Callithrix geoffroyi, (Humboldt, 1812)

Nome(s) popular(es):

Sagui-da-cara-branca.

Características físicas:

O Callithrix geoffroyi é caracterizado pelos volumosos e longos tufos auriculares pretos, a face clara e a cabeça inteiramente branca. A pelagem é inteiramente negra na região anterior do manto e apresenta faixas medianas alaranjadas na região posterior. É uma das maiores espécies do grupo dos Callithrix, na relação peso corporal médio e tamanho, podendo atingir mais de 20 cm de altura e o peso varia entre 300 a 450 gramas.

Ecologia:

Assim como os demais saguis, o Callithrix geoffroyi parece ser flexível e tolerante a vários tipos de ambientes. Habitam pequenas florestas e matas de galeria da Mata Atlântica e formações vegetais na Caatinga e Cerrado. São insetívoros, frugívoros e exsudívoros, podendo consumir pequenos vertebrados de forma oportunista.

 

Os saguis são uma espécie arborícola, diurna e estão mais ativos nas primeiras horas do dia. Vivem em pequenos grupos de 2 a 13 indivíduos. Apresentam um grande repertório de vocalizações para se comunicarem e a catação é uma das principais atividades sociais desses animais, que auxilia na retirada de parasitas do pelo e atua na criação e manutenção de laços afetivos.

Distribuição geográfica:

O Callithrix geoffroyi é endêmico da Mata Atlântica, mas há registros de ocorrências no Cerrado em áreas não habitadas por C. penicillata ou em transição de vegetação de Cerrado-Mata Atlântica ou Cerrado-Caatinga. Esses animais estão presentes nos estados da Bahia, Espírito Santo, Nordeste de Minas Gerais como residente e nativo e em Santa Catarina onde foi introduzido.

Status de conservação e Ameaças:

Menos preocupante (LC): a espécie não se encontra inserida em nenhuma categoria de ameaça de extinção de acordo com a lista vermelha da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza). As ameaças identificadas para a espécie se referem à redução e fragmentação do seu habitat natural devido aos assentamentos rurais, atividades de agropecuária e silvicultura. Embora esses fatores tenham influência no declínio populacional, não comprometem a população como um todo.

Referências:

Rylands, A.B. & Mendes, S.L. (2018). Callithrix geoffroyi. The IUCN Red List of Threatened Species. Acesso em 27 de janeiro de 2021. Disponível em https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-2.RLTS.T3572A17936610.en

 

Hannibal, W., Renon, P., Figueiredo, V. V., Oliveira, R. F., Moreno, A. E. & Martinez, R. A. (2019). Trends and biases in scientific literature about marmosets, genus Callithrix (Primates, Callithichidae: biodiversity and conservation perspectives. Neotropical Biology and Conservation, 14(4), 529 – 538. https://doi.org/10.3897/neotropical.14.e49077

 

Malukiewicz, J., Boere, V., Oliveira, M. A. B., D’Arc, M., Ferreira, J. V. A., French, J., Houman, G., Souza, C. A. I., Jerusalinsky, L., Melo, F. R., Valença-Montenegro, M. M., Moreira, S. B., Silva, I. O., Pacheco, F. S., Rogers, J., Pissinatti, A., del Rosario, R., Ross, C., R. Ruiz-Miranda, C. R., … Tardif, S. (2020). An Introduction to the Callithrix Genus and Overview of Recent Advances in Marmoset Research. Preprints. https://doi.org/10.20944/preprints202011.0256.v1

 

Pereira, D. G. (2015). Avaliação do Risco de Extinção de Callithrix geoffroyi (É. Geoffroy in Humboldt, 1812) no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio. Acesso em 27 de janeiro de 2021. Disponível em  http://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7203-mamiferos-callithrix-geoffroyi-sagui-da-cara-branca

 

Silva, F. F. R., Malukiewicz, J., Silva, L. C., Carvalho, R. S., Ruiz-Miranda, C. R., Coelho, F. A. S., Figueira, M. P., Boere, V. & Silva, I. O. (2018). A survey of wild and introduced marmosets (Callithrix: Callitrichidae) in the southern and eastern portions of the state of Minas Gerais, Brazil. Primate Conservation, 32, 1 – 18.