Caracterização socioeconômica e ambiental de produtos florestais não madeireiros de famílias agroextrativistas, em quatro municípios de Goiás
Autor(a):
Fábio Mesquita Souza
Resumo:
A vegetação do Cerrado é formada por um mosaico de formações florestais savânicas e campestres, com predominância de espécies arbóreas e a presença de estratos arbustivo-herbáceos. O Cerrado possui cerca de 11.600 espécies, entre plantas herbáceas, arbóreas, arbustivas e cipós, se destacando entre as espécies, diferentes tipologias de uso, como alimentício, medicinal, madeireiro e artesanal. Pesquisas voltadas para as populações agroextrativistas presentes no Cerrado revelam aspectos socioeconômicos e ambientais, que as tornam uma excelente fonte de informações para pertinentes planos de manejo de produtos florestais não madeireiros. O objetivo deste trabalho foi identificar os produtos florestais não madeireiros, quanto à diversidade e formas de utilização por famílias agroextrativistas em quatro municípios do Estado de Goiás: Abadiânia, Corumbá de Goiás, Pirenópolis e Terezópolis de Goiás. A amostra foi definida aleatoriamente, utilizando a técnica snowball sampling, onde o método de coleta se baseou em entrevistas semi estruturadas e correspondentes observações. As espécies foram agrupadas em categorias de uso, e foram calculados os índices de diversidade de Shannon-Wiener, de similaridade de Jaccard e de Sorensen. Foram amostradas 80 unidades familiares de agroextrativistas, com 66,25% de informantes do sexo feminino e 33,75% do sexo masculino. A idade dos informantes variou de 20 a 79 anos. 72,5% se declararam depender economicamente da extração e 27,5% do artesanato de produtos extraídos. 75% das famílias possuem entre 1 a 15 anos de trabalho na produção florestal não madeireira na região. 69% disseram que não encontraram outra fonte de renda e 31% disseram que sim, sendo que destes, 80% afirmaram receber recursos do programa de transferência de renda Bolsa Família e os 20% confirmaram ter recursos de correspondente aposentadoria. A menor média de renda obtida com a comercialização de PFNMs ficou no município de Abadiânia, que correspondeu em R$ 337,50 e em Pirenópolis a maior de R$ 1.122,00. Foi registrada a presença de 18 espécies de plantas úteis, distribuídas em 10 famílias botânicas. Fabaceae foi à família com maior representação, com 8 espécies citadas (44,44%). As categorias de uso foram 3: alimentação, medicinal e artesanato. O índice de diversidade de Shannon-Wiener (H‟) encontrado para os quatros municípios foi de 2,30. A cidade de Abadiânia apresentou o menor índice, sendo H‟= 1,08. A similaridade de Jaccard (J) e a similaridade de Sorensen (S) entre Pirenópolis e Abadiânia foram de 0,17 e 0,30, os menores, respectivamente.
Referência:
SOUZA, Fábio Mesquita. Caracterização socioeconômica e ambiental de produtos florestais não madeireiros de famílias agroextrativistas, em quatro municípios de Goiás. xi, 60 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brsília, Brasília, 2012.