Comparação de métodos de amostragem na descrição florístico-estrutural da vegetação arbórea em área de cerradão no estado de Tocantins

Autor(a):

Mirella Basileu de Oliveira Lima

Resumo:

O cerradão é uma fitofisionomia florestal do bioma Cerrado que ocorre geralmente sobre solos mais férteis, sem a presença de corpos hídricos ou áreas de intervlúvios. A fim de conhecer a composição florística, a diversidade, a riqueza e a estrutura fitossociológica das populações presentes, destaca-se a realização de inventários florestais. A escolha do melhor método de amostragem torna-se essencial nas estimativas com menor erro de precisão e baixo custo. O presente estudo teve por objetivo analisar a eficiência de diferentes métodos de amostragem em relação ao censo florestal quanto à caracterização florística-estrutural em área de cerradão, localizada no Parque Estadual do Lajeado, Município de Palmas, Tocantins. Realizou-se primeiramente um censo florestal na área (2,16 ha), onde foram levantadas e identificadas todas as árvores vivas em pé, com DAP (diâmetro tomado à 1,30 m do solo) igual ou superior a 5 cm. Sequencialmente, na área inventariada, estabeleceu-se de forma aleatória 27 parcelas de 20 x 20 metros (400 m²), obedecendo ao método de Área Fixa (AF). Em seguida, foi lançado o mesmo número de unidades amostrais (ua) para os métodos de Strand (S), Prodan (P) e Quadrantes (Q) nas mesmas parcelas em que ocorreu a medição dos indivíduos pelo método de AF. Foram estimados os números de espécies, de indivíduos e de área basal por hectare para cada método de amostragem; foi realizado um comparativo com os parâmetros encontrados no censo florestal em forma de percentual e também o teste L&O. A suficiência amostral de cada método foi avaliada traçando curvas de rarefação com diferentes estimadores: Bootstrap, Jacknife 1, Jacknife 2 e Chao 1. A diversidade foi analisada utilizando os índices de Shannon-Weinner e Pielou, e traçando um perfil de diversidade para cada método de amostragem. A dispersão dos indivíduos de cada espécie foi analisada utilizando-se o índice de dispersão de Morisita, e a similaridade entre os métodos foi avaliada por meio do índice de similaridade de Jaccard. Por fim, a caracterização da estrutura horizontal da vegetação foi dada pelos parâmetros de Densidade ou Abundância, Dominância, Frequência, Índice de Valor de Importância (IVI) e Índice de Valor de Cobertura (IVC). Verificou-se que o método de amostragem de AF foi o que mais se aproximou do censo, porém o método de S apresentou-se eficaz, variando em 20% dos valores encontrados no censo. O estimador de riqueza Bootstrap é o que melhor estima a riqueza pelo método de AF; para os outros métodos, o mais adequado foi o Jacknife 2. O método de amostragem de AF não se diferiu quanto à classificação da dispersão dos indivíduos por espécie em relação ao censo. Já os métodos de S, P e Q tendem a categorizar a distribuição dos indivíduos por espécie em aleatória ou agregada. O método mais similar ao censo é o de AF; em seguida, o método de S, e, por fim, os métodos de P e Q, ambos com o mesmo grau de similaridade ao censo. Todos os métodos de amostragem foram eficazes na amostragem das espécies mais representativas da comunidade (maior IVI) e pouco se diferiram quanto à caracterização floristica-estrutural da área estudada. Sugere-se, por fim, aumentar o esforço amostral quando se optar pelos métodos de amostragem de P e Q para a realização de inventários florestais em áreas de cerradão.

Referência:

LIMA, Mirella Basileu de Oliveira. Comparação de métodos de amostragem na descrição florístico-estrutural da vegetação arbórea em área de cerradão no estado de Tocantins. 2015. v, 53 f., il. Monografia (Bacharelado em Engenharia Florestal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

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