As Festas dos Frutos do Cerrado
Em Montes Claros ocorreu do dia 07/02 a 09/02 a 29° edição da festa Pequi, com diversas atrações musicais e culturais, além de oficinas gratuitas de cerâmica e artesanatos em geral. Entretanto, a atração principal é o pequi e as diversas receitas feitas a partir dele. Os agroextrativistas que coletaram o pequi, são as mesmas pessoas que vendem nessas feiras, então os turistas que vão a feira conseguem ter esse contato direto com quem plantou o alimento que estão consumindo, além de terem acesso a comidas feitas a base de pequi, receitas doces, e salgadas.
O evento tem o apoio incondicional do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR), Conselho Municipal de Defesa e Conservação do Meio Ambiente (CODEMA), Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Organização Viva Verde (OVIVE), Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (IDENE), e Emater/MG regional Montes Claros, entre outros parceiros.
O evento também visa estimular o empreendedorismo e novos modelos de negócios com base na cadeia produtiva dos frutos do cerrado. “Diversas empresas têm apostado nos frutos nativos como matéria-prima para alimentos, medicamentos, cosméticos e biocombustíveis, entre outras aplicações. A festa é uma boa oportunidade de aproximar o público dessa realidade e estimular o consumo e o empreendedorismo nessa cadeia produtiva e o desenvolvimento sustentável na região”, comenta Teddy Farias, vinculado ao Laboratório de Óleos e Biotecnologia no ICA – Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG é um dos organizadores da festa.
A FENABARU comemorou ano passado (2019) sua 3° edição, e neste ano de 2020 a festa não ocorreu em virtude da pandemia. Todas as edições foram realizadas em Arinos – MG, pela prefeitura e alguns parceiros.
Ano passado contou com diversas atrações de cantores locais, e algumas oficinas, a festa representa um espaço para acolher o turista e para maior valorização da gastronomia que tem a cara de quem produz com foco no Baru, fruto típico do cerrado.
2ª Festa Nacional do Baru. FENABARU 2018
Disponível em: https://youtu.be/6oJK41lvNow?si=pUR_8ud5HjBqWZk2
3ª Festa Nacional do Baru. FENABARU 2019
Disponível em: https://youtu.be/aOY3yDFcclU?si=BTAoid8Gcw9WKycB
A festa do jatobá é realizada na Comunidade Fazenda Nova, no Jalapão, em Tocantins. Ela é aberta ao público, que consegue acompanhar pessoalmente o processo de alguns dos produtos derivados do Jatobá, como por exemplo todo o processo para que a farinha do jatobá seja feita (foto ao lado).
Essa festa é organizada pela equipe da Área de Proteção Ambiental do Jalapão (APA do Jalapão) e pelas famílias que compõem a comunidade Fazenda Nova. A festa é pouco conhecida justamente por não ter muita divulgação, mas ainda assim ela acontece e conta com a presença de turistas, que por muitas vezes estão nos centros da cidade e ficam sabendo diretamente dos moradores que ela vai acontecer.
O jatobá é uma espécie encontrada no cerrado, de nome científico Hymenaea stilbocarpa, da família Leguminosae, mas também é conhecido como jatobá-do-campo, jatobá-da-serra, jatobá-de-casca-fina e jutaí, podendo ser encontrada diferentes espécies de acordo com a região do Brasil. A origem do seu nome vem do guarani, que significa ‘árvore de fruto duro’, podendo alcançar até 9 metros de altura, com floradas entre os meses de dezembro a fevereiro e em alguns lugares, suas flores são utilizadas para ornamentação de jardins e vias públicas.
O jatobá é uma árvore considerada sagrada por povos indígenas e pode ser encontrado desde o sul do México e Antilhas até grande parte da América do Sul. No Brasil constam registros desde a região norte a sudeste do país; na Amazônia, na Caatinga, no Cerrado, na Mata Atlântica e no Pantanal, além de está sendo introduzida na China, na Costa do Marfim, na Indonésia, no Quênia, no Madagascar, na Maurícia, em Singapura, no Sri Lanka, em Taiwan e em Unganda.
De forma geral, a alta temporada de sua frutificação se dá entre os meses de agosto e setembro e em razão da polpa farinácea, os frutos do jatobá são utilizados na culinária para produção de farinhas, mingau, bolos, pães, biscoitos, além de geleias e licores. Pela durabilidade, a madeira costuma ser empregada na construção civil, naval, na produção de assoalhos, vigas, carrocerias, esteios e móveis. Da mesma forma, sua casca também é aproveitada, para confecção de corante amarelo, além de remédios caseiros utilizados pela medicina popular, feitos das sementes, folhas e resina para diferentes benefícios.
APA do Jalapão
A Área de Proteção Ambiental do Jalapão possui cerca de 460 mil hectares, foi criada no ano de 2000 e está localizada no entorno de três importantes Unidades de Conservação da região; são elas a Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba e Parque Estadual do Jalapão. Mais informações entre em contato via e-mail apadojalapao@naturatins.to.gov.br.
A área onde é realizada a Festa da Mangaba é uma região distante cerca de 50 quilômetros da sede do município, Niquelândia, que é um dos maiores do país. Todos os anos no mês de agosto reúnem-se cerca de 200 mil romeiros para a festa de Nossa Senhora D’Abadia do Muquém, a mais antiga romaria de Goiás, que remonta ao século XVIII, durante o ciclo do ouro, e já completou 265 anos de realização.
A festividade de caráter socioambiental atende a três objetivos:
1. Incentivar e fomentar a cultura, a culinária, a mão de obra e o comércio da região, favorecendo a sustentabilidade da comunidade. A comunidade contribui na coleta da mangaba, bem como na fabricação e comercialização dos produtos feitos a partir da fruta, como bolos, geleias, picolés e sucos;
2. Promover a preservação do meio ambiente. O evento incentiva o cuidado com a mangabeira – árvore típica da região a qual o fruto dá nome à festividade – e o bioma do Cerrado, ambos ameaçados por queimadas, desmatamento e seca;
3. Arrecadar recursos financeiros em prol de entidades do município e região. A cada edição uma ou mais entidades são beneficiada com a doação.
Defumar
Narra a lenda do local que escravos fugidos estava em um quilombo entre as serras próximas. O capitão do mato, feitor encarregado de recapturar os negros fugidos, avistou o lugar e narrou que eles estavam “muquiando” carne. Esse é um processo de defumação herdado dos índios para conservar carnes de caça e peixes.
No ano de 2019, ocorreu a 9° edição da Festa da mangaba, organizada pelo Santuário Diocesano Nossa Senhora d’Abadia de Muquém, no Goiás. O tema da festa “sejamos guardiões da criação” foi com o foco mais uma vez na preservação do cerrado e, consequentemente, da mangaba. O evento contou com palestras, shows de cantores regionais, além de algumas celebrações cristãs. Entretanto, o que mais atrai moradores e turistas para a festa, é encontrar muitas receitas usando a mangaba como ingrediente principal, bolos, doces, geleias, sorvetes, entre outras gostosuras.
Também por conta da pandemia de covid-19, não foi realizada a edição de 2020 da festa.
Festa da Mangaba é realizada no povoado de Muquém, em Niquelândia
Exibição em 25 nov 2018
Fruta é uma das mais apreciadas pelos goianos e garante renda para muitas famílias
https://globoplay.globo.com/v/7181267/
HISTÓRICO DA FESTA DO MAROLO
Gilmara Aparecida de Carvalho
Sandro Adauto Palhão
A Festa do Marolo, evento que se tornou tradicional no município de Paraguaçu- Minas Gerais, foi um dos resultados obtidos a partir da criação do projeto “Marolo: um fruto, várias ideias!”, que aconteceu no decorrer do ano de 2008. A apresentação da proposta de realização da festa foi feita em dois momentos no ano de 2009, nos meses de maio e novembro, quando o assunto obteve apoio do Departamento Municipal de Agricultura, que era coordenado, à época, pelo Senhor Marlon José Tomé, que se encarregou de envolver os demais setores e secretarias municipais.
Os objetivos a serem atingidos com a implementação da Festa do Marolo seriam: ampliação do conhecimento sobre a fruta pelos produtores rurais, vendedores, culinaristas, estudantes e a sociedade em geral; reconhecimento da relevância do fruto marolo em nossa economia, gastronomia e história, destacando os aspectos socioeconômicos e culturais relacionados a ele; conservação e incentivo ao cultivo do maroleiro, a fim de resgatar o plantio, e efetuar a correta coleta no Cerrado, contribuindo assim, com a preservação do meio ambiente; demonstração do potencial de geração de renda aos produtores rurais e empreendedores ligados à fabricação de produtos tendo como matéria-prima o marolo, sendo eles mais um fator agregador de trabalho ao município e de fomento ao turismo, transformando o evento em um atrativo cultural e turístico paraguaçuense.
A 1a Festa do Marolo ocorreu no período de 30 de abril a 02 de maio de 2010, realizada pela Prefeitura do Município de Paraguaçu, por meio do Departamento Municipal de Agricultura, contando ainda com as parcerias da Unifal (Universidade Federal de Alfenas – Minas Gerais), do Escritório Local da Emater-Minas Gerais e do Projeto “Marolo: um fruto, várias ideias”, tendo como finalidade englobar vários ramos da comunidade de Paraguaçu pela promoção de atividades educacionais, esportivas, gastronômicas, ambientais, culturais, técnicas e de lazer.
A Festa do Marolo de Paraguaçu é uma ação organizada pela Prefeitura do Município de Paraguaçu e Associação Terra do Marolo que atualmente é composta pelos seguintes atrativos: Eventos Educacionais, Eventos Esportivos, Seminário do Marolo, Concurso de Culinária com Marolo, Feira Artesanal “Delícias do Marolo” e Feira de Artesanato, Momento Cultural, Festival de Música “Marolo de Ouro”, Concerto de Coral “Flor do Maroleiro” e Visita aos Campos de Marolos.
A realização de tantas edições da Festa do Marolo de Paraguaçu, repercutiu vários outros desdobramentos, como: a fundação da Associação Terra do Marolo no ano de 2011; a publicação do livro “Marolo: um fruto, várias ideias!” em 2017 (disponível em versão digital https://camaradeparaguacu.mg.gov.br/?page_id=10464); a execução do processo de inventario do evento como patrimônio cultural imaterial do município em 2019, cujo registro foi homologado em 2020, ano no qual também foram lançados dois livros – “Marolo: Saberes e Sabores do Cerrado”, que compreende 112 receitas à base do marolo apresentadas nos dez anos do Concurso de Culinária com Marolo e relatos de ilustres “maroleiros”, publicação finalista na categoria Economia Criativa do 63o Prêmio Jabuti em 2021, e “Marolo: Nosso Patrimônio” (disponível em versão digital https://camaradeparaguacu.mg.gov.br/?page_id=10464) – sendo este, resultado das atividades realizadas em 2020 pelas instituições educativas para os Eventos Educacionais, além do tema ter sido apresentado em importantes congressos e seminários pelo país.
O Marolo de Paraguaçu foi um dos agraciados com o Prêmio Eduardo Frieiro, promovido pelo Instituto Eduardo Frieiro com sede em Belo Horizonte, durante a Semana Mineira de Gastronomia no ano de 2023.
Em 2024 foi apresentado o lançamento na Feira Literária Internacional de Poços de Caldas-MG, a versão digital do livro Marolo: Saberes e Sabores do Cerrado disponível na página da Frente da Gastronomia Mineira (https://www.frentedagastronomiamineira.com.br/marolo-saberes-e-sabores-do-cerrado).
Na atualidade a Festa do Marolo se encontra em sua décima quarta edição sempre realizada no mês de março e ocupa um lugar de destaque no calendário de eventos no Sul de Minas Gerais, atraindo turistas de várias regiões do Brasil, com destaque para os visitantes do interior de São Paulo. Ao longo dos anos o acontecimento vem proporcionando uma grande movimentação ao município, injetando novos recursos à economia local; incentivando a plantação de marolos; preservando o bioma Cerrado; protegendo o patrimônio cultural e promovendo um incremento na autoestima da comunidade paraguaçuense.
Vídeo Terra do Marolo: https://youtu.be/i0Qv5UJT_mE?si=MU2wQREHDy2gkBkk
Gilmara Aparecida de Carvalho (35) 99965-1231