Cochlospermum insigne
Nome popular
Algodão-do-campo
Parte utilizada
Raiz
Uso medicinal
É um anti-inflamatório e antibiótico com tropismo muito mais potente pelo trato ginecológico. Como tende a ser hemostático e estomáquico, podemos inferir que o algodão-do-campo também melhora a relação entre o fígado e o complexo do baço-pâncreas. Além disso, ele inibe a espermatogênese, o que é útil em quadros de hiperplasia prostática benigna, pois se diminui a atividade hormonal dessa glândula (AMERICANO, 2015).
Juntando essas atividades, podemos inferir com segurança que o algodão-do-campo atua diretamente sobre um circuito vital muito valorizado na medicina dos povos orientais, identificado como “circuito das águas”. Esse circuito, na prática, une a função das vísceras de alta categoria em nosso sistema e, salvo as fórmulas magistrais orientais, todas de alta complexidade e difícil elaboração, não se conhece outra fonte de substâncias que tenha esse alcance. Assim, o algodão-do-campo pode ser descrito como um tônico de largo espectro, mas que tem tropismo pelas funções e estruturas da matriz reprodutiva (AMERICANO, 2015).
Formas de uso
Neste caso em particular, o princípio ativo está muito bem protegido dentro de capas celulósicas de alta resistência mecânica e baixa reatividade química, o que leva à necessidade de manipular a massa vegetal. Tradicionalmente, o princípio ativo é extraído por um esquema de fervura lenta da raiz, após esta ter suas fibras desfiadas. Esse é um processo que pode levar de quatro horas a um dia inteiro, e por isso sempre se prepara em quantidades maiores. Obtém-se com esse método um estrato aquoso concentrado bastante amargo, ao qual não se devem agregar conservantes. A estocagem deverá ser cuidadosa, geralmente em frascos escuros muito bem tampados e mantidos ao abrigo da luz (AMERICANO, 2015).
Mas existe outro método, que produz um substrato de melhor qualidade e mais estável: a extração do polvilho da raiz. Coloca-se a raiz desfiada imersa em água por três dias, trocando-se essa água todos os dias. No quarto dia, leva-se a massa vegetal ao sol, permitindo-se a secagem completa. Tritura-se o melhor possível e coloca-se o pó assim obtido novamente em água fria. O polvilho flutua, enquanto a parte mais densa tende a afundar. Retira-se esse pó sobrenadante com uma larga espátula de madeira e novamente se seca ao sol. Esse é o polvilho pronto para consumo (AMERICANO, 2015).
Referências Bibliográficas
AMERICANO, Túlio. Fitoterapia Brasileira: uma abordagem energética. Brasília: Cidade Gráfica Editora, 2015. 420 p.