Avaliação da fragmentação da paisagem natural de Cerrado decorrente do espraiamento urbano de Brasília

Autor(a):

Priscila Pimentel Jacob

Resumo:

Introdução – A criação de uma interface conceitual e metodológica entre análises de fragmentação da paisagem – Ecologia – e análises do espraiamento urbano (urban sprawl) – Urbanismo – proporciona uma nova forma de se compreender as implicações da urbanização para o meio ambiente natural. Brasília, cidade planejada e construída no Cerrado Brasileiro, é marcada pelo espraiamento urbano. Objetivo – Avaliar a relação entre a fragmentação da paisagem de vegetação nativa do Cerrado e o espraiamento urbano de Brasília. Métodos – Análise diacrônica (1953-2013) da evolução da paisagem do Distrito Federal com base em métricas de paisagem obtidas pelo Sistema de Informação Geográfica (SIG). Análise sincrônica (comparação entre São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ, Belo Horizonte/BH, Recife/PE, Porto Alegre/RS, Salvador/BA, Brasília/DF, Fortaleza/CE e Curitiba/PR em 2010-2014) da densidade e da compacidade urbanas com o auxílio do Sistema de Informação Geográfica (SIG). Criação de um cenário hipotético de paisagem resultante do crescimento urbano tradicional para Brasília. Resultados – A análise diacrônica mostrou que, 1953, o DF tinha um único fragmento de paisagem nativa de Cerrado de 5.784,50 km² e comprimento total de borda de 447,21 km. A área urbanizada, em 1953, era composta por dois pequenos fragmentos urbanos (Planaltina e Brazlândia) totalizando 1,21 km². Com a construção de Brasília e a sua expansão espraiada, a paisagem natural de Cerrado foi suprimida e fragmentada. Em 2013, o DF tinha 547 fragmentos de paisagem nativa de Cerrado com tamanho médio de 4,32 km² cada, comprimento total de borda de 10.591,20 km e área total de 2.362,21 km². A área urbanizada, em 2013, era composta por 255 fragmentos totalizando 873,68km². A análise sincrônica (2010 2014) mostrou que Brasília destaca-se pela baixa densidade populacional urbana média e pelo deslocamento das áreas mais densas para fora do centro. O cenário hipotético de crescimento urbano tradicional para Brasília mostra uma redução de 227km² (33%) da área urbanizada (2010-2014). Conclusão – A análise conjugada de fragmentação da paisagem natural e espraiamento urbano revela que o adensamento e a compactação da cidade podem promover um uso mais racional do solo e, assim, podem contribuir para a preservação da paisagem natural.

Referência:

JACOB, Priscila Pimentel. Avaliação da fragmentação da paisagem natural de Cerrado decorrente do espraiamento urbano de Brasília. 2017. xii, 67 f., il. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

Disponível em: