Agroextrativismo no Vale do Rio Urucuia – Minas Gerais : formas de organização da produção e da distribuição

Autor(a):

Tayline Walverde Bispo

Resumo:

Esta dissertação teve como objetivo analisar como estão organizados os canais de distribuição e a produção de agroextrativistas localizados na região do bioma Cerrado. Primeiramente, foram feitas pesquisas bibliográficas para compreender o contexto histórico do Cerrado e de seus povos e populações tradicionais, assim como sobre o conceito de Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNMs), que são produtos que podem ser coletados sem que haja destruição do meio ambiente, desde que seja executada de uma maneira consciente e não predatória, e trazem um retorno financeiro para seus extrativistas. Como os extrativistas que atuam na região do bioma estudado não vivem somente da coleta, também atuam como agricultores, o termo agroextrativista parece se adequar mais à realidade encontrada. Uma vez que os agroextrativistas individualmente não conseguiam ter produção suficiente para comercialização, observa-se a criação de cooperativas para o fortalecimento da categoria e aumento da possibilidade de investimentos externos para a produção e comercialização dos produtos. Para que houvesse um entendimento de como os agroextrativistas estão organizados buscou-se na Nova Economia Institucional e na Economia dos Custos de Transação uma base teórica para que fosse feita uma análise da situação dos mesmos. A pesquisa de campo foi realizada nos municípios que estão localizados na região do Vale do Rio Urucuia, em Minas Gerais, sendo eles Arinos, Buritis, Chapada Gaúcha, Riachinho e Urucuia. Esta região foi escolhida pelo seu potencial ambiental, presença de cooperativas agroextrativistas e por ser uma das regiões que abastecem o Distrito Federal com produtos e frutos do Cerrado. A pesquisa foi realizada com 19 agroextrativistas e 3 cooperativas que processam e comercializam seus produtos. As cooperativas exercem diversos papéis na realidade dos seus associados. Essas organizações, além de processar e comercializar os produtos, também exercem atividades de assistência técnica e extensão rural, com um trabalho social no meio rural dos municípios que atuam. Entre os agroextrativistas entrevistados, foi identificado que o extrativismo se tornou uma atividade efetiva somente após a organização das cooperativas, uma vez que antes eles eram apenas agricultores. Houve melhoria de vida financeira e social após o ingresso dos entrevistados nas organizações. Mesmo com tantas mudanças, ainda há muito a se fazer em relação à distribuição e a logística dos produtos do agroextrativismo. São muitos obstáculos de infraestrutura e, principalmente, financeiros que afetam a atividade agroextrativa na região pesquisada.

Referência:

BISPO, Tayline Walverde. Agroextrativismo no Vale do Rio Urucuia – Minas Gerais : formas de organização da produção e da distribuição. 2014. xviii, 146 f., il. Dissertação (Mestrado em Agronegócios)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

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