Análise do número de focos de calor, precipitação pluviométrica, umidade relativa do ar e incidência de raios no Distrito Federal entre 2005-2015
Autor(a):
Igor Loureiro Duarte
Resumo:
O fogo é algo muito comum no Cerrado e a sua incidência natural se constitui fator importante para a formação da flora típica da região (fitofisionomia). Entretanto, alterações na frequência e na intensidade das queimadas,acarretam consequências prejudiciais ao bioma. Essas alterações de origem antrópica estão relacionadas à inserção de espécies vegetais invasoras, ao uso incorreto do fogo para atividades agrícolas e a falta de educação ambiental da população. Este trabalho investigou a ocorrência de queimadas mensais e anuais na região do Distrito Federal, no período de janeiro de 2005 a Dezembro de 2015, bem como a sua relação com fatores naturais como a precipitação pluviométrica, a umidade relativa do ar e a incidência de raios. Os dados coletados sobre as variáveis acima mencionadas foram analisados individualmente, relacionados em regressões lineares e correlacionados por meio de cálculos estatísticos. Após a análise dos resultados, constatou-se que 97,5% de todos os focos de calor ocorreram entre os meses de maio a outubro, período que coincide com o início e o fim da estiagem. Nesse mesmo período, foram registrados os valores máximos dos focos de calor e os índices mínimos para a precipitação pluviométrica, a umidade relativa do ar e a incidência de raios. Assim, os cálculos estatísticos evidenciaram que a correlação entre os raios e os focos de calor foi de apenas -0,54 e que a significância entre os dados correlacionados (valor p) foi estabelecida em 0,0011. Isto comprova a alta significância da correlação e diminui as chances da interpretação de que os raios sejam o fator natural de ignição causador das queimadas durante o período de estiagem — sugerindo que as ações de queimada na região tiveram origem antrópica. A pesquisa também constatou que os focos de calor mantiveram maior correlação com os dados de umidade relativa do ar quando o coeficiente de correlação registra -0,84 e um “valor p” de 0,0009, indicando que ocorrem mais focos de calor nos períodos de menor umidade do ar —momento em que a vegetação, por se encontrar muito seca, forma muito combustível e favorece ações antrópicas de ignição de queimadas.
Referência:
DUARTE, Igor Loureiro. Análise do número de focos de calor, precipitação pluviométrica, umidade relativa do ar e incidência de raios no Distrito Federal entre 2005-2015. 2016. 47 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Gestão Ambiental)—Universidade de Brasília, Planaltina-DF, 2016.