Frutos do Cerrado
Deliciosos e nutritivos, os frutos do cerrado estão cada vez mais sendo incorporados na alimentação do brasileiro. Eles são consumidos em sua forma natural e/ou de diferentes maneiras, como sucos, licores, sorvetes, geleias, mingaus, bolos, entre outros aperitivos. São frutas ricas em proteínas, fibras, energia, vitaminas, minerais e ácidos graxos.
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Olá! Hoje vamos falar dos Muricis. Pertencentes ao gênero Byrsonima e à família Malpighiaceae, esses frutos são conhecidos por seu sabor azedinho e pelo uso tradicional para aromatizar cachaças. Há quase 100 espécies de murici no Brasil, sendo que metade delas ocorre no bioma Cerrado. A forma de vida varia entre árvores, arbustos ou subarbustos e algumas espécies comuns de encontrarmos no Cerrado são, por exemplo, Byrsonima basiloba, Byrsonima coccolobifolia, Byrsonima intermedia, Byrsonima umbellata e Byrsonima verbascifolia. A maioria dos muricis apresenta flores amarelas, mas também há diversas espécies com flores brancas ou rosadas. A cor dos frutos maduros também varia, geralmente ficando verde-amarelados, alaranjados ou até pretos ou vermelhos, ficando atrativos para diversas espécies de aves, que fazem a dispersão das sementes. Saiba mais sobre os muricis do Cerrado e outros frutos nativos em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB.
Araticum, Articum, Marolo, Marolinho, Ata-do-campo. Esses são alguns nomes populares de frutos do gênero Annona, da família Annonaceae. Trata-se de um gênero grande, com quase 80 espécies descritas no Brasil, sendo 22 nativas do bioma Cerrado, como, por exemplo, Annona crassiflora, Annona coriacea, Annona tomentosa e Annona monticola. Os frutos são tipo múltiplo ou agregado, formados pelo desenvolvimento de vários ovários que se desenvolvem juntos na maturação, o que dá o aspecto espiralado aos gomos do fruto. Geralmente apresentam polpa mole, adocicada e odor marcante, ficando atrativos para mamíferos como o lobo-guará, a raposa-do-campo e a anta, que fazem a dispersão das sementes. As flores apresentam pétalas grossas, suculentas e geralmente são polinizadas por besouros. Saiba mais sobre os araticuns do Cerrado e outros frutos nativos em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB.
Olá! Hoje vamos falar das Caquis do Cerrado, do gênero Diospyros, pertencente à família Ebenaceae, que é a mesma do caqui. Esses frutos são comestíveis ao natural e apresentam sabor adocicado, embora produzam pouca polpa, que envolve algumas sementes grandes. De acordo com a Flora do Brasil, ocorrem 62 espécies de Diospyros em território nacional, sendo que no Cerrado há registros de 7 espécies, como, por exemplo, Diospyros lasiocalyx, Diospyros ovalis e Diospyros sericea. Em geral, as flores desse gênero são esverdeadas, pouco chamativas e polinizadas por mariposas. Os frutos amadurecem na estação chuvosa, ficam esverdeados ou amarelados quando maduros, são coroados pelo cálice e atraem animais como primatas, morcegos e antas, que fazem a dispersão das sementes. Saiba mais sobre os caquis do Cerrado e outros frutos nativos em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB.
Olá! Hoje vamos falar dos araçás, do gênero Psidium. Parentes da Goiaba e pertencentes à família Myrtaceae, esses frutos estão entre os mais saborosos da nossa flora. Há diversas espécies no Brasil e, no Cerrado, há pelo menos 28 espécies descritas, como o Psidium laruotteanum, o Psidium firmum, Psidium grandifolium e Psidium guineense. Quando maduros, os araçás apresentam cor amarelada, avermelhada ou esverdeada e aroma e sabor bem agradável e equilibrado entre o doce e o azedinho. A maioria das espécies do Cerrado florescem e frutificam no final da estação seca e começo da primavera e são polinizadas por abelhas. Saiba mais sobre os araçás do Cerrado em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB.
Eugenia! Esse bonito nome representa o gênero das pitangas, que é o maior em número de espécies entre as Myrtaceae neotropicais, com mais de 1.000 espécies no mundo! No Brasil, ocorrem cerca de 400 espécies, sendo também o maior gênero em número de espécies em nosso país! O Cerrado habita 83 espécies, como, por exemplo, Eugenia punicifolia, Eugenia involucrata, Eugenia florida, Eugenia bimarginata, Eugenia cristaensis e também frutos famosos, como a Cagaita (Eugenia dysenterica), a Uvaia-azeda (Eugenia sellowiana) e a Pera-do-Cerrado (Eugenia klotzschiana). As flores geralmente são brancas, com estames numerosos e 4 lobos no cálice, e polinizadas principalmente por abelhas. Os frutos geralmente apresentam 1 ou poucas sementes e elas devem ser plantadas logo que removidas dos frutos, pois não toleram o ressecamento e, depois, não adianta chorar as pitangas… Saiba mais sobre centenas de frutos nativos do Cerrado em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB. Referência: Flora do Brasil, 2023
icuíba, ucuúba, pau-de-sebo, esses são alguns nomes populares de plantas do gênero Virola, da família Myristicaceae. Há 35 espécies de Virola descritas na Flora do Brasil, sendo que 5 delas ocorrem no domínio do Cerrado, como a Virola sebifera e a Virola sessilis. Os frutos dessas espécies são do tipo seco e deiscentes, que se abrem quando maduros, expondo uma semente envolta em arilo rico em lipídios, que é bastante atrativa para diversas espécies de aves, como araçaris, tucanos, jacutingas, sabiás e também mamíferos, como o quati. As flores são pequenas e muito perfumadas, sendo polinizadas por abelhas. Essas plantas também são empregadas na medicina popular, possuem uso para cosméticos e na recuperação de ambientes degradados. Saiba mais sobre essas e outras espécies nativas em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB.
Você conhece o fruto chamado banha-de-galinha ou culhão-de-bode? Esses são alguns nomes populares de plantas do gênero Swartzia, da família Fabaceae. Quando maduros esses frutos se abrem naturalmente e expõem as sementes envoltas em arilo suculento e aromático, que atrai animais como o cachorro-mato, a cutia e a anta, que fazem a dispersão das sementes. A maioria das espécies do Cerrado apresenta hábito arbóreo e ocorre em formações florestais do bioma e, embora possuam boa aparência, recomenda-se cautela no consumo do seu arilo, pois podem gerar um forte efeito laxativo! Saiba mais sobre a Banha-de-galinha e outros frutos do Cerrado em nossos guias de campo ilustrados. Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB.
Embira, pindaíba, pimenta-de-macaco, esses são alguns nomes populares de plantas do gênero Xylopia, da família Annonaceae. Há 34 espécies de Xylopia descritas na Flora do Brasil, sendo que 6 delas ocorrem no domínio do Cerrado, como Xylopia emarginata, Xylopia sericea e Xylopia aromática. Os frutos dessas espécies são ricos em compostos aromáticos e usados como especiaria na culinária, depois de secos e moídos, com sabor levemente picante. As sementes apresentam arilo carnoso e atraem diversas aves, como a saíra-de-chapéu-preto, a pipira-vermelha e o saí-azul, que fazem a dispersão. As flores geralmente são brancas ou amareladas, perfumadas e polinizadas por besouros. As plantas também crescem rápido e são indicadas para recuperação de áreas degradadas. Saiba mais sobre essas e outras espécies em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB.
Olá! Hoje vamos falar sobre os frutos do gênero Palicourea, pertencentes à família Rubiaceae. Trata-se de um gênero grande, com quase 172 espécies descritas no Brasil, sendo 27 nativas do bioma Cerrado. Essas plantas costumam ser chamadas popularmente de Erva-de-rato, Café-bravo ou Mata-gado, e são conhecidas por apresentarem compostos tóxicos para mamíferos, como, por exemplo, Palicourea marcgravii, Palicourea coriacea, Palicourea rigida e Palicourea officinalis. Assim, seus frutos não devem ser consumidos por nós, mas eles são atrativos para aves, como o Soldadinho, o Tangarazinho e o Uirapuru-laranja. Suas flores também são muito vistosas e atrativas para beija-flores e outros polinizadores, com alto potencial para o paisagismo e algumas espécies também possuem propriedades medicinais. Saiba mais sobre essas e outras centenas de frutos do Cerrado em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB.
Guapeva, Currióla, Cabo-de-machado, Abiu, Abiurana, Massaranduba. Esses são alguns nomes populares de plantas do gênero Pouteria, da família Sapotaceae, que é reconhecida por apresentar madeiras resistentes. De acordo com a Flora do Brasil, há 129 espécies de Pouteria em território nacional, sendo que no bioma Cerrado ocorrem 14 espécies, como, por exemplo, Pouteria torta, Pouteria ramiflora e Pouteria guianensis. Seus frutos são comestíveis e muito saborosos para consumo in natura. Eles também atraem animais como primatas, marsupiais e morcegos, que contribuem para a dispersão. As sementes germinam bem e devem ser plantadas logo que retiradas dos frutos. Saiba mais sobre essas e diversas outras espécies do Cerrado em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB.
Olá! Hoje vamos falar de frutos do gênero Guettarda, conhecidos como Veludinhos, e que pertencem à família Rubiaceae. De acordo com a Flora do Brasil, há 19 espécies de Guettarda descritas no país, sendo que 3 delas ocorrem do bioma Cerrado, como Guettarda viburnoides, conhecida como Veludo-branco, e Guettarda pohliana ou Veludo-vermelho. Os frutos dessas espécies são comestíveis por nós e apresentam uma polpa branca adocicada, envolvendo um único caroço, e cobertos por uma casca aveludada. Eles também são atrativos para fauna, como morcegos, quatis, marsupiais e primatas, que fazem a dispersão das sementes. As flores geralmente são brancas e tubulosas, sendo polinizadas por mariposas. Saiba mais sobre essas e outras centenas de frutos do Cerrado em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB.
Você já ouviu falar em “Vassoura-de-bruxa” ou “Barba-de-bode”? Estes são alguns nomes populares da espécie Ouratea hexasperma, um arbusto ou arvoreta nativa do bioma Cerrado, que pertence à família Ochnaceae. Esses nomes não possuem relação com a doença causada por fungos e derivam apenas do aspecto das inflorescências ressecadas que ficam penduradas na planta. As flores são amarelas, bastante vistosas e atrativas para as abelhas. Os frutos são do tipo apocárpico drupóide, com até 6 ou 7 mericarpos que ficam pretos quando maduros e apresentam uma semente cada. Seus frutos não apresentam sabor agradável para nós, mas são atrativos para aves como Guaracavas e Suiriris, que contribuem para a dispersão das sementes. Essa planta ocorre em formações savânicas e campestres do bioma Cerrado, como o Cerrado Típico e o Campo Sujo, e seus frutos geralmente amadurecem na estação chuvosa, entre outubro e janeiro. Quer conhecer mais frutos nativos do Cerrado? Então saiba mais em nossas obras, os links estão na descrição desse video. Até a próxima!
Produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB. https://www.youtube.com/watch?v=0G65Ui8ghDg
Você sabia que no Cerrado tem espécies nativas de “azeitona”. Me refiro aqui às plantas do gênero Chionanthus, da família Oleaceae, que é a mesma da Oliveira (Olea europaea). No Brasil há 11 espécies de Chionanthus, sendo que quatro delas ocorrem no bioma Cerrado, como Chionanthus trichotomus, uma árvore de pequeno porte que ocorre em matas com solos encharcados. As folhas dessa espécie são simples, opostas e possuem domáceas na forma de pequenos tufos de tricomas na axila da nervura principal com as secundárias. Não há registros de uso alimentício dos seus frutos e eles apresentam sabor pouco palatável, mas eles são atrativos para animais, como macacos-prego, morcegos e tucanos. As flores são brancas e deixam a árvore muito bela quando em floração, ficando com aspecto de neve e conferindo à planta potencial ornamental. Saiba mais sobre outros frutos nativos do Cerrado em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB.
Olá! Nesse vídeo vamos falar dos “Camboatás”. Me refiro aqui a frutos da família Sapindaceae, a mesma do guaraná. Quando maduros, esses frutos se abrem naturalmente e expõem as sementes, parcialmente cobertas por um arilo carnoso e nutritivo, ficando bastante atrativo para aves, que fazem a dispersão das sementes. No Cerrado temos 3 espécies bem comuns de camboatá, a Matayba guianensis, a Cupania vernalis e a também a Dilodendron bipinnatum, mais conhecida como Maria-pobre. Essas espécies geralmente ocorrem em matas com solo seco e bem drenado, possuem boa taxa de germinação e rápido crescimento, sendo, por isso, indicadas para recomposição de ambientes degradados. Saiba mais sobre os Camboatás em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
Fotografias e produção: Marcelo Kuhlmann, biólogo e doutor em Botânica pela UnB.
Você sabia que no Cerrado há 50 espécies nativas de maracujás?! Pertencentes ao gênero Passiflora e à família Passifloraceae, essas plantas trepadeiras são conhecidas por suas flores vistosas e frutos comestíveis. De fato, algumas espécies de maracujás produzem frutos deliciosos, como a espécie Passiflora alata, e encontrá-los maduros no Cerrado é um verdadeiro deleite! Há ainda espécies que produzem frutos bem pequenos, do tamanho de uma jabuticaba, como a Passiflora pohlii, uma trepadeira espontânea cujas sementes são dispersas por aves. As flores dos maracujás possuem uma das arquiteturas mais fantásticas do reino vegetal, sendo polinizadas principalmente por abelhas grandes, como as mamangavas, e ficando atrativas também para beija-flores e outras aves que procuram néctar, com grande valor ornamental em jardins. Saiba mais sobre os maracujás nativos e outras centenas de frutos do Cerrado em nossos guias ilustrados! Até a próxima!
