo adjacente ao experimento como testemunha absoluta. A cultivar de cana foi a RB855536 e a irrigação foi aplicada conforme o sistema Line Source Sprinkler System, modificado em barras lineares acopladas a um carretel e o método de coletas de N2O foi das câmaras estáticas, no tempo 0, 15, 30 min respectivamente. As amostras de solo foram coletadas na profundidade 0-10 cm, com 3 subamostras em cada parcela. As análises de N2O foram realizadas por cromatografia gasosa, coluna Porak Q e um elétron detector e o N-mineral, por colorimetria Lachat Quik Chen (FIA). Os fluxos diários de N2O, variaram em média, de -41,20 a 109,95 μg m2 h-1. A intensidade diária das emissões de N2O foi influenciada pela dinâmica de N no solo e os fatores que contribuíram para os processos de imobilização, equilíbrio e mineralização foram a fonte de N aplicada na adubação (sulfato de amônio), as covariavéis edafoclimáticas (espaço poroso preenchido por água (EPSA), temperaturas do solo (TS), teores de amônio (NH4+) e nitrato (NO3-) no solo). Houve efeito da lâmina hídrica aplicada, sendo que a de 75% (LH75%) resultou nos maiores fluxos de N2O. A forma de nitrogênio mineral predominante no solo foi NH4+ devido ao sulfato de amônio utilizada como fonte de N na adubação, associado à eventos de fertilização, precipitação pluviométrica e/ou irrigação. Os maiores picos de N2O foram observados depois da segunda adubação, possivelmente, devido ao efeito combinado das temperaturas mais elevadas com C/N e lignina/N mais favoráveis à mineralização de N dos resíduos vegetais da cana-de-açúcar. A presença de água, fertilização e decomposição da palhada promovem impactos sobre os fluxos de N2O e sua magnitude depende das condições específicas.
Referência:
SOUSA, Thais Rodrigues de. Emissões de N2O em área de cana-de-açúcar submetida a diferentes lâminas hídricas no cerrado do Planalto Central. 2016. 58 f., il. Monografia (Bacharelado em Gestão Ambiental)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.